Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Dinâmicas e Recursos Pedagógicos
05/12/2005 (Nº 14) Loucos e santos (Oscar Wilde)
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Loucos e Santos

(Oscar Wilde)

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.

Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.

Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.

Deles não quero resposta, quero meu avesso.

Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco.

Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.

Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.

Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.

Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos nem chatos.

Quero-os metade infância e outra metade velhice!

Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou.

Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

 

Gostaram deste “poema”, mãos a obra então...

Leia-o para todos, depois, separe o mesmo em frases, escreva- as separadamente em cartolina e espalhe pela sala.

Peça para que cada pessoa da sala escolha a frase com que mais se  identifica e porquê.

 

Peça que cada um responda em um pedaço de papel, em poucas palavras, “O que é ser amigo para mim”. Junte esses papéis, faça uma coluna escreva na lousa um motivo de cada papel.

 

E agora...vamos trabalhar com o conceito de “não amigo”.

Peça que escrevam os motivos que nos levam a não curtirmos algumas pessoas.

Junte esses papéis, faça outra coluna e escreva na lousa um motivo de cada papel.

 

Você “recita” então cada um desses motivos e pede que cada um se “imagine” representando cada um destes motivos.

 

Discuta com o grupo o que deve ser feito para alguém que a gente não goste se torne nosso amigo.

 

Bom trabalho.

 

Um beijo, Marina

 

Marina Strachman- arquiteta e urbanista, mestre em desenvolvimento regional e meio ambiente e especialista em educação ambiental. marinastrachman@yahoo.com.br

 

Ilustrações: Silvana Santos