EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA
Fernanda Alves Zuquim
Bióloga, Mestre em Educação, Cultura e Organizações Sociais pela Universidade do Estado de Minas Gerais/ UEMG/Fundação Educacional de Divinópolis; Docente e Diretora do Colégio Anglo/ Arcos, MG. E-mail: fernandazuquim@yahoo.com.br.
Alysson Rodrigo Fonseca
Eng. Agrônomo, Especialista em Biologia, mestre em Entomologia, doutor em Ciências pela Universidade Federal de Lavras – UFLA. Professor pesquisador da Fundação Educacional de Divinópolis, FUNEDI/UEMG. E-mail: arodrigo@funedi.edu.br.
Francisco de Assis Braga
Eng. Florestal, Doutor em Ciência Florestal pela Universidade Federal de Viçosa – UFV. Professor adjunto na Universidade Federal de Viçosa - Campus Florestal. Email francisco.braga@ufv.br
Batistina Maria de Sousa Corgozinho
Socióloga, Doutora em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Professora pesquisadora da Fundação Educacional de Divinópolis, FUNEDI/UEMG. E-mail:bcorgozinho@funedi.edu.br.
RESUMO
A relação entre meio ambiente e cidadania tem assumido um papel sistematizador na busca de atores comprometidos com novas posturas e práticas sociais visando a aquisição de uma melhor qualidade de vida dos indivíduos e da coletividade. Nesse sentido, a inserção da Educação Ambiental no ensino formal e informal representa uma possibilidade de orientar os indivíduos em um caminho que venha a transformar os paradigmas atualmente vigentes, podendo influenciar seu cotidiano. A discussão teórica sobre a educação ambiental e a cidadania parte do pressuposto de que seus objetivos não podem ser definidos sem que se levem em conta as realidades sociais, econômicas e ecológicas de cada lugar social. Uma das medidas mais desafiantes para o enfrentamento do atual sistema é a estruturação de novos padrões de comportamento, atitudes e valores que venham a acompanhar as mudanças decorrentes do progresso cultural e político. Portanto, torna-se necessário que a população faça uso de seus direitos de cidadania e incorpore em seu cotidiano atitudes que manifestem a consciência ambiental e responsabilidade coletiva.
Palavras chave: Meio ambiente, cidadania, educação ambiental, natureza, indivíduo e sociedade.
INTRODUÇÃO
Ao longo dos séculos, a humanidade descobriu, conheceu, dominou e modificou a natureza para melhor aproveitá-la. Nesse percurso, tem constituído formas diferenciadas de domínio e, consequentemente, novas necessidades têm surgido. Para suprir tais necessidades, as tecnologias desenvolvidas podem ser percebidas na contemporaneidade como frutos da artificialização, do consumo e da produção exacerbada.
Nesse sentido, o desenvolvimento social em seus aspectos econômico, político, cultural-educacional, além da complexa transformação humana, intensificou as mais diversas formas de produção e exploração, gerando efeitos irreversíveis à natureza. O comportamento dominador do ser humano o fez acreditar ser o dono da natureza e de que tudo que existe foi criado apenas para ele. Amparados tecnologicamente os indivíduos exercitam o domínio sobre outros em nome do poder e ganância. O resultado dessa perspectiva é a afirmação de uma visão dicotômica e mecânica do mundo, da natureza e do próprio ser humano. Tais comportamentos geraram um sentimento de intolerância ao ponto de tornarem as inconformidades algo normal e neste sentido, as sociedades modernas não percebem as incoerências praticadas contra si mesmas e consequentemente contra a natureza.
Porém, esse paradigma moderno entrou em crise na medida em que se mostrou insuficiente para explicar e responder aos problemas que estão emergindo na atualidade, sendo um deles a crise sócio-ambiental. Portanto, a questão ambiental é um tema que, nos dias atuais, têm preocupado governantes e civis devido aos impactos nocivos sobre o ambiente, decorrentes do modelo de desenvolvimento econômico adotado, especialmente no que concerne às transformações climáticas e poluição da água.
Essa crise ecológica tem se expressado de várias formas e está relacionada principalmente ao progresso científico e tecnológico, acelerando desequilíbrios. O atual modelo de desenvolvimento é excludente, desigual e altamente destruidor dos recursos naturais e da biodiversidade. Os recursos naturais são transformados em mercadorias, ou seja, passaram a ser vendidos e comprados e por sua vez, alimentam as redes consumistas de forma cada vez mais extensa. O consumismo exacerbado tem sido uma das principais causas do agravamento da crise ecológica planetária.
Entretanto, do ponto de vista histórico, pode-se afirmar que os problemas relacionados ao meio ambiente não são recentes, assim como não é recente a preocupação que ele desperta. Segundo Dias (2003), a preocupação com a proteção da natureza vem se manifestando desde a Antiguidade. Contudo, a crise ambiental intensificou-se ao longo do século XX, o que começou por despertar uma consciência maior. Mas a partir dos anos 60 essa consciência tornou-se mais solidificada principalmente, com a publicação do livro “Primavera Silenciosa”lançado em 1962 por Rachel Carson. Foi a partir desse período que houve uma intensificação dos movimentos ambientalistas, que passaram a mobilizar a comunidade internacional, realizando diversos encontros e convenções, que tiveram como finalidade principal estabelecer princípios, planos de ação, diretrizes, metas e estratégias para atender aos desafios vigentes, e propor condições para a construção de uma conscientização norteada pela Educação Ambiental, visando uma sociedade sustentável.
Com este intuito, a Educação Ambiental tem assumido cada vez mais uma função transformadora, na qual a co-responsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover um novo modelo de desenvolvimento, chamado por muitos de desenvolvimento sustentável. Entende-se, portanto, que a Educação Ambiental constitui uma das condições necessárias para modificar o quadro de crescente degradação sócio-ambiental, com ênfase em um modelo educacional que vise equacionar o relacionamento entre homem e natureza. Dessa forma, a inserção da Educação Ambiental no ensino formal e informal representa uma possibilidade de orientar os indivíduos em um caminho que venha a transformar os paradigmas atualmente vigentes, influenciando diretamente na qualidade de vida e cidadania (ZUQUIM; FONSECA; CORGOZINHO, 2010).
Assim sendo, a Educação Ambiental, nas suas diversas possibilidades, abre um estimulante espaço para repensar práticas sociais. É papel dos educadores mediar e transmitir um conhecimento suficiente para que as pessoas tenham a possibilidade de adquirir uma base adequada de compreensão do meio ambiente global e local, impulsionando transformações de um modelo educacional que assuma um compromisso com a formação de valores visando a sustentabilidade como parte essencial de um processo coletivo. Tal percepção possibilitaria certamente uma visão mais ampla da interdependência dos problemas e soluções relacionados ao meio em que vivemos, superando o reducionismo e estimulando o pensamento voltado para um meio ambiente diretamente vinculado ao diálogo entre saberes. A participação da comunidade nas estratégias para se resgatar o meio ambiente e aos valores éticos são fundamentais para fortalecer a cidadania e conseqüentemente a complexa interação entre sociedade e natureza.
A questão ambiental na sociedade contemporânea
Desde os seus primórdios, o homem tem se relacionado com a natureza de diferentes formas. Para a maioria das culturas, inclusive entre as primitivas, a busca do entendimento sobre a natureza, sua importância e relação com os seres humanos se confundem com sua própria história e forma de organização social. Por muitas vezes o homem se considerou como fator integrante da natureza, mas atualmente predomina a visão antropocêntrica, na qual ser humano que se eleva à posição de dono da natureza, tendo-a como objeto de dominação e manipulação.
A partir de então, o ser humano passou a utilizar intensamente os recursos naturais, praticamente sem reflexão ou preceitos éticos, o que culminou com a atual situação que se configura hoje: escassez de recursos, degradação dos ecossistemas, perda de biodiversidade, dentre outros impactos. Tendo em vista esse quadro, foi a partir da chamada Idade Contemporânea, é que se intensifica o despertar uma preocupação sobre a forma com que o homem interage com a natureza - uma parcela da população e da comunidade científica começa a se conscientizar criando diversos movimentos preservacionistas (PHILIPPI JR; PELICIONI, 2005). Paralelamente, a superpopulação mundial, a diminuição de recursos minerais, a poluição, o efeito estufa, a escassez de água, as mudanças bruscas do tempo e da temperatura, começaram a despertar nos cientistas e no poder público uma preocupação em relação ao modelo econômico vigente (GIDDENS, 2005).
Essa preocupação ficou mais evidenciada a partir da década de 70, especialmente após trinta anos de vertiginoso crescimento econômico dos países industrializados, o que resultou em desigualdade social, poluição e descaso para com o ambiente e seus recursos (RAYNAUT; LANA; ZANONI, 2000).
Em 1972, foi realizada a 1ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. Esta tinha por objetivo orientar a necessidade do controle da poluição em escala mundial (PHILIPPI JR; PELICIONI, 2005). Contudo, os países industrializados não modificaram radicalmente seu modelo de desenvolvimento, mantendo como objetivo principal o crescimento do padrão de vida da população. Associado a isso iniciou-se uma outra discussão que também dizia respeito à questão ambiental, mas evidenciando os riscos agregados ao crescimento populacional. Segundo esta análise, um aumento consecutivo e rápido da população mundial e da demanda de produtos alimentares e de outros gêneros iria desvirtuar os sistemas naturais com uma pressão global excessiva sobre os recursos disponíveis. Isso resultaria em uma crise geral dos recursos naturais, ocasionando uma superexploração dos meios naturais (RAYNAUT; LANA; ZANONI, 2000).
Depois de toda a degradação feita à natureza em prol da economia de cada país, hoje existem tratados assinados entre tais países que tentam amenizar o impacto causado à natureza. Porém ainda existem controvérsias. No tratado de Kyoto, que estabelece a redução de liberação de gás carbônico para a diminuição do efeito estufa, países como os Estados Unidos, recusaram-se a assinar, por alegarem possíveis perdas econômicas. Este é apenas um exemplo dentre os muitos planos sugeridos para preservar a natureza, que são negados ainda hoje por países ricos (PHILIPPI JR; PELICIONI, 2005).
Dessa forma, se torna fácil compreender as palavras de Fromm (1987), quando afirma que o que importa hoje é o "Ter" em detrimento do "Ser". Os indivíduos através da cobiça e da ganância tem superado seus próprios instintos de sobrevivência, em nome do ter, tem desmatado e poluído sem se importar com o resultado maléfico que causará futuramente. O ser nada mais é sem o Ter. O ser não se reconhece, desaparece.
Freud (1996) expõe que a civilização levou à cultura e esta ao se desenvolver trouxe ao ser humano a tecnologia, máquinas que os aproximam de deuses, contudo isso não lhe trouxe felicidade. Talvez fosse interessante perceber que mesmo com todo o poder o ser humano perdeu o principal, aliás, o que lhe caracteriza como humano, sua natureza. Hoje, os indivíduos não se sentem parte integrante da natureza, pois a tecnologia os assemelhou a deuses. A ciência une-se ao ser humano nesta vontade de superar barreiras. Provoca a natureza quando cria formas artificiais que desafiam as formas naturais quebrando muitas vezes, ritmos biológicos e cadeias naturais (REIS; LIMA; SILVA, 2007).
Segundo Nars (1977), tem-se tentado resolver problemas criando outros maiores, ou seja, tenta-se acabar com a fome, mas não com a desigualdade social e a seca em muitos países devida ao efeito estufa. Tenta-se prolongar a vida com órgãos novos, mas não preservando a saúde com alimentos naturais e atividade física e consequentemente, uma vida mais saudável.
Infelizmente, os indivíduos buscam conhecer a natureza, de forma desrespeitosa e tentam chegar à mínima parte desta, no entanto não conseguem compreender a essência da natureza em si, isso porque tal essência parece ir para além da física e da biologia, é algo mesmo da mística do existir (BOFF, 1999). De acordo com Capra (1990), pensar em consciência ecológica e preservação é despertar para alteridade numa relação de respeito e troca com a natureza. É pensar que a preservação da natureza implica na própria preservação. É pensar humanidade enquanto individualidade e universalidade. É entender a relação existente do ser humano com a natureza numa visão Histórica.
De forma semelhante, Morin (1991) expõe que cresce um novo paradigma que é de religação, de reencantamento pela natureza e de compaixão pelos que sofrem. Um tempo marcado pelo amor à vida e por um processo de busca interior muito autêntico, uma preocupação consigo e com o próximo, um processo de descobertas e caminhada interior, para uma melhor compreensão de si mesmo (JUNG, 1992).
A Educação Ambiental e a cidadania
Diante de uma demanda pelos processos naturais, foram realizadas no início do século XX, reuniões de estudos especializados, em proteção de aves, de paisagens e espécies em extinção. Em diversos países foram desenvolvidos movimentos semelhantes, mas que apresentavam certa discrepância com a realidade (FRANÇA, 2006). Mas é em 1977 que acontece a 1ª Conferência Internacional sobre Educação Ambiental, promovida pela UNESCO-PNUMA, realizada em Tbilisi, Geórgia. Nesta Conferência foi produzida a Declaração sobre Educação Ambiental, que resultou em princípios e 41 recomendações; documento este, que apresenta as finalidades, objetivos, princípios orientadores e estratégias para o desenvolvimento da Educação Ambiental e elegeu o treinamento de pessoal, o desenvolvimento de materiais educativos, a pesquisa de novos métodos, o processamento de dados e a disseminação de informações como a mais urgente dentro das estratégias de desenvolvimento (JACOBI, 2003).
Foi realizada em Moscou, a 2ª Conferência, em agosto de 1987, reunindo educadores ambientais de cem países membros da ONU. Esta Conferência também foi promovida pela UNESCO-PNUMA, com o objetivo de avaliar o que fora realizado no período entre a Conferência de Tbilisi e a de Moscou, de forma a redimensionar a Educação Ambiental no mundo (ASSIS, 1991).
Segundo o mesmo autor, a Conferência de Moscou reforçou os objetivos e princípios orientadores propostos em 1977, estabelecendo-se como alicerces para o desenvolvimento da Educação Ambiental em todos os níveis, dentro e fora sistema escolar. Especialistas da Conferência de Moscou concluíram, reafirmando as propostas de Tbilisi:
[...] os objetivos da Educação Ambiental não podem ser definidos sem que se levem em conta as realidades sociais, econômicas e ecológicas de cada sociedade e os objetivos da Educação Ambiental para o seu desenvolvimento; deve-se considerar que alguns objetivos da Educação Ambiental são comuns à comunidade internacional (FRANÇA, 2006: p. 36).
No Brasil, essa preocupação torna-se mais perceptível a partir da década de 80, quando os órgãos governamentais de meio ambiente começam a se organizar para instituir a gestão ambiental, da qual a Educação Ambiental é um importante componente. Neste momento, estados e municípios se mobilizam e tentam fortalecer suas principais secretarias de meio ambiente, que entre outras funções têm a tarefa de desenvolver atividades de Educação Ambiental.
A Constituição de 1988 deu um passo decisivo para a formulação da política ambiental brasileira. Pela primeira vez na história do país um capítulo inteiro da Constituição é dedicado ao meio ambiente. No capítulo VI, artigo 225 ficou estabelecido que a preservação do meio ambiente seja tarefa inadiável e deve ser preocupação tanto dos governos quanto da sociedade.
A Educação Ambiental tornou-se uma necessidade com a promulgação da Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, que instituiu uma Política Nacional de Educação Ambiental, através dela foi estabelecida a obrigatoriedade da Educação Ambiental em todos os níveis do ensino formal da educação brasileira. Neste sentido, a lei 9.765/99 deve ser mencionada como um marco importante da história da Educação Ambiental no Brasil, porque ela resultou de um longo processo de discussões entre ambientalistas, educadores e governos. A Educação Ambiental foi instituída como obrigatória em todos os níveis de ensino e considerada um componente da educação fundamental. Nesse sentido tem sido estimulada a assimilação da questão ambiental como um tema transversal dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN buscando capacitar professores e disponibilizar materiais didáticos. Contudo, tal lei se tornará morta se ações não forem implementadas e disseminadas.
A Educação Ambiental como instrumento para a conquista da cidadania é destacada por pensadores como Grun (2005), que enfatiza a necessidade de superação da visão tecnicista, afirmando que o problema ecológico não é somente um problema técnico, mas também um problema ético. Nesse sentido, o autor trabalha com termos como Educação Ambiental e Ética Ambiental, sob um enfoque holístico. Nessa mesma linha, França (2006) cita que a superação da visão tecnicista deve passar pela escola, como um centro de processos educativos, que conciliem pesquisa e extensão. Segundo González-Gaudino (2005), este leque aberto pela Educação Ambiental nas disciplinas vigentes recebeu o nome de interdisciplinar, no entanto, ainda existe confusão em relação a esse campo e a interdisciplinaridade cede lugar a complexidade. Por isso, Levy (2001) esclarece que há a necessidade de proporcionar a discussão de qual tipo de educação deve-se querer para as gerações futuras. A reconstrução da cidadania, segundo o autor, deve ser feita pelo resgate do sentido maior da Educação Ambiental, ou seja, deve ser o da própria educação.
Na visão de Loureiro (2006) a educação é uma prática social que expressa o modo dos seres humanos se organizarem e viverem em sociedade, como se percebem enquanto ser da natureza e manifestam seus questionamentos sobre a realidade num processo de crítica e autocrítica, de ação política e conscientização coletiva. Logo, é parte constitutiva da Educação Ambiental buscar entender e atuar no campo dos embates de idéias, dos conflitos sociais, num contínuo movimento de aprendizagem, de viabilização de novos patamares societários e civilizacionais. Completando esse pensamento, o autor conclui que é absolutamente importante para a concretização de um novo patamar societário que a produção em Educação Ambiental aprofunde o debate teórico-prático, tornando possível ao educador discernir uma “concepção ambientalista” e educacional, emancipatória e transformadora, percebendo as formas de se relacionar e superar todos esses embates.
Neste sentido Gadotti (2000) afirma que a Educação Ambiental trata-se de uma mudança radical de mentalidade em relação à qualidade de vida, que está diretamente ligada ao tipo de convivência que mantemos com a natureza e que implica atitudes, valores, ações. De acordo com Sato; Carvalho, (2005) trata-se de uma opção de vida por uma relação saudável e equilibrada com o contexto, com os outros e com o ambiente mais próximo, a começar pelo ambiente de trabalho doméstico
A relação entre meio ambiente e cidadania assume um papel fundamental na busca de atores sociais comprometidos com novas posturas e práticas sociais visando à qualidade da vida planetária. Isto implica em ultrapassar as fronteiras dessa cultura enraizada, tornando necessário um conjunto de medidas complementares de diferentes esferas (política, economia, cultural, jurídica, das relações sociais, dos valores e outros) que estejam imbuídas em contribuir para essa realidade (SATO; CARVALHO, 2005).
Para Ruscheinsky (2002, p.137):
[...] A cidadania em todas as suas dimensões possui uma conotação de conquista, e a efetivação reporta-se sempre à capacidade de organização e mobilização da sociedade civil. Estas tarefas primordiais que tem na educação ambiental um instrumento importante para que sejam alcançados.
Segundo Touraine (1996, p. 93) a existência da cidadania está ligada à consciência dos indivíduos de pertencimento a uma coletividade política, que pode ser uma nação, um município, uma região ou um conjunto federal. Uma democracia de fato, exige a responsabilidade dos cidadãos, sendo fundamental que a responsabilidade política de cada um em relação a essa coletividade seja despertada.
A idéia de cidadania proclama a responsabilidade de cada um e, portanto, defende a organização voluntária da vida social contra as lógicas não políticas, que alguns acham ser “naturais”, do mercado ou do interesse nacional (...). A cidadania não é a nacionalidade (...). A segunda designa a filiação a um Estado Nacional, enquanto a primeira fundamenta o direito de participar, direta ou indiretamente, na gestão da sociedade. A nacionalidade cria uma solidariedade dos deveres, enquanto a cidadania dá direitos (TOURAINE, 1996, p. 97).
Nesse sentido, uma das principais responsabilidades de cada cidadão atual é em relação à questão ambiental, no sentido de contribuir de forma organizada, para o estabelecimento de melhores condições de vida para a coletividade à qual se sente filiado. Além disso, como analisado por Ribeiro (2003) é necessário, na atualidade, que seja instalado um outro modo de vida baseado em novas premissas éticas e culturais que concilie melhor a forma de produção e atendimento às necessidades materiais de vida e o tempo de reposição da base material por meio de processos naturais. Isso, por si só, justifica a necessidade de ampliação de uma séria educação política ambiental.
A sustentabilidade pode ser uma fonte de cidadania, de uma nova cidadania, que permita a circulação e promoção de idéias e valores por meios materiais extraídos de maneira cautelosa do ambiente (RIBEIRO, 2003, p. 415).
A questão ambiental, na visão de Gutiérrez (2000), transformou-se em uma causa social cidadã que reúne os mais variados grupos voluntários tanto em escala nacional, quanto internacional. Sua força política conseguiu chamar atenção de outros atores sociais de grande relevância, tais como as autoridades locais, parlamentares, trabalhadores, ambientalistas, grupos religiosos, educadores e outros que sobremaneira vêm se preocupando com o futuro do planeta. Nesse sentindo, é necessário que a população faça uso de seus direitos de cidadania e incorpore em seu cotidiano atitudes que manifestem a consciência de pertencentes a um conjunto de sociedade que exige responsabilidade coletiva.
[...] Exigir direitos é parte da cidadania, mas respeitar os contratos sociais é sua contrapartida. Talvez por não fazermos a nossa parte ou não termos a consciência se pertencer a um coletivo é que somos tão condescendentes com irregularidades que acabam prejudicando a todos. E o fato de mantermos a maioria da população sem os direitos básicos de cidadania nos impede de construir a Nação-cidadã que arrotamos desejar. Um dos maiores desafios para a mudança de comportamentos e de atitudes de uma sociedade está na consciência coletiva dos cidadãos. Uma das medidas mais desafiantes para o enfrentamento do atual sistema é a estruturação de novos padrões de comportamento, atitudes e valores que venham acompanhar as mudanças decorrentes do progresso cultural e político. E a escola tem um papel primordial na conquista destes valores (PINSKY, 1998, p.19).
A prática educativa que produz resultados satisfatórios é aquela que tem um caráter atualizado e questionador baseada na abordagem de temas com rigor conceitual e dialógica como já foi analisado por Freire (1974). A Educação Ambiental no Brasil marcada por confusões conceituais (PEDRINI, 1997) ainda enfrenta diversos obstáculos que dificulta sua implementação nas escolas de forma dialógica, antidogmática e propositiva, capaz de estimular transformações no modo como os indivíduos se relacionam na natureza e entre si.
O autoritarismo político instaurado no Brasil durante os anos de regime militar trouxe graves conseqüências e principalmente atrasos, na realização de uma Educação Ambiental comprometida com a transformação de posturas cotidianas em relação à questão ambiental e mudança de mentalidade dos indivíduos. Isso contribuiu para que a ordem econômica, política, jurídica e ética vigente fosse discutida devidamente, pois é fato que o regime militar brasileiro considerava qualquer mobilização social como ameaça à segurança nacional (PEDRINI, 1997).
A construção democrática e exercício da cidadania no Brasil é muito recente. Apesar das frágeis experiências anteriores, esses processos políticos só ganharam vigor à medida que a ordem política militar foi sendo lentamente superada. Temos no Brasil, como foi analisado por Carvalho (2010), uma cultura política governista onde predomina a valorização do Executivo e a desvalorização do Legislativo e seus titulares, cujas atitudes conduzem a uma profunda falta de legitimidade dos representantes escolhidos em processos eleitorais, perante a população. Isso favorece a existência de uma visão corporativa dos interesses coletivos e eles vão prevalecer enquanto não se efetivar uma ampla organização autônoma, de fato, da população. Assim, temos muito mais o exercício do vício da “estadania”, do que da cidadania. De forma preocupante constata-se, que o direito à cidadania está se confundindo, cada vez mais, na nossa experiência política, ao direito de ser consumidor e o consumismo exacerbado, sendo uma das principais causas dos problemas ambientais. Apesar disso tudo, existem segmentos sociais em defesa de uma cidadania responsável e atuante, principalmente em relação às questões ambientais e a educação.
Portanto, a Educação Ambiental no Brasil encontra-se em processo de construção conceitual, com discussão de marcos teóricos e reelaboração de propostas de intervenção. O ato educativo não é neutro, quando realizado a partir da observação sistemática do nosso entorno e com rigor conceitual. Isso gera, naturalmente, o questionamento sobre o alto custo ambiental de caráter predatório que temos no Brasil e que favorece os interesses de uma minoria que lucra com ele. Em contrapartida, toda a sociedade brasileira está pagando esses custos sofrendo os efeitos da poluição do ar, da água e mudanças climáticas, dentre outros aspectos.
A partir do fornecimento de informações sérias sobre a questão ambiental no Brasil e no mundo de modo geral, e adoção de procedimentos pedagógicos adequados, nos processos escolares, as crianças e jovens poderão vir a transformar essas informações em conhecimentos consistentes, mudança de conhecimentos prévios arraigados e de atitudes em seu cotidiano.
A educação ambiental, enquanto processo de construção social, pode contribuir para a reconstrução de saberes disciplinares, fragmentados e marcados pela postura cartesiana na medida em que adotar concepções teóricas interdisciplinares e procedimentos em sua base conceitual e nas suas ações. A educação ambiental é, antes de tudo, uma dimensão da educação e não uma área específica ou uma especialização do saber e precisa ser instrumentalizada pedagogicamente (PEDRINI, 1997) para se manifestar em todo o currículo escolar visando à transformação das concepções dos indivíduos e grupos sociais na busca de mundo viável para todos e para as próximas gerações.
A Educação Ambiental alcançará seus objetivos se for implementada numa perspectiva conceitual-metodológica atualizada e numa situação escolar de trabalho interativo, questionador, propositor de ações adequadas de intervenção na realidade imediata, para assim, criar as condições favoráveis para o alargamento dos questionamentos em escalas ampliadas. As práticas informais e não-formais contribuem, também, para a expansão da Educação Ambiental.
Seja no âmbito da escola formal, seja na organização comunitária, a Educação Ambiental pretende provocar processos de mudanças sociais e culturais que visam obter do conjunto da sociedade tanto a sensibilização à crise ambiental e à urgência em mudar os padrões de uso dos bens ambientais quanto o reconhecimento dessa situação e a tomada de decisões a seu respeito (CARVALHO, 2008, p. 158).
Dessa forma, é possível que a criança ou jovem a ela submetida experimente situações que contribuam para sua formação enquanto cidadãos e desperte uma sensibilidade maior para o exercício de uma cidadania ambiental. Mesmo que existam práticas improvisadas de Educação Ambiental devido à urgência de atitudes frente à destruição sócio-ambiental, elas têm sua importância, porém é necessário a assimilação de referenciais teórico-metodológicos pelos educadores ambientais que fundamentem essas ações tornando-as mais eficientes e esclarecidas. O conhecimento sobre a realidade é multifacetado o que nos leva a reconhecer a necessidade de um esforço interdisciplinar não só na produção de novos conhecimentos como na sua difusão e absorção. Ao reconhecer esses princípios, a Educação Ambiental coloca-se como de responsabilidade dos educadores em geral e não como uma área profissional específica do conhecimento humano. Como analisa Pedrini (1997), ela deve ter a finalidade de suscitar questionamentos, mudanças de hábitos, posturas e atitudes que contribuam para uma melhor interação social entre indivíduo e a natureza em geral, reconhecendo-se como parte integrante e não separado dela.
A cidadania ambiental requer atitudes que vão além das questões eleitorais. O cidadão consciente não é apenas aquele que busca fazer as melhores escolhas nos processos eleitorais. O cidadão consciente desenvolve suas concepções sobre o mundo tanto na escala local como global e se reconhece como partícipe de uma cidadania ambiental ativa que extrapole as fronteiras locais ou nacionais, desenvolvendo ações que visem um mundo viável agora e para as próximas gerações, pois a realidade local é, apenas, parte de um contexto mundial. A Universidade em geral e as políticas públicas possuem igual responsabilidade no fortalecimento da Educação Ambiental, pois a questão ambiental é um problema que afeta a todos os indivíduos e por isso exige ações do governo e da sociedade civil.
Nos últimos anos houve um crescimento significativo no oferecimento de cursos nas Universidades, nos níveis de graduação ou pós-graduação stricto sensu, voltados para a análise das questões ambiental formando especialistas ambientais, gestores, educadores, analistas e auditores. A qualidade dessa formação de docentes e pesquisadores está atrelada à capacidade, de fato, desses cursos suscitarem a percepção desse novo campo de saber como um espaço interdisciplinar.
Para Carvalho (2008) a Educação Ambiental tem a responsabilidade de contribuir para a formação de um “sujeito ecológico”, portador de valores éticos, atitudes e comportamentos ecologicamente orientados produzindo efeitos tanto no plano individual como coletivo.
O sujeito ecológico (...) é um sujeito ideal que sustenta a utopia dos que crêem nos valores ecológicos, tendo por isso, valor fundamental para animar a luta por um projeto de sociedade bem como a difusão desse projeto. Não se trata de imaginá-lo como uma pessoa ou grupo de pessoas completamente ecológicas em todas as esferas de sua vida ou ainda como um código normativo a ser seguido e praticado em sua totalidade por todos que nele se inspiram (CARVALHO, 2008, p. 67).
Esse tipo ideal revela-se como um modelo de identificação para o comportamento individual, bem como, “um horizonte sócio-histórico de justiça ambiental para uma educação ambiental emancipatória”. (CARVALHO, 2008, p. 23). Ainda segundo o autor, ao absorverem um ideário ecológico com suas novas formas de ser e compreender o mundo e a experiência humana, crianças e jovens poderão adquirir posturas e adotar atitudes adequadas a uma existência ecologicamente saudável e ambientalmente sustentável.
O projeto político-pedagógico de uma Educação Ambiental crítica poderia ser sintetizado na intenção de contribuir para uma mudança de valores e atitudes, formando um sujeito ecológico capaz de identificar e problematizar as questões socioambientais e agir sobre elas (CARVALHO, 2008, p. 156).
A sociedade civil ampliou suas iniciativas na discussão e intervenção nas questões ambientais através de conselhos, campanhas e movimentos ambientais. Além das práticas sociais de questionamento e intervenções ambientais através de grupos e movimentos sociais ecológicos ocorreram, também, na atualidade mudanças significativas na legislação ambiental. Como analisado por Carvalho (2008) do ponto de vista das ações educativas há, de certa forma, um consenso sobre a necessidade de problematização da questão ambiental em todos os níveis de ensino. A Educação Ambiental vem sendo valorizada como uma ação educativa que deveria estar presente, de forma transversal e interdisciplinar, articulando o conjunto de saberes, formação de atitudes e sensibilidades ambientais. Tudo isso tem estimulado a produção editorial de livros e a formação de especialistas ao mesmo tempo em que a questão ambiental se delineia como uma área nova de conhecimentos e de atuação profissional. Contudo, a existência de profissionais ambientais não é suficiente se a perspectiva ambiental não estiver presente na atuação dos educadores que atuam na Educação Escolar que desperte valores ecológicos e vise a formação cidadã-ecológica de crianças e jovens. A cidadania se amplia quando percebida numa dimensão ambiental.
A educação e especialmente a Educação Ambiental, segundo Sato; Carvalho (2005), deve se apresentar sinceramente comprometidas com a edificação da “cidadania planetária” e por isso, não podem deixar de ouvir e refletir sobre as diferentes vozes e silêncios independente de onde venham. Portanto, por mais “estranhos” que nos possam parecer, merecem ser discutidos a partir de critérios de paz, solidariedade, justiça social, fraternidade, democracia, amor e ecologia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A problemática ambiental tem se apresentado, na maioria das vezes, apenas como um conceito amplo e generalizado, como se fosse algo externo a todos e, nesse sentido, não são suficientemente enfocadas no contexto da Educação Ambiental. Fato este que gera um grande entrave ao desenvolvimento do tema, pois a realidade local também é produto do processo civilizatório de extrema importância e também envolve as interações locais entre a sociedade e a natureza. Portanto é necessário observar que o problema ambiental não é algo distante de nós, e que não afeta, apenas, aos microorganismos, vegetais e animais.
Essa problemática é, de forma bastante considerável, um assunto a ser considerado pelo humano também, e, nesse ínterim, é um problema de social local que permeia uma amplitude mundial. Nesse sentido, ressalta-se que, cada vez mais, é de caráter fundamental proporcionar aos educadores condições adequadas para que sejam produzidos e explorados conteúdos e atividades de educação para o meio ambiente. Dessa forma, é preciso lembrar que as abordagens educacionais devem conduzir a práticas que incentivem o debate, a construção do conhecimento e a reflexão sobre as questões ambientais, possibilitando um desenvolvimento claro dos conceitos de conscientização e da cidadania.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BOFF, Leonardo. Saber Cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. 6 ed. Petrópolis (RJ): Vozes, 1999. 200p.
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CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo : Cortez, 2008. 256p.
CARVALHO, Murilo. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. 236p.
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