UMA ABORDAGEM DIFERENCIADA DA ECOLOGIA NO ENSINO MÉDIO

 

A DIFFERENTIATED APPROACH OF ECOLOGY IN HIGH SCHOOL

 

 

Êmila Silveira de Oliveira

Licenciada em Ciências Biológicas

emila-silveira@hotmail.com

(55) 9133-6847

 

 

 

RESUMO

 

Este trabalho relata estratégias de ensino desenvolvidas durante uma experiência em um estágio curricular de regência de classe no ensino médio em uma escola rural do interior do Rio Grande do Sul, no período de outubro a dezembro de 2014. Em meio às dificuldades encontradas pelos professores na atualidade, há a necessidade de variar metodologias e utilizar do lúdico em sala de aula. Jogos, brincadeiras e situações diferenciadas de ensino são excelentes aliados do professor durante o processo de construção do conhecimento e considerados grandes contribuintes na efetivação da aprendizagem. Neste artigo são apresentadas sugestões de atividades diferenciadas para se trabalhar os conteúdos relacionados à Ecologia, de uma forma não sistemática e mais “atrativa”, tornando as de Biologia mais interessantes para os alunos e também para os professores.

 

Palavras-chave:Ensino. Biologia. Aprendizagem.

 

 

ABSTRACT

 

This paper describes teaching strategies developed during an experiment in a traineeship class regency in high school in a rural school in the interior of Rio Grande do Sul, in the period from October to December 2014. Amid the difficulties faced by teachers today, there is a need to vary methods and use of playfulness in the classroom. Games, games and teaching different situations are excellent allies teacher during the process of knowledge construction and are considered major contributors in the effectiveness of learning. This article makes suggestions for different activities to work the ecology-related content in a non-systematic and more "attractive" way that makes the most interesting biology classes for students and for teachers.

 

Key-words: Education. Biology.Learning.

 

 

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

            Dentre as disciplinas oferecidas no currículo das escolas brasileiras a Biologia em si possui uma ampla variedade de conteúdos e saberes que podem facilmente ser relacionados ao cotidiano dos alunos, proporcionando através deste e de outros fatores uma porcentagem relativa de interesse dos estudantes pela disciplina. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM), é necessário para o estudante,

 

Dominar conhecimentos biológicos para compreender os debates contemporâneos e deles participar, no entanto, constitui apenas uma das finalidades do estudo dessa ciência no âmbito escolar. Há outras. As ciências biológicas reúnem algumas das respostas às indagações que vêm sendo formuladas pelo ser humano, ao longo de sua história, para compreender a origem, a reprodução, a evolução da vida e da vida humana em toda sua diversidade de organização e interação (BRASIL, 2007 p. 30).

 

As ciências como um todo possuem a capacidade de instigar o homem a estabelecer respostas aos vários fenômenos existentes na natureza. A Ecologia mais precisamente é um dos conteúdos da Biologia que desperta o interesse do homem desde a antiguidade, sendo formalmente descrita e caracterizada apenas em 1969, pelo biólogo Ernst Hackel. Não seria diferente que esse termo continuasse a despertar o interesse e a curiosidade humana nos dias atuais, principalmente entre os estudantes.

Na visão de Anatasiou (2012), no que se refere ao processo de ensinagem, para poder despertar o interesse e instigar os alunos à pesquisa e o conhecimento, é necessário que seja utilizada diferentes estratégias de ensino que garantam um aprendizado significativo. Recursos diferenciados de ensino facilitam a aprendizagem, tornando as aulas mais interessantes, melhoram o rendimento dos alunos e contribuem com a sua permanência na escola.

Fialho (2007) afirma que

                          

A exploração do aspecto lúdico, pode se tornar uma técnica facilitadora na elaboração de conceitos, no reforço de conteúdos, na sociabilidade entre os alunos, na criatividade e no espírito de competição e cooperação, tornando esse processo transparente, ao ponto que o domínio sobre os objetivos propostos na obra seja assegurado (FIALHO, 2007, p. 16).

 

            Ao utilizarmos recursos diferenciados de ensino, estimulados a curiosidade pelo tema que está sendo trabalhado, facilitando a sua compreensão. Um aluno que se interessa pelo o que está estudando, certamente aprenderá com mais facilidade. Além de socializar com os demais alunos e exercitar o trabalho em equipe, respeito e solidariedade.

            Segundo o autor Cool et al. (2009),

 

Quando aprendemos, nos envolvemos globalmente na aprendizagem, e o processo e seu e seu resultado também repercutem em nós de maneira global. Por isso o que se forja nas situações de ensino, como vivemos, é algo mais que a possibilidade de construir significados sobre conteúdos concretos, mesmo quando estes são considerados de forma ampla e diversificada (2009, pág. 31).

 

            Uma das maiores dificuldades encontradas pelos professores em sala de aula, nos dias de hoje, é a dificuldade em chamar a atenção dos seus alunos e desenvolver estratégias de ensino que facilitem e estimulem o seu aprendizado. Em meio à tecnologia disponibilizada na atualidade, o professor necessita adequar suas metodologias e didáticas para atender ao objetivo da escola, o de ensinar e o de garantir o aprendizado.

            No processo educacional atual, há a necessidade de variar metodologias e procurar evitar o processo de ensino e aprendizagem memorizado e sem real significado, que há anos, perduram na educação brasileira. Para autores como Demo (2009, pág. 211), acontece que a didática usual “ensino/aprendizagem” volta-se para a absorção de conhecimento, permanecendo o educando como objeto receptivo e domesticado.

Partindo desse pressuposto, foi desenvolvido estratégias de ensino no sentido de garantir os objetivos de “aprendizado ecológico” dos educandos. Portanto, este trabalho teve como objetivo programar e desenvolver metodologias de ensino inovadoras para trabalhar os conteúdos de Ecologia no Ensino Médio. Estas metodologias basearam-se em minha experiência no estágio curricular de regência de classe, na turma do segundo ano de uma escola municipal rural, da cidade de Alegrete, Rio Grande do Sul, ocorrida no período de outubro a dezembro de 2014.

 

 

DESENVOLVIMENTO

 

            Neste capítulo, é apresentado os conteúdos e metodologias utilizadas durante a prática pedagógica de ensino, em tópicos, possibilitando uma visão de conjunto geral das ações desenvolvidas. Destacam-se a identificação da estratégia, a descrição da dinâmica da atividade, as operações de pensamento predominante dos alunos e as avaliações do processo de ensino.

 

 

2.1 Ecologia: Conceitos Básicos

 

            A abordagem geral dos conceitos de ecologia: biosfera; população biológica; comunidade biológica (biocenose); biótopo; hábitat; nicho ecológico e ecossistema ocorreu de forma que os alunos puderam compreender a interdependência de cada elemento na composição do todo. Além de reconhecer a teia de interação entre componentes bióticos (seres vivos) e componentes abióticos (clima e fatores químicos) nos ecossistemas, os alunos foram constantemente instigados a observar e discutir os conceitos e fatores observados.

 

 

2.1.1 Utilização de slides

 

            Foram utilizados slides com várias imagens, vídeos e questionamentos a respeito dos conceitos básicos de ecologia (Figura 1). Por proporcionar a visualização do que esta sendo explicado pelo professor, através desse recurso audiovisual é possível facilitar a compreensão do conteúdo, por parte do aluno. Quando se visualiza o que está sendo aprendido, a apropriação do conhecimento se torna mais eficaz, sendo possível assim, aproximar a vivência do aluno ao conteúdo aprendido.

 

 

 

Figura 1: Slide aleatório de conceitos básicos para o estudo da ecologia (2014).

 


 

 

Fonte: Do autor.

 

 

 

2.1.2 Passeios

 

           Para fixar os conceitos ecológicos que estavam sendo estudados os alunos foram convidados a dar uma volta ao redor da nossa escola e, em dupla, com o auxílio de binóculos, observar o ecossistema em que estavam inseridos (Figura 2). No decorrer do passeio os alunos foram questionados sobre quais são os fatores bióticos e abióticos presentes e atuando no ambiente observado. Neste mesmo momento solicitou-se que estabelecessem por meio da observação in loco a diferenciação de organismos, populações e comunidades. Os passeios dão um rumo diferente às aulas, tornam-nas mais interessantes e através delas pode-se construir novos aprendizados e situações que complementem a teoria estudada.

 

 

 

Figura 2: Atividade prática de reconhecimento de organismos à ecossistemas (2014).

 


 

 

Fonte: Do autor.

 

2.1.3 Atividade interativa

 

         Para a verificação da compreensão da turma dos conceitos básicos utilizados na ecologia foram distribuídas fichas individuais que continham os conceitos e a sua descrição, separadamente e entregues de forma aleatória para os alunos (Figura 3). Um aluno por vez lia a descrição contida em sua ficha e colava-a no quadro. A turma deveria dizer que conceito era correto para aquela descrição e o aluno que estivesse com esse conceito deveria colá-lo no quadro ao lado da descrição até que todos os conceitos e descrições tivessem sido encontrados. Uma atividade diferenciada, por mais simples que seja, já acrescenta um algo a mais na aula. Assim, os alunos são instigados a se envolverem e contribuírem com a construção do conhecimento. A aula torna-se mais interativa e leve, contribuindo positivamente com o aprendizado.

 

 

Figura 3: Aluno relacionado conceitos de ecologia (2014).

 

 


 

Fonte: Do autor.

 

 

2.2 Níveis tróficos, Cadeia alimentar, Teia alimentar

 

            Neste conteúdo da ecologia, os alunos necessitam estabelecer relações alimentares entre organismos de diferentes ecossistemas, tendo a noção da energia perdida a cada nível trófico e a importância de se preservar os seres vivos para o bom mantimento das cadeias alimentares.

            Para se trabalhar esses conteúdos da ecologia sugeriu-se que os alunos identificassem os níveis tróficos de um ecossistema e compreendessem as relações entre os organismos representados pelas teias e cadeias alimentares. Na efetivação da aprendizagem foi solicitado a construção de cadeias e teias alimentares, diferenciando ecossistemas aquáticos e terrestres e foi realizada também, a observação dos pequenos ecossistemas existentes no ambiente escolar.

 

 

2.2.1 Vídeos

 

            Foram utilizados pequenos vídeos e montagens para exemplificar o que acontece nas diversas cadeias alimentares (Figura 4). Cada vídeo mostrava de forma detalhada o fluxo de energia entre os organismos e o problema da acumulação de metais pesados ao longo das cadeias. Vídeos, quando utilizados de forma alinhada ao conteúdo, são recursos que agem como facilitadores da aprendizagem e possibilitam uma maior visualização do conteúdo que está sendo trabalhado, auxiliando no seu entendimento.

 

 

Figura 4: Vídeo sobre cadeia alimentar.

 


 

 

Fonte: . Acesso em 20 set. 2014.

 

 

2.2.2 Construção de cadeias e teias alimentares

 

            Para essa atividade a turma foi dividida em três grupos os quais receberam recortes de diferentes animais, plantas, fungos e bactérias. Com auxílio de todos os componentes do grupo deveriam montar corretamente a sua tarefa. Um grupo realizou a construção de uma cadeia alimentar aquática, outro grupo de uma cadeia alimentar terrestre e o terceiro grupo, de uma teia alimentar (Figura 5). Após a montagem, cada grupo apresentou para o restante da turma o seu trabalho, explicando o porquê de cada ser vivo estar em determinada posição e, discutindo com o restante da turma se estava correta a sua organização.

 

 

Figura 5: Alunos construindo cadeias e teias alimentares (2014).

.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Do autor

 

 

2.3 Associações entre os seres vivos

 

Nesta etapa os alunos necessitavam conhecer e compreender algumas das relações ecológicas, diferenciando relações interespecíficas das intraespecíficas, competições e estabelecendo a relação dos exemplos ao tipo de associação que ele expressa. A partir desse contexto fica mais clara a percepção de que todo o ser vivo mantêm algum tipo de relação com outro ser vivo, que podem ser positivas para ambas, negativas para ambos ou positiva para um e negativa para o outro.

      Para trabalhar esse conteúdo foram utilizadas algumas estratégias para que o estudo dos diferentes tipos de associações não se tornasse cansativo e confuso, para isso foram desenvolvida as dinâmicas expressas a seguir.

 

 

2.3.1 Quadro comparativo

 

       Para iniciar a compreensão das diferentes formas de vida, relações, associações e exemplos entre os seres vivos nos seus ecossistemas, foi entregue para cada aluno, um quadro comparativo a ser preenchido após a pesquisa em textos nos livro didáticos (Figura 6). Para cada associação, deveria ser escrita a sua descrição e ao lado, um exemplo que caracterizasse aquela associação, conforme o exemplo abaixo.

       Os quadros comparativos permitem uma sistematização das informações estudadas, possibilitando aos alunos que visualizem de uma forma mais clara as semelhanças e principalmente as diferenças entre os assuntos em questão. No caso, os vários tipos de associações costumam confundir os alunos e são difíceis de serem lembrados. Através dessa atividade torna-se mais fácil a observação das características e dos principais exemplos de cada associação, possibilitando que o aluno consiga de uma forma resumida e simples organizar e estabelecer uma conexão entre os conteúdos.

 

 

 

Figura 6. Modelo de quadro comparativo para associações entre seres vivos

 

 

 

Sem título 2

Fonte: Do autor.

 

 

 

 

2.3.2 Jogo da memória

 

      Foram construídos quatro jogos da memória distribuídos entre quatro grupos. Em cada cartela há o nome da associação que fazer par com a sua correta descrição (Figura 7). Apesar de se tratar de ensino médio, o jogo foi muito bem aceito pelos alunos que demonstraram entusiasmo e uma melhor apropriação de conhecimento desse conteúdo expressa através do resultado da avaliação sobre e

sse tema onde a maior parte dos alunos conseguir relacionar e exemplificar corretamente os tipos de associações entre os seres vivos.

 

 

Figura 7. Alunos jogando jogo da memória das associações (2014).

 

 

 


 

Fonte: Do autor.

 

 

2.3.3 Bingo

 

        O bingo tradicional foi adaptado às cartelas que continham diferentes desenhos sobre as diferentes associações entre os seres vivos (Figura 8). O professor retira de uma caixa um papel e lê a descrição de uma determinada associação. O aluno que tiver o desenho que representa essa associação, marca na sua cartela, vence o aluno que preencher primeiramente e corretamente a sua cartela.

        Os jogos didáticos são excelentes auxiliadores do processo de ensino-aprendizagem. Através deles, há interação entre os alunos, aulas mais divertidas, trocas de conhecimento e consequentemente, um melhor entendimento do tema trabalhado.

 

 

Figura 8: Alunos jogando bingo das associações (2014).

 

 

 


Fonte: Do autor.

 

 

2.4 Biomas Brasileiros

 

       Biomas Brasileiros foi o último conteúdo trabalhado nesse estágio. Os alunos necessitam para esse conteúdo conceituar, caracterizar e localizar geograficamente os diferentes tipos de biomas que o Brasil possui. E, a partir desse conhecimento, identificar e discutir os principais fatores que acarretam na degradação desses Biomas, tentando assim, contextualizar estratégias e hábitos que contribuam com a sua preservação.

 

 

2.4.1 Seminários

 

        Como o estágio estava em sua reta final, para se trabalhar os biomas brasileiros optou-se pela realização de seminários. Cada dupla ficou responsável por pesquisar e elaborar um resumo e uma apresentação sobre o bioma que lhe foi atribuído (Figura 9). Durante a apresentação foi notório o empenho da maior parte dos alunos e o conhecimento adquirido durante as pesquisas, realizando apresentações de boa qualidade e desenvolvendo debates com argumentos interessantes a respeito de estratégias que possam ser adotadas para diminuir a degradação, principalmente do nosso Bioma, o Bioma Pampa.

        Os seminários são uma estratégia de aprendizagem que promove um melhor conhecimento do conteúdo que está sendo estudado através do aprofundamento individual e coletivo realizados pela pesquisa. Além disso, promovem um contato em equipe e uma troca de conhecimentos entre os componentes do grupo, dando oportunidade do diálogo, discussão e organização das informações descobertas.

 

 

Figura 9: Alunos apresentando seminários (2014).

 

 


Fonte: Do autor.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

            A exploração ao aspecto lúdico em sala de aula mostrou-se eficiente e gratificante, verificada pela participação ativa e motivacional dos alunos. Como a aprendizagem exige a compreensão e apreensão do conteúdo pelo estudante, durante o estágio foi procurado explorar o lúdico como estratégia essencial. Complementando as dinâmicas das aulas, foi disponibilizado uma rede de recursos audiovisuais compreendidos por jogos, brincadeiras, apresentações em slides e vídeos que representassem de forma efetiva situações e exemplos do conteúdo que estávamos estudando.

 Jogos e recursos didáticos são necessários para auxiliarem nas situações de ensino e aprendizagem, como instrumentos de apoio ao professor e facilitador na abordagem e apreensão dos conteúdos pelos alunos. Por mais que os recursos lúdicos sejam mais “trabalhosos” e demandem um maior tempo de dedicação para a sua produção, eles tornam as aulas mais atrativas e certamente oferecem uma maior possibilidade de apropriação do conhecimento e consequentemente, uma efetivação do aprendizado por parte dos alunos.

 Segundo Anastasiou (2012) as aprendizagens não se dão todas da mesma forma, dependem tanto do sujeito que apreende quanto do objeto de apreensão. Neste contexto foi necessário uma pequena adaptação a materiais didáticos na utilização da metodologia utilizada o que resultou em um ambiente de aprendizado mais prazeroso e interessante, tanto para os alunos quanto para o professor.

 

 

REFERÊNCIAS

 

ANASTASIOU, L. das G.C. Processos de Ensinagem na Universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 10 ed. Joinvile, SC: UNIVELLE, 2012.

 

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. PCN – Ensino Médio. Orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais: ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/CienciasNatureza.pdf>. Acesso em: 24 fev. 2015.

 

COOL, Cézar; et al. Construtivismo em sala de aula. São Paulo-SP; Editora Ática, 6ª ed. 2009.

 

DEMO, Pedro. Desafios modernos da educação. Petrópolis-RJ; Editora Vozes, 15ª ed. 2009.

 

FIALHO, Neusa Nogueira. Jogos no Ensino de Química e Biologia. Curitiba: IBPEX, 2007.