ATITUDES PRÓ-AMBIENTAIS: intervenção através dE OFICINAS PEDAGÓGICAS

Eduardo Beltrão de Lucena Córdula¹

Patrícia Nunes da Fônseca²

¹Especialista em Educação; Licenciado em Biologia; Pesquisador do GEPEC-GEPEA da UFPB/CE; e-mail: ecordula@hotmail.com

²Doutora e Mestra em Psicologia Social, Especialista em Educação Básica, Graduada em Psicologia, Professora do Curso de Especialização da UNAVIDA-IESP e Professora da UFPB/CCHLA. e-mail: patynfonseca@hotmail.com

RESUMO

A Educação Ambiental (EA) no âmbito formal (escola) vem sendo desenvolvida sem que a mesma se torne uma disciplina curricular e ao mesmo tempo não desvirtue seu papel como geradora de consciência do futuro cidadão. Como pesquisa qualitativa, de característica etnográfica e fenomenológica, teve como principal objetivo o estímulo da consciência ambiental nos alunos da 6° ano do ensino fundamental II de uma escola pública municipal de Cabedelo, Paraíba, onde foram desenvolvidas 10 oficinas ecopedagógicas de sensibilização, planejadas a partir dos resultados obtidos de um Pré-teste e comparados com o Pós-teste, para verificação as mudanças nas atitudes pró-ambientais. Os resultados obtidos mostraram resultados nas mudanças da atitudes dos alunos, refletidas em suas respostas aos Pós-teste e no empenho durante as oficinas ecopedagógicas.

Palavras-Chave: Escola Pública, Sensibilização, Educação Ambiental, Meio Ambiente.

ABSTRACT

The Environmental Education (EE) in formal (school) has been developed without it becoming a curricular subject and at the same time not detracts from his role as creating awareness of the future citizen. As qualitative research, ethnographic and phenomenological feature has as its main objective the encouragement of environmental awareness in students of the 6th year of elementary school II of a public school Cabedelo, Paraiba, where 10 workshops were developed ecopedagogic awareness, planned to From the results of a pre-test and compared with the post-test to verify the changes in pro-environmental attitudes. The results showed changes in the results of students' attitudes, reflected in their responses to post-test and a commitment during the workshops ecopedagogic.

Word-key: Environmental Education, Environment, Ecopedagogic, Public School.

1. INTRODUÇÃO

A Educação Ambiental é um campo de estudos recente, possuindo apenas 40 anos de existência, tendo como o primeiro praticante - chamada de práticas ambientais – o escocês Patrick Geddes, que é considerado o pai da EA. Durante sua vida, trabalhou para colocar os caminhos da escola em direção conjunta com o mundo natural, e o fez até 1933 quando faleceu (DIAS, 2001). Porém, a primeira vez em a expressão Educação Ambiental foi utilizada, ocorreu durante a Conferência de Educação da Universidade de Keele, da Inglaterra em 1965. Nesta Conferência, já se debatia sobre uma formar de trabalhar conceitos ambientais em âmbito educacional (BRASÍLIA, 1998). A partir deste momento, começou a ser alicerçada as bases da EA, mas seu impulso global se deu após a publicação do livro da jornalista e ambientalista americana Rachael Carson, na década de 60 nos Estados Unidos da América e que “alertava sobre os efeitos danosos de inúmeras ações humanas sobre o meio ambiente” (BRASÍLIA, 1997a, p.08). A partir desta publicação, a humanidade voltou a abrir os olhos para o meio ambiente e começaram a enxergá-lo de forma holística e preocupando-se com o seu futuro.

Em 1972, com a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, houve o incentivo mundial na preocupação com o nosso meio ambiente. Esta conferência teve a função de “(...) despertar a consciência e o melhor entendimento dos problemas que afetam o meio ambiente” (BRASÍLIA, 1997b, p.18). Entre seus resultados, houve a criação dos parâmetros para direcionar a implantação de um tipo de educação paralela à educação formal, que foi a Educação Ambiental, em vistas a suprir rapidamente a necessidade de conscientização da massa populacional sobre os problemas ambientais (SÃO PAULO, 1999), cabendo a EA “abranger pessoas de todas as idades e de todos os níveis, no âmbito do ensino formal e não-formal” (BRASÍLIA, 1997b, p.18). Já em 1977, houve a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, em Tbilisi, cujas discussões promoveram um acordo mútuo para promoção de políticas de educação voltadas à preservação do meio ambiente, incentivos ao intercâmbio de experiências e pesquisas incluindo materiais, estímulo ao entendimento internacional e a paz (BRASÍLIA, 1997b).

1.2. Educação Ambiental no Brasil

Até a década de 70 a EA tinha como única definição a de educar para conservação do meio ambiente (TANNER, 1978). Atualmente Abílio (2005), em seus estudos com educação ambiental, considera uma definição condizente com os paradigmas ambientais da contemporaneidade, aquela que abrange tanto o lado natural quanto o humano, além do social.

Em 1994, surgiu o PRONEA – Programa Nacional de Educação Ambiental que elaborou estratégias próprias de atuação em EA para o ensino formal, gestão ambiental, campanhas específicas cooperação, articulação e criação de redes e centros especializados para canalizar, implantar e dar suporte a educação ambiental (BRASÍLIA, 1998a).

Com o encontro mundial Rio/92 – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, realizado no ano de 1992 no Rio de Janeiro, o Brasil, reforçou ainda mais a atenção mundial para o meio ambiente, criando um protocolo de intenções intitulado Agenda 21 Global, que teve como finalidade estimular um compromisso para que todos os participantes da conferência se comprometessem a promover e criar modelos em suas nações, para a promoção da qualidade de vida e para o desenvolvimento sustentável, poupando e preservando, com isto, os recursos naturais mundiais (BRASÍLIA, 1997a; JACOBI, 2009). Por fim, em 1999 é promulgada a Lei n° 9.795/99 que “Dispõe sobre a Educação Ambiental, Institui a política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências” (BRASÍLIA, 1999, p.01), garantindo em lei a efetivação da EA e como referência a todas as esferas da sociedade para que possam implantar e desenvolvê-la em vistas da preservação de nosso patrimônio ambiental.

A Educação ambiental (EA) na escola pública deve ter caráter conservacionista, biológica, comemorativa e crítica para sociedade sustentáveis, como afirma Abílio (2005), para atuar com o aluno a partir de seus conhecimentos, com sucesso no desenvolvimento da consciência crítica e auto-sustentável.

Por esta razão, os estados e seus municípios devem promover a EA para que haja uma mudança real e efetiva na direção da sustentabilidade e preservação do patrimônio natural, pois à sobrevivência da humanidade depende cada vez mais da plena formação consciente de nosso cidadão (BRASÍLIA, 1997c; BRASÍLIA, 1999; JACOBI, 2009).

1.3. Educação Ambiental na Escola Pública de Cabedelo

Segundo Guerra e Abílio (2006, p.136), a visão dos discentes das escolas pesquisadas no município de Cabedelo-PB, mostraram que suas interpretações do meio ambiente são “o lugar onde vivem” ou a “natureza” e a educação ambiental “é percebida como um meio de conscientização em relação aos problemas ambientais”. Confirmando as pesquisas dos autores anteriores, Andrade e Guerra (2007) verificaram uma tendência de visão naturalista, seguida da romântica sobre o meio ambiente, e excluindo a figura do ser humano dele, em uma das escolas públicas de Cabedelo. Esta visão fragmentada foi verificada no Ensino Fundamental I (EF-I), no 4° e 5° ano, o que mostra que os alunos passam ao Ensino Fundamental II (EF-II), com a mesma visão. Já a percepção ambiental sobre o tema meio ambiente foi de 38% nos alunos do 4° ano e de 42,2% nos alunos do 5° ano. Por esta razão há uma carência de visão holística desde a base do EF-I, para melhor preparar os alunos no egresso ao EF-II.

Machado-Filho entre outros (2009), trabalhando os conceitos de meio ambiente no 5° do EF-I de uma escola pública do mesmo município, verificaram que os alunos associam o termo a palavras ligadas com elementos naturais ou com agressões do ser humano para com o ambiente e, por fim, as idéias conservacionistas ou preservacionistas. Já alunos do 6° ao 7° ano do EF-II, a visão permaneceu praticamente a mesma, sendo incorporados conhecimentos dos livros didáticos, que aparecem como uma visão com tendências ecológicas, mostrando, portanto, uma continuidade da percepção ao longo das séries da educação básica.

2. METODOLOGIA

Objetivando diagnosticar a carência em atitudes pró-ambientais em alunos do Ensino Fundamental II de uma escola pública municipal, realizamos o presente estudo empírico, envolvendo três etapas: a primeira o levantamento do objeto de estudo através de diagnose, a segunda com ações de intervenção e terceira com a repetição da diagnose para analisar o impacto da intervenção no público alvo.

2.1. Local e Público Alvo

O município possui 33Km² de área, sendo 12Km de comprimento 3Km de largura, latitude 6°58'21"S e longitude 34°50'18"W (RODRIGUEZ, 1991). Possui como recursos naturais: Floresta Nacional da Mata do Amém e Mata do Estado, que são resquícios de Mata Atlântica, com vegetação predominante de plantas arbóreas; Restinga com vegetação herbácea e arbustiva, c om destaque para os cajueiros; Mangue, formado por vegetação arbórea denominada de mangues branco, vermelho e siriúba; Estuário do Paraíba, formando pelo encontro das águas do Oceano Atlântico com o afluente do Rio Paraíba, propiciando um ambiente favorável à reprodução dos diversos espécimes da fauna marinha; Rio Paraíba; Rio Jaguaribe (Intermares); Oceano Atlântico, formando as parias de Intermares, Ponta de Campina, Poço, Camboinha I, II e III, Areia Dourada, Formosa e Cabedelo; Lagos Costeiros, que são depressões na restinga que acumulam água proveniente das chuvas e propiciam temporariamente, a insurgência de fauna e flora típicos destes ambientes; Recifes de Corais, que formam uma faixa contínua no litoral cabedelense, abrigando inúmeras espécimes marinhas; Dunas, sendo poucas mas ainda resistem no município, com vegetação típica, praticamente herbácea; Areia Vermelha, que é um "atol" temporário, que surge no período de marés baixas (MIRANDA entre outros, 2005).

Participaram das atividades alunos do 6° ano do Ensino Fundamental II, com idades entre 11 e 13 anos, do turno da tarde, da Escola Municipal Major Adolfo Pereira Maia, localizada no centro da cidade do município de Cabedelo, Paraíba.

Os alunos são oriundos de bairros circunvinhos à escola e de outros mais afastados. A maioria pertence a famílias que sobrevivem com subempregos, poucos assalariados, e alguns em situação de risco (CÓRDULA; FONSÊCA, 2009). Estes alunos pertenciam às turmas do 6° ano C com 20 alunos, sendo 12 meninos e 8 meninas e do 6° ano D com 13 alunos, sendo 5 meninas e 8 meninos, totalizando 43 estudantes.

2.2. A Problemática no Município

O município possui problemas tanto ambientais agudos como sociais e outros detectados na própria escola.

Ambientais

Desmatamento das áreas verdes, principalmente da restinga (ameaça a extinção da flora e consequentemente da fauna local); Especulação imobiliária; Lixo acumulado em áreas verdes; Uso não-sustentável dos recursos pesqueiros, da catação de moluscos e crustáceos, e da pesca predatória com redes de malha fina e na época do defeso; Área de desova das tartarugas marinhas ameaçada pelo tráfego constante de pedestres; Turismo sem orientação ambiental; Queimadas criminosas na restinga principalmente no verão (CÓRDULA; FONSÊCA, 2009; CÓRDULA, 2009).

Sociais

Pobreza acarretada pelo desemprego e subempregos; Índice ainda considerável de formação incompleta dos estudos regulares na população; Comportamentos de risco entre adolescentes: alcoolismo, gravidez indesejada, DST, AIDS, drogas ilegais; Baixa formação política na população, o que ocasiona pouco interesse da sociedade cabedelense nas decisões político-administrativas no município (CÓRDULA, 2009).

Escolares

A escola em questão possui problemas quanto à conservação da sua estrutura física, devido à depredação por parte dos alunos, manifestada em suas paredes pelas pichações com lápis, canetas, corretivos líquidos e outros materiais com pigmentos. Além disto, há também, a quebra constante de cadeiras, mesas, maçanetas das portas e danificação de torneiras, portas e das paredes, principalmente na pintura. É perceptível a falta de sensibilização para conservação do patrimônio escolar (Foto 1 e 2).

Fotos 1 e 2 – Falta de conservação das paredes dos corredores (1) e das salas de aula (2), devido a ação dos próprios alunos da escola (2009).

2.3. Metodologia

A pesquisa se caracteriza por ser qualitativa, etnográfica e fenomenológica.

A Pesquisa Qualitativa tem como foco a interpretação que os próprios participantes têm da situação sob estudo, enfatizando os aspectos da subjetividade e demonstrando uma flexibilidade no processo de conduzir a pesquisa, no sentido de que o comportamento das pessoas e a situação ligam-se intimamente na formação da experiência (MOREIRA, 2004).

O Método Etnográfico é uma modalidade de investigação naturalista, tendo como base a observação e a descrição, a partir do qual pretende explicar e interpretar a cultura de um determinado grupo social, assim como questionar sobre o que parece comum ao observar o tipo de relações encontradas no meio ambiente (MARCONI; LAKATOS, 2004).

A Pesquisa Fenomenológica trabalha com os significados das experiências de vida sobre uma determinada concepção ou fenômeno, explorando a estrutura da consciência humana, buscando a estrutura invariável (ou essência), com elementos externos e internos baseados na memória, imagens, significações e vivências (subjetividade) (SATO, 2001).

Para a obtenção dos dados de análise fenomenológicos, foram utilizados questionários pré-elaborados com perguntas objetivas e discursivas, para levantar no público pesquisado (gestores, coordenador escolar, professores e alunos do 6° ano), informações que possuem acerca da temática ambiental, da escola e dos procedimentos didático-pedagógicos.

Diagnose da Escola

Foi elaborado um questionário com perguntas sobre a estrutura física da escola, sobre os equipamentos disponíveis, além da estrutura humana que ela possui, constando de 21 perguntas sobre o funcionamento da parte administrativa da escola, da parte política e legislativa, da pedagógica e da didática.

Diagnose do Alunado

Foram elaborados dois questionários para o público alvo: o primeiro questionário com 10 perguntas para buscar informações sócio-culturais do alunado, situá-los dentro do município e em relação à escola, o arquétipo familiar, as condições sociais, o contato com eventos e informações culturais que ampliem o conhecimento de mundo dos alunos, suas questões pessoais, o seu envolvimento com projetos na área ambiental, entre outras. Já o segundo questionário também, com 10 perguntas, para uma diagnose ambiental, na forma de Pré-teste e Pós-teste, pretendeu-se buscar informações do conhecimento do aluno quanto à visão que possuem sobre o termo meio ambiente, suas condutas ambientais em casa, na comunidade e na escola, e as suas atitudes perante o meio ambiente (ações e diálogos sobre a temática em quentão).

As diagnoses foram realizadas utilizando-se questionários pré-elaborados para obtenção de dados qualitativos (MARCONI; LAKATOS, 2002) e alguns de caráter quantitativo (MEDEIROS; CARVALHO, 2000).

Ações

Com base nos dados coletados com os questionários, foram planejadas oficinas, tomando por base a ecopedagógia (GADOTTI, 2009, p. 06).

HÖEFFEL entre outros (1998), afirmam que os conceitos abordados na EA devem estar vinculados em nível biológico, cultural, social, tecnológico e científico. Sendo assim foram utilizados os temas transversais contidos nos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), como guia para trabalhar com o público alvo, sem fugir da ótica educacional (BRASÍLIA, 1998b); e específicos à temática ambiental para apreensão da complexa e frágil estrutura ambiental (DIAS, 1998).

Segundo a UNESCO (BRASÍLIA, 1999), as ações buscando a sustentabilidade devem ser instrumentos para: (1) provocar mudanças de valores, de comportamento e de estilo de vida e, (2) difundir o conhecimento para preparar a população no apoio às novas mudanças.

Foram realizadas 10 oficinas com o público alvo quanto à construção cognitiva do pensamento ambiental: socialização, integração e autoestima; oficinas de leitura do mundo do alunado através da construção com uma redação do seu cotidiano; construção de conceitos através de leitura e debates (meio ambiente, educação ambiental, ambientes naturais no município e ações ambientais); problematização com leitura e interpretação de cartilha (tema desmatamento); exibição de vídeos documentários (floresta sazonais e água doce) para internalização de conhecimentos sobre a frágil estrutura da natureza; re-leitura de música ambiental ligada à escassez da água doce e; construção de painel pelos alunos dos problemas ambientais locais; e sobre o que eles poderiam fazer para modificarem as situações expostas.

Avaliação

A análise e interpretação dos dados obtidos com os questionários foram plotados na forma de porcentagem em gráficos. Além do registro fotográfico das atividades desenvolvidas com o alunado da escola (AZEVEDO; CAMPOS, 1981).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O corpo discente envolvido na diagnose foram 43 alunos do 6° ano do Ensino Fundamental II, turmas C e D, estando entre faixa etária entre 10 e 13 anos (83,3%), onde 16,7% deles estão fora de faixa etária para esta série.

Como destacado na Tabela 1, onde se tem a origem anterior escolar do alunado dentro do município, 24,2% dos alunos são de escolas públicas estaduais, 48,5% são de escolas públicas municipais, 9,1% são de escolas particulares e 18,2% não responderam.

3.1. Diagnose Sócio-Cultural

No dia 16 do mês de fevereiro do corrente ano, foi aplicada a diagnose sócio-cultural ao alunado, na qual os dados obtidos retrataram alguns aspectos da vida dos alunos. Foram obtidos 36 questionários do público total, onde 07 alunos estavam ausentes.

A análise inicial mostrou que 55,5% dos alunos residem em bairros circunvizinhos à escola, 38,9% de bairros afastados.

Quando tratado do tipo de vinculo empregatício do pai e da mãe dos alunos, o destaque é que 38,9% dos pais trabalham com “ofícios de aprendiz”: marceneiro, pedreiro, encanador, eletricista, etc. Já 8,3% estão em situação de desemprego, 11,1% são aposentados, 13,9 estão no mercado formal de trabalho (comerciários, motorista, etc.), 13,9% estão no mercado informal (feirante, ambulante, etc.), 2,8% são servidores públicos, e 11,1% não responderam à pergunta. Enquanto que suas mães o destaque foi para o mercado formal (25%), 16,7% são do lar (donas de casa), 16,7% estão no mercado informal (feira livre, babá, diarista, etc.), 13,8% estão desempregadas, 2,5% são aposentadas, 5,8% são servidoras públicas, 2,8% só estudam e 16,7% não responderam.

Em outro questionamento social a nível familiar, foi quanto ao número de pessoas que residem em uma mesma casa. Os resultados obtidos mostraram que 5,6% dos alunos residem com 02 a 03 pessoas na mesma casa, enquanto que 63,9% responderam que de 04 a 05 pessoas e 30,5% dos alunos moram com seis pessoas ou mais na residência. Dentro universo de integrantes familiares, foi perguntado quantos irmãos o aluno possui. Aproximadamente 50% afirmaram que possuem de 01 a 02 irmãos, 36,1% de 03 a 04 irmãos, 8,3% cinco ou mais irmãos e 5,6% não possuem irmãos, sendo filhos únicos.

Indagando sobre o que os alunos mais gostam de fazer, 55,6% consideram diversão e estudar duas coisas importantes, enquanto que 36,1% afirmam só realizar atividades ligadas à diversão como: brincar, conversar com os amigos, assistir televisão e passear. E, 8,3% só gostam de estudar.

Sobre a quantidade de livros lidos pelos alunos anualmente, temos que em 2008, 22,2% dos alunos leram de 01 a 02 livros, 13,9% de 03 a 04 livros, 55,6% cinco ou mais livros e 8,3% não leram nenhum livro. Já em 2009, 25% leram de 01 a 02 livros, 5,5% de 03 a 04 livros, 16,7% 05 ou mais livros e 52,8% não leram nenhum livro.

Quando perguntado aos alunos o que gostariam que houvesse mais no mundo, tem-se que 69,4% dos alunos gostariam que houvesse mais harmonia no mundo, sendo necessária ao ser humano e ao planeta, 16,7% consideram que é preciso de mais recursos naturais, 11,1% acreditam que o mundo precisa mais de condições básicas de vida e 2,8% não responderam.

A Tabela 6 mostra que 69,4% dos alunos têm contato com eventos culturais artísticos e populares de rua, enquanto que 25% só participaram de manifestações populares de rua (festas folclóricas, festas de ruas, festividades religiosas etc.) e 5,5% só participaram de manifestações artísticas (teatro, cinema, exposições etc.).

Na Tabela 7, tem-se que 44,5% do alunado entrevistado já participaram anteriormente de projetos de meio ambiente ou educação ambiental, e 55,5% deles não participaram de nenhum projeto ligado ao tema.

Na Tabela 8, na qual se pergunta sobre o maior sonho do alunado, 47,3% deles sonham em possuir uma profissão (nível superior ou emprego remunerado), 8,3% morar com a família, 8,3% ser um artista, 13,9% ter um objeto para seu uso (bicicleta, som, motocicleta, vídeo game, etc.), 2,8% viajar, 2,8% ter saúde, 8,3% possuir melhores condições de moradia, 5,5% o mundo possuir mais harmonia e 2,8% não responderam.

3.2. Ações Ambientais (Oficinas Ecopedagógicas)

No dia 18 de fevereiro do corrente ano, foi aplicado aos alunos o Pré-teste ambiental, com perguntas discursivas e objetivas que buscaram explorar os conhecimentos e práticas cotidianos quanto ao meio ambiente. Foram entrevistados 39 alunos e neste dia e 04 estavam ausentes. Com a análise destes questionários, foram direcionadas as ações planejadas e contextualizadas de acordo com a realidade e necessidades do alunado.

A partir do Pré-teste, foram tomadas as direções pedagógicas necessárias para a metodologia adotada e os conteúdos selecionados, como trabalhar os seguintes itens: (1) Corrigir a falta de visão holística do termo meio ambiente; (2) Correlacionar destinos adequados aos resíduos sólidos produzidos em casa e quando fora dela; (3) Ampliar a percepção ambiental quanto aos problemas ambientais (poluição visual, poluição pelo lixo, etc.); (4) Proporcionar a incorporação de comportamentos ecocidadãos; (5) Reduzir materiais que iria a princípio para o lixo com estímulo a reutilização; (6) Ampliar o desenvolvimento de atitude pró-ambientais e; (7) Difundir os recursos naturais do município como potencial ao desenvolvimento sustentável.

Entre os dados do Pré-teste aplicado aos 6° anos do turno da tarde (turmas “C” e “D”), destacamos um valor percentual que se ressaltou após análise de cada questão, onde 5,1% dos alunos possuem uma visão integral do meio ambiente, sem dissociar o ser humano da natureza; já 10,2% quando produzem lixo domiciliar, o destinam inadequadamente jogando na rua ou em terrenos baldios; 48,7% quando produz lixo estando fora de casa, o joga inadequadamente na rua; apenas 51,3% dos alunos consideram a escola limpa; apenas 28,3% dos entrevistados reutilizam materiais em suas casas que iriam para o lixo; 51,3% consideram a escola limpa; 51,3% possuem a consciência e a prática de ajudar a conservar o patrimônio escolar; apenas 43,6% dos alunos afirmam fazer algo para ajudar o meio ambiente; 30,8% dos que afirmaram fazerem algo para ajudar ao meio ambiente, não souberam explicar o que fazem (ações); apenas 2,8% conhecem todos os recursos naturais (biomas) do município; e 10,2% quando solicitado para citar quatro coisas que fazem parte do meio ambiente, tiveram uma visão integralista (coisas da natureza e ser humano).

Estipulado todo o conteúdo teórico, das ações foram planejas para serem trabalhadas em 10 oficinas, realizadas de 26 de fevereiro a 01 de abril de 2009. O procedimento com as atividades em sala de aula ocorreram durante o próprio turno vespertino, nas aulas da disciplina de Ciências, já que a escola não dispunha de espaço apropriado para a que as oficinas fossem realizadas no próprio turno em um ambiente mais amplo e, também, o aluno vir em horário oposto as das suas aulas foi considerado pela Gestão Escolar e Coordenação pedagógica inviáveis, para não interferir nas aulas normais do outro turno.

Com o desenvolvimento das Oficinas Ecopedagógicas, constatamos que havia em média uma ausência de 08 alunos por oficina planejada, ou seja, 18,6% do alunado em cada turma. No mesmo dia de cada oficina, ela foi realizada tanto na turma “C”, quanto na turma “D”. Todos os dados obtidos, os alunos envolvidos nas produções nas oficinas, tiveram autorização tanto da Gestão Escolar como o prévio consentimento dos responsáveis legais, bem como, respeitados a ética na conduta da pesquisa, tomando por base a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (BRASÍLIA, 2009).

Oficinas Ecopedagógicas: vivências pró-ambientais

Através da ecopedagogia, que visa à mudança de atitudes e intervir na sensibilização do ser humano em busca de sua tomada de consciência para a problemática ambiental global e mudanças de atitudes e estímulo a práticas ambientalmente corretas no dia-a-dia (GADOTTI, 2009; CÓRDULA, 2012).

1ª Oficina: Construção Textual, através de redação sobre a temática ambiental (19/02/2009)

O primeiro contato com os alunos para a realização das oficinas, foi precedido por uma produção textual sobre a temática ambiental, onde de forma livre, escreveram sobre o tema meio ambiente. Nestas redações, os alunos puderam incorporar quaisquer subtemas ou direcionar a critério individual o texto, já que eram produções individuais e pessoais.

É nítida a percepção de meio ambiente como um ambiente da natureza, onde temos a predominância de itens naturalistas como rios, matas, animais, praias, florestas, etc. Geralmente incorporaram na produção textual os locais que possuem acesso no município – leitura do mundo do alunado.

Fotos 3 e 4 – Alunos realizando a produção textual.

2ª Oficina: Exibição do Vídeo Educativo, Florestas Sazonais (09/03/2009)

Foi exibido o documentário da coleção Planeta Terra, intitulado “Florestas Sazonais”, da BBC (British Broadcasting Corporation – Corporação Britânica de Radiodifusão) (2007a).

O documentário trata do frágil equilíbrio da natureza em relação às florestas, para os alunos entenderem as relações ecológicas que estão envolvidas no equilíbrio natural entre os seres vivos e o ambiente em que vivem. Além, das interferências humanas nestes hábitats, que provocam graves danos e que, muitas vezes, são irreversíveis. Previamente, foram preparados antes da exibição, para estarem cientes do que iriam assistir e após a exibição foram realizados debates através de técnicas didáticas de inquirição e de participação dialógica (CÓRDULA, 2011a).

Fotos 5 e 6 – Alunos do assistindo ao vídeo educativo.

3ª Oficina: Dinâmica de Socialização com os Alunos (11/03/2009)

Neste dia, foi realizada uma dinâmica de socialização e valorização do alunado, para elevar a sua autoestima. Esta decisão foi tomada, em virtude de alguns dos alunos não quererem participar dentro do grupo em que estavam inseridos. A dinâmica foi uma adaptação (BERKENBROCK, 2003, p.27) com bolas de festa (bexigas), na cor branca, que simbolizavam a paz, a amizade e a fraternidade. Dentro delas foi colocada uma palavra vinculada ao meio ambiente (CÓRDULA, 2011b). Os alunos receberam os balões vazios e encheram individualmente cada um. Foi colocada uma música rítmica para que ficassem mais estimulados a se movimentarem pela sala e foi pedido para que jogassem os balões para o alto, mas, que não os deixassem cair ao chão. Deixados ficarem neste frenesi para relaxarem e entrarem em contato uns com os outros, após alguns minutos, foi parada a música e cada aluno foi orientado a segurar um balão e aguardar. Formado um círculo, foram indagados sobre o porquê da cor do balão e de não deixá-lo cair, gerando discussão e direcionando o debate para elevar a autoestima do grupo. Terminada esta etapa, foi permitido que estourassem os balões, que fizeram com muita alegria, e lesse cada um, a sua palavra que estava na tira de papel. A partir daí, começaram a construir uma visão holística do conhecimento individual trazido à coletividade naquele momento.

Fotos 7 e 8 – Alunos em dinâmica com balões.

4ª Oficina: Interpretação Textual 01 (12/03/2009)

Foram produzidos dois textos de uma página cada, para serem trabalhados neste dia. O primeiro com o título “Educação Ambiental e Meio Ambiente” e o segundo sob o título “Essências Naturais de Cabedelo”, ambos, com intuito de trazer aos alunos conhecimentos sobre estas temáticas. Como os textos são curtos, propositalmente, para gerar em primeiro momento a interpretação e depois o debate com a releitura do material. A partir de então, com perguntas dissertativas para conduzir um estudo dirigido, foi realizado um “feedback” com aumento da internalização da temática.

Fotos 9 e 10 – Alunos realizando interpretação textual.

5ª Oficina: Interpretação Musical (18/03/2009)

No dia 22 de março, foi comemorado o dia Internacional da Água, razão pela qual, foi antecipado o trabalho de sensibilização do alunado com a música sobre este tema, de autoria de Xangai e Jatobá, sob o título “Água” (BRASÍLIA, 2002).

Previamente, os alunos foram preparados para compreenderem e prestarem atenção na letra da música, com auxílio de uma cópia impressa da letra, para que a acompanhassem. Após a reprodução da música, foi realizado em equipes, a interpretação da letra, sobre as expressões poéticas dadas as fontes de água, sua importância vital e a escassez que esta ocorrendo devido à poluição dos mananciais pela ação do ser humano.

Fotos 11 e 12 – Alunos participando a interpretação musical.

6ª Oficina: Interpretação Textual 02 (19/03/2009)

Para esta oficina, foi produzido um texto de uma página, com o título “Meio Ambiente”, com intuito de trazer aos alunos, conhecimentos sobre esta temática (Foto 8). Como o texto é de linguagem acessível, para gerar rapidamente o debate e a releitura a partir de perguntas dissertativas como estudo dirigido e reforço (feedback), aumentando a internalização da temática.

Fotos 13 e 14 – Alunos fazendo a interpretação textual.

7ª Oficina: Exibição de Vídeo Educativo, Água Doce (20/03/2009)

Nesta oficina foi exibido o documentário da coleção Planeta Terra, intitulado “Água Doce”, da BBC (British Broadcasting Corporation – Corporação Britânica de Radiodifusão) (2007b).

O documentário trata do ciclo da água doce no planeta terra e sua importância vital a todas as formas de vida da Terra. Mostram vários ambientes aquáticos ao redor do mundo, e as adaptações dos seres vivos a estes ambientes.

Os alunos foram previamente preparados para focarem os conteúdos do filme e, após a exibição, foi realizado debates através de técnicas didáticas de inquirição e de participação dialógica.

Foto 15 e 16 – Alunos assistindo ao vídeo.

8ª Oficina: Interpretação Textual 03, cartilha educativa (23/03/2009)

Nesta oficina foi utilizado, uma cartilha educativa e infantil com o título “Natureza Ameaçada” (GUERRA entre outros, 2001) para trabalhar a questão da ação do ser humano nos ambientes naturais, principalmente, nas florestas que, geralmente, sofrem danos pelos desmatamentos. A cartilha possui uma linguagem de acesso direto ao alunado, além de ser ilustrada, o que é um ótimo recurso didático-pedagógico para sensibilização dos mesmos (CÓRDULA, 2011a).

Após a leitura, os alunos foram estimulados a gerar a discussão pelo debate didático, e construída a percepção coletiva da temática desta oficina, foi distribuído material para o alunado realizar a recriação pictórica das ilustrações, a partir do que fora lido e debatido.

Foto 17 – Painel contendo produções pictóricas dos alunos do 6° ano “C” e “D” (re-leitura da cartilha)

9ª Oficina: Interpretação textual 04 (26/03/2009)

Para a realização desta oficina, foi utilizado um o texto de uma página, com o título “Soluções para os Problemas Ambientais”, com intuito de trazer para os alunos, conhecimentos sobre esta temática. O texto traz de forma acessível, algumas soluções individuais e atitudes pró-ambientais, que cada pessoa pode realizar. Estimula as atitudes simples, como jogar o lixo em lixeiras, economizar água em casa, não sujar a escola etc., sensibilizando os alunos e mostrando que pequenas ações podem trazer grandes resultados e, que cada cidadão, fazendo a sua parte, traz coletivamente efeitos impactantes na comunidade.

O texto foi distribuído para as duplas formadas na sala de aula para realizarem conjuntamente a leitura, seguido de debate didático sobre como cada um poderia fazer pelo meio ambiente. Posteriormente, houve a interpretação textual com perguntas dissertativas com estudo dirigido, como reforço (feedback) e aumento da internalização dos conhecimentos adquiridos. Também foi o momento de exporem o que fazia parte ou não do meio ambiente, para desenvolverem a holística ambiental e inserção do ser humano no contexto global (Fotos 18 e 19). Alguns trechos das re-interpretações construídas em duplas sobre problemas ambientais e como poderiam ajudar ao meio ambiente foram transcritos a seguir.

Fotos 18 e 19 – Alunos realizando a interpretação textual.

10ª Oficina: Construção do Painel (01/04/2009)

Nesta última oficina, foi realizada a construção coletiva de um painel para encerrarmos as ações ambientais ligadas à pedagogia e metodologias adotadas, com a produção pictórica com o tema: “o que podemos fazer em prol do meio ambiente local”, tomando por base tudo o que foi visto desde a primeira oficina do projeto.

À medida que faziam o trabalho, confeccionando as ilustrações, eram estimulados através de discussões entre o facilitador e os alunos para, ao final da oficina, cada aluno expor sua ilustração e descrever o significado dela para todos, de forma a compartilharem opiniões, fatos, informações, entendimentos e compreensão de toda a temática ambiental.

Figura 20 – Painel contendo algumas das produções pictóricas dos alunos (6° ano C e D).

Com estas oficinas, foram atingidas as esferas da complexidade cognitiva do alunado, incitando-os e os estimulando à sensibilização e gênese da construção da consciência ambiental, para que passassem a externalizar atitudes pró-ambientais em seu cotidiano (BRASÍLIA, 1998a).

3.3. Pré e Pós-testes: diagnoses do problema e da intervenção

O um único questionário compunha o pré e pós-teste (diagnose), constando de dez perguntas: (1) Definição do termo meio ambiente; (2) Qual o destino que dá ao lixo doméstico; (3) Qual o destino que dá ao lixo que produz fora de casa; (4) Como considera a situação da limpeza da escola; (5) Ajuda a manter a limpeza da escola; (6) Reutiliza materiais que geralmente iriam para o lixo em sua casa; (7) Faz alguma coisa para ajudar ao meio ambiente; (8) O que faz para ajudar ao meio ambiente; (9) Conhece todos os recursos naturais de Cabedelo; (10) Citar 04 coisas que fazem parte do meio ambiente.

No dia 18 de fevereiro de 2009 foi aplicado aos alunos do 6° ano turmas “C” e “D” o pré-teste ambiental. Já no dia 06 de abril do mesmo ano, após realização das oficinas ecopedagógicas planejadas, foi aplicado o pós-teste aos mesmos alunos, com o mesmo questionário do pré-teste. Participaram neste dia 27 alunos, sendo que 16 deles estavam ausentes.

No que se refere à definição do termo meio ambiente, percebe-se que apenas 5,1% dos alunos o souberam definir corretamente, 69,3% mostraram uma definição parcial (ambientes da natureza-38,6%, ações ambientais-20,5%, ambientes humanos-10,2%) e 25,6% simplesmente não responderam à pergunta. Se 44,5% do alunado participaram de projetos ligados ao meio ambiente, conforme uma das perguntas da diagnose sócio-cultural deveria, portanto, estarem cientes da definição completa do termo: ambiente humano, mais ações ambientais, mais ambientes naturais. Porém, os dados mostram o contrário, e que esta defasagem é oriunda de outros estabelecimentos de ensino, já que, 95,2% dos alunos são novatos na escola (conforme dados obtidos das matrículas).

No pós-teste, observou-se que 22,2% dos alunos relacionaram o termo a ambientes da natureza, 14,8% ligadas às ações ambientais, 55,6% definiram integralmente o termo meio ambiente e 7,4% não responderam a pergunta. Com relação à definição ligada a ambientes humanos, não houve percentual. A partir desta pergunta, percebe-se um aumento na porcentagem de alunos que assimilaram o conhecimento, internalizando a holística do que é meio ambiente, sendo necessária para o desenvolvimento de práticas ambientais. Estes resultados podem ser vistos no Gráfico 01.

Quanto a caracterizar o destino que o alunado dá ao lixo em suas residências, no pré-teste 89,8% dos alunos possui hábitos salutares de colocam o lixo em cestos de lixo para a coleta urbana, mas 5,1% possuem o hábito de jogá-lo em terrenos baldios e 5,1% jogam na rua.

O lixo domiciliar é hoje, um dos maiores problemas enfrentados nos centros urbanos, principalmente sobre o ser destinado adequadamente para não provocar graves danos ao meio ambiente. Porém, quando depositados inapropriadamente, acabam sendo carreados para os ambientes naturais circunvizinhos, gerando impactos aos recursos naturais (CÓRDULA; GUERRA, 1999). Além disto, o lixo provoca mau cheiro e atrai inúmeros animais portadores de patógenos (CÓRDULA; GUERRA, 2002).

O pós-teste mostrou um aumento para 11,1% (quase o dobro). Provavelmente o hábito está relacionado com o observado pela cultura local ou outro fator que não se modificou, apesar de terem a consciência de não fazê-lo, como demonstrado nas oficinas. Mas 88,9% afirmaram colocar o lixo em lixeiras e não houve ocorrências para jogar na rua. Os dados podem ser visualizados no Gráfico 2.

Quanto ao destino que os alunos dão ao lixo produzido fora de casa, o pré-teste mostra que 48,7% possuem o comportamento e hábito de jogá-lo na própria rua, considerando este tipo de lixo os papéis, embalagens, restos de alimentos, descartáveis, etc. Enquanto que, 51,3% responderam que guardam e procuram um cesto de lixo para jogá-lo.

Este é um dos problemas do acúmulo de resíduos em nossas ruas, os hábitos fora de casa que continuam a se manifestar e acabam trazendo problemas ambientais (CORDULA; GUERRA, 1999).

Já no pós-teste, verifica-se que 48,7% possuem o comportamento e hábito de jogar o lixo produzido fora de casa na própria rua. Considerando o lixo papéis, embalagens, restos de alimentos etc. Enquanto que, a maioria, 51,3% respondeu que guardam e procuram um cesto de lixo para jogá-lo. Este é um dos problemas do acúmulo de resíduos em nossas ruas, os hábitos fora de casa que continuam a se manifestar e acabam trazendo problemas ambientais (CORDULA; GUERRA, 1999). A seguir, temos os dados comparativamente plotados no Gráfico 03.

No que se refere a como consideram a limpeza da escola, o pré-teste mostrou que 51,3% dos alunos a consideram limpa, enquanto 41% a consideram pouco suja e 7,7% muito suja.

O Pós-teste mostrou que 40,8% dos alunos a consideram limpa, havendo um decréscimo, devido aos alunos passaram a perceber que a limpeza está relacionada com o aspecto visual da escola. Já o índice de considerarem a escola muito suja, aumentou consideravelmente para 22,2%. Este fato esta relacionado provavelmente, ao incômodo visual causado pela poluição das paredes, em virtude da própria ação do alunado sobre elas. Porém a higienização da escola permanece a mesma, através dos mesmos procedimentos, mostrando que a escola continua a ter a sua varrição e limpeza do chão. O que realmente mudou foi à percepção do aluno frente à escola. Os resultados podem ser melhor visualizados no Gráfico 04.

No Pré-teste sobre o auxílio dos alunos em manter a limpeza (conservação) da escola, o Pré-teste revelou que 51,3% possuem a consciência e a prática de ajudar a conservar o patrimônio escolar. Porém, 15,6% não ajudam e podem ser os próximos a contribuir direta ou indiretamente para a degradação do ambiente físico da escola e 30,8%, consideram que às vezes ajudam a manter a escola limpa. Do público entrevistado, 2,6% não responderam à pergunta.

Há uma necessidade eminente de internalizarem a importância da conservação do patrimônio escolar e de terem como hábito de vida estas atitudes de conservação do patrimônio público como ato de cidadania (SOUSA entre outros, 2007).

Porém, no pós-teste, temos que 48,1% afirmaram que auxiliam na manutenção da limpeza da escola, sendo um decréscimo em relação ao pré-teste. Porém, o percentual de alunos que afirmaram às vezes ajudarem aumentou para 51,9% e os que não ajudam a manter a escola limpa, decaiu, para nenhuma ocorrência. Isto mostra uma mudança de atitudes frente à situação ambiental da escola, onde os alunos passaram a respeitar mais o seu ambiente e a conservá-lo. Os dados podem se vistos no Gráfico 05.

Quanto à reutilização de materiais que iriam para o lixo em suas casas, o Pré-teste mostrou que 28,3% afirmaram que sim, enquanto que 33,3% não reutilizam materiais que vão para o lixo, 33,3% às vezes possuem esta prática e 5,1% não responderam.

Reutilizar é uma das práticas mais comuns do ser humano, incentivadas atualmente pelas campanhas educativas contra o consumo e a favor do aproveitamento de materiais destinados ao lixo. Foi indagado junto com esta pergunta, materiais como: garrafas pet, latas de alumínio, papéis (jornais, revistas, etc.), entre outros.

Estimular este tipo de atitude como prática cotidiana faz com que haja uma redução da quantidade diária de lixo destinado aos lixões ou aterros sanitários (CAMÊLO entre outros, 2007).

Com relação ao Pós-teste, tem-se que 33,3% afirmaram que reutilizam, 29,7% responderam que não reutilizam e 37% é que às vezes o fazem. Os dados mostram que houve mudanças de hábitos em seus lares, aumentando os índices de respostas “sim” e “às vezes”, e reduzindo o de respostas “não”. Os dados podem ser visualizados no Gráfico 6.

No tocante a realizar algum tipo de ação pró-ambiental, no pré-teste tem-se que 43,6% afirmaram que fazem algo para ajudar ao meio ambiente, enquanto que 12,8% afirmam não fazer nada e 43,6% às vezes fazem algo. Sempre a tomada de decisão perante o meio ambiente parte do inconsciente, mas, conscientemente, poucos tomam atitudes e práticas relevantes para com o meio ambiente, principalmente quando estas são individuais (JACOBI, 2009). Porém, coletivamente, estas práticas funcionam de forma mais eficaz por agregar interesses mútuos e quando estimulados junto com uma prática educacional trazem bons resultados (CÓRDULA, 1999). Estes dados são visualizados também no Gráfico 20.

As porcentagens no Pós-teste mostram que 55,6% afirmaram “sim” e 37% “às vezes”, ou seja, um aumento nestes dados e respostas “não”, decaiu bruscamente para 7,4%. Mostrando que conscientemente já mudaram seus hábitos, atitudes e costumes, deixando de realizar práticas que achavam prejudicar o meio ambiente. Os dados podem ser visualizados no Gráfico 7.

Quando solicitado na diagnose para especificar como ajudam ao meio ambiente, os alunos no pré-teste mostraram que: 38,4% afirmam não poluir o meio ambiente (não jogar lixo na rua, não sujar a escola, não provocar queimadas, etc), 30,8% não agridem os seres vivos e 30,8% não explicaram, deixando em branco a questão. Estes dados podem ser visto no Gráfico 08 a seguir.

Sempre é mais fácil cuidar do entorno onde vive, principalmente no seu ambiente de moradia, sendo que ainda temos uma predominância em zelar, na maioria, por animais quando falamos de seres vivos e, não se explicar em relação ao que faz para ajudar ao meio ambiente. Isto pode ser interpretado como uma fuga da responsabilidade ou da falta de preocupação com a temática (CAMÊLO entre outros, 2007).

No Pós-teste, 70,4% dos alunos evitam poluir e cuidam do ambiente em que vivem, enquanto que 11,1% não agridem e ajudam aos seres vivos, e 18,5% não explicaram. Os percentuais mostra, aumentos significativos em atitudes pró-ambientais e declínio considerável no índice de alunos eu não explicaram o que fazem em prol do meio ambiente. Os dados podem ser visto no Gráfico 8.

Quando perguntado aos alunos se eles conhecem os recursos naturais do município de Cabedelo, trazendo a tona a realidade local, sendo este compostos pelo Oceano Atlântico, as praias (marítimas e fluvial de Jacaré), as restingas, os resquícios de Mata Atlântica, os manguezais, o rio Paraíba e seu o estuário, no pré-teste, 2,6% dos alunos afirmam conhecer todos os ambientes, 74,3% só alguns deles (04 ou menos destes ambientes), 20,5% conhecem a maioria dos ambientes naturais de Cabedelo (05 ou mais) e 2,6% não responderam. Os dados podem se vistos no Gráfico 09 a seguir

Temos aqui, uma falta de exploração destes ambientes naturais por parte do sistema municipal, que poderia ter o envolvimento multisetorial: as secretarias públicas da Prefeitura, para disponibilizar acesso a eles de forma a gerar a contemplação e a sensibilização para o desenvolvimento do potencial sustentável, já que Cabedelo sendo uma península pouco extensa permite o acesso a todos eles (CÓRDULA, 2007).

Já em relação ao Pós-teste, tem-se que 11,2% conhecem todos os ambientes naturais (Oceano Atlântico, praias [marítimas da orla e fluvial de Jacaré], restingas, Mata Atlântica, mangue, Rio Paraíba, estuário), 44,4% conhecem alguns deles (quatro ou menos) e 44,4% conhecem a maioria (cinco ou mais) dos ambientes naturais. Isto indica que os alunos passaram a reconhecer e identificar os ambientes naturais do município, após as ações das oficinas, aumentando os índices em todas as categorias da pergunta. Os dados podem ser visualizados no Gráfico 9.

E quando perguntado sobre 04 (quatro) coisas que os alunos consideram fazer parte do meio ambiente, o pré-teste mostrou que 74,4% possuem uma visão naturalista (coisas da Natureza e de Deus), 12,8% uma visão humanista (coisas do ser humano), 10,2% possuem uma visão integral (naturalista e humanista) e 2,6% não souberam responder. Estes dados podem ser visualizados no Gráfico 10.

Portanto, a efetividade da atuação da Educação Ambiental, na tentativa de mudar este quadro visual e inserir o ser humano no meio ambiente, está ao atingir as três esferas humanas (BRASÍLIA, 1998a): a esfera cognitiva (conhecimento), a esfera afetiva (sensibilização) e a esfera técnica (teoria e prática), para desmistificar esta dicotomia e trazer a holística do meio ambiente (ANDRADE; GUERRA, 2007).

Já no Pós-teste, com a mesma pergunta, tem-se que 63,4% possuem uma visão naturalista (coisas naturais e criadas por Deus), 33,3% possuem a visão integral e 3,7% não responderam. Já a visão humanista (antropocêntrica) que era verificada na pré-diagnose, aqui não apresentou nenhum dado. Por fim, os dados coletados mostram que a visão fragmentada foi quebrada e houve um aumento do índice da percepção dos alunos com uma visão integral do meio ambiente.

Esta integralidade, que é considera pela educação ambiental como uma percepção holística, incorporando os elementos humanos, naturais e as ações ambientais, para resgatar a qualidade de vida a curto, médio e longo prazo. Os dados podem ser visualizados também no Gráfico 10.

4. CONCLUSÕES

A educação ambiental traz ao ser humano um novo modo de se conciliar ao meio ambiente, pois suas bases de atuação são, principalmente, há escola através da educação ambiental formal, gerando através de uma ecopedagogia, uma ecoformação nas crianças e adolescentes para que, adquiram ao longo do processo a responsabilidade ambiental. Com estas bases aliadas a pedagogia educacional, que se aprimora a cada década, consegue-se adaptar ao novo público que surge – com novas necessidades e problemas – concretizar e maximizar a atuação da EA de forma comprometida e responsável para a realização desta pesquisa.

No período de desenvolvimento da pesquisa, foram alcançados todos os objetivos propostos, quanto à abordagem da problemática ambiental e holística do meio ambiente, integrados à realidade local para desenvolver a partir da sensibilização dos alunos da escola pública a consciência ambiental. Esta por sua vez, trará reflexos nos comportamentos dos alunos, que terão a partir de então, práticas ambientalmente responsáveis, ou seja, o desenvolvimento de atitudes pró-ambientais.

Os resultados alcançados, apesar de sofrerem interferência da freqüência oscilante do alunado, não influíram negativamente nos resultados. Mas mostrou resultados positivos quanto à assimilação das propostas das oficinas ecopedagógicas planejadas.

E, o presente estudo mostrou que pode ser desenvolvido em um período maior de tempo, no caso durante todo o ano letivo, na forma de um programa pedagógico da própria escola, para plena formação cidadã do seu alunado, com reflexos por sua vez, na família, na comunidade e na sociedade.

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