Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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04/06/2011 (Nº 36) Educação ambiental: instrumento para sensibilização na vida escolar
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Revista Educação Ambiental em Ação 36

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: INSTRUMENTO PARA SENSIBILIZAÇÃO NA VIDA ESCOLAR

 

ANDRÉ LUIZ DE OLIVEIRA

Licenciado em Biologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas – Especialista em Ecologia Pelo Instituto Maria Imaculada – Professor Titular de Cargo da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo – Professor das Faculdades Integradas Maria Imaculada – Professor do Colégio Ementa Objetivo Itapira.

Contato: Rua Francisco Franco de Godoy Bueno, 171 CEP 13840-000 Mogi Guaçu São Paulo.

Tel.(19) 3891-8411. E-mail: oliveira.bio@ig.com.br

 

RESUMO

Nos últimos anos, em função do aumento populacional e do consumismo exagerado o planeta vem passando por uma série de transformações. O crescimento das cidades e a utilização da madeira pelo homem estão ocasionando sérios danos à vegetação nativa que é de fundamental importância para o equilíbrio dos ecossistemas. Esse trabalho trata de sensibilizar jovens e crianças em relação a problemas ambientais, mais especificamente em relação ao desmatamento. Devemos através de atividades lúdicas ou de atividades específicas em relação ao tema tentar sensibilizar o público alvo para  que as mesmas mudem hábitos, atitudes e conceitos. O trabalho foi realizado com alunos da Escola Estadual Luiz Martini, no município de Mogi Guaçu Estado de São Paulo.

 

Palavras – Chave: 1. Sensibilização, 2. Educação Ambiental, 3. Desmatamento

INTRODUÇÃO

Por muito tempo a natureza foi sofrendo alterações devido à evolução permitindo o aparecimento das espécies atuais incluindo o homem, constituindo a biodiversidade dos diversos ecossistemas atuais. Por alterações nas condições ecológicas algumas espécies e sistemas desaparecem, mudanças essas ocasionadas principalmente pela interferência do homem nas condições ecológicas, ocasionando mudanças no clima e perda da biodiversidade através da extinção de espécies e variedades. (PCN, 1997 ).

Com o surgimento das civilizações e a formação das cidades podem ser considerados como a maior intervenção causadora de impactos ambientais. Em ecossistemas com pouca interação com o homem, podemos observar uma dinâmica de auto - sustentabilidade, mas quanto essa interação sofre a ação do homem observamos uma quebra nessa auto – sustentabilidade. (MUCCI, 2005)

O homem contemporâneo dificilmente se considera como parte integrante da natureza, mas sim, como um ser a parte que observa e explora de modo “racional”, não analisando suas conseqüências. (REIGOTA, 2004)

Com o aumento da população e com a criação de grandes centros urbanos os desequlíbrios ambientais se tornaram mais intensos devido principalmente a retirada da vegetação natural ocasionando alterações na ciclagem da água, nos nutrientes do solo e na dinâmica dos organismos. (MUCCI, 2005)

A Educação Ambiental surge da preocupação da sociedade com a qualidade de vida e com as gerações futuras. (CARVALHO, 2004)

A Educação Ambiental cria condições para promover a sensibilização de toda a população no sentido de preservar os recursos naturais. (SILVA, 2004)

A educação formal deve além de passar conceitos, sensibilizar e proporcionar condições para desenvolver um cidadão crítico e consciente que seja capaz de participar de uma mudança coletiva. (GUTIERREZ; ROJAS, 1999)

A Educação ambiental em conjunto com educação formal deve permitir a oportunidade de desenvolver uma sensibilização em relação aos problemas ambientais buscando formas alternativas para solucionar esses problemas, levando em consideração os fatores Sociais, Históricos, Políticos e Éticos.

 

METODOLOGIA

A cidade de Mogi Guaçu está localizada no Estado de São Paulo  possui aproximadamente 130.000 habitantes, tendo como principais atividades econômicas a agricultura e a industria.

A Escola Estadual Luiz Martini possui aproximadamente 1.200 alunos, funcionando em três períodos. Os alunos apresentam uma faixa etária que varia dos 12 anos (Ensino Fundamental) até pessoas com uma idade mais avançada devido ao Ensino de Jovens e Adultos, possui também o Ensino Médio Regular.

Visando sensibilizar os estudantes em relação aos problemas ambientais, dando ênfase a questão do desmatamento e a recuperação de áreas degradadas à escola visa produzir mudas de plantas nativas para posteriormente serem utilizadas em áreas de mata ciliar que já sofreram degradação.

Para o desenvolvimento do trabalho as atividades foram desenvolvidas em duas etapas.

ETAPA 1: nesta etapa foram escolhidos 80 alunos de idades e séries variadas de acordo com o interesse dos mesmos, esses alunos participaram de uma palestra sobre o uso racional dos recursos naturais, dando ênfase na utilização da madeira. Em seguida os alunos realizaram atividades lúdicas com o objetivo de sensibilizar sobre a ação do homem em relação ao ambiente, foram elas:

 

QUE ANIMAL SOU EU

Objetivo: conhecer os animais (ecologia, hábitos, aspectos, comportamento), interação social e divertimento.

Material: Figuras de animais e predendor de roupas.

Como Fazer: O jogo deve ser realizado com 3 ou mais participantes com idade mínima de 5 anos. Escolher aleatoriamente uma figura e prenda nas costas de um dos participantes sem que ele a veja. Ele deverá ficar de costas para os demais de forma que todos possam ver em que animal ele se “transformou”. Em seguida ele deve fazer perguntas para descobrir quem é. As outras pessoas só podem responder sim, não e talvez. A brincadeira acaba quando não houver mais interesse.

 

BILBOQUÊ

Objetivo: Desenvolver a percepção em relação ao reaproveitamento de materiais.

Material: Garrafas PET de 2 litros, tesoura, barbante e adesivos para enfeitar.

Como fazer: Confeccionar o brinquedo a partir do recorte ao meio de uma garrafa de refrigerante de 2 litros, sendo aproveitada a metade com o bico e a tampa da garrafa. Após o corte, uma rolha deve ser amarrada na extremidade de um pedaço de aproximadamente 30 cm de linha. A outra extremidade da linha foi colocada sobre a boca da garrafa tendo sua tampa rosqueada sobre a linha que ficou presa sob a tampa. Essa atividade pode ser realizada com crianças a partir dos seis anos.

 

ETAPA 2: Nesta etapa os alunos participaram da produção de Mudas de árvores nativas que serão utilizadas posteriormente na recuperação de áreas degradadas do rio Mogi Guaçu. Esta etapa contou com a participação da Diretoria de Ensino de Mogi Mirim e da CENP ( Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas ) que nos auxiliaram com a liberação de R$ 2.995,00 reais que foram utilizados para compra de sementes, tubetes, substrato e bandejas para a produção das mudas.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O homem busca permanentemente melhores condições de vida, através de novas tecnologias ou do uso dos recursos naturais. Esse desenvolvimento ocasionou uma enorme degradação ambiental, que percebemos através da mídia que diariamente traz noticias em relação a problemas ambientais.

Atualmente o desmatamento principalmente em regiões de mananciais vem ocasionando problemas em relação à manutenção da qualidade da água nos rios, além de interferir na fauna tanto terrestre quanto aquática. Devemos, através de projetos de Educação Ambiental propor atividades que visam sensibilizar a população em relação à conservação das Matas Ciliares fundamentais para a manutenção dos recursos hídricos.

Os trabalhos realizados com crianças e adolescente são fundamentais para a mudança de hábitos e atitudes, pois as mesmas são mais receptivas e absorvem novos conhecimentos com maior facilidade em relação aos adultos.

A Educação Ambiental não pode ficar restrita somente a poucas atividades ou a projetos esporádicos, ela deve ser incorporada na vida escolar do aluno para que ele possa praticar esse conhecimento adquirido em seu cotidiano.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, I.C. DE M.. Outra Ecologia é Possível. In._____. Educação Ambiental: A formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2004.

GUTIÉRREZ, F.; ROJAS, C. P.. Novas Categorias Interpretativas. In:_____. Ecopedagogia e Cidadania Planetária. São Paulo,v.3. Cortez, 1999, p.29 – 36.

MUCCI, J. L. N. . Introdução às Ciências Ambientais. In: PHILIPI Jr. A.; PELICIONE, M. C. F. Educação Ambiental e Sustentabilidade. Barueri: Manole. 2005.

BRASIL. Secretária de Educação Fundamental. Parâmetros Currículares Nacionais: Meio Ambiente Saúde. Brasilia. DF, 1997.

REIGOTA, M. O que é Educação Ambiental. São Paulo: Brasiliense. 2004.

SILVA, V. G. da.. Crimes Ambientais. In:____. Legislação Ambiental Coentada. 2. ed. Belo Horizonte: Forum, 2004, p. 101 – 167.

 

 

Ilustrações: Silvana Santos