DIAGNÓSTICO AMBIENTAL A PARTIR DO USO DE TIC’S EM ESCOLA ESTADUAL DO MUNICÍPIO DE ROSÁRIO DO SUL-RS

 

 

Bruna Bianca Dornelles Izaguirry

Acadêmica do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pampa, Campus São Gabriel-RS (brunaizaguirry@gmail.com)

 

Fernanda Sampaio da Silva Couto

Mestranda, Programa de Pós-graduação em Geografia e Geociências, Centro de Ciências Naturais e Exatas, Universidade Federal de Santa Maria (coutofernanda.rs@gmail.com)

 

Melina Dornelles Severo Rohde

Mestranda, Programa de Pós-graduação em Geografia e Geociências, Centro de Ciências Naturais e Exatas, Universidade Federal de Santa Maria (melinasevero@gmail.com)

 

 Robson Rigão da Silva

Mestrando, Programa de Pós-graduação em Geografia e Geociências, Centro de Ciências Naturais e Exatas, Universidade Federal de Santa Maria (robsongeoufsm@hotmail.com )

 

 

 

Resumo

 

Considerando a educação ambiental um componente fundamental no processo de formação e educação permanente, essa tem o dever de contribuir para o envolvimento ativo do público, tornando o sistema educativo mais relevante mais realista, para que seja possível estabelecer uma interdependência entre estes sistemas e o ambiente natural e social, objetivando o bem estar da sociedade. O presente trabalho de pesquisa foi realizado com alunos da turma 710, da 7ª série da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Padre Ângelo Bartelle, que está localizada na área urbana do Município de Rosário do Sul-RS. Inicialemnte foi feita uma reflexão sobre quais problemas ambientais os alunos observam com mais freqüência no meio urbano e a apresentação de alternativas para melhorar o cenário atual da cidade, no que diz respeito às problemáticas cotidianas. Após, foi realizada uma aula prática com trabalho de campo, onde os alunos puderam utilizar as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC’s), para registrar os principais problemas ambientais que eles visualizavam na cidade. Nessa etapa do trabalho os alunos percorreram pela cidade registrando tudo o que eles achavam que estava irregular ambientalmente, para isso utilizaram máquina fotográfica, aparelhos de celular, e computadores. Posteriormente, houve um debate na sala de aula, onde se discutiu com os alunos sobre o que eles retrataram na saída de campo, onde estes passaram para o computador as fotos e em uma roda de conversa foram analisadas as fotografias. Por fim, os alunos elaboraram uma redação sobre o que eles achavam que deveria melhorar no ambiente urbano a partir das observações realizadas na saída de campo.

 

Introdução

 

A escola é o espaço social e o local onde o aluno dará seqüência ao seu processo de socialização. O que nela se faz, diz e valoriza representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova. Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no cotidiano da vida escolar, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis.

Com os conteúdos ambientais permeando todas as disciplinas do currículo e contextualizados com a realidade da comunidade, a escola ajudará o aluno a perceber a correlação dos fatos e a ter uma visão holística, ou seja, integral do mundo em que vive. Para isso a Educação Ambiental deve ser abordada de forma sistemática e transversal, em todos os níveis de ensino, assegurando a presença da dimensão ambiental de forma interdisciplinar nos currículos das diversas disciplinas e das atividades escolares.

Diante disso, a educação ambiental tem importante função nessa sociedade de novas tecnologias, globalização e consumismo, como um “mecanismo” de conscientização a fim da preservação e da utilização sustentável dos recursos naturais. Nessa perspectiva a educação ambiental aliada a essas novas tecnologias tem um importante papel, uma vez que podem ser mais um instrumento para auxiliar no processo de ensino aprendizagem, contribuindo na formação crítica e cidadã dos educandos.  

A degradação ambiental cada vez torna-se maior nos grandes centros, devido ao problema do lixo, da falta de conscientização da população, da falta de iniciativas de setores públicos e por falta de esclarecimento por parte da comunidade no que envolve as questões ambientais dentro do meio urbano. A Educação Ambiental atualmente vem sendo muito trabalhada em salas de aula, empresas, órgãos públicos e privados, porém muitas vezes baseando-se apenas na simples transmissão de informações sobre ecologia. A Educação Ambiental deve ser um processo que forme os cidadãos para transformar a sua realidade.

Considerando a educação ambiental um componente fundamental no processo de formação e educação permanente, essa tem o dever de contribuir para o envolvimento ativo do público, tornando o sistema educativo mais relevante mais realista, para que seja possível estabelecer uma interdependência entre estes sistemas e o ambiente natural e social, objetivando o bem estar da sociedade.

Hoje em dia com a implantação das novas tecnologias de comunicação e informação (TIC’s) nas escolas, estas são importantes aliadas no processo de ensino-aprendizagem, pois permitem ampliar o conceito da aula na construção de conhecimento, são ferramentas que podem auxiliar o professor a explorar conteúdos de forma mais lúdica e prazerosa para os alunos. “O Educador que adota as novas tecnologias perde o posto de dono do saber, mas ganha um novo e importante posto, o de mediador da aprendizagem.” (MARQUES 2002, p. 138). Porém as novas TIC’s não se apresentam como soluções para os problemas que as escolas enfrentam e nem ocuparão o lugar dos professores como se ouviu falar a um tempo, em que falava-se na possível substituição do profissional da educação pelas novas tecnologias da comunicação e da informação, porém nada conseguirá substituir o espaço do diálogo, do afeto e dos gestos humanos. Para Libâneo (2011)

“Têm sido freqüentes afirmações de que a profissão de professor esta fora de moda, de que ela perdeu seu lugar numa sociedade repleta de meios de comunicação e informação. Estes seriam muito mais eficientes do que outros agentes educativos para garantir o acesso ao conhecimento e a inserção do individuo na sociedade”. (p. 15)

 

Pois segundo Rocha (2009) a tecnologia não é a salvação da educação, mas é um instrumento que pode vir a solucionar problemas nessas áreas. Então, nesse sentido, a escola e os profissionais da educação não serão substituídos, porém, devem mudar, adequando-se às novas necessidades, que conforme Libâneo (2011)

“A escola deve deixar de ser meramente uma agência transmissora de informação e transformar-se num lugar de análises críticas e produção da informação, onde o conhecimento possibilita a atribuição de significado à informação”. (p. 28)

 

Ainda, segundo Libâneo (2011), o professor torna-se indispensável para a criação das condições cognitivas e afetivas que ajudarão o aluno a atribuir significados às mensagens e informações recebidas das mídias, das multimídias, de formas variadas de intervenção educativa. O educador tem como principal missão formar sujeitos capazes de receber uma informação, analisar, compreender, opinar e quem sabe, sujeitos capazes de intervir na sociedade. Segundo Belloni (2005), embora essas técnicas não tenham demonstrado sua eficácia pedagógica, elas estão cada vez mais presentes no cotidiano e fazem parte do universo dos jovens. Nesse sentido, sendo a principal causa de inseri-la no ambiente escolar, visto que fazem parte da vida dos jovens e estes entendem muito bem das tecnologias.  

 

Materiais e métodos

Diante do exposto, as TIC´s, são importantes ferramentas que auxiliam o professor e alunos a compreender o ambiente que os cercam. O trabalho de pesquisa foi realizado com alunos da turma 710, da 7ª série da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Padre Ângelo Bartelle, que está localizada na área urbana do Município de Rosário do Sul-RS.

No primeiro momento do trabalho buscou-se fazer uma reflexão sobre quais problemas ambientais os alunos observam com mais freqüência no meio urbano e a apresentação de alternativas para melhorar o cenário atual da cidade, no que diz respeito às problemáticas cotidianas. O segundo momento do trabalho consistiu em uma aula prática com um trabalho de campo, onde os alunos puderam utilizar as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC’s), para registrar os principais problemas ambientais que eles visualizavam na cidade. Nessa etapa do trabalho os alunos percorreram pela cidade registrando tudo o que eles achavam que estava irregular ambientalmente, para isso utilizaram máquina fotográfica, aparelhos de celular, e computadores. O terceiro momento do trabalho consistiu em uma aula, onde se discutiu com os alunos sobre o que eles retrataram na saída de campo, onde estes passaram para o computador as fotos e em uma roda de conversa foram analisadas as fotografias. Posteriormente, os alunos elaboraram uma redação sobre o que eles achavam que deveria melhorar no ambiente urbano a partir das observações realizadas na saída de campo.

 

Resultados e discussões

Segundo relatos dos alunos, o principal problema ambiental que pode ser observado na cidade, ainda é o problema do lixo urbano, que é extremamente visível nas fotografias tiradas pelos alunos conforme pode ser observado na Figura 1.  

 

Figura 1: Fotografia dos alunos mostrando o lixo no chão.

 

Conforme se pode observar nas imagens acima, o problema do lixo ainda é gritante no município, pois, as lixeiras existentes no centro além de serem mal distribuídas, ainda são viradas por animais e vândalos, fazendo com que o lixo permaneça espalhado pelas ruas. Além disso, a população descarta o lixo doméstico nas ruas, ou seja, fora das lixeiras. O problema se torna ainda mais grave por não existir coleta seletiva e prática de reciclagem. Como pode ser notado no discurso do aluno “A” que fala sobre a má distribuição das lixeiras e do lixo jogado na rua. “Pude observar que tem muito lixo jogado nas ruas, poderia ter mais latas de lixo espalhadas por aqui. Porque tem ruas que tem três latas em uma quadra e tem ruas que não tem nenhuma.” Conforme aluna “B” “O que me chamou atenção foi lixos no chão e muitos papeis de política atirados pelas ruas e quando chove, para onde isso vai? Vai para as correntezas das água e para bueiro e acaba  entupindo tudo”. Conforme pode ser observado na figura 2.

 

Figura 2: Fotografia dos alunos mostrando o lixo na rua e as propagandas políticas.

 

Nas imagens dos alunos e no discurso dos mesmos também aparece muito sobre animais soltos na rua, que são os responsáveis em parte pelas lixeiras viradas. Conforme pode-se analisar no trecho da redação da aluna “C”. “Hoje eu e minha turma saímos para observar o meio ambiente, mas o que me chamou atenção foram os animais passando fome e virando toneis de lixo, isso causa danos ao meio ambiente.” Acredita-se que para o problema dos animais é pela falta um centro de controle de zoonoses ou então um canil municipal para recolher estes animais da rua ou até mesmo uma esterilização em massa dos cães abandonados.  Foi possível perceber um pessimismo em relação às questões ambientais com os alunos deste projeto, o que se pode analisar pelo trecho da redação do aluno “D” “Mas mesmo se todos fizerem sua parte não vai adiantar muita coisa, porque sempre vai ter um pra estragar o trabalho dos outros”.

 

 

Considerações finais

Diante dos resultados obtidos a partir dos relatórios da saída de campo, observa-se que os alunos reconhecem a problemática da limpeza urbana da cidade, bem como da distribuição inadequada das lixeiras nas ruas. Observa-se também a preocupação com os cães soltos nas ruas que além de afetar a limpeza das ruas, pode causar danos a saúde da população, como doenças e perigo em caso de algum animal atacar as pessoas.

Portanto, pretende-se que esse trabalho pode ser levado aos órgãos públicos municipais, para que estes tomem as providências necessárias para que possamos melhorar a saúde pública e conviver em um ambiente saudável.

 

 

Referências bibliográficas

 

BELLONI, M. L. O que é mídia-educação/Maria Luiza Belloni,-2 ed.-  Campinas, SP : Autores Associados , 2005-(Coleção Polemicas do Nosso Tempo,78)

 

MARQUES, A.C.. A Utilização da Informática na Escola. In: Novas tecnologias na educação: reflexão sobre a prática./ Luis Paulo Mercado (Org). Maceió : AL : EDUFAL , 2002

 

ROCHA, C. A. Mediações tecnológicas na educação superior, volume 5/ Carlos Alves Rocha – Curitiba: Ibpex, 2009-(Coleção metodologia do ensino na educação superior)