Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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04/09/2014 (Nº 49) ABORDAGEM AMBIENTAL DA BACTERIOLOGIA EM LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
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ABORDAGEM AMBIENTAL DA BACTERIOLOGIA EM LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA

Thamara de Medeiros Azevedo1

Luiz Sodré Neto2

1 Licenciada em Ciências Biológicas. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais e Biotecnologia. Endereço para correspondência: Centro de Educação e Saúde. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG – Cuité, 58175-000, PB, Brasil.

 

2 Doutor em Ciências na área de Ecologia e Recursos Naturais – UFSCar – SP. Professor Adjunto da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Endereço para correspondência: Centro de Educação e Saúde, Olho D’água da Bica S/N – CEP 58175-000, Cuité, PB, Brasil. E-mail: luizsodre@ufcg.edu.br

 

RESUMO

A Educação Ambiental consiste em um componente indispensável no ensino escolar, devendo contribuir para a formação de cidadãos conscientes de sua influência no ambiente. Contudo, o enfoque ambiental costuma ser estringido apenas ao tema de ecologia em livros didáticos, deixando de ser enfatizado em outros conteúdos das Ciências Biológicas que possibilitam sua imersão. Apesar de haver uma tendência em se enfatizar a patogenicidade das bactérias, muitos desses microrganismos desempenham funções ecológicas de suma importância para a manutenção da vida na Terra. Nesse sentido, o presente trabalho analisou onze livros didáticos entre as disciplinas de Ciências e Biologia, utilizados escolas públicas e privadas quanto ao enfoque ambiental da bacteriologia. Diante dos resultados obtidos, verificou-se que a abordagem ambiental, de maneira geral, foi feita de maneira insuficiente em detrimento das importâncias desempenhadas pelas bactérias quanto a diversos processos ambientais. Nesse contexto, sugere-se que haja uma reformulação dos livros no que se refere ao enfoque ambiental da bacteriologia, para que essa abordagem ganhe maior destaque e contribua para a formação de alunos cientes das influências positivas que a maioria desses microrganismos exerce nos ecossistemas.

Palavras-chave: Material Didático. Enfoque Ambiental. Funções ecológicas das bactérias.

 

 

INTRODUÇÃO

A ação antrópica exercida pelo homem na natureza vem sendo intensificada ao longo dos anos trazendo consequências negativas, ou ainda irreversíveis para a Terra. Contudo, apesar de sua importância como forma de conscientização da população, a educação ambiental tem assumido um lugar destaque apenas nas últimas décadas, contando com discussões nos mais variados meios de comunicação e especialmente conquistando espaço na educação brasileira em todos os níveis de ensino.

Em contradição a relevância do enfoque ambiental para a Educação Básica, sua abordagem costuma ser limitada ao ensino tradicional, caracterizado por atribuir ao professor a função de apresentação do acervo conceitual aos alunos, enquanto que para estes cabe a assimilação dos conteúdos (SAVIANI, 2003). A falta de capacitação o profissional docente para uma abordagem melhor contextualizada consiste em uma das principais dificuldades para uma educação ambiental adequada (ZAKRZEVSKI, 2003). Nesse contexto, apesar dos debates ambientas estarem imergidos no cotidiano do estudante, e portanto, contribuírem para o desenvolvimento de formas alternativas de ensino, seu enfoque continua sendo efetuado apenas por meio de aulas convencionais, contando na maioria das vezes com o livro didático como recurso de ensino.

A educação ambiental consiste em uma das temáticas que deve ser tratada de forma transversal, perpassando pelas mais variadas áreas do conhecimento, buscando proporcionar sua integração e continuidade, ao invés de compartimentá-lo em uma disciplina específica (BRASIL, 1998). A transversalidade não implica em alterar completamente o currículo, mas sim buscar torna-lo mais flexível quanto à abordagem de temas relevantes para um determinado contexto histórico-social (GALLO, 2001). A educação ambiental consiste em um tema comumente recentemente incluído em livros didáticos do Ensino Básico, contando com maior destaque naqueles destinados as disciplinas de Ciências e Biologia. Embora a abordagem ambiental deva ser tratada como um tema transversal, sua ênfase costuma ser restringida a ecologia, deixando frequentemente lacunas em outras áreas do conhecimento das Ciências Biológicas que possibilitam sua imersão (MARPICA, 2011). Em outros casos, o enfoque ambiental é individualizado em um capítulo específico, contribuindo ainda mais para a sua desconexão.

Entre os ramos do conhecimento contemplados pelas Ciências Biológicas e que proporciona a inclusão do enfoque ambiental pode-se destacar a Microbiologia, área destinada ao estudo de seres microscópicos tradicionalmente conhecidos como bactérias, vírus, protozoários, fungos e algas unicelulares (NOGUEIRA; MIGUEL, 2009). A maioria dos microrganismos desempenha um papel fundamental para a manutenção do equilíbrio biológico entre os seres vivos e os elementos químicos do ambiente, além de possuírem aplicações comerciais na produção de fármacos e alimentos (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012).

As bactérias estão entre os microrganismos mais abundantes e são consideradas como os seres mais antigos a habitarem a Terra. Além disso, a grande maioria delas desempenha funções fundamentais para a manutenção do funcionamento dos ecossistemas do nosso planeta, entre as quais se destacam: produção primária, participação no ciclo biogeoquímico através da fixação de nitrogênio atmosférico, decomposição da matéria orgânica morta e atuação na digestão de alimentos em associação com determinadas espécies animais (BRANDÃO, 2011), além da produção secundária em ambientes aquáticos. Contudo, apesar dos benefícios proporcionados pela maioria desses microrganismos, há uma tendência dos livros didáticos de Ciências e Biologia em destinar uma maior ênfase as doenças causadas por bactérias (VILAS BOAS, 2008). Aliado a esse fato, as experiências cotidianas dos alunos, bem como a mídia, exercem influência significativa na construção da concepção alternativa de que bactérias são agentes essencialmente patogênicos (SILVEIRA; OLIVEROS; ARAÚJO, 2011).

Partindo do pressuposto de que o tema ambiental deve ser contemplado de maneira transversal no Ensino Básico, e diante das importantes funções ecológicas desempenhadas pelas bactérias, o seu enfoque ambiental deveria ser mais amplamente explorado em livros didáticos, possibilitando uma melhor integração entre os dois aspectos e contribuindo para a desconstrução da concepção equivocada de que as bactérias são responsáveis por mais danos do que benefícios. A partir dessa perspectiva, o presente estudo objetivou analisar livros didáticos de Ciências e Biologia, utilizados no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, respectivamente, quanto à abordagem ambiental da bacteriologia.

 

 

METODOLOGIA PARA ANÁLISE

Diante da quantidade e variedade de livros didáticos empregados na Educação Básica brasileira, foram selecionadas para análise obras didáticas usadas no Ensino de Ciências e Biologia de escolas públicas e privadas.

A seleção dos livros didáticos teve como premissa fundamental as séries da Educação Básica em que a bacteriologia é tradicionalmente trabalhada, correspondendo ao 7º Ano do Ensino Fundamental e ao 2º Ano do Ensino Médio. Optou-se ainda em analisar as obras que foram utilizadas pelas escolas no ano letivo de 2013, bem como as edições anteriores que eventualmente se encontraram disponíveis para pesquisa nas bibliotecas das instituições de ensino selecionadas para o estudo. Com base nos critérios acima estabelecidos, foi escolhido para a análise um total de três livros de Ciências (Quadro 01) e oito de Biologia (Quadro 02). Cada uma das obras está referida ao longo trabalho por meio dos códigos estabelecidos de acordo com os quadros 01 e 02.

Quadro 01 ─ Lista de livros de Ciências selecionados (C= livro de Ciências).

Código

Obra

Autor

Editora

Ano de edição

C1

Ciências Naturais ─ Aprendendo com o Cotidiano

CANTO, E.

Moderna

2009

C2

Objetivo Júnior ─ Ciências

COSTA, L.

SOL Soft’s

2013

C3

Ciências

GEWANDSZNAJDER, F

Abril

2012

Fonte: dados da pesquisa

 

Quadro 02 ─ Lista de livros de Biologia selecionados (B= livro de Biologia).

Código

Obra

Autor

Editora

Ano de edição

B1

Biologia vol. único

MARCOS, A. A.; CROZETTA, S. L.

IBEP

2005

B2

Biologia vol. único

LINHARES, S.; GEWANDSZNAJDER, F.

Ática

2005

B3

Biologia vol. único

LAURENCE, J.

Nova Geração

2005

B4

Biologia vol. 2

SILVA, C. J.; SASSON, N.; JÚNIOR, C.

Saraiva

2010

B5

Biologia vol. 2

AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R.

Moderna

2004

B6

Biologia Hoje vol. 2

LINHARES, S. GEWANDSZNAJDER, F.

Ática

2010

B7

Objetivo ─ Biologia

MORANDINI, C.; BELLINELLO, L. C.

SOL Soft’s

2013

B8

Biologia

PAULINO, W. R.

Abril

2013

Fonte: dados da pesquisa

No LabEnMicro (Laboratório de Ensino de Microbiologia) do Centro de Educação e Saúde da Universidade Federal de Campina Grande, os livros selecionados foram analisados individualmente com base em critérios fundamentados no enfoque ambiental do tema “bacteriologia” (Quadro 03).

Quadro 03 ─ Ficha de avaliação para análise dos livros didáticos

Tema de análise

 

Critérios

 

Produção primária

 

Decomposição

Enfoque ambiental

Fixação de nitrogênio

da bacteriologia

Bioindicadores

 

Biorremediação

 

Associações simbióticas

 

Parasitismo

Para a análise qualitativa de cada critério indicado no quadro 03 foram aplicados os conceitos de avaliação propostos por Bandeira, Stange e Santos (2012) (Quadro 04).

Quadro 04 ─ Conceitos de avaliação para a análise dos livros didáticos.

Conceitos

Ponderações em cada conceito

Totalmente Satisfatório

Quando o livro didático apresenta o critério a contento, sem ressalvas.

Satisfatório

Quando o critério é abordado de maneira coerente, mas com pequenas ressalvas.

Insatisfatório

Quando o critério em questão não se apresenta de forma adequada, porém com ressalvas, é praticável.

Totalmente Insatisfatório

Quando o critério abordado não está presente

Fonte: BANDEIRA; STANGE; SANTOS (2012)

 

 

ABORDAGEM AMBIENTAL DA BACTERIOLOGIA: O QUE TRAZEM OS LIVROS?

Quanto à Produção Primária

Algumas espécies de bactérias realizam fotossíntese usando a energia fornecida pela luz para transformar CO2 em alimento, liberando O2 como produto dessa reação (NÓBREGA; BOSSOLAN, 2010). Entre os três livros de ciências analisados apenas a obra C1 não mencionou a atuação de bactérias na produção primária, sendo por esse motivo classificada como totalmente insatisfatória. Os outros dois livros ─ C2 e C3 ─ relataram o tema durante a explicação da nutrição bacteriana especificando que algumas bactérias podem realizar fotossíntese, destacando as cianobactérias como exemplo. Contudo, a explicação contida em ambas as obras limitou-se à menção do que são bactérias autotróficas, sem enfatizar a importância desempenhada por elas. Do mesmo modo, a dimensão da importância das cianobactérias para a reposição de oxigênio do ar e nos ambientes aquáticos ficou suprimida.

            Entre os livros de Biologia, apenas um deles (B2) não mencionou a existência de bactérias fotossintetizantes. Os demais livros apresentaram o tema no tópico referente à nutrição bacteriana. Embora algumas obras de Biologia tenham destinado uma descrição mais detalhada quanto à participação de bactérias na produção primária, os autores não se dedicaram em esclarecer especificamente a relevância desse processo. O seguinte trecho exemplifica a simplificação com que a maioria dos livros apresentou o conteúdo: "[...] existem algumas bactérias autotróficas (do grego autos, próprio; trophé, alimento) que produzem glicose por meio da quimiossíntese ou da fotossíntese. As fotossintetizantes usam a energia solar para a produção do alimento." (B1, p.14).

Contudo, apesar da relativa não menção a importância das bactérias, os livros B5 e B6 se destacaram devido terem apresentado uma melhor abordagem acerca de como decorre o processo de fotossíntese realizado por bactérias autotróficas, sendo classificados por esse motivo como totalmente satisfatórios.

            Pechliye, Bandeira e Jordão (2013) durante sua pesquisa sobre o motivo pelo qual as bactérias não são amplamente reconhecidas como seres fotossintetizantes explicam que, a superficialidade com que o conteúdo é abordado pode comprometer a compreensão do estudante acerca da importância desempenhada por esses microrganismos.

            As bactérias autotróficas podem ainda realizar quimiossíntese, processo pelo qual esses microrganismos sintetizam seu próprio a partir de moléculas inorgânicas do ambiente. Contudo a abordagem da quimiossíntese foi ainda mais incipiente entre as obras analisadas. Os livros C1, C3, B2 e B7 foram classificados como totalmente insatisfatórios, haja vista que não mencionaram a quimiossíntese durante o capítulo dedicado a bacteriologia. Por outro lado, os livros C2, B1, B3, B4 e B8 dedicaram uma explicação satisfatória desse processo, considerando que todos eles apenas relataram, ainda que resumidamente, a existência de bactérias quimiossintetizantes. Nesse aspecto, assim como o anterior, apenas os livros B5 e B6 foram classificados como totalmente satisfatórios, levando-se em consideração que ambos explicaram de maneira mais adequada o processo de quimiossíntese realizado por bactérias.

 

 

Quanto ao Processo de Decomposição

Os impactos ambientais provocados pela ação antrópica, em especial quanto à poluição gerada pelo lixo, vem sendo intensificados desde o início da revolução industrial ganhando dimensões ainda mais consideráveis nas últimas décadas (SOUZA et al., 2013). Nessa perspectiva, a reciclagem do lixo passou a ser um dos temas frequentemente discutidos em sala de aula. Contudo, a decomposição do lixo costuma ser trabalhada como um processo resultante da influência de fatores ambientais a longo prazo, negligenciando por vezes, a importância que os microrganismos, principalmente fungos e bactérias, assumem durante a decomposição da matéria orgânica em todos os ecossistemas.

Os livros didáticos de Ciências abordaram esse critério de maneira satisfatória, considerando que todos eles relataram, ainda que de maneira simplificada, a importância da decomposição realizada pelas bactérias para a reciclagem da matéria. O livro C3 se destacou em função de ter dedicado uma abordagem mais ampla e adequada para a temática, enfatizando a necessidade da decomposição para o equilíbrio em todos os ecossistemas da natura. Contudo, entre as obras de Biologia analisadas houve uma maior variação quanto à apresentação do tema. Os livros B2, B4, e B7 foram classificados como insatisfatórios considerando que todos eles apenas citaram que as bactérias podem atuar na decomposição da matéria orgânica, sem, contudo, descrever a real importância dessa função, como foi observado no trecho retirado de B4: "[...] Devemos ter em mente, no entanto, que apenas uma fração muito pequena das bactérias é capaz de nos causar algum mal e que muitas delas são indispensáveis aos ciclos naturais, como as bactérias da decomposição e as da fixação do nitrogênio." (B4, p. 31).

Os demais livros de Biologia foram classificados como satisfatórios quanto à abordagem do critério, contudo a obra B8 se destacou por desenvolver a decomposição em um tópico exclusivo dentro das importâncias das bactérias, enfatizando primordialmente a importância que esse processo assume para a vida na Terra, sendo classificado por esse motivo como totalmente satisfatório.

            Nessa perspectiva, Zômpero e Laburú (2010) enfatizam que os estudantes compreendem facilmente o conceito de reciclagem do lixo, mas alguns não possuem a mesma facilidade quando se trata da reciclagem da matéria efetuada pelos microrganismos na natureza. Com base nisso, a mera citação em livros didáticos de que as bactérias podem realizar decomposição não proporciona que os estudantes percebam o quão indispensável esse processo é para a manutenção da vida na Terra.

 

 

Quanto à Fixação de nitrogênio

A fixação do nitrogênio atmosférico realizada por algumas bactérias não foi mencionada no livro C3 entre as obras de Ciências, sendo classificado por esse motivo como totalmente insatisfatório. Os outros dois livros de Ciências analisados ─ C1 e C2 ─ abordaram o tema durante a explicação das relações simbióticas estabelecidas entre bactérias e outros seres vivos. Essas duas obras enfatizaram a importância desse processo para o fornecimento de nitrogênio para as plantas.

A abordagem da fixação do nitrogênio em livros didáticos de Biologia foi totalmente insatisfatória na maioria das obras analisadas ─ B1, B2, B3, B4, B7 ─ considerando que elas não mencionaram qualquer aspecto acerca do tema. Esse foi um resultado grave observado, pois a fixação de nitrogênio realizada por bactérias consiste em um dos principais e mais importantes processos biológicos por elas realizados. Esse é um processo de suma importância, pois é por meio dele que algumas bactérias captam o nitrogênio do ar tornando-o assimilável para as plantas. Além disso, nenhum outro ser é capaz de fixar nitrogênio do ar, mas todos os seres vivos têm compostos nitrogenados tais como as bases nitrogenadas presentes nos ácidos nucleicos e os aminoácidos, que formam as proteínas (HUNGRIA; CAMPO; MENDES, 2007). Apenas os livros B5, B6 e B8 apresentaram esse aspecto de maneira totalmente satisfatória.

 

 

Quanto à Utilização como Bioindicadores

            Alguns microrganismos são usados para a aferição da qualidade de águas recreativas ou potáveis, consistindo principalmente em bactérias encontradas no trato gastrointestinal de certos seres vivos. A sua utilização como bioindicadores é extremamente útil pelo fato de contribuir para avaliação de impactos ambientais em corpos d’água (DUARTE, 2011). Apesar da importância da utilização de bactérias como bioindicadores e dos diversos trabalhos desenvolvidos utilizando-as para quantificar a qualidade de ambientes aquáticos, os três livros de Ciências ─ C1, C2 e C3 ─ não mencionaram esse aspecto durante a abordagem da bacteriologia, sendo considerados totalmente insatisfatórios. Essa ausência consistiu em uma deficiência grave entre as obras de Ciências, haja vista que, não favorece para a formação de estudantes conscientes quanto às questões relacionadas às bactérias e ao meio ambiente. 

            Entre os livros didáticos de Biologia apenas três deles ─ B4, B6 e B8 ─ enfatizaram entre as importâncias das bactérias, o seu uso como indicadores de poluição ambiental, especialmente em ecossistemas aquáticos. Contudo, houve uma variação quanto à importância destinada ao tema entre os autores, o livro B6 apenas mencionou essa aplicação em das bactérias em um único parágrafo, enquanto que os outros dois dedicaram um tópico exclusivo para a sua abordagem específica. Cabe ressaltar ainda que o livro B4 fez uma melhor contextualização do tema, ao ilustrá-lo como uma imagem de uma praia com a placa “água imprópria para banho” devido à presença de coliformes fecais. Essa forma de contextualização pode ser facilmente reconhecida pelos estudantes em seu cotidiano, contribuindo assim para uma melhor compreensão acerca da contribuição das bactérias para indicar níveis de poluição ambiental. Além disso, a balneabilidade e a potabilidade das águas são condicionadas, com base na Portaria 518 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004) e na resolução CONAMA 357 (BRASIL, 2005), pela ausência de microrganismos indicadores de contaminação. Os demais livros de Biologia foram classificados como totalmente insatisfatórios quanto a esse critério.

 

 

Quanto à Utilização para Biorremediação

            A biorremediação é uma alternativa ecologicamente adequada e eficiente para o tratamento de ambientes contaminados, pelo fato de corresponder a um processo viável e eficaz no qual geralmente microrganismos ou plantas são utilizados para reduzir ou remover poluentes de difícil degradação no ambiente (GAYLARDE; BELLINASO; MANFIO, 2005). Entretanto, apesar de sua relevância atual para o tratamento de ambientes contaminados, a biorremediação não foi citada em nenhum dos livros de Ciências. Essa ausência é considerada uma deficiência quanto à contextualização da bacteriologia em aspectos ambientais no contexto atual, dificultando que o aluno consiga compreender a influência exercida pelas bactérias no que diz respeito ao tratamento de poluentes em diversos ecossistemas. Nessa perspectiva, todas as obras de Ciências foram classificadas como totalmente insatisfatórias.

            Os livros B1, B2, B7 e B8, assim como as obras acima citadas, foram classificados como totalmente insatisfatórios, haja vista que, não citaram qualquer aspecto acerca da biorremediação realizada por bactérias. Por outro lado, as obras B3, B4, B5 e B6 relataram essa aplicação ambiental das bactérias. Contudo, os livros B4 e B6 apenas relataram superficialmente sua aplicabilidade, enquanto que as obras B3 e B5 dedicaram um tópico exclusivo para o tema em questão, enfatizando na importância atual que esse processo vem assumindo no processo de aceleração na limpeza de ambientes contaminados por poluentes. Portanto, os dois últimos livros citados destinaram uma abordagem mais adequada acerca da biorremediação, pois segundo Gaylarde, Bellinaso e Manfio (2005), a biorremediação tem sido intensificada atualmente especialmente pelo fato de ser um tratamento mais ecológico para o tratamento de ambientes contaminados do que através do uso de produtos químicos.

            Embora metade das obras de Biologia tenham destacado a biorremediação, a contextualização desse tema não foi adequadamente contemplada, levando-se em consideração que segundo Melo, Coriolano e Araújo (2013), esse processo tem sido uma das alternativas mais viáveis para o tratamento dos resíduos gerados pela indústria petrolífera, os quais são caracterizados por promover graves impactos ambientais. Visto que a maior parte das reservas de petróleo, bem como os processos de transporte e refinamento ocorrem no mar, quantidades consideráveis dessa substância comumente são introduzidas acidentalmente nesse ambiente, necessitando de alternativas rápidas de remoção (MORAIS; ABUD, 2012).

            Os veículos de informação como os telejornais, frequentemente anunciam derramamentos acidentais de petróleo no mar e os impactos decorrentes dessa forma de poluição para a fauna nos ecossistemas aquáticos, informando ainda a aplicação da técnica de biorremediação para a conversão desse poluente em uma substância menos prejudicial ao meio ambiente. Nessa perspectiva, os livros didáticos deveriam fazer um melhor uso dessas informações divulgadas na mídia, podendo contribuir assim para a compreensão dos alunos acerca da dimensão que o processo de biorremediação por microrganismos tem assumido no contexto atual.

 

 

Quanto às Associações Simbióticas

            As bacteriorrizas, responsáveis por parte da fixação de nitrogênio supracitada, compõem associações determinantes para o desenvolvimento dos vegetais e consequentemente para os demais níveis tróficos das teias alimentares subsequentes. Além disso, os microrganismos ao longo de sua evolução foram estabelecendo relações harmônicas com outros seres multicelulares (CONTI; GUIMARÃES; PUPO, 2012). Associações simbióticas existentes entre bactérias e outros seres vivos foram relatadas nos livros C2 e C3 em um tópico específico. Cabe ressaltar ainda que ambos exemplificaram essa forma de relação por meio da flora intestinal dos vertebrados, o qual consistiu em um termo mais facilmente compreensível pelos estudantes, considerando que o mesmo é comumente observado em comerciais de iogurtes. Apenas o livro C1, entre as obras de Ciências, não mencionou qualquer aspecto sobre associações entre bactérias e outros organismos, sendo classificada como totalmente insatisfatória.

            Assim como observado entre os livros de Ciências, as obras de Biologia que mencionaram o referido tema ─ B2, B3, B6 e B8 ─ exemplificaram as relações harmônicas entre bactérias e outros seres por meio das espécies que compõe a flora microbiana intestinal. Contudo, a obra B8 ganhou destaque na abordagem desse aspecto ao mencionar além dessa forma de associação, a existência de algumas espécies de bactérias que auxiliam na digestão de celulose em ruminantes.  É importante ressaltar que a participação das bactérias no processo de digestão não se restringe aos vertebrados, sendo encontrados também em alguns invertebrados, como por exemplo, em diversas espécies de insetos como cupins, percevejos, homópteros, entre outros (BEGON; TOWNSEND; HARPER, 2007). Os demais livros de Biologia foram classificados como totalmente insatisfatórios.

            Considerando as cianobactérias, também pertencentes ao Domínio Bacteria, estas podem fazer associações importantes com algumas espécies de fungos formando os líquenes, na qual o fungo se beneficia ao receber o fornecimento de compostos de carbono ou ainda nitrogênio pelas cianobactérias (BEGON; TOWNSEND; HARPER, 2007). Esse tipo de relação favorece o restabelecimento de sucessões ecológicas em ambientes degradados e onde houve queimada.

 

 

Quanto ao Parasitismo

            O parasitismo consiste em uma relação desarmônica na qual o organismo parasita se beneficia da relação enquanto que o hospedeiro sofre danos. Os microrganismos parasitas, denominados de microparasitos, se estabelecem sobre o corpo ou em cavidades do hospedeiro (BEGON; TOWNSEND; HARPER, 2007). O livro C1 foi classificado como insatisfatório pelo fato de ter apresentado apenas algumas doenças decorrentes da ação parasita desses microrganismos em seres humanos. Os livros C2 e C3, por outro lado, mencionaram o parasitismo durante a abordagem sobre associações de bactérias com outros organismos. Essas obras foram classificadas como satisfatórias, haja vista que definiram o critério de maneira adequada. Contudo, ambas não usaram exemplificações que contribuíssem para um melhor esclarecimento do conceito apresentado.

            Apenas os livros B3 e B6, entre as obras de Biologia, dedicaram uma abordagem satisfatória quanto ao parasitismo por bactérias. Os demais livros foram classificados como insatisfatórios devido à estrita limitação feita as doenças bacterianas em humanos como consequência da ação de bactérias parasitas. Vale ressaltar que a obra B6 mencionou um exemplo de parasitismo empregado em favor da natureza, no qual foram apresentadas as bioinseticidas, espécies de bactérias usadas especialmente na agricultura para o controle de pragas que atacam plantações.

            Embora bactérias parasitas sejam responsáveis por trazer infecções e prejuízos ao hospedeiro, algumas formas de parasitismo contribuem para o controle de populações potencialmente prejudiciais em um determinado ecossistema, como enfatizado pelo livro B6. Nessa perspectiva, essa forma de ação bacteriana pode ser considerada, em casos especiais, como um aspecto positivo para a manutenção de condições favoráveis no meio ambiente, e, portanto, deve ganhar um maior destaque durante a discussão desse tema em livros didáticos.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

            A partir de uma análise comparativa entre livros didáticos de Ciências e Biologia utilizados na Educação Básica brasileira, verificou-se que apesar de o conteúdo “bacteriologia” possibilitar a imersão de temas ambientais, esse enfoque continua sendo suprimido ou ainda superficialmente abordado em boa parte das obras didáticas.

              Procurou-se analisar aspectos negativos e positivos quanto o enfoque ambiental da bacteriologia entre os livros selecionados. Diante dos resultados encontrados, alguns temas ambientais foram contemplados transversalmente ao estudo de bactérias em determinados livros, embora alguns autores não tenham enfatizado adequadamente a dimensão que as ações ambientais realizadas por esses microrganismos desempenham para a manutenção da vida nos mais variados ecossistemas.

É importante ressaltar ainda que as bactérias costumam ser referidas como agentes causadores de doenças não apenas no convívio social, quanto nos próprios livros didáticos, negligenciando dessa forma, os importantes benefícios que a maioria delas pode trazer para a vida na Terra. A superficialidade com que as questões ambientais são trabalhadas em livros didáticos pode comprometer dessa forma, para a formação de estudantes conscientes da participação das bactérias em processos de relevância fundamental para o meio ambiente.

Nessa perspectiva, verificou-se que o enfoque ambiental da bacteriologia não tem ocupado o espaço adequado na maioria dos livros didáticos e, portanto, a abordagem transversal de questões ambientais proposta pelo PCN pode ser comprometida no ensino de Ciências e Biologia. Nesse sentido, para que o enfoque ambiental seja efetivamente inserido na Educação Básica é necessário que ele passe a ocupar um espaço equivalente ou até mesmo superior aquele destinado as bactérias patogênicas, podendo contribuir concomitantemente para um melhor entendimento acerca da funcionalidade das bactérias nos ecossistemas e para a superação da imagem negativa desses microrganismos. 

 

REFERÊNCIAS

 

 

BANDEIRA, A.; STANGE, C. E. B.; SANTOS, J. M. T. Uma proposta de critérios para análise de livros didáticos de ciências naturais na educação básica. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE ENSINO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, 3., 2012, Ponta Grossa. Anais... Disponível em: . Acesso em: 12 jul. 2014.

 

 

BRASIL. CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente (2005). Resolução nº 357, de 17 de março de 2005.Ministério do Meio Ambiente, 23p.

 

 

______. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC /SEF, 1998.

 

 

______. Ministério da saúde. Portaria nº. 518, de 25 de março de 2004. Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativas ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providencias. Diário Oficial [da União da República Federativa do Brasil], Brasília, 26 mar. 2004.

 

 

BRANDÃO, A. Bactérias, essas velhas, perigosas e benéficas conhecidas. Pharmacia Brasileira, Brasília, n. 83, p. 17-21, 2011. Disponível em: <http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/134/017a021_entrevista_carlos_albini.pdf>. Acesso em: 14 jul. 2014.

 

 

BEGON, M.; TOWNSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia: De Indivíduos a Ecossistemas – 4. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2007.

 

 

CONTI, R.; GUIMARÃES, D. O.; PUPO, M. T. Aprendendo com as interações da natureza: microrganismos simbiontes como fontes de produtos naturais bioativos. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 64, n. 3, p. 1-6. Disponível em: < http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v64n3/a14v64n3.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2014.

 

 

DUARTE, P. B. Microrganismos indicadores de poluição fecal em recursos hídricos. 2011. 52f. Dissertação de Mestrado (Pós-Graduação em Microbiologia) – Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte, 2011. Disponível em: >. Acesso em: 14 jul. 2014.

 

 

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Ilustrações: Silvana Santos