Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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16/12/2013 (Nº 46) EDUCAÇÃO AMBIENTAL TÉCNICA: CONFECÇÃO DE PORTA LÁPIS A PARTIR DA RECICLAGEM DE GARRAFAS “PET”
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL TÉCNICA: CONFECÇÃO DE PORTA LÁPIS A PARTIR DA RECICLAGEM DE GARRAFAS “PET”

 

Autores:

 

João Luciano de Andrade Melo Júnior

Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Garanhuns (UFRPE/UAG), Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Produção Agrícola pela mesma instituição. E-mail: lucianoandrade.jl@hotmail.com

 

Arthur Prudêncio de Araujo Pereira

Engenheiro Agrônomo (UFRPE/UAG), Mestrando em Solos e Nutrição de Plantas, Bolsista FAPESP, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, SP, Brasil (Avenida Pádua Dias, 11, Piracicaba/SP - CEP: 13418-900) E-mail: arthur.prudencio@usp.br

 

Paulo Roberto Jaques Dill (Professor da disciplina: “Educação Ambiental Técnica”). Engenheiro Florestal, Doutor em Engenharia Agrícola, Professor (UFRPE-UAG) Garanhuns, PE, Brasil.

 

 

           

Resumo da pesquisa:

 

A reciclagem das garrafas PET tem como vantagens principais a redução do volume de lixo nos aterros sanitários e melhoria nos processos de decomposição de matérias orgânicas nos mesmos. O PET acaba por prejudicar a decomposição, pois impermeabiliza certas camadas de lixo, não deixando circularem gases e líquidos. Diante da problemática que os PET’s podem vir a causar no meio ambiente, pensou-se na possibilidade de sensibilizar os alunos da disciplina de Educação Ambiental Técnica da UFRPE/UAG e também do corpo alunado da própria universidade sobre a importância da preservação do meio ambiente através de práticas simples e pouco onerosas. E na disciplina de “Educação Ambiental Técnica”, na Unidade Acadêmica de Garanhuns, ver as possibilidades através da análise bibliográfica da aplicação dessa educação. A Oficina “Confecção de porta lápis a partir da reciclagem de garrafas “PET”” teve a proposta de levar para a realidade dos da Unidade para a observação de fenômenos de poluição e preservação ambiental que ocorrem na natureza, de forma que permitisse que os mesmos se sentissem capacitados a soluciona-los, assim como a formação de capacidade de análise crítica e ação sobre os mesmos. Após o término da palestra foi possível passar para os alunos alguns conhecimentos sobre educação ambiental, reciclagem e outros conceitos fundamentais a preservação do meio ambiente. Além de tais, foram produzidos, a partir de garrafas PET, alguns exemplares de porta lápis que podem ser produzidos com técnicas simples e que podem, em um futuro próximo, ser uma via de solução para a crescente poluição que nos cerca.

Introdução

 

            Devido a sua leveza, facilidade de manuseio, razoável resistência (dentre outras), o plástico conquistou grande espaço no cenário da indústria mundial. Contudo, devido a sua decomposição ser extremamente lenta, ocupa grandes espaços no ambiente, causando poluição e complicando práticas de limpeza (EHRIG, 1992).

            Uma pergunta pode ser feita: é viável reciclar? Se formos analisar alguns aspectos ambientais e o sistema de gerencia dos resíduos sólidos urbanos, veremos que estudos e práticas de reciclagens são cada vez mais necessários e altamente viáveis.

            Nessa ótica, percebe-se, através de estatísticas que um dos plásticos de maior presença nos depósitos de lixo urbano é o poli (tereftalato de etileno - PET) (Mancini, 1996). As garrafas PET - poli (etileno tereftalato) ou poli (tereftalato de etileno) é um tipo de polímero idealizado em 1941 por dois químicos ingleses, Winfield e Dickson (BELLIS, 2005), chegando ao Brasil apenas em 1989.

 

 

 

 

 

           

            Um fato interessante é que o maior problema no sistema de reciclagem de PET é oferta de material, pois apesar de seu continuo crescimento nas últimas décadas, ela ainda é incipiente e não satisfaz as necessidades. Isso pode ser devido à falta de fornecimento de forma constante de matéria-prima, sendo isto um reflexo da inexistência de políticas de coleta de lixo seletiva nos municípios. Porém, esse problema pode ser adicionado a carência de conhecimentos da população em relação a utilização do lixo (BAYER, 2002).

            Para o mesmo autor, são vantagens de se reciclar garrafas PET:

# Redução do volume de lixo coletado, que é removido para aterros sanitários, proporcionando melhorias sensíveis no processo de decomposição da matéria orgânica (o plástico impermeabiliza as camadas em decomposição, prejudicando a circulação de gases e líquidos)”;

“# Economia de energia elétrica e petróleo, pois a maioria dos plásticos é derivada do petróleo, um quilo de plástico equivale a um litro de petróleo em energia”;
“# Geração de empregos (catadores, sucateiros, operários, etc.)”;

“# Menor preço para o consumidor dos artefatos produzidos com plástico reciclado aproximadamente 30% mais baratos do que os mesmos produtos fabricados com matéria-prima virgem”.

 

            Visto as vantagens e problemáticas citadas, entramos com nossos objetivos (gerias e específicos) e justificativas em relação ao estudo e divulgação de conhecimentos referentes à reciclagem e criação de materiais através de garrafas do tipo PET.

Objetivos

 

             

# Desenvolver atividades que mostrem a necessidade da manutenção da vida na terra;

# Integrar os participantes da oficina para a construção do conhecimento;

# Fazer a fundamentação teórica sobre a reciclagem de garrafas PET;

# Reciclar as garrafas PET;

# Através da oficina, confeccionar objetos úteis no dia-a-dia, o que implica dizer que o que antes era lixo, pode ser reaproveitado e passa a ter utilidade e após a realização da oficina Reciclagem de garrafas PET, para a turma optativa da disciplina de Educação Ambiental, na Unidade Acadêmica de Garanhuns, além de levar o conhecimento sobre o Meio Ambiente, a importância de sua preservação e os demais temas envolvidos.

 

Breve justificativa

 

            As oficinas sobre a reciclagem de garrafas PET e confecção de porta lápis têm a função de levar conhecimento para os alunos da UAG-UFRPE sobre Educação Ambiental e as formas de aplicação do conhecimento, dando ênfase sobre o meio ambiente e as relações sociais que as pessoas possuem no dia-a-dia, com base no assunto.

            O objetivo, no primeiro momento, foi trabalhar com os alunos da disciplina de “Educação Ambiental Técnica”, conscientizando-os e fornecendo-lhes a Educação Ambiental, de maneira que esses possam interagir e, começar a disseminar opiniões e ideias sobre a necessidade da preservação dos recursos naturais.

            A oficina Reciclagem de garrafas PET foi essencial, pois buscou-se mostrar que é possível reutilizar materiais que antes não tinham qualquer utilidade. Assim, acredita-se que Viver é Preservar.

 

            Revisão bibliográfica

 

            Quando se observa a História, vê-se que a humanidade, como um todo, não tem cuidado bem do planeta, nem dos seres que nele vivem. De acordo com os estudos feitos por Dias (2000), há uns cinco milhões de anos, os primeiros seres humanos que habitaram o planeta enfrentaram inúmeras dificuldades e desafios, pois "a natureza era mais poderosa que os homens", e os afetava mais do que era afetada por eles.

            O conhecimento ambiental era necessário para a proteção contra ataques da natureza e para o melhor aproveitamento de suas riquezas. Estudos da SABESP (2003) explicam a degradação ambiental, como alterações aos ecossistemas naturais, comprometendo, assim, a qualidade de vida. E Neves (1992), pela perda de suas características positivas e até a sua extinção.

            Chega-se aos dias de hoje com a maioria da população vivendo em centros urbanos. O lixo produzido diariamente é levado da frente das casas sem as pessoas terem a mínima preocupação de saber qual o seu destino, a água limpa sai da torneira e a suja vai embora pelo ralo. Ou seja, a grande maioria da população não consegue perceber a estreita correlação do meio ambiente, com o seu cotidiano (DONELA, 1997).

            Donela (1997) complementa a dificuldade que a espécie humana tem de estabelecer o seu limite de crescimento, assim como para relacionar-se com outras espécies e com o planeta. Essa é a fronteira entre o conhecimento e a ignorância humana sobre sua própria casa, o Planeta Terra.

            Esses setores necessitam de grandes esforços de pesquisa e investimentos para solucionar os desafios postos pelas epidemias e pandemias, pelas poluições e seus efeitos sobre a saúde humana e o meio ambiente, pelo desperdício de energias não-renováveis, pela perda de biodiversidade, pelos endividamentos dos agricultores, pela reciclagem de dejetos e pelo êxodo rural (BOURG, 2000).

            Certamente, o impacto ambiental será um dos aspectos com que a sociedade terá de se defrontar no futuro próximo (JONAS, 1990). A problemática da sustentabilidade assume, neste final de século, um papel central na reflexão em torno das dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se configuram.

            O PET é o melhor e mais resistente plástico para fabricação de garrafas e embalagens para refrigerantes, águas, sucos, óleos comestíveis, medicamentos (HOFFMANN, 1991). As garrafas produzidas com este polímero podem permanecer na natureza por até 800 anos (GASPARIN, 2006).

            A reciclagem das garrafas PET tem como vantagens principais a redução do volume de lixo nos aterros sanitários e melhoria nos processos de decomposição de matérias orgânicas nos mesmos. O PET acaba por prejudicar a decomposição, pois impermeabiliza certas camadas de lixo, não deixando circularem gases e líquidos (EDUCAÇÃO AMBIENTAL MEC, 1998).

            No caso do PET de 2 litros, a relação entre o peso da garrafa (cerca de 54g) e o conteúdo é uma das mais favoráveis entre os descartáveis. Por esse motivo torna-se rentável sua reciclagem. É muito difícil a sua degradação em aterros sanitários (BOFF, 2000).

            Fica evidente a importância de sensibilizar os humanos para que ajam de modo responsável e com consciência, conservando o ambiente saudável no presente e para o futuro; para que saibam exigir e respeitar os direitos próprios e os de toda a comunidade, tanto local como internacional; e se modifiquem tanto interiormente, como pessoas, quanto nas suas relações com o ambiente (CASSINO, 1998).

            Uma educação transformadora envolve não só uma visão ampla de mundo, como também a clareza da finalidade do ato educativo, uma posição política e competência técnica para programar projetos a partir do aporte teórico e formador de profissional competente. (JR PHILIPPI; PELICIONI, 2005).

            A oficina de proposta e realizada junto à turma da disciplina optativa de Educação Ambiental, na Unidade Acadêmica de Garanhuns foi idealizada na perspectiva de que os discentes interagissem com a questão ambiental, propiciando desta forma, a construção de conhecimentos ambientalistas. Existe segundo Carvalho (2001) a preocupação na elaboração da proposta destas oficinas, em desenvolver o trabalho dentro de uma linha pedagógica adequada para efetivar uma educação ambiental popular.

            Os processos educativos abrem horizontes, tornam as pessoas críticas e possibilitam ações para permitir a inclusão social. Fazer com que crianças e adolescentes entendam a importância da sua responsabilidade na manutenção e preservação do meio ambiente é um desafio.

            As estratégias de enfrentamento da problemática ambiental, para surtirem o efeito desejado na construção de sociedades sustentáveis, envolvem uma articulação coordenada entre todos os tipos de intervenção ambiental direta, incluindo nesse contexto as ações em educação ambiental (PRONEA, 2003).

            Deveria ocorrer um desenvolvimento progressivo da preocupação com o meio ambiente, completo e sensível entendimento das relações do homem com o ambiente a sua volta (MELLOWS, 1992). A Educação Ambiental deve propiciar às pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente. Esclarecer valores e desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e participativa dos recursos naturais, para a melhoria da qualidade de vida e a eliminação da pobreza extrema e do consumismo desenfreado (MININI, 2000).

            Dias (2000), acredita que a Educação Ambiental seja um processo onde as pessoas apreendam como funciona o ambiente, como dependemos dele, como o afetamos e como promovemos a sua sustentabilidade.

            Para Vasconcellos (1997), a presença, em todas as práticas educativas, da reflexão sobre as relações dos seres entre si, do ser humano com ele mesmo e do ser humano com seus semelhantes é condição imprescindível para que a Educação Ambiental ocorra.

            Logo, as ações educativas de atividades de proteção, recuperação e melhoria sócio-ambiental, e a importância de potencializar a função da educação para as mudanças culturais e sociais, são abordadas na Educação Ambiental, como forma de planejamento estratégico para o desenvolvimento sustentável.

            Considerando toda essa importância da temática ambiental e a visão integrada do mundo, no tempo e no espaço, sobressaem-se as escolas, como espaços privilegiados na implementação de atividades que propiciem essa reflexão, pois isso necessita de atividades de sala de aula e atividades de campo, com ações orientadas em projetos e em processos de participação que levem à autoconfiança, a atitudes positivas e ao comprometimento pessoal com a proteção ambiental implementados de modo interdisciplinar (DIAS, 2000).

            Entretanto, não raramente a escola atua como mantenedora e reprodutora de uma cultura que é predatória ao ambiente, ou se limita a ser somente uma repassadora de informações. Nesse caso, as reflexões que dão início a implementação da Educação Ambiental devem contemplar aspectos que não apenas possam gerar alternativas para a superação desse quadro, mas que o invertam, de modo a produzir consequências benéficas (ANDRADE, 2000), favorecendo a paulatina compreensão global da fundamental importância de todas as formas de vida coexistentes em nosso planeta, do meio em que estão inseridas, e o desenvolvimento do respeito mútuo entre todos os diferentes membros de nossa espécie (CURRIE, 1998).

            Souza (2000) afirma, inclusive, que o estreitamento das relações intra e extra-escolar é bastante útil na conservação do ambiente, principalmente o ambiente da escolar.  Implementar a Educação Ambiental nas escolas tem se mostrado uma tarefa exaustiva. Existem grandes dificuldades nas atividades de sensibilização e formação, na implantação de atividades e projetos e, principalmente, na manutenção e continuidade dos já existentes.

            Fatores como o tamanho da escola, número de alunos e de professores, predisposição destes professores em passar por um processo de treinamento, vontade da diretoria de realmente programar um projeto ambiental que irá alterar a rotina na escola, além de fatores resultantes da integração dos acima citados e ainda outros, podem servir como obstáculos à implementação da Educação Ambiental (SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, 1997).

            Dado que a Educação Ambiental não se dá por atividades pontuais, mas por toda uma mudança de paradigmas que exige uma contínua reflexão e apropriação dos valores que remetem a ela, as dificuldades enfrentadas assumem características ainda mais contundentes (ANDRADE, 2000).

            Ao dá-se início a qualquer que seja o projeto de educação para o ambiente, facilita-se aos alunos recebedores das oficinas e à população uma compreensão fundamental dos problemas existentes, da presença humana no ambiente, da sua responsabilidade e do seu papel crítico como cidadãos de um país e de um planeta.

            A opção dessa oficina foi a de trabalhar com a reutilização de garrafas PET na ótica da Educação Ambiental e observar as relações das pessoas com o Meio Ambiente, da maneira como os alunos pensam e constroem o seu desenvolvimento.

Metodologia

 

A apresentação do tema aos alunos da disciplina de “Educação Ambiental Técnica”, na Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Garanhuns (UFRPE/UAG).

 

Material

 

Cinco garrafas PET (com volume de dois litros); pincel atômico azul; tesoura de ponta fina; em ocasiões especiais (barra redonda para perfuração com 2,5 cm de diâmetro e chapa de metal com espessura de 1 cm, de 17 x 17 cm)

            Métodos

 

# Passo 1: Foi retirado os rótulos de todas as garrafas. Em uma das garrafas, marcado com uma régua 10 cm de comprimento a partir do gargalo. O fundo também foi marcado, acima da marca da parte inferior, sendo recortados.

 

# Passo 2: No fundo recortado da garrafa, foi ser utilizado à técnica One Deck para fazer o acabamento parcial.

Sobre a técnica: “Antes de iniciar o acabamento, cada peça foi enxugada. Quando molhada, a peça poderá ficar deformada. Após o aquecimento da chapa, a peça foi pressionada contra a chapa, sendo girada constantemente, aos poucos, até atingir o acabamento desejado, como na figura 1”

 

 

C

 

B

 

A

 
       

 

 

Figura 1: Aplicando a Técnica One Deck. Em A, material que será usado para unir as duas partes do PET; B: Modelo de uma garrafa deformada com o mau uso da técnica; C: nivelamento da superfície. Obs: Imagens meramente ilustrativas

 

O acabamento foi realizado, deixando a borda da garrafa voltar-se para dentro em cerca de 0,5 cm, com na figura 2.

A

 

B

 

 

 

 

 

 


Figura 2: Técnica One Deck em estádios finais.Em A: garrafa pronta e B: esquema da aplicação da garrafa na chapa. Obs: Imagens meramente ilustrativas

 

# Passo 3: Foi feito o acabamento total do bico, sendo o mesmo marcado com o pincel atômico, dividindo-o em quatro partes, realizando um furo no centro de cada linha marcada, figura 3.

           

 

B

 

A

 

C

 
 

 

 


Figura 3: A: Funil e fundo da garrafa cortados; B: fundo da garrafa apto ao trabalho e C: modo como o funil é furado com uma barra. Obs: Imagens meramente ilustrativas

 

# Passo 4: Foram recortados os gargalos das garrafas.

 # Passo 5: Para montar o porta-lápis, primeiro foi inserido os gargalos no bico pela parte de baixo e os lacres pela parte de cima;

# Passo 6: O bico foi encaixado no fundo para compor a peça, figura 4.

A

 

B

 

C

 

 

 

 

 


Figura 4: A: Ajuste do bico que irá ser encaixado no funil; B: Sobrepondo as duas partes e C: Estrutura de um porta-lápis montada. Obs: Imagens meramente ilustrativas

Resultados alcançados

 

            Como a ideia inicial para o desenvolvimento das atividades, é a de se trabalhar com diferentes níveis de alunos, foi escolhido o tema “Viver é Preservar” (cuja apresentação segue como anexo). A discussão foi ministrada em sala por alunos das agrárias (Figura 1).

 



Figura 5. Apresentação sobre a importância da Educação Ambiental Técnica, e a escolha de se falar sobre a Reciclagem (UFRPE/UAG)

 

            Como resultados tivemos a conscientização dos alunos da UFRPE/UAG sobre o lixo de garrafas PET, além de inserir na mente de cada um que é possível mudar o mundo com atitudes consideradas simples, preservando o meio ambiente e buscando uma vida mais sustentável.

            Durante e após a realização das palestras, percebeu-se o alcance dos objetivos propostos, pois os momentos propiciados aos alunos configuram-se claramente em uma contextualização das questões ambientais, houve construção de conhecimentos e ideias, e não questões fragmentadas, isoladas ou meramente no campo psicológico comportamental.

            Os maiores problemas levantados pelos estudantes foram: violência, drogas, lixo na rua, esgoto a céu aberto e moradias. E com a experiência que como discentes do curso de Agronomia, já em fase final de formação, detínhamos, o bate-papo foi interativo, dinâmico e proveitoso.

            Com isso a oficina de Reciclagem do Lixo, é importantíssima para que alguns problemas comecem a ser repensados. Confeccionaram-se porta-lápis com garrafas PET, cujo passo a passo, foi seguido de acordo com a metodologia citada acima (Figura 6).

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 6. Explicação da metodologia e montagem dos porta-lápis, promovendo a reutilização das garrafas PET (UFRPE/UAG).

 

            Quando ocorreu a formulação da proposta da oficina em Educação Ambiental Técnica, optou-se pelo desenvolvimento do trabalho na ótica da educação ambiental popular e não no campo da educação ambiental comportamental que pode ser entendida, segundo Andrade (2000) como meta principal, o desafio das mudanças de comportamento em relação ao meio ambiente.

            Confirma-se a percepção anterior, pois alguns grupos retrataram a questão do lixo, mas o lixo retratado era das grandes cidades, dos grandes rios. Somente quando se lança alguns questionamentos é que os alunos começam a inserir as suas comunidades, a sua prefeitura, as escolas e eles próprios na problemática do lixo.

 

            O objetivo da oficina foi alcançado, conseguiu-se mostrar a importância da reutilização do lixo, e o produto final foi confeccionado (Figura 7).

 

           

 

           

 

 

 

 

Figura 7. Porta-lápis confeccionados com garrafas PET (UFRPE/UAG).

 

            Por fim, entende-se que a Educação Ambiental deve estar presente no cotidiano das pessoas, seja no âmbito escolar, de forma transversal nas diversas disciplinas, seja nas ações das organizações e entidades, desenvolvidas junto as comunidades.

            Além disso, conclui-se que é através de pequenas ações e com a participação de todos que poderemos ter um mundo melhor, principalmente se começarmos a cuidar bem do que é essencial à vida: o Meio Ambiente.

Referências bibliográficas

 

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Ilustrações: Silvana Santos