Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
Início Cadastre-se! Procurar Área de autores Contato Apresentação(4) Normas de Publicação(1) Dicas e Curiosidades(7) Reflexão(3) Para Sensibilizar(1) Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(6) Dúvidas(4) Entrevistas(4) Saber do Fazer(1) Culinária(1) Arte e Ambiente(1) Divulgação de Eventos(4) O que fazer para melhorar o meio ambiente(3) Sugestões bibliográficas(1) Educação(1) Você sabia que...(2) Reportagem(3) Educação e temas emergentes(1) Ações e projetos inspiradores(25) O Eco das Vozes(1) Do Linear ao Complexo(1) A Natureza Inspira(1) Notícias(21)   |  Números  
Dinâmicas e Recursos Pedagógicos
10/09/2018 (Nº 45) ENSINANDO E APRENDENDO A ESCOLHER UM BOM POLÍTICO
Link permanente: http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=1552 
  

Dinâmica- Ensinando e aprendendo a escolher um bom político


Olá leitores amigos!

É sempre bom poder estar aqui com vocês.

Desde o início da Copa das Confederações, em meados de junho deste ano, que o Brasil está em meio a um turbilhão que engloba cidadania, educação, ética, política, corrupção, saúde, entre outras barbaridades que estão acontecendo em nosso país.

 

O povo brasileiro voltou às ruas, depois de anos de letargia. A última mobilização da qual me recordo foi para o “Fora Collor!”.

Esta onda começou com o aumento do preço das passagens dos ônibus urbanos em várias cidades do país, preço de um transporte público de baixa ou péssima qualidade. Esta falta de qualidade está presente, também, na saúde pública, educação, política, em tudo que diz respeito à cidadania.

 

Em contrapartida, ao descaso com os eleitores e contribuintes brasileiros, em quase 100% dos serviços públicos, está a qualidade dos estádios construídos para a copa do mundo, verdadeiros monumentos de primeira categoria, estádios “padrão Fifa”.

No entanto, as melhorias viárias nas cidades, aeroportos e transporte público não foram cumpridas, algumas não serão e outras nem chegaram a sair do papel.

 

Para piorar a situação, a imprensa relatou que parte do dinheiro público destinado à educação e a saúde, foi gasto nos estádios.

O brasileiro surtou, com razão em minha opinião. Os mais afetados foram os políticos. Os políticos brasileiros são corruptos, narcisistas, nepotistas, desnecessário dizer que desconsideram toda e qualquer reinvindicação do eleitor, depois de eleitos. Claro que existem exceções, neste momento lembro-me de um.

E esta onda de manifestações não acabou, apesar das infrutíferas tentativas de nossos chefes de Estado. Esta semana mesmo recebi um convite para participar de uma passeata que deve acontecer por todo o Brasil dia 7 de setembro.

 

Vejam, não sou partidária de ninguém, no entanto acho IMPORTANTÍSSIMO que ajudemos nossos alunos, filhos, pais, vizinhos a pensar, a discernir, a encontrar aquele que será o melhor governante. Para o bem da cidade, do estado, do país.

Não estou aqui dizendo para determinarmos em quem votar, antes pelo contrário. Desejo que através de debates, palestras, simulações, leituras, estimulemos as discussões. A ditadura brasileira durou 20 anos. A primeira vez que votei para presidente foi em 1989, pois a última eleição antes da ditadura foi em 1960. Em 1960 eu não tinha nascido.

 

Nós ainda não sabemos escolher nossos governantes, e enquanto não aprendermos, nada vai melhorar.

Sugestão:

Dividam sua escola em três partes, cada parte um partido diferente.

Peçam que deem sugestões sobre melhorias na escola e como os “partidos” viabilizarão estas mudanças. Marquem as eleições para o fim do semestre, e de tempos em tempos façam debates. Façam "pesquisas” de ibope depois de cada debate, estimulem os candidatos a ouvir os eleitores, estimulem os eleitores a ouvir os candidatos.

Sem brigas e discussões, ensinem seus alunos a ouvir a opinião dos outros e a dizer:

 

 -Você pode estar certo, mas esta não é a minha opinião.

- Aceito sua opinião, apesar de discordar.

- Não faria deste jeito, mas posso te ajudar, se não der certo, vamos tentar do meu jeito.

Sem boicotes, ou maus exemplos, sendo cidadãos.

Vamos trabalhar para ter no futuro pessoas de bom senso, ética e respeito.

 

Pode ser que o grupo que você está trabalhando seja muito tímido e não consiga entrar na discussão, que ninguém se manifeste, que é um comportamento típico de uma sociedade reprimida.

 

A minha sugestão para iniciação de um grupo em temas de discussão, é fazê-los começar a pensar como uma pessoa apta a fazer valer a seus direitos.

Inicie combinando um piquenique com eles, eles ficarão animados, e então diga que todos trarão beterrabas, isso mesmo, beterrabas.

 

E você vai ouvir muitos “eu não gosto de beterrabas”, então separe quem gosta e quem não gosta. Pergunte o que vocês acham que pode ter no nosso piquenique, iniciem a discussão por este assunto tão simples. Não deixe entrar em discussão, cada um pode e deve comer e beber o que gosta, mostre a prática do bom senso, respeito e ética.

Claro, faça o piquenique.

Mostre exemplos de como se comportar em uma fila, no teatro, no cinema, mostre que é primordial respeitar a opinião dos outros!

 

Na semana seguinte, mostre ao grupo que eles exerceram a cidadania com um simples lanche, e vá além, pergunte na sala, quem torce para que time, novamente não deixe que discutam. Agora, faça um jogo futebol, jogos de futebol, podem ocasionar morte! Vamos ensinar cidadania através do esporte.

 

Passe este artigo do Wikipedia http://pt.wikipedia.org/wiki/Hooliganismoe também mostre o filme Billy Elliot.

 

Dividam a turma em dois grupos e cada grupo seja um time e sua torcida, ensine-os que podem torcer e mesmo assim respeitar o adversário e a opinião dos outros, e se perder, não é o fim do mundo.

 

Alías, ensinem a crianças a perder, por favor. É ruim perder, mas o importante é estar lá, participar, incentivar, fazer o que gosta do melhor jeito!

 

Um beijo, Marina

PS: Sandra obrigada!

 

MSc. Marina Strachman - arquiteta e urbanista, mestre em desenvolvimento regional e meio ambiente e especialista em educação ambiental. marina.strachman@gmail.com

 

Ilustrações: Silvana Santos