Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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14/12/2008 (Nº 26) LEVANTAMENTO DA PRODUÇÃO ACADÊMICA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
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Revista Educação Ambiental em Ação 26

LEVANTAMENTO DA PRODUÇÃO ACADÊMICA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

 

Bruno Vinícius De Oliveira1

Daniela Franco Carvalho Jacobucci2

Giuliano Buzá Jacobucci3

 

1 Bacharel em Ciências Biológicas pelaUniversidade Federal de Uberlândia - UFU/Instituto de Biologia, CEP: 38400-902 - Uberlândia - MG - Brasil,

galegokid@yahoo.com.br

 

2 Doutora em Educação, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP/Grupo Formar-Ciências, CEP: 13083-865 - Campinas - SP - Brasil, danielafcj@yahoo.com.br

 

3 Doutor em Ecologia, Universidade Federal de Uberlândia - UFU/Instituto de Biologia, CEP: 38400-902 - Uberlândia - MG - Brasil,

jacobucci@inbio.ufu.br

 

 

RESUMO: Essa pesquisa teve como objetivo realizar um levantamento do estado da arte da produção acadêmica em Educação Ambiental da Universidade Federal de Uberlândia. Foram investigadas as monografias geradas nos de cursos de graduação e as dissertações de mestrado e teses de doutorado produzidas nos cursos de pós-graduação stricto sensu da Universidade Federal de Uberlândia, no período de 1995 a 2006. Os documentos foram classificados segundo sete descritores que incluem autor e orientador do trabalho, grau acadêmico, unidade acadêmica, ano de defesa, nível educacional, área de conteúdo e foco temático. Foram analisados 48 trabalhos, sendo que destes, 40 são voltados para o estudo do espaço escolar e tratam da Educação Ambiental sem se restringir a um determinado campo de conhecimento. Muitos trabalhos discutem concepções ou questões no âmbito da Educação Ambiental sem, portanto, lidar com temáticas específicas de alguma área de conteúdo. Percebe-se uma preocupação das pesquisas com os processos de ensino-aprendizagem em Educação Ambiental, no entanto, questões de ordem social e econômica, políticas públicas, aspectos históricos, macro-organização da escola, são pouco abordadas.

 

Palavras-chave: produção acadêmica, Educação Ambiental, Universidade Federal de Uberlândia

 

 

INTRODUÇÃO

A noção corrente sobre Educação Ambiental surgiu em 1980, na esteira do movimento ecológico que, por sua vez, conheceu seu impulso maior ao longo da década de 60 e 70, com orientação clara e definida: preparar o indivíduo para compreender a noção de um meio ambiente em crescente deterioração (CAMARGO, 1999).

A discussão e a elaboração da Educação Ambiental têm sido realizadas em diversas conferências e encontros internacionais e nacionais, a fim de estabelecer princípios e objetivos gerais, bem como a forma pela qual essa temática deve ser implantada em âmbito formal e não formal. A problemática ambiental urbana constitui um tema bastante propício para salientar a demanda da população em conhecer e atuar nas áreas afetadas pelos crescentes impactos sócio-ambientais (JACOBI, 1998). Trata-se de um processo no qual são trabalhados compromissos e conhecimentos capazes de levar o indivíduo a repensar sua relação com o meio, bem como reverter situações que possam comprometer a sobrevivência das espécies animais e vegetais e, conseqüentemente, a manutenção da vida no planeta.

Nesse processo de mudanças e questionamentos é consenso o papel fundamental da educação. A partir daí surgem grandes propostas e discussões, pois sendo a Educação Ambiental uma dimensão da educação, ela se mostra uma grande aliada na busca por soluções (REIGADA e REIS, 2004). Para Saviani (1997), a educação é a maneira que o homem tem de se apropriar da produção de conhecimento gerado ao longo da história pela humanidade, pela cultura, o que ele considera uma “segunda natureza”, pela história dos homens, que se formam como indivíduos e que produzem também coletivamente, novos conhecimentos. Com isso, os indivíduos têm instrumentos para criticar a realidade, além de perceber e descobrir como participar das mudanças pelas quais tem condições de lutar.

Desta maneira, diversas pesquisas e ações estão relacionadas com a prática de Educação Ambiental. Cada pesquisador leva consigo um pensamento e um modo de lidar com esse assunto, visto as distintas concepções e experiências que seus praticantes possuem sobre educação, ambiente e sociedade. As concepções de Educação Ambiental sofrem, ainda, as mais variadas interferências e, portanto, assumem diferentes matizes, em razão das diversas condições de sua produção, em especial, das propostas produzidas e veiculadas pelas seguintes instâncias: Organizações Governamentais (OG’s), Organizações Não-governamentais (ONG’s), mídia, empresas, legislação e normas.

A prática educativa voltada à questão ambiental no Brasil enfrenta graves desafios. Por um lado, tem a responsabilidade de formar quadros aptos a enfrentar a gestão dos sistemas naturais, visando uma sociedade sustentável e a melhoria da qualidade de vida das populações; de outro lado, defronta-se com a necessidade de formar cidadãos capazes de compreender e enfrentar a atual crise ambiental. Uma nova forma de ação educacional deve proporcionar um movimento que busque integrar a questão ambiental com o sistema educacional, procurando transformar práticas tradicionais de ensino em práticas que possam contemplar a busca de solução para os problemas ambientais mais urgentes vividos pelas populações, além de mostrar os limites e as possibilidades de mudanças para a melhoria da qualidade de vida.

Segundo relata a legislação de Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9795/99 e Decreto nº 4281/02), a temática ambiental deve permear todo o processo de escolarização, incluindo também o Ensino Superior desde a graduação até a pós-graduação. Cabe à universidade a responsabilidade social de participar desse processo preparando quadros que possam conduzir o estudo adequado da problemática ambiental, com o objetivo de suprir tanto a comunidade interna quanto a externa de conhecimentos que despertem nelas o desejo e o incentivo para participarem da defesa do ambiente e da promoção de uma adequada Educação Ambiental.

No Brasil, as pesquisas em Educação Ambiental, realizadas em Cursos de Pós-Graduação de diferentes Instituições de Ensino Superior têm sido produzidas em diferentes programas vinculados a diversas áreas de conhecimento, tais como: Agronomia; Arquitetura e Urbanismo; Biologia (especialmente Ecologia); Ciências Sociais; Direito; Economia e Administração; Educação; Engenharias; Geologia ou Geociências; Geografia; História; Medicina e Saúde Pública; Veterinária.

No campo mais abrangente da pesquisa educacional no Brasil, nos últimos 15 anos, diversos trabalhos buscaram recuperar, sistematizar e descrever informações disponíveis na produção acadêmica; analisando produções de um período específico e em uma área determinada. É o caso, por exemplo, de: livro didático no Brasil (FREITAG et al., 1987); alfabetização (SOARES, 1989; SOARES e MACIEL, 2000); pesquisa em ensino de física (MEGID NETO, 1990); livro didático de ciências no Brasil (FRACALANZA, 1993); educação matemática (FIORENTINI, 1994); ensino de ciências (MEGID NETO, 1999); ciências físicas e biológicas (LEMGRUBER, 1999); leitura (FERREIRA, 1999); educação de jovens e adultos (HADDAD, 2002); ensino de biologia (SLONGO, 2004).

Todos estes trabalhos, de uma ou de outra forma, se baseiam na produção acadêmica, comparando entre si as diversas pesquisas constituídas principalmente por dissertações e teses. Assim, descrevem criticamente esse montante de produções, procurando sinalizar o que se sabe sobre diversos aspectos da temática considerada; em especial, os objetos de investigação, os problemas focalizados, os procedimentos de investigação realizados, os principais resultados e lacunas ainda existentes. Estas também, usualmente, se autodenominam de pesquisa do “estado da arte” ou do “estado do conhecimento”.

Tais estudos são reconhecidos por realizarem uma metodologia de caráter inventariante e descritivo da produção acadêmica e científica sobre o tema que busca investigar, à luz de categorias e facetas que se caracterizam enquanto tais em cada trabalho e no conjunto deles, sob os quais o fenômeno passa a ser analisado (FERREIRA, 2002). Utilizando esta abordagem, Eberlin (2005) faz uma avaliação da pesquisa em Educação Ambiental, descrevendo 549 dissertações e teses produzidas por Instituições de Ensino Superior entre 1981 e 2004.

No entanto, os trabalhos sobre estado do conhecimento geralmente não levam em conta a produção acadêmica em nível de graduação. Motivos para a exclusão das monografias de conclusão de curso dos trabalhos de levantamento podem estar relacionados a sua menor amplitude de abordagem e à dificuldade de acesso a esses documentos. No caso específico da Universidade Federal de Uberlândia, as monografias produzidas nos cursos de graduação não são catalogadas pela biblioteca, mas permanecem armazenadas nas unidades acadêmicas de origem, o que pode restringir significativamente o acesso a esse material. Desse modo, estudos que busquem sistematizar informações da produção acadêmica de graduação, além de facilitar o acesso às informações contidas nesses documentos, podem gerar informações importantes sobre as pesquisas desenvolvidas, particularmente para a comunidade acadêmica local. A intenção é que o levantamento dessa produção possa ser útil a todos que, direta ou indiretamente, se relacionam com os mais diversos aspectos da educação ambiental.

Levando em conta esse contexto e considerando que a pesquisa em Educação Ambiental na Universidade Federal de Uberlândia já vem sendo produzida há mais de uma década, buscou-se neste trabalho avaliar as monografias geradas nos de cursos de graduação e as dissertações de mestrado e teses de doutorado produzidas nos cursos de pós-graduação stricto sensu da Universidade Federal de Uberlândia.

 

 

MATERIAL E MÉTODOS

Levantamento documental

A busca pelas dissertações e teses desenvolvidas sobre Educação Ambiental na Universidade Federal de Uberlândia foi realizada através de consulta ao banco de teses da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) - http://www.capes.gov.br/servicos/bancoteses.html - e ao banco digital de teses e dissertações da biblioteca da UFU - http://www.bdtd.ufu.br/tde_busca/index_novidades.php, utilizando-se “Educação Ambiental” como palavra chave. As monografias de graduação foram procuradas nas páginas eletrônicas dos cursos de graduação, nos acervos dos cursos de graduação e diretamente com os professores orientadores dos trabalhos. De modo complementar, também foi realizada a consulta de currículos dos pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia, através da plataforma Lattes do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) - http://lattes.cnpq.br/index.htm - utilizando-se as expressões “Educação Ambiental” e Universidade Federal de Uberlândia”. Para todas as pesquisas, foram obtidos os resumos e as informações relativas ao ano de publicação, autoria, orientação e curso de origem. Em algumas das monografias, a inexistência ou inconsistência do resumo fez com que houvesse a necessidade de consulta ao documento completo.

 

Classificação dos documentos

A descrição do conjunto da produção, por meio de classificação das pesquisas sob diferentes aspectos e sistematização dos resultados em tabelas de freqüência de uma ou mais variáveis, permitiu a realização de estudo preliminar do tipo estado do conhecimento sobre essa produção acadêmica na Universidade Federal de Uberlândia.

Após a busca documental, foi gerada uma listagem contendo todas as referências encontradas. Essa listagem foi avaliada criteriosamente, sendo selecionadas as produções que realmente possuíam relação com o tema proposto pela pesquisa. Notou-se que, em alguns casos, apesar do documento ter sido levantado por meio da busca das palavras-chave acima citadas, o desenvolvimento da mesma comprovava que não se tratava de uma pesquisa relacionada diretamente com a área de Educação Ambiental.

Em seguida, procedeu-se à classificação das pesquisas, utilizando-se uma adaptação do conjunto de descritores apresentado por Eberlin (2005), que por sua vez foi baseado nos catálogos analíticos “O ensino de Ciências no Brasil – Catálogo analítico de teses e dissertações 1972-1995” (MEGID NETO, 1998), “O que sabemos sobre os livros didáticos para o ensino de ciências no Brasil (FRACALANZA, 1993), “Pesquisa em ensino de Física do 2° grau no Brasil – concepções e tratamento de problemas em teses e dissertações” (MEGID NETO, 1990) e “Ensino de Física no Brasil: catálogo analítico de dissertações e teses 1992-1992” (KAWAMURA e SALÉM, 1992).

Foram utilizados os seguintes descritores:

a) Autor e Orientador do trabalho

b) Grau Acadêmico: graduação, mestrado ou doutorado;

c) Unidade Acadêmica onde o trabalho foi defendido

d) Ano de Defesa

e) Nível Educacional

f) Área de Conteúdo

g) Foco Temático

O Nível Educacional abrangido pelo documento foi identificado por meio de elementos que configuram um direcionamento do trabalho ou, então, uma preocupação do autor em discutir aspectos relacionados a determinado nível de escolaridade ou relacionados a contextos educacionais não-escolares. Assim, o ambiente educacional investigado, os sujeitos participantes da pesquisa (professores, alunos, agentes ambientais etc.), o público-alvo de programas de formação inicial ou continuada, a faixa escolar envolvida em processos de formação inicial de professores, os materiais didáticos avaliados, os programas de ensino propostos, a discussão ou avaliação do currículo escolar, a legislação educacional referenciada, as experiências educacionais retratadas na pesquisa, enfim, um ou mais desses elementos comumente presentes nos estudos possibilitaram identificar qual ou quais níveis escolares (ou espaços não-escolares) foram observados no trabalho.

Para a nomenclatura dos vários segmentos escolares, tomou-se por base a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96). Foram estabelecidos, assim, os seguintes descritores para o Nível Educacional:

·  Educação Infantil (EI) - trabalhos relacionados ao ensino de 0 a 6 anos, equivalente à educação pré-escolar;

·  Ensino Fundamental (EF) - trabalhos direcionados ao Ensino Fundamental, onde se incluem os estudos relacionados com o ensino supletivo equivalente ao nível fundamental;

·  Ensino Médio (EM) - estudos que tratam do Ensino Médio, onde se incluem os estudos sobre a modalidade Magistério (antigo Normal), os estudos sobre o ensino técnico de nível médio, ou os estudos sobre o ensino supletivo equivalente ao ensino médio;

·  Educação Superior (ES) - envolvendo trabalhos voltados para processos educacionais no âmbito das universidades ou demais instituições de ensino superior e relativos às várias modalidades curriculares ou ramos de ensino superior;

·  Geral: pesquisas que discutem a Educação Ambiental no âmbito escolar ou não-escolar de forma genérica ou ainda que tratam dos vários níveis de ensino formal sem haver uma abordagem mais específica para algum deles;

·  Educação Não-Escolar (ENE): pesquisas que tratam da Educação Ambiental em processos não-escolarizados ou não-formais de ensino como, por exemplo, os que são desenvolvidos por ONG’s, por Museus, pela Mídia; Os trabalhos incluídos nessa categoria podem ou não manter alguma relação também com o ensino escolarizado, e nos casos em que há essa correspondência, os mesmos foram classificados simultaneamente em outro nível dentre os anteriormente mencionados.

As Áreas de Conteúdo foram estabelecidas a partir dos conteúdos usualmente abordados nas teses e dissertações que tratam de Educação Ambiental e pertencentes ao diversos campos de conhecimento aos quais os documentos se referem ou com os quais trabalham. Ao conjunto foram acrescidas áreas nitidamente interdisciplinares e bastante comuns em trabalhos de Educação Ambiental, tais como: Ambiente - Degradação, Recursos Hídricos ou Resíduos Sólidos.

Configurou-se o descritor Geral, para os casos em que a abordagem de conteúdos foi genérica, sem detalhar ou privilegiar aspectos de uma ou outra área, ou nas situações em que o trabalho acadêmico tratou genericamente do Ambiente.

Desse modo, as áreas de conteúdo estabelecidas foram as seguintes:

·  Ecologia

·  Botânica

·  Zoologia

·  Parasitologia

·  Ambiente/Degradação

·  Ambiente/Recursos Hídricos

·  Ambiente/Resíduos Sólidos

·  Agronomia

·  Temas gerais relacionados à Educação Ambiental

Nos casos em que os documentos abrangiam conteúdos relacionados a duas ou mais áreas de conhecimento, os trabalhos foram classificados em todas as áreas envolvidas.

O conjunto de descritores do Foco Temático foi configurado com base na bibliografia indicada anteriormente, bem como dos temas mais comumente presentes na literatura em geral e nas pesquisas acadêmicas sobre Educação Ambiental no Brasil.

Os descritores constituídos não contemplam todas as possibilidades de investigação em Educação Ambiental, nem apresentam uma ordenação lógica ou hierárquica. Alguns indicam temáticas mais abrangentes com respeito ao sistema educacional escolar ou não-escolar (Currículos e Programas, Características do Professor ou do Agente de Educação Ambiental, Características dos alunos etc.); outros são mais específicos, voltados, por exemplo, para o processo de ensino-aprendizagem (Conteúdos e Métodos, Recursos Didáticos). Outros, ainda, dizem respeito às instituições envolvidas nas ações e práticas de Educação Ambiental (Organização da Instituição Escolar, OG’s e ONG’s) ou a questões relacionadas à política e/ou história (Políticas Públicas em Educação Ambiental, História da Ecologia e/ou dos movimentos sociais). Também são de naturezas distintas, além de possuírem fronteiras que permitem sobreposições entre eles.

Apesar dessas características, os focos temáticos estabelecidos podem ser organizados em três grandes conjuntos. O primeiro conjunto aglutina focos associados a elementos mais internos do processo ensino-aprendizagem desenvolvido na Educação Ambiental, no âmbito das escolas ou de outros espaços educativos, envolvendo aspectos relacionados à organização e desenvolvimento desse processo (currículo e programas, conteúdos programáticos e formas de veiculação/apropriação dos mesmos nos espaços educativos, recursos didáticos), bem como a características dos principais sujeitos envolvidos (características de professores ou dos agentes de Educação Ambiental e de alunos, formação de conceitos e representações, formação inicial e continuada de professores ou de agentes de Educação Ambiental). O segundo conjunto envolve temas de investigação referentes aos elementos da organização do macro/micro sistema público e/ou educacional e o sistema privado envolvidos em políticas, ações e práticas de Educação Ambiental: políticas públicas, instituições governamentais que lidam com Educação Ambiental, o sistema educacional federal, estadual e/ou municipal, organização da instituição escolar ou de instituições não-escolares, inclusive ONG’s. O terceiro refere-se ao foco temático atinente aos elementos históricos e sociais relacionados à Educação Ambiental: história da Ecologia e dos movimentos sociais, por exemplo.

Alguns documentos foram classificados em dois ou mais focos, dada a abrangência ou a dispersão de assuntos tratados nesses estudos acadêmicos.

Apresenta-se a seguir um detalhamento de cada um dos Focos Temáticos. 

·  Currículos e Programas (CP): Estudos dos princípios, parâmetros, diretrizes e fundamentos teórico-metodológicos para o ensino, contemplando os diversos elementos convencionalmente atribuídos ao desenho curricular: objetivos educacionais, conteúdos, estratégias e avaliação. Discussão do papel da escola, das relações entre Educação, Educação Ambiental e Sociedade e outros aspectos do sistema educacional. Avaliação de propostas educacionais. Proposição e desenvolvimento de programas ou propostas alternativas de ensino para uma série escolar específica, disciplinas envolvidas, semestre letivo ou, até mesmo, ciclo escolar completo. Idem para espaços não-formais.

·  Conteúdo e Métodos (CM): Pesquisas que analisam a relação conteúdo-método no ensino-aprendizagem de Educação Ambiental, com foco de atenção no conhecimento veiculado ou no desenvolvimento de atitudes ou de ações, na forma como este conhecimento é difundido por meio de métodos e técnicas de ensino-aprendizagem, ou ainda na perspectiva de não-ruptura entre forma e conteúdo. Estudos a respeito da aplicação ou da avaliação de métodos e técnicas no ensino-aprendizagem de Educação Ambiental, quer de forma isolada ou comparativa com outros conteúdos, métodos e técnicas. Trabalhos que propõem métodos alternativos para a Educação Ambiental ou que descrevem e avaliam conteúdos, práticas pedagógicas e a metodologia de ensino.

·  Recursos Didáticos para/em Educação Ambiental (RD): Estudos de avaliação de materiais ou recursos didáticos utilizados em Educação Ambiental, tais como textos de leitura, livros escolares ou paradidáticos, uso de mídia impressa ou virtual, documentários e filmes, computador, jogos, brinquedos, mapas conceituais, entre outros. Trabalhos que propõem e/ou aplicam e avaliam novos materiais, softwares ou outros recursos e meios instrucionais em situações de ensino formal, extracurricular ou em situações não-formais de ensino.

·  Características do Professor/Agente de Educação Ambiental (CPA): Trabalhos contendo diagnóstico das condições sócio-econômicas, culturais e profissionais do professor ou outro profissional que atua em Educação Ambiental. Identificação do perfil sociográfico do profissional, de sua estrutura intelectual, de seu conhecimento “espontâneo”, de suas concepções e representações sobre ambiente, relações Ciência/Tecnologia e Sociedade, Educação e Educação Ambiental etc. Diagnóstico da prática pedagógica de um profissional ou grupo de profissionais, explicitando suas idiossincrasias e concepções do processo educacional ou da Educação Ambiental.

·  Características do Aluno (CA): Trabalhos com diagnóstico das condições sócio-econômicas e culturais dos alunos, em qualquer nível de escolaridade, e suas implicações no rendimento escolar ou aprendizagem. Identificação do conhecimento prévio do aluno, modelos de pensamento ou de suas concepções e representações sobre: ambiente, relações Ciência /Tecnologia e Sociedade, Saúde, Educação Ambiental. Estudos das atitudes e características de um aluno ou grupo de alunos no contexto do processo de ensino-aprendizagem da Educação Ambiental.

·  Políticas Públicas em Educação Ambiental (PP): Trabalhos que descrevem programas, diretrizes, ações, objetivos e interesses de um único indivíduo ou grupo governamental ou não-governamental, voltados para o público em geral e relacionados com um conjunto de problemas ambientais e da coletividade, desde que explicitadas suas repercussões ou ligações com a Educação Ambiental.

·  Organização da Instituição Escolar (OIE): Trabalhos contendo diagnóstico das características de instituições escolares da educação básica ou superior, abrangendo questões e situações relativas à gestão escolar nos seus aspectos político-administrativo, pedagógico, funcional, físico, entre outros. Estudo das relações entre os diversos segmentos escolares e da escola com a comunidade.

·  Organização Não Governamental (ONG): Pesquisas com foco em instituições não-escolares ou não-formais de ensino (Organizações do Terceiro Setor - ONG’s), descrevendo sua organização e funcionamento ou seus programas e ações de Educação Ambiental, públicos com os quais atuam, materiais que produzem, avaliação do impacto de suas ações.

·  Organização Governamental (OG): Pesquisas com foco de atenção na organização de instituições não-escolares ou não-formais de ensino, tais como: Secretarias de Meio-Ambiente, de Saúde, de Cultura, Museus ou Clubes de Ciências, Centros de Ciências, Mostras Oficiais ou Exposições Científicas, vinculadas aos governos Municipal, Estadual ou Federal. Programas de Educação Ambiental realizados por essas instituições junto à comunidade, para a população em geral ou para populações escolares. Programas de formação continuada de professores ou profissionais para a Educação Ambiental executados por essas instituições não-escolares. Programas de atividades extracurriculares para alunos, efetuados em espaços não-formais de ensino ou através de recursos da mídia impressa ou eletrônica.

·  Concepções/Representações (CR): Pesquisas que estudam as concepções/ representações sobre ambiente ou suas partes ou sobre Educação Ambiental e seus constituintes, pelos envolvidos nas propostas, ações e práticas desenvolvidas de Educação Ambiental ou explicitados a partir da análise dos diferentes recursos da mídia impressa ou eletrônica voltados para o uso na Educação Ambiental.

·  Formação de Conceitos em Educação Ambiental (FC): Pesquisas que descrevem e analisam o desenvolvimento de conceitos científicos e técnicos no pensamento de alunos e/ou professores ou profissionais que atuam na Educação Ambiental, implicando em processos de mudança ou evolução conceitual. Comparação de modelos de pensamento com modelos conceituais presentes na história da ciência e da técnica. Estudos sobre a relação entre a estrutura cognitiva de estudantes e o processo ensino-aprendizagem de conceitos científicos e tecnológicos em processos formais ou não-formais de ensino. Relação entre modelos de pensamento de estudantes e faixa etária ou nível de escolaridade.

·  Formação de Professores/Agentes de Educação Ambiental (FPA): Investigações relacionadas com a formação inicial de professores para atuação em Educação Ambiental, no âmbito dos Cursos de Licenciatura, da Pedagogia ou do Ensino Médio - modalidade Magistério. Estudos de avaliação ou propostas de reformulação de cursos de formação inicial de professores. Estudos voltados para a formação continuada ou permanente dos professores ou de outros profissionais para atuarem em Educação Ambiental, envolvendo propostas e/ou avaliação de programas de aperfeiçoamento, atualização, capacitação, treinamento ou especialização. Descrição e avaliação da prática pedagógica em processos de formação em serviço.

·  História da Ecologia e/ou dos Movimentos Sociais (HEMS): Pesquisas de caráter histórico sobre áreas de conhecimento envolvidas ou relacionadas com a Educação Ambiental, como a Ecologia, ou sobre mudanças ocorridas de forma global ou regional na Educação Ambiental, bem como o estudo dos movimentos sociais e suas influências nessas mudanças. Inclui também as pesquisas que relatam historicamente modificações com respeito a aspectos mais particulares da Educação Ambiental (conteúdos, materiais didáticos, legislação, formação de professor ou agente de Educação Ambiental), abrangendo determinada época do passado próximo ou remoto.

·  Outra área: Foco particular que não encontra correspondência com os demais.

 

Análise dos dados

Após classificação dos documentos, foram elaboradas planilhas eletrônicas e tabelas contendo todas as informações obtidas para organização e análise dos dados. Planilhas abrangendo os descritores utilizados para a classificação serviram como base para a montagem de tabelas de freqüência apresentadas para cada item nos documentos classificados.

 

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram encontrados 48 documentos no período de 1995 a 2006, relacionados à temática de Educação Ambiental na Universidade Federal de Uberlândia, sendo 29 monografias de conclusão de curso de graduação, 18 dissertações de mestrado e uma tese de doutorado.

Para ilustrar o panorama da produção acadêmica em Educação Ambiental na Universidade Federal de Uberlândia e permitir sua discussão, os documentos classificados com base nos descritores informados estão apresentados de forma sintética no quadro 1. Os documentos estão ordenados pelo autor e ano de defesa, sendo que a referência bibliográfica completa de cada trabalho está disponível ao final desse artigo. As siglas dos cursos referem-se à Unidade Acadêmica, sendo que os cursos de pós-graduação citados são: mestrado e doutorado em Educação (E), mestrado em Engenharia Civil (EC), mestrado e doutorado em Geografia (G), e mestrado e doutorado em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais (B).

Os documentos analisados são muito variados em termos de objeto de estudo, estrutura, área de conteúdo e foco temático, contribuindo com aporte de conhecimentos amplos para a Educação Ambiental. 

A formação de recursos humanos em Educação Ambiental merece ser destacada, uma vez que discentes concluintes de cursos de graduação ao realizarem monografias nessa temática podem vir a desenvolver trabalhos futuros na área, como foi o caso da autora Marcelle Sabrina Carneiro Rodrigues (RODRIGUES, 2000; RODRIGUES, 2004) e de Cláudia Costa Farnesi (FARNESI, 2001; FARNESI, 2004). A pesquisadora Mirna Gertrudes Ribeiro Oliveira (OLIVEIRA, 2001; OLIVEIRA, 2006) também apresentou trajetória similar, desenvolvendo mestrado e doutorado no tema.    

 

Quadro 1 – Resumo dos documentos classificados com base nos descritores

 

Autor/Ano

Pesquisa

(M, D, T)

Curso

Nível Educacional

Área de Conteúdo

Foco Temático

ASSUNÇÃO, 1995

D

E

Geral

Resíduos Sólidos

CP

FANDI, 1999

M

B

EF

Temas Gerais

FC

FARNESI, 1999

M

B

Geral

Temas Gerais

CR

CAMPOS, 2000

M

B

EF

Ecologia

FC

NETO, 2000

M

B

EF

Zoologia/Ecologia

CR

OLIVEIRA, 2000

M

B

EF

Parasitologia

CR

ROCHA, 2000

M

B

Geral

Resíduos Sólidos

CR

RODRIGUES, 2000

M

B

EM

Zoologia/Botânica

CR

SALLES, 2000

M

B

EF

Temas Gerais

CM/CR/I

CORTES, 2001

M

B

ENE

Ecologia/Zoologia

OG

MARQUES, 2001

M

G

Geral

Temas Gerais

CP

NEVES, 2001

M

B

ENE

Temas Gerais

OG

OLIVEIRA, 2001

D

G

EF

Temas Gerais

CP

OLIVEIRA, 2001

M

B

Geral

Outros

CR/RD

FERNANDES, 2002

D

B

Geral

Temas Gerais

CPA

GUIMARÃES, 2002

D

G

Geral

Ecologia

CP

HISATUGO, 2002

M

B

Geral

Resíduos Sólidos

CR/I

MELO, 2002

M

B

ENE

Temas Gerais

CM/OG

MOTA, 2002

D

G

Geral

Temas Gerais

CP

SANTOS, 2002

M

B

Geral

Temas Gerais

CM

ANDRIGUETO, 2003

M

B

EF

Zoologia

CR/I

CARVALHO, 2003

D

G

Geral

Temas Gerais

CP

GOMES, 2003

M

B

EM

Degradação

CR

MEDEIROS, 2003

M

B

Geral

Outros

CR

MELAZO, 2003

M

G

ENE

Temas Gerais

CM

NAGHETTINI, 2003

M

G

EF

Temas Gerais

CM/I

OLIVEIRA, 2003

M

G

EF

Temas Gerais

CP

PAULA, 2003

D

B

ENE

Temas Gerais

CPA

SANTOS, 2003

M

B

Geral

Resíduos Sólidos

CP/I

SILVA, 2003

M

G

ENE

Temas Gerais

CM

ANDRADE, 2004

D

G

EF

Recursos Hídricos

CP

CINTRA, 2004

M

G

Geral

Resíduos Sólidos

CP

FARNESI, 2004

D

G

ENE

Temas Gerais

ONG

NEHME, 2004

D

G

Geral

Temas Gerais

CM

RODRIGUES, 2004

D

B

EF

Botânica/Ecologia

CPA

COIMBRA, 2005

D

B

Geral

Temas Gerais

OG

DAMASCENO, 2005

D

EC

ENE

Resíduos Sólidos

PP

EUSTÁQUIO, 2005

M

B

EF

Zoologia

FC/I

JARDIM, 2005

M

B

Geral

Agronomia

CM

LEITE, 2005

M

B

EF

Resíduos Sólidos

CR/I

MARÇAL, 2005

D

G

EF

Temas Gerais

CA

RABELO, 2005

D

G

Geral

Temas Gerais

ONG

SANTOS, 2005

M

B

ENE

Temas Gerais

RD

SILVA JÚNIOR, 2005

M

B

EF

Zoologia

FC/I

TAVARES JÚNIOR, 2005

D

E

ES

Temas Gerais

FPA

OLIVEIRA, 2006

D

G

Geral

Parasitologia

PP

OLIVEIRA, 2006

T

G

EF

Temas gerais

CM

SANTOS, 2006

D

E

EF

Agronomia

FC

M: Monografia; D: Dissertação de Mestrado; T: Tese de Doutorado; B: Biologia; G: Geografia; E: Educação; EC: Engenharia Civil; EF: Ensino Fundamental; ENE: Educação Não-escolar; FC: Formação de Conceitos; CR: Concepções/Representações; CM: Conteúdo e Métodos; I: Intervenção; RD: Recursos Didáticos; OG: Organização Governamental; CP: Currículos e Programas; CPA: Características do Professor/Agente; ONG: Organização Não-governamental; PP: Políticas Públicas; FPA: Formação de Professores/Agentes; CA: Características do Aluno.

A seguir, apresentaremos os resultados da pesquisa e a discussão dos dados de acordo com os descritores utilizados.

A tabela 1 apresenta a distribuição dos 48 documentos por ano de defesa e distribuição por trabalho de conclusão de curso (monografia), dissertação de mestrado ou tese de doutorado.

 

Tabela 1 - Distribuição dos trabalhos sobre Educação Ambiental na Universidade Federal de Uberlândia por grau de titulação acadêmica e ano de defesa.

 

Ano

Monografias

Dissertações

Teses

Total

1995

-

1

-

1

1996

-

-

-

-

1997

-

-

-

-

1998

-

-

-

-

1999

2

-

-

2

2000

6

-

-

6

2001

4

1

-

6

2002

3

3

-

6

2003

8

2

-

10

2004

1

4

-

5

2005

5

5

-

10

2006

-

2

1

3

Total

29

18

1

48

 

O primeiro trabalho em nível de mestrado foi defendido em 1995 na Universidade Federal de Uberlândia. Nos anos seguintes, a produção foi muito pequena, com nenhum trabalho realizado no período de 1996 a 1998 e dois trabalhos realizados no ano de 1999. A partir de 1999, o número de defesas retoma o crescimento, passando a uma elevação acentuada da produção a partir do ano 2000. A pequena produção consignada nos anos de 2004 e 2006 pode estar relacionada às dificuldades na obtenção de informações sobre a produção acadêmica na universidade ou ao fato das referências ainda não terem sido cadastradas em sua totalidade nos bancos de dados eletrônicos.

Levando-se em consideração que as produções acadêmicas em nível de mestrado em Educação Ambiental foram iniciadas no ano de 2001, excetuando-se a dissertação de 1995, e somente em 2006 foi produzida a primeira tese nessa temática, podemos inferir que a pesquisa em Educação Ambiental é recente e ainda está se consolidando na universidade.

Uma outra questão a ser considerada para o aumento da produção na instituição a partir de 2000, oito anos após a “Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, em 1992”, realizada no Rio de Janeiro, é a consolidação dos programas de pós-graduação na Universidade Federal de Uberlândia, definição das linhas de pesquisa e credenciamento dos pesquisadores nesses programas.

Vejamos agora a distribuição das pesquisas por cursos, conforme indicado na tabela 2.

 

Tabela 2 - Número de trabalhos realizados por cada curso na Universidade Federal de Uberlândia por grau de titulação acadêmica

 

Curso

Monografias

Dissertações

Teses

Total

Biologia

23

4

-

27

Geografia

6

10

1

17

Educação

-

3

-

3

Engenharia Civil

-

1

-

1

Total

29

18

1

48

 

Os cursos que mais desenvolvem trabalhos sobre Educação Ambiental são os cursos de Biologia e Geografia. Essa dominância nas produções de trabalhos com essa temática já era esperada, visto que os cursos trabalham com o estudo do meio ambiente em si. Os cursos de Educação e Engenharia Civil mostraram trabalhos somente na pós-graduação, indicando que os temas ambientais para pesquisas nessas áreas ainda são pouco difundidos. Por outro lado, a possibilidade de realização de pesquisas na temática ambiental na pós-graduação em Educação sinaliza que os pesquisadores desse curso entendem que a Educação Ambiental deve ser investigada como educação, abrindo possibilidades de reflexão sobre teorias e metodologias educacionais em programas de Educação Ambiental.

Descreveremos a seguir a distribuição das monografias, dissertações e teses pelos níveis educacionais em que os trabalhos foram realizados ou para os quais foram direcionados privilegiadamente. Cabe ressaltar a dificuldade no processo de identificação e classificação dos 48 trabalhos, uma vez que alguns documentos não dispunham de resumos ou os mesmos se mostraram incoerentes, dúbios e mal formulados, não refletindo a real natureza da pesquisa a que se referiam.

A tabela 3 indica a distribuição dos trabalhos por nível educacional.

 

Tabela 3 - Distribuição dos trabalhos por nível educacional

 

Nível Educacional

Número de Trabalhos

Geral

23

Ensino Fundamental

12

Ensino Médio

2

Ensino Superior

1

Educação Não-Escolar

8

Total

46

 

Podemos destacar, de acordo com os dados obtidos, que a maioria dos trabalhos foi realizada no âmbito escolar sem considerar um nível específico de ensino. Dentre as produções que discutiram a Educação Ambiental fora do contexto escolar formal, encontramos trabalhos que se dedicaram ao estudo de comunidades rurais, de regiões de preservação ambiental, realizando estudos etnográficos desses contextos ou também desenvolvendo ali projetos e ações educativas, entre outras temáticas.

Analisando os trabalhos voltados para educação escolar, foi possível perceber que dos 40 trabalhos, 12 foram desenvolvidos no nível de ensino fundamental, o que demonstra a preocupação dos pesquisadores em trabalhar a temática no início da formação do aluno, para a formação de um cidadão consciente no futuro.

Em relação à área de conteúdo, a maior incidência de classificação foi no contexto de “Temas Gerais Relacionados à Educação Ambiental”, conforme mostrado na tabela 4. Trabalhos relacionados com a coleta seletiva de resíduos sólidos e métodos para desenvolvê-la de forma consciente tiveram um interesse considerável por parte dos pesquisadores, com sete trabalhos no total. Esse dado mostra a preocupação em estar desenvolvendo trabalhos voltados para a sensibilização quanto à possibilidade de melhor utilização e reuso dos recursos ambientais.

Outros trabalhos estão relacionados a temas ambientais específicos, como zoologia, ecologia, parasitologia, degradação ambiental, entre outros.

           

Tabela 4 - Distribuição de trabalhos por área de conteúdo

 

Área do Conteúdo

Número de Trabalhos

Temas Gerais EA

23

Ambiente/Resíduos Sólidos

7

Ambiente/Recursos Hídricos

1

Degradação Ambiental

1

Ecologia

3

Zoologia

5

Botânica

1

Parasitologia

2

Agronomia

2

Outros

2

Total

47

 

Na tabela 5, é possível notar uma correlação dos cursos relacionados à área ambiental às pesquisas analisadas. Nos cursos de Biologia e Geografia, a grande preocupação é com a temática de Educação Ambiental de uma forma geral, com 23 pesquisas encontradas. Como é uma área muito enfatizada na graduação em Ciências Biológicas, pesquisas com enfoques em zoologia têm destaque no curso de Biologia, com cinco monografias encontradas. A área de Ambiente/Resíduos Sólidos foi abordada por pesquisas realizadas em todos os cursos, visto que o tema “lixo” é alvo da maioria dos projetos de Educação Ambiental.

 

Tabela 5 - Distribuição dos trabalhos nas áreas de conteúdo por curso

 

Áreas de Conteúdo

Biologia

Geografia

Educação

Engenharia Civil

Total

Temas Gerais

10

13

1

-

24

Resíduos Sólidos

4

1

1

1

7

Recursos Hídricos

-

-

1

-

1

Degradação

1

-

-

-

1

Ecologia

2

1

-

-

3

Zoologia

5

-

-

-

5

Botânica

1

-

-

-

1

Parasitologia

1

1

-

-

2

Agronomia

1

-

1

-

1

Outros

2

-

-

-

2

Total

27

16

4

1

48

De acordo com os dados obtidos, pudemos perceber uma grande preocupação por parte dos pesquisadores que desenvolvem trabalhos científicos na área, de estar conhecendo as concepções das pessoas estudadas sobre Educação Ambiental ou meio ambiente, tendo sido produzidos 12 trabalhos nessa perspectiva (Tabela 6). Essa preocupação é compreensível, visto que para que haja mudanças conceituais por parte da população, antes se faz necessário saber o que esta entende sobre a temática em questão e suas visões para estar buscando melhorias, pois somente assim será possível o desenvolvimento de ações corretas e com um foco definido.

 

Tabela 6 - Distribuição dos trabalhos por foco temático

 

Foco Temático

Monografias

Dissertações

Teses

Total

Formação de Conceitos

4

1

-

5

Concepções/ Representações

11

1

-

12

Organização Governamental

2

1

-

3

Organização Não Governamental

-

2

-

2

Conteúdos e Métodos

8

1

1

10

Recursos Didáticos

1

-

-

1

Currículos e Programas

3

5

-

8

Características Professor/ Agente

-

3

-

3

Formação do Professor/ Agente

-

1

-

1

Políticas Públicas

-

2

-

2

Características Alunos

-

1

-

1

Total

29

18

1

48

 

Foram desenvolvidos dez trabalhos relacionados ao foco temático de “conteúdos e métodos”, o que demonstra a preocupação em analisar métodos e técnicas de ensino-aprendizagem na Educação Ambiental e as diversas formas pedagógicas de colocá-las em prática.

Em relação ao foco temático, em alguns trabalhos houve mais de uma classificação. Isso se deve ao fato de que uma pesquisa nem sempre é voltada apenas para uma temática, abrangendo vários assuntos que se encaixam e completam para um estudo de caso de maior eficiência. Para a contagem na classificação, foi utilizado apenas o principal foco ao qual a pesquisa teve relação, ficando, no caso de mais de um foco temático por pesquisa, como sobressalente e complementar ao outro foco em questão.

Notamos também que poucas pesquisas tiveram o processo de intervenção junto aos alunos ou à comunidade analisada. Somente em 7 pesquisas houve intervenção por parte dos pesquisadores que desenvolveram os trabalhos.

Observando a distribuição geral dos trabalhos pelos focos temáticos, percebemos uma preocupação maior com a abordagem da Educação Ambiental no espaço escolar, e principalmente mais restrita aos processos de ensino-aprendizagem (aspectos curriculares e programáticos, metodológicos, recursos didáticos, concepções, formação de conceitos etc.). A discussão de aspectos mais amplos, mesmo no espaço escolar, como questões de ordem social e econômica, políticas públicas, aspectos históricos, macro-organização da escola, comparecem em quantidade pouco significativa no conjunto das pesquisas. Também pouca atenção se dá aos espaços educacionais não-escolares, inclusive com o apoio das organizações não-governamentais.

Embora a maioria dos trabalhos tenha sido realizada no âmbito escolar, nenhuma pesquisa abordou o foco temático “Organização da Instituição Escolar”. Esse dado é importante, visto que há uma relação direta entre a viabilidade dos projetos de Educação Ambiental desenvolvidos no ambiente escolar e a gestão da escola, uma vez que a direção e a coordenação pedagógica são instâncias decisórias para a implantação e acompanhamento das ações educacionais em meio ambiente. Nessa mesma linha, chama a atenção que somente uma dissertação de mestrado tenha investigado a formação de professores/agentes de Educação Ambiental, visto que esses profissionais são fundamentais na proposição das ações sócio-ambientais e importantíssimos para fomentar discussões nessa temática, o que demanda uma formação ampla, crítica e adequada.   

O foco temático “História da Ecologia e/ou dos Movimentos Sociais” também não foi estudado em nenhuma pesquisa, e assim, parece pouco evidente a necessidade de inserir nos programas educacionais e, consequentemente nas investigações sobre esses programas, aspectos sócio-históricos que contribuíram e contribuem para as condições sociais, ambientais e culturais que temos hoje.

  

 

CONCLUSÃO

O principal objetivo dessa pesquisa foi a descrição do conjunto de monografias, dissertações e teses produzidas na Universidade Federal de Uberlândia no campo da Educação Ambiental. Para tanto, foi necessária a busca dos documentos que constituem a produção acadêmica e científica sobre Educação Ambiental na Universidade Federal de Uberlândia, abrangendo desde a primeira produção desenvolvida na área até as publicadas em 2006, seguida da classificação dos documentos obtidos. A descrição do conjunto da produção, por meio de classificação dos documentos sob diferentes aspectos e sistematização dos resultados em tabelas de freqüência de uma ou mais variáveis, permitiu a realização de estudo preliminar do tipo “estado do conhecimento” sobre essa produção acadêmica na universidade.

Pudemos notar que grande parte das pesquisas é voltada para o estudo do espaço escolar e trata da Educação Ambiental sem se restringir a um determinado campo de conhecimento, ou mesmo, fazendo uma abordagem interdisciplinar de vários campos. Muitos trabalhos discutem concepções ou questões no âmbito da Educação Ambiental sem, portanto, lidar com conteúdos específicos de alguma área de conteúdo. Percebe-se uma preocupação com os processos de ensino-aprendizagem (concepções, formação de conceitos etc.) e questões de ordem social e econômica, políticas públicas, aspectos históricos, macro-organização da escola, comparecem em quantidade pouco significativa no conjunto das pesquisas.

As dificuldades encontradas para o desenvolvimento da pesquisa, como o difícil acesso ao texto integral dos trabalhos e a não existência de um banco de dados com todas as produções sobre Educação Ambiental cadastradas, evidenciam a necessidade de um maior rigor em relação ao resumo das pesquisas produzidas na Universidade Federal de Uberlândia e a urgência de disponibilização dos documentos de forma organizada aos interessados.   

 

 

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Ilustrações: Silvana Santos