Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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20/03/2004 (Nº 8) Serra das Andorinhas – Relatos de uma excursão
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Serra das Andorinhas – Relatos de uma excursão

                                            ·*Solange P. Silva

Introdução

 

Este trabalho é o relato de uma excursão realizada  com o alunos do curso de pedagogia 98 para o Parque da Serra dos Martírios/andorinhas, localizado no sudeste do estado do Pará, município de São João do Araguaia. Este trabalho foi acompanhado pelo professor de metodologia das ciências naturais José Pedro, e teve  como   objetivo conhecer parte dos ecossistemas apresentado pela reserva e analisar os resultados da ação humana dentro de um Parque considerado por lei estadual, como um Patrimônio da Humanidade.

A metodologia usada foi analise minuciosa dos elementos da natureza, como rochas, os efeitos do desmatamento na região, um estudo bibliográfico da região além de palestra e amostra de vídeo, por um dos integrantes do Grupo  Espeleológico de Marabá, Noé von Atzingen, tentando esclarecer  o porque dessa área de terras tornar-se uma reserva ambiental.

A serra das andorinha existe desde 1590, conhecido nesta época por Serra dos Martírios, devido as particularidades que seus desenhos representavam, com 25 mil hectares de terra guarda 80 sítios arqueológicos, com mais de cinco mil gravuras rupestre, 28 cachoeiras, 80 espécies de orquídeas, 38 espécie de planta medicinais, mas de 650 espécie de herbáceas produtivas, animais e  peixes e etc. Recebeu amparo legal de Parque dos Martírios /Andorinha em 25 de julho de 1996, com objetivos de preservar os ecossistemas naturais englobados e as belezas cênicas da região.

A serra é representada pela formação Morro do Campo que está exposta na área, são rochas quartizicas com dezenas de metros e espessura verificadas ao longo dos extensos paredões que delimitam as serras. Em toda a área observa-se a ocorrência de veio de quartzo leitoso e as vezes de bolsões de cristal de rochas. As elevações das serras tem serras tem quotas máximas em torno de 600m, apresentam-se sob a forma de cristais e topos aplainados com direção geral NNW. No topo da área de platôs são encontrados estruturas reniformes tidas como formas individuais da dissecação do relevo. O conjunto rochoso apresenta inúmeros abrigos que associados às estruturas reniformes (como portais, janelas, galerias, torres) dão aspecto labiríntico a área. (Kern, 1992).

A água da chuva em sua passagem pela atmosfera, dissolve e carrega uma parcela de dióxido de carbono nela existente. Entretanto, a maioria das cavernas da superfícies terrestres foram formadas principalmente pela ação da água, esse processo resulta no alargamento progressivo das passagens até a formação de uma caverna. A ampliação gradual dessas aberturas dá origem a galerias, salões abismos, os quais unidos num estágio mais adiantado, funcionam como sistemas coletores e condutores de rios e córregos que passam a compor uma complexa drenagem subterrânea.

 Estes curso d’água subterrâneos por sua vez irão ocasionar um entalhamento da rocha em diversos planos, criando novas galerias laterais ou inferiores e alargando-as em salões. Todos os agentes de tais aberturas naturais podem ser classificados como agentes geológicos, normalmente, a formação de uma caverna leva milhares de anos. (hernandes, 1993).

No contexto regional da área de abrangência do levantamento espeleológico, a região encontra-se nos domínios goetruturais da faixa de desdobramentos Araguaia (Hasui et al, 1980) representando um conjunto de rochas metamórficas, onde o quartzito predomina sendo a rocha encaixante de todas as cavidades da Serra, exceto as da região da Chapada, no município de Xambioá  no Estado do Tocantins, no qual, a rocha encaixante é o calcário, e há grande variedade de espeleotemas (estalactites, estalagmites, cortina, dentes de cão, etc.

Os vales que individualizam as cristas e platôs da Serra das Andorinhas nas porções mais elevadas, são de formas fechadas, tornando-os abertos quando próximos ao Rio Araguaia, o principal  rio da área. A drenagem encontra-se implantada em padrões sub-dentriticos e lineares que deságuam no Rio Araguaia.

Diante dessas variações morfológicas a Serra das Andorinhas apresenta setores fitoecologicos distintos. Assim na região predominam por ordem de maior extensão: floresta esclerofila, regionalmente denominada de chapada, ocupa uma área acima de 250m de altitude, sua característica é a formação aberta e o espaçamento entre as arvores que se apresenta com casca enrugada, sem espinho, na superfície são encontradas formas vegetacionais caducifólia.  As floresta pluvial subperenefólia aberta mista, abrange áreas abaixo de 200m de altitude, principalmente no vale dos Igarapés ocupando as encosta da Serra.  floresta pluvial perenofila densa, localizam em áreas relativamente baixas entre o rio Araguaia e a Serra das Andorinhas.

A ocorrência de árvores de grande porte, até 50m de altura, que reduz a  luminosidade limitando a proliferação de arbustos e cipós. floresta decídua que ocupa certas encostas da serra apresentando uma vegetação caducifólia que perde grande parte de suas folhas no período seco.  (carrasco) floresta ciliar (galeria) ou mata de galeria é encontrada é encontrada ao longo dos vales onde ocorrem curso de água perenes, contrastando com o Cerrado circundante. Parque (veredas), ocorre em meio aos campos cerrados, são pequenas áreas geralmente  situadas acima de 400m de altitude.

O parque é caracterizado por extensão campestre compostas por gramíneas. O Campo litológico, são pequenas áreas de altitude acima de 500m entremeada de estruturas ruiniformes que apresentam vegetação baixa e rasteira. floreta pluvial perenefolia hidrófila  (floresta de várzea). Alem destas áreas naturais, há também áreas já alteradas como pastagens, roçados florestas secundarias.

 

 

1.1 Aspectos naturais e sócio econômico ao longo do trajeto.

 

De posses da referencia bibliográfica da região, partimos para excursão com objetivo de realizar um pesquisa de campos para constatar se parte da bibliografia supracitada era verídica, visto que, havia possibilidade de visitar parte da reserva, porque, o acesso as galerias e cavernas era impossível para a quantidade de cinqüentas alunos e também por falta de tempo, teríamos que pernoitar no local e nossa viagem seria apenas de um dia.

Para a realização da excursão, a turma alugou um ônibus, que ficaria disponível ao grupo o dia inteiro seguindo um roteiro elaborado pelo professor orientador. Exatamente no dia 28, do mês corrente, saímos de Marabá as 7:40h  da manhã, e recebemos instrução de que deveríamos observar os aspectos sócio ambiental que se apresentaria ao longo do trajeto Marabá – São Geraldo registrando as variações que existentes de observações realizado tanto do veiculo quanto de parada efetuadas.

Apesar da equipe está em grupo o tempo todo, a produção do relatório em especifico seria individual. Portanto, comecei a observar desde a saída de Marabá, tendo algumas dificuldades,  porque o ônibus não era apropriado para este tipo de observação porque tinha ar condicionado o que impossibilitava a visão, mas, foi possível constatar que, Marabá hoje apresenta um grande nível de desmatamento e impacto ambiental gerado pela política de exploração capitalista que vem se estendendo desde a década de 60, quando o governo resolveu integrar a Amazônia ao resto do país. Atividades econômicas vem sendo praticada principalmente por interesse lucrativo sem que haja uma preocupação com os danos ambientais, sociais causado na região Marabaense.

A forma como a atividade lucrativa agropecuária tem sido praticada na região provoca dois problemas principais: o desmatamento, em grande escala da floresta; as queimadas que provocam o aumento da poluição atmosférica devido ao lançamento de fumaça no ar (dióxido de carbono – Co2 e outros gases).

 É possível observar na saída de Marabá os famosos Pólos Industriais que se instalaram na região e são visto como uma grande geradora de emprego, a Siderúrgica de Marabá ltda SIMARA – e Companhia Siderúrgica do Pará – COSIPAR – que para seu funcionamento faz-se necessário uma grande quantidade de carvão e que supostamente também responsável pela queima de grande quantidade de árvores que vem de outras regiões, deixando para traz um rastro de queimadas e destruição, que Segundo Vital Farias, um cantor da terra retrata em na letra da sua música, a “Saga da Amazônia”, “o que corta em segundo leva tempo para vingar”,.

Em 1989, a revista Pará em desenvolvimento publicou um gráfico que mostra o empreendimento, demanda de carvão e área desmatada por ano, a Empresa Simara por exemplo, produz ferro gusa gasta 129.428 toneladas de carvão vegetal e desmata em média 7.085ha, a Cosipar também produtora de ferro gusa gasta em media 377.500 toneladas de carvão vegetal sendo responsável pelo desmatamento de 20.649ha.

Durante o percurso da viagem ainda foi possível observar na paisagem a quantidade de madeireiras espalhadas na região, algumas já desativada por falta de madeira para serrar, fato preocupante, pois só comprova o quanto a região de Marabá vem sofrendo com a política de ocupação desenfreada e ignorada pela política local. 

Entre grande parte do desmatamento, tem a área militar que apresenta uma característica de floresta densa, aparentemente não sofreu ação humana, em contraste com o outro lado da estrada que aparece o tempo todo com aspecto de pastos ou capoeira, ou seja locais em que já foi bastante usada e deixada por um tempo, com bastante matos de pequenos portes.

O solo é em parte é de planícies ou pequenas depressões e ainda é possível observar que grande parte dos igarapés que vão surgindo encontra num processo de desertificação, esse fato vem acontecendo em conseqüência dos desmatamentos e as queimadas, que são responsáveis pela diminuição da infiltração de água no solo, segundo SIOLI(1985):

Isso ocorre porque as águas das chuvas, em vez de penetrarem no solo, passam a correr por sua superfície, essa águas carregam sedimentos que vão ser depositados nos leitos dos rios provocando o assoreamento dos mesmo”.

 

Outro fato importante no trajeto, é a presença de dois assentamento, a 31 de março e a pastoriza, observa-se que, existe uma quantidade  de casas exatamente do mesmo modelo. Um desses acampamento, o  pastoriza foi abandonado por seu integrantes, fato este não  ser novidade, porque o governo federal acredita que reforma agrária se faz apenas com terras improdutivas, sem recursos técnicos, sem recursos financeiros, sem saúde  educação,as famílias são obrigadas a abandonar os acampamentos por  não dispor de nenhuma condição mínima de sobrevivência.

Na chegada do trevo, no km 45, o orientador, explica que, será  o ponto de referencia para viagem, porque, ali dar acesso a algumas cidades como: São Domingo, (nosso trajeto), Brejo Grande, Palestina, e São Geraldo(parte do nosso roteiro). Seguimos na pista com destino a São Domingos, sendo possível constatar uma certa diferença de paisagem, porque alem do desmatamento e as áreas queimadas, a arvore predominante na região é o coco babaçu, que, de acordo com alguns estudiosos, essa arvore se germina com maior facilidade, principalmente quando o solo sofre algum tipo de modificação como desmatamento intensivo e queimadas.

Ressaltando que, todas essas informações supracitada foram observada nas proximidades de Marabá. Nas proximidades da cidade de São Domingo, foi realizada a primeira parada na entrada da cidade e foi possível constatar que a entrada da cidade se caracteriza por uma desigualdade social muito grande, pois existem vários residências com aspectos deteiorados, dando a impressão no primeiro momento com área de invasão, mas de acordo com uma dos alunos que residem naquele local o bairro já é bastante antigo; o solo  bastante poluído com garrafa de plásticos e outros detritos.

 Ainda segundo as informações de alguns moradores que a economia da região basicamente se dá através da pecuária e na extração e serragem de madeiras, dentro da cidade foi possível observar varias serrarias funcionando fora do limite de leis permitido, se observar a quantidade de pó, praticamente dentro da cidade poluindo o meio ambiente e com certeza a saúde de quem mora próximo dali.

Nessa primeira parada o professor, se dirige a uma rocha, na beirada da estrada que ele denominou de rocha fresca – que já sofreu a ação  do homem, e da água  e da umidade, e está num processo de decomposição conhecido como inteperismo em um processo bastante avançado; a rocha fresca é o solo recapiado pela erosão, com uma matéria orgânica, que apresenta uma coloração escura  e orgânica.

Após essas observações, foi dado prosseguimento a viagem, e o que mais chama atenção no trajeto é a quantidades de igarapés secos e a quantidade de campo de pastagens, apresentando um relevo de planícies onde predomina uma quantidade imensa de palmeiras de babaçu.

A segunda parada, acontece na área de reserva indígenas dos Suruis, e observa que, parte da reserva indígena já não existe mais, que foi transformada em pasto. Entretanto, e notável a presença de uma mata secundaria na beira da estrada que tem algumas arvores de castanhas. É  uma modificação de paisagens, porque, tem uma mata fechada, e na beira da estrada apresenta bastante imbaúba, que é típicas de áreas que já sofreu algum tipo de desmatamento.

Segundo o relato de um aluno morador, era quase impossível ver o sol quando passava naquela região, entretanto, depois da ação humana, madeiras em extinção tipo o mogno, ipê e grande parte das castanha fora retirado, a área hoje tem 50 mil alqueire e a madeira que existe ainda com muita freqüência é o cupu – Açu,  nativo, que é a alimentação dos índios. Também é uma área histórica, porque foi palco de uma das maiores resistência política, a guerrilha do Araguaia, concentrando ali, intelectuais e defensores da liberdade política cassado pela ditadura militar, além de ser  uma região, que ainda conserva alguns mitos, como a lenda do pescador  que sumiu nas proximidades de um rio.

O solo é avermelhado,  apresenta vários tipos de rochas em decomposição, talvez pela ação do próprio solo ou ação humana, alem de algumas apresentar  uma concentração muito grande de ferro oxido que endurece a rocha.

A terceira parada,  foi realizada numa descida da pista próxima uma rocha em decomposição, com um relevo caracterizado pela erosão, que tem no fundo, uns canais, que não sei ao certo qual é a sua função. A rocha está em decomposição apresenta a mesma característica da primeira rocha observada, sendo formada  por um mineral  que se caracterizava por uma coloração cinza claro e escuro com um aspecto sedoso que me fez lembrar sobra para os olhos; que  é um mineral chamado de grafita que é usado para ponta de lápis grafit e um grande condutor de eletricidade segundo o orientador, professor José Pedro,  e  essa rocha era formada por uma estrutura folheada e que apresentava um veio de um mineral resistente chamado de Quartz.

Ao dar continuidade na viagem é possível observar o relevo irregular  com serras recortadas por igarapés e corredeiras. A vegetação nativa praticamente é inexistente ao longo da estrada,  em virtude da extração de madeiras e a implantação de  fazendas de gados. Essa descrição faz parte da região  onde fica situada a cidade de São Geraldo onde foi realizada a quarta parada;  é também uma cidade histórica, pois foi um dos locais que se realizou grande concentração de guerrilheiros e militares, em 1974, esta localizado na beira do rio Araguaia, parte de sua economia, está ligada a pecuária.

 

1.2 Aspectos naturais e sócio econômico na área da serra

 

A quinta parada foi realizada na entrada da serras das andorinhas, onde a turma foi orientada para descer do ônibus e da continuidade ao trabalho de pesquisa através de uma caminhada até o local que seria nosso ponto final. Era aproximadamente 11;30 da manhã, quando começou a segunda parte do nosso trabalho, e de imediato foi possível observar que a entrada para o Parque estava bastante desmatado e transformado em pasto e alguns animais pastavam alheio a nossa presença,  o orientador nos informou que encontraríamos dois moradores na região e que depois entraria na área da reserva.

No primeiro, momento  nos foi mostrado uma rocha cristalina,  que tinha em sua superfície um veio de quartaz  que segundo o professor José Pedro, quando tem uma coloração lilás é chamado de ametista.  O solo se caracterizou o tempo todo por veio de quartz,  espalhado pelo solo acompanhado de um  fenômenos apresentado no solo com uma formação diferente, que antes do desmatamento não existia, como retira as matas e com a lavagem da chuva o solo vai endurecendo formado camadas ésteres e o ferro vai se concentrando e formado pequenas rochas de oxido e hidróxido de ferro.

A entrada para a Serra das Andorinha é formada por uma divisa de cerca que não tem porteiras, e ou  placas de informações sobre o local, e a partir desse ponto de entrada considerado como referencia da área preservada, a vegetação muda totalmente, no primeiro momento a floresta é primaria cortada por pequenos igarapés,  com uma ocorrência de arvores de grande porte, reduzindo a luminosidade limitando a proliferação de arbustos e cipós, as espécies predominantes são Castanha- do- Pará, Cupuaçu , Sapucaia, Caju – de – Janeiro etc. 

É fascinante observar como muda os ecossistemas da região, porque ao atravessarmos a mata densa, encontramos um enorme espaço aberto que dá impressão ter sido desmatado pelo homem, as arvores tem um aspecto seco e são de pequenos porte, são os campos de cerrados e suas áreas tem aproximadamente 400m de altitude, e se caracteriza por gramíneas e também por palmeiras, e com um solo húmus, que,  é o produto de decomposição parcial de restos de animais que se acumulam no chão florestal, onde enriquece o solo.

Foi notável também, a presença de rochas de grande médio e pequeno porte, na região, e um  solo que além de se caracterizar por um enorme quantidade de veio de quartz espalhado pelo chão, apresentava também um aspecto do mineral grafita espalhado ao longo da trilha. Um outro aspecto que chamou bastante atenção, são pedras formadas no solo com uma aparência de ter sido beneficiada e jogada na natureza.

Segundo o professor orientador, esse fenômeno vem surgindo nas ultimas décadas, causada pelo impacto das chuvas diretamente no solo, como grande parte da região Amazônica  tem solo frágeis as copas das arvores é que evita a degradação do solo causada pelas enxurradas,  o desmatamento desordenado na região causa grande impactos ambientais, como a lavagem do solo, a transformação de algumas áreas em crateras e até mesmo pequenas pedras formadas em grande quantidade que dificulta o uso de determinadas áreas para fins de agricultura ou pastagens.

A cachoeira era o ponto final de nossa excursão foi possível constatar a beleza do local, como a natureza é extremamente perfeita em sua criação, as águas que corria nas pedras era transparente,  formada por três grandes piscinas naturais.

Na entrada tinha uma placa enorme avisando aos turistas sobre a necessidade de preservar o meio, e não jogar lixo, entretanto, o local estava repleto de lixo, como garrafas plásticas, toco de cigarros, latas de cervejas, sacos plásticos, restantes de comidas, etc.  Que  fora resgatado parte desse lixo por integrantes do nosso grupo e levado para Marabá.

Dessa viagem, foi possível concluir a importância da teoria e pratica na aprendizagem escolar, porque, enquanto o palestrante falava das características da região era quase impossível ter um visão mais ampla do local e compreender o porque da preservação dessa área tão distante, aproximadamente 800 km de marabá, no entanto, quando nos foi dado uma oportunidade de realizar uma investigação do ambiente em que nos foi exposto percebe-se, o quanto a preservação da área é importante, para dar continuidade ao conjunto de elementos naturais que aos pouco tem sido devastado e modificado pela ação humana rompendo o equilíbrio provocando a degradação do solo e a diminuição  dos índices de umidade atmosférica e das chuvas.

 Foi possível constatar o descaso que o governo federal e estadual trata das questões ambientais e a contradição das leis criadas por eles próprios, porque se o objetivo era preservar o Parque, não foi colocado em pratica esses objetivos, visto que, não tem nem uma ação por parte do Ibama, guardas florestais, que realmente tome conta da região para evitar a poluição do local pelos seus visitante, sem contar que os arredores da região tem um alto grau de desmatamento, e que provavelmente, irá continuar se não houver uma ação rápidas dos governantes e da própria população local e regional. E o Parque ainda está ameaçado pela instalação da hidrelétrica Santa Isabel no rio Araguaia, que causará um impacto ambiental dentro de uma área da serra  existente a milênios como as pinturas rupestre dentro das cavernas, alem de outros ecossistemas que serão invadidos pelas águas.

São fatores que nos deixa sem muita possibilidades de escolhas, e se caso não existir uma força  maior para tentar no mínimo registrar todas a imagens, serão destruída milênios de historias e vidas de nossos antepassados. Mais uma vez é possível observar e concluir que a relação do homem com a natureza ocorrem de formas separada e extremante individualizada,  como se o ser humanos estivesse lado a lado com o processo e não fizesse parte dessa relação. Mesmo que esse projeto fosse beneficiar a região,de forma alguma deveria ser permitido sua implantação.

É necessário e urgente, que haja uma mobilização popular, ambientalistas, associações como sindicatos igrejas, comunidade, estudantes, acadêmicos, professores, e organizar protestos, discutir estratégias de impedimento desse projeto, mobilizar a imprensa nacional, rádios, jornais, televisão, todos os meios de comunicação e chamar atenção para o problema aqui na Amazônia, porque, essa região tem sido depredada, pelos grandes empresários, sugada e desrespeitada ao longo de toda a sua ocupação. 

  

 

 

 

 

 

  

 

 

 



· Licenciada Plena em Pedagogia  pela Universidade Federal do Pará.  Professora da Rede Publica de Marabá

 

 

 

 

 

 

BIBLIOGRAFIA CONSUILTADA

 

SIOLI, Harald. Amazônia: Fundamentos da Ecologia da maior região de floresta tropicais. PETR; 1989.

SUDAM. II plano nacional de deselvolvimento: Programa de ação do governo para Amazônia.

Casa da Cultura de Marabá

VESENTINI, José W. VLCH, Vânia. Geografia Critica. São Paulo.

GRUPO ESPELEOLOGICO DE MARABÁ – Cood. Noe Von Atzingem.

 

Ilustrações: Silvana Santos