Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Dinâmicas e Recursos Pedagógicos
08/12/2007 (Nº 22) Sensibilização acerca das emoções e do afeto
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Educação Ambiental em Ação 22

Sensibilização acerca das emoções e do afeto
Marina Strachman
 
Olá!!!
 
Este ano vou fazer um trabalho diferente com vocês, porque este ano foi um ano diferente em tudo para mim e todos os que mais amo.
Para este trabalho, pude contar com a ajuda da frase tema desta edição “Tente mover o mundo – o primeiro passo será mover a si mesmo” (Platão).
 
Em 2007 perdi duas pessoas muito queridas, a minha tia Ursula, única irmã da minha mãe, com quem passei TODAS as minhas férias, dos 3 aos 16 anos no litoral norte do Estado de São Paulo, na cidade de Ubatuba, e com quem nos encontrávamos[1] muitas vezes quando íamos passear na cidade de São Paulo. A tia Ursula e o tio Stefan gostavam muito de nos receber, e como a tia não trabalhava fora, tinha mais tempo para ficar conosco.
 
Ela sempre nos convidava para almoçar e quando passávamos no meio do dia, tinha sempre um lanchinho, um cafezinho, uma bolachinha, um amendoim... (ela adorava amendoim) e todos nós sempre tínhamos muito que conversar e rir, ainda teríamos.
 
Ela era uma artista. Era uma delícia ficar em seu atelier assistindo-a pintar. A tia me ensinou bastante sobre tintas, numa época em que tive vários trabalhos sobre tela na escola.  Foi uma pena que nem sempre era possível conciliar a pintura com a arte de cuidar de uma casa, pois ela adorava estar em seu atelier.
 
Não
sou capaz de enumerar todos os bons momentos que passei em sua casa, mas posso dizer que foram muitos, não só em sua companhia e na do tio, mas de todas as minhas primas, primos e seus filhos, com quem continua sendo muito bom estar.
 
A outra pessoa querida que se foi é a minha avó, mãe de meu pai. A Vovó Rosa, quando éramos crianças, era uma avó fofa daquelas de desenho animado.
 
Nós nos mudamos para Campinas quando eu tinha 3 anos e íamos pra São Paulo em quase todos os finais de semana, onde moravam todos os meus parentes. Nestas ocasiões, meus pais sempre deixavam a mim, minha irmã de 6 anos e meu irmão de 4½, na casa da Vovó.
 
A Vovó nos levava para comer pizza à noite, e pela manhã íamos ver desenhos do Tom e Jerry na matine no cinema, às 10:00h. Isso sem contar as guloseimas deliciosas que ela fazia para nos receber. Ela morava, neste tempo, em um apartamento muito legal, enorme, onde podíamos correr e escorregar de meias pelo corredor.
Era muito bom estar com ela e com meu avô.
 
Pois bem! Por conta da falta que essas pessoas estão fazendo para todos da minha casa, eu quero sugerir que hoje, todos vocês se abracem e tentem abraçar alguém todos os dias.
 
Aqui em casa nós não somos muito de nos tocar... e sinto que esse toque, esse abraço, faz MUITA falta.
 
Portanto, esta é minha sugestão: abracem, sintam o calor das pessoas! É bom e faz bem. Eu vou tentar trabalhar isto em mim, e espero que vocês também façam, pois de repente uma pessoa que você ainda queria abraçar, não está mais aqui para isso!
 
Um bom Natal, feliz 2008, feliz Chanuka, com muitos abraços.
Um beijo, Marina.
 
 
Marina Strachman (marinastrachman@yahoo.com.br) arquiteta, mestre em meio ambiente e desenvolvimento regional, especialista em educação ambiental
 

 

[1] Neste texto quando falo no plural, faço uma referência a mim e minha família, ou seja eu, minha mãe, meu pai e meus irmãos, é claro que nem sempre estávamos todos juntos.

Ilustrações: Silvana Santos