PERCEPÇÃO DOS ALUNOS SOBRE A DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS EM UMA ESCOLA QUE POSSUI PROJETOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

 

Jones Baroni Ferreira de Menezes

(Graduado em Ciências Biológicas e Mestre em Ciências Fisiológicas. Docente da Universidade Estadual do Ceará. Av. Senador Milton Campos, 1122 – casa 06 – Passaré – Fortaleza/CE. (85) 98606-6608.jones.baroni@uece.br)

 

Marcos Aurélio Rodrigues da Silva

(Graduando em Ciências Biológicas - Faculdade de Educação de Crateús – Universidade Estadual do Ceará)

 

RESUMO

Desde sempre, o lixo tem trazido uma grande preocupação ambiental da população mundial, sendo um dos grandes causadores de poluição ambiental. Diante de tal cenário, é necessário e fundamental pensar em estratégias de resolução deste problema, sendo a sensibilização ambiental uma chave nesse processo. Tal ação pode ser realizada nas escolas, através de projetos de Educação Ambiental (EA). Destarte, a pesquisa objetivou analisar o conhecimento dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental II, acerca da temática de resíduos sólidos e reciclagem em uma escola municipal de Crateús/CE, na qual possui projetos de educação ambiental. Para tal, durante o mês de novembro de 2016, foi aplicado um questionário a 22 alunos, tendo observado que a grande maioria dos estudantes se sensibiliza sobre como descartar de maneira correta os resíduos recicláveis, apesar de 55% deles não participarem de atividades relacionadas ao tema nas escolas. Quanto às metodologias utilizadas nas atividades de Educação ambiental, destacou-se a aula prática citada por 8 alunos representando (18%), discussões 6 alunos sendo (13%) e a aula expositiva-dialogada 5 alunos (10%). Por fim, observou também que a maioria dos alunos tem ciência do projeto de EA desenvolvido na escola e que o mesmo contribui de forma efetiva na conscientização ambiental fora do ambiente escolar, tornando-os um propagador de ideias e ações comprometidas com meio ambiente.

 

Palavras chave: Meio ambiente. Educação. Lixo. Adolescente.

 

ABSTRACT

Currently, garbage has brought a great environmental concern of the world population, being one of the great causes of environmental pollution. Faced with such a scenario, it is necessary and fundamental to think of strategies to solve this problem, and environmental awareness is a key in this process. Such action can be carried out in schools, through Environmental Education (EA) projects. The aim of this research was to analyze the knowledge of the students of the 9th year of Elementary School II, about solid waste and recycling in a municipal school in Crateús/CE, in which they have environmental education projects. To do this, during the month of November 2016, a questionnaire was applied to 22 students, observing that the great majority of students are sensitized about how to correctly dispose of recyclable waste, although 55% of them do not participate in activities related to Theme in schools. As for the methodologies used in Environmental Education activities, the practical classes (18%), discussions (13%) and the expository-dialogue class (10%) were highlighted. Finally, he also observed that most of the students are aware of the EE project developed in the school and that it contributes effectively to the awareness outside the school environment, making them a propagator of ideas and actions committed to the environment.

 

Keywords: Environment. Education. Garbage. Teenager.

 

INTRODUÇÃO

 

Cotidianamente, chama-se atenção para o excessivo aumento de lixo produzido pelos brasileiros, tendo preocupado toda a população. Dados de 2015, o município de Crateús/CE produz uma quantidade média de 15.330 toneladas de lixo ao ano que são direcionadas para o lixão municipal, local onde está depositado um grande volume de lixo da cidade sendo estes de origem residencial, industrial e/ou hospitalar (CRATEÚS, 2015).

Os resíduos sólidos, popularmente denominado de lixo, é o que mais preocupa a população. De acordo com o TADA (2003, p.2-3), os resíduos sólidos são classificados em:

 

Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face a melhor tecnologia disponível.

 

Entre os mais variados impactos ambientais negativos que podem ser gerados a partir do lixo produzido nos grandes centros urbanos, encontra – se as causas decorrentes da pratica de disposição inadequada de resíduos sólidos (RODRIGUES et al., 2016).  

Como forma de minimizar tal problemática do lixo no país, foi criada a Politica Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) através da Lei federal nº 12.305, de 2 de agosto de 2.010, no qual cria metas para contribuir com a extinção dos lixões, além de prevenir e reduzir a geração de resíduos, incentivando a reciclagem e a reutilização dos resíduos sólidos (BRASIL, 2010).

Segundo Mota e colaboradores (2015), a PNRS vem incentivando com intensidade o discernimento dos cidadãos brasileiros sobre o conhecimento de desperdiçar e o atual quadro de produção e consumo, da mesma forma vem tratando também a qualidade do ambiente urbano e a preservação para com os recursos da natureza e com o respeito a vida.

Nesse contexto, a sensibilização para o meio ambiente mostra-se como um tema de grande importância, inclusive sendo estimulada a acontecer no ambiente escolar, de forma a favorecer um avanço positivo dos alunos, especialmente, no que diz respeito aos entendimentos que os mesmos possuíram do ambiente do qual fazem parte, seja esse no espaço escolar ou meio no qual convivem, de forma que consigam atingir uma visão crítica acerca da problemática ambiental e não simplesmente copiar ideias que restringem a sabedoria acerca dessa (LOPES, 2014).    

É preciso que o estudante sinta-se consciente e comovido com relação a uma nova perspectiva de se preservar o meio ambiente, dessa maneira ele adquire conhecimento além dos muros da escola, através da pratica será possível usar a consciência ambiental em defesa do meio em que vivemos. (REIS, SÊMEDO, GOMES; 2012; CONCEIÇÃO; GOMES; LIMA, 2013).

Os Parâmetros Curriculares Nacional (PCN) representaram um avanço na legislação educacional brasileira, sua prática articulada aos vários conteúdos da grade curricular, torna-se um desafio para os educadores. Busca-se uma nova conversa permanentemente em sala de aula e fora dela. Professores, estudantes e comunidade criam um ambiente de educação conjunta, educando-se uns aos outros e a si mesmos, sobre o meio ambiente e a necessidade de preservação e respeito as diferentes formas de vida. Desta maneira, para que seja possível implementar de forma eficaz a Educação Ambiental no âmbito escolar, é preciso desenvolver projetos transversais e interdisciplinares, que dêem enfoque a conscientização e participação da comunidade local para a resolução de problemas ambientais do entorno escolar (MENEZES, 2014).

Dentre umas das ações a serem desenvolvidas é a coleta seletiva e reciclagem. Reciclar significa praticar ações com relação á materiais que se transformariam em lixo ou estão juntos a outros mais, estes tomam um destino diferente, catados, diferenciados e transformados de forma que possam ser reutilizados como uma nova matéria prima (CUNHA et al., 2016). Já a coleta seletiva pode ser definida como a coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição, ou seja, devem ser separados em resíduos sólidos e resíduos orgânicos. Tal conduta deve ser adotada por todas as pessoas geradoras de resíduos, para que a matéria descartada chegue ao catador ao invés de o seu destino final serem os aterros ou lixões das cidades (SOUZA, 2015).

Diante de tal cenário, é necessário e fundamental pensar em estratégias de minimizar a problemática na geração dos resíduos sólidos, tendo como sugestões o gerenciamento e incentivo para coleta seletiva e reciclagem, de forma a sensibilizar a população de Crateús – CE, socializando a necessidade da implantação da Educação ambiental.

Esse processo aparece como uma forma de contribuir para uma diminuição e/ou resolução dos problemas ambientais citados, devendo ser permanente, baseada no respeito a todas as formas de vida, de forma a modificar valores e ações que ajuda na sensibilização humana e social e para preservação do meio ambiente (BRASIL, 2005).

Pensando nisso, no ano de 2009, foi formado um grupo de profissionais ligados a Prefeitura Municipal de Crateús, FAEC- Faculdade de Educação de Crateús, COMDEMA Conselho de Meio Ambiente, Cáritas Diocesana de Crateús a fim de identificar e mobilizar os catadores que se encontravam no lixão, passando a conhecer sua realidade e também propor a ideia de um trabalho coletivo, aos quais juntos poderiam superar essa situação de vulnerabilidade. (CRATEÚS, 2015).

Em 2014, foi lançado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o Projeto LEVE (Local de Entrega Voluntária Escolar),

 

uma nova e inédita solução para aumento na arrecadação e venda de materiais recicláveis no processo de coleta seletiva municipal. Ele funciona com ecopontos para arrecadação de lixo reciclável espalhados pelas escolas participantes. Os catadores passam pelas instituições para coletar materiais, em princípio PET e papel, todas as semanas. (VIEIRA, 2014, p.2)

 

No início apenas quatro escolas Municipais participaram do projeto, tendo o mesmo já ampliado para 28 escolas, onde, semanalmente, o material (pet e papel) são devidamente pesados pela Associação. Realizando assim, o recolhimento trimestralmente do material e após a venda, reembolsa–se a escola com vinte por cento do valor de mercado dos produtos.

Tal projeto, desse modo, visa sensibilizar os estudantes sobre como descartar de maneira correta os resíduos recicláveis, dessa forma se tornam participantes ativos na coleta seletiva, destinando o lixo reaproveitável de suas residências aos coletores escolares, tornando-se um propagador de ideias e ações positivas e comprometidas com o meio ambiente (ALMEIDA et al., 2015).

Nesse contexto, o trabalho objetiva investigar o conhecimento e a prática social da coleta seletiva e reciclagem em uma escola da rede municipal de Crateús-CE participante do projeto de educação ambiental LEVE.

 

 

METODOLOGIA

 

A presente pesquisa trata-se de uma analise exploratória e descrita, de abordagem qualitativa e quantitativa, realizada em uma escola da rede municipal, localizada no município de Crateús-CE, participante do projeto de reciclagem.

A inquirição foi realizada com alunos das turmas do 9º ano do Ensino Fundamental da referida escola citada anteriormente. Tais sujeitos foram escolhidos, por serem a ultima serie escolar, tendo, em tese, participado durante todo o Ensino Fundamental II das atividades desenvolvidas na escola.

A coleta de dados deu-se através de um questionário composto por 10 questões, sendo 2 abertas e 8 fechadas durante o mês de novembro de 2016. A análise se fará através de gráficos produzidos no Microsoft Office Excel 2010, bem como as descrições das falas dos sujeitos, comparando-as com a literatura.

A pesquisa levou em considerações todos os padrões éticos preconizados pela Resolução 510/2016 (BRASIL, 2016), tendo, incialmente, a autorização da escola, através da assinatura do Termo de Anuência, e aos alunos e/ou responsáveis, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e o Termo de autorização de participação da pesquisa.

 

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

Participaram da pesquisa 22 alunos, sendo 10 do sexo masculino e 12 do sexo feminino, com idades variando entre 13 e 18 anos, respondendo sobre conhecimento prévio sobre resíduos sólidos e a contribuição do projeto LEVE na conscientização dos alunos.

 

1 RESÍDUOS SÓLIDOS: CONCEITUAÇÃO E ENSINO

Inicialmente questionou-se sobre o conceito de lixo, tendo obtido sucesso nas respostas 90% dos sujeitos, porém, ainda 10% dos alunos não souberam responder, sendo suas respostas incompreensíveis devido a ortografia e a definição de conceito sobre lixo e resíduos sólidos estarem completamente sem nexo.

 Felix (2013, p.57) afirma que dentre os diversos problemas ambientais, o lixo é um dos mais preocupantes. Para ele,

 

o lixo, também chamado de rejeito, passa por um processo  de exclusão na sociedade: ele é “posto para fora de casa” e deve cumprir ritos de passagem, respeitando regras próprias. Assim não deve ser deixado em  qualquer  lugar,  pois  não  há  duvidas  que  os  resíduos  sólidos  contém várias  substâncias  que  podem  afetar  a  saúde  do  homem,  seja  através  de  contato  direto  ou  indireto,  por  meio  dos  micros  e  macro vetores,  assim  como  causar  impactos  extremamente  negativos ao meio ambiente.

 

A gravidade desses problemas leva ao aparecimento e adequações de diversas medidas de forma a diminuir os impactos negativos no ambiente natural e na sociedade.

Nessa lógica, o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, S/D), instituiu a política dos cinco R's (Reduzir; Repensar; Reaproveitar; Reciclar; e Recusar), no qual

 

deve priorizar a redução do consumo e o reaproveitamento dos materiais em relação à sua própria reciclagem consumir produtos que gerem impactos socioambientais significativo. Os cinco R's fazem parte de um processo educativo que tem por objetivo uma mudança de hábitos no cotidiano dos cidadãos. A questão-chave é levar o cidadão a repensar seus valores e práticas, reduzindo o consumo exagerado e o desperdício.

 

O quarto R (reciclagem) é colocado em prática pelas indústrias que substituem parte da matéria-prima por produtos já utilizados, seja de papel, vidro, plástico ou metal, entre outros. Para Silva (2013), esse processo é umas das alternativas mais viáveis para diminuir a quantidade de resíduos sólidos gerados, e consequentemente, a arrumação inapropriada destes.

Para Betanim e Silva (2016) para que seja possível compreendermos o conceito de reciclagem, é necessário definir os termos lixo (rejeito) e resíduos sólidos urbanos. Essa idealização é simples, detritos ou rejeito são os lixos que não podem ser reciclados, ou seja não é possível que sejam reaproveitados, porem resíduo é o que podemos reaproveitar ou reciclar.

Ribeiro; Bensen (2011, p.4) conceituam coleta seletiva como

 

a  separação  de  materiais  recicláveis,  como  plásticos,  vidros,  papéis,  metais  e  outros,  nas  várias  fontes  geradoras  –  residências,  empresas,  escolas,  comércio,  indústrias,  unidades  de  saúde  –,  tendo  em  vista  a  coleta  e  o  encaminhamento para a reciclagem

 

A Lei federal de nº 12.305/2010 sugere o recolhimento de resíduos soídos antecipadamente separados de acordo com sua forma constituinte e composição, devendo a mesma ser praticada pelos municípios como forma de dirigir as praticas destinadas ao atendimento do principio da escala na gestão de resíduos sólidos, dentre as quais se inclui a reciclagem (BRASIL, 2010).

A coleta seletiva, além de possuir um caráter ambiental, também é um potencial gerador de emprego e renda aos mais carentes e excluídos do acesso aos mercados formais de trabalho (SINGER, 2002). Algumas vezes, apoiados por organizações Não governamentais (ONG), esses catadores se juntam e desenvolvem o cooperativismo. Tal modelo de parceria para a coleta seletiva demonstrou uma grande capacidade de multiplicação e capilarização (RIBEIRO; BENSEN, 2011).

A segunda interrogação tratava da abordagem da temática no ambiente escolar, tendo 17 alunos afirmando existir a realização de atividades em sala de aula. Outros 5 alunos disseram não existir tais práticas.

Complementando, tratou-se observar a participação discente em eventos relacionados a coleta seletiva e lixo reciclável no cotidiano da escola, tendo sido observado que 7 alunos (32%) responderam afirmaram participar de tais eventos, 12 disseram não participar (55%) e outros 3 afirmaram não existir (13%).

Menezes (2014, p. 4195) afirma que

 

a Educação Ambiental vem sendo atribuída a possibilidade de mudar hábitos,  valores  e  atitudes  da  humanidade  diante  da  natureza,  sendo  colocada  como  um  dos  pilares  para  a  efetivação  de  um  modelo  de  desenvolvimento  sustentável  buscando formar cidadãos conscientes e preocupados  com  a  realidade  socioambiental  e  comprometidos  com  a  vida  do planeta.

 

Assim, é imprescindível a participação dos alunos durante as atividades relacionadas a temática desenvolvidos na escola. Nesses momentos de aprendizagem, segundo Silva (2016), é possível desenvolver um senso critico e a formação de um saber ambiental, a escola constrói um ambiente que pode oferecer meios eficientes e práticos para que os alunos entendam as manifestações naturais e a relação entre as ações da humanidade e os problemas do meio ambiente. É indispensável que cada discente possa desenvolver seu potencial e adquira atitudes pessoais e comportamentos sociais críticos e construtivos.

Diferentemente dos dados encontrados, Menezes e Nascimento (2016) observaram que mais de 80% dos alunos pesquisado também participam das atividades realizadas na escola, quando trata-se do tema resíduos sólidos. Da mesma forma, Fidelis e colaboradores (2014) também observaram uma ampla participação e conscientização dos alunos nas atividades de Educação ambiental desenvolvidas em uma escola na região metropolitana de Recife.

Também questionou-se quais as metodologias utilizadas pelos professores no ensino da temática. Assim, observou-se que aula prática (18%), discussões (13%) e a aula expositiva-dialogada (10%) foram as principais metodologias citadas., conforme pode ser observado no gráfico a seguir.

 

Gráfico 1. Metodologias educacionais utilizadas no ensino da temática de resíduos sólidos em uma escola do município de Crateús, CE.

Fonte: Elaborado pelo autor.

 

Para Patrícia (2013) as metodologias a serem aplicadas em sala de aula em que se trabalha o tema educação do meio ambiente devera ter uma variação em acordo com o modo de vida dos alunos ou de pessoas que vivem em determinados ambientes. Processos aplicados para que eles reflitam quais as problemáticas, as soluções adequadas para serem resolvidas ou minimizadas a situação daquele local, Comunidade, local e etc.

Em trabalho semelhante, os dados de Nogueira (2016) diferem dos encontrado neste trabalho, tendo ele observado que a metodologia mais utilizada era a aula expositiva-dialogada, seguida da aula expositiva, projetos didáticos, aulas práticas, excursões, discussões e dramatização.

 

2 PROJETO LEVE E A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

 

Os discentes também foram indagados sobre a influência do projeto LEVE, desenvolvido na escola, na conscientização deles sobre a questão do meio ambiente, especificamente sobre a coleta e separação de lixo desenvolvido no município de Crateús – CE. Nesse contexto, demonstrou-se que 21 alunos (95%) afirmaram conhecer o programa de coleta seletiva desenvolvido na cidade em parceria com as escolas municipais, outros 5%, apenas 1 aluno, disse que desconhece o projeto.

Cempre (2016) demonstra que

 

o número de municípios com coleta seletiva em todo o país que saltou de 443, em 2010, para 927, em 2014 – uma evolução de quase 110%! O crescimento ocorreu em todas as regiões, mas o maior desenvolvimento proporcional se deu no Centro-Oeste que passou de 18 para 62 municípios operando sistemas próprios.

 

Além disso, dos que conheciam o projeto, 99% responderam que o projeto contribui bastante para diminuição e limpeza das escolas e município e apenas 1% não soube responder.

De acordo com Guimarães (2016), nota-se que a educação ambiental já é um fato real, para o qual políticas públicas estão sendo delineadas necessitando, no entanto, de um aprofundamento nos debates, seja por parte dos educadores no seu dia – a – dia, seja pela sociedade de forma geral, para que seja efetivado como uma pratica social que torne possível o enfrentamento da grave crise sócio – ambiental. Portanto, Educação Ambiental: é um discernimento necessário.  

Segundo Brasil (S/D), no site eletrônico do Ministério do Meio Ambiente, reafirma o compromisso da PNRS, prevendo a

 

prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado). Institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo e pós-consumo. Cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e institui instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microregional, intermunicipal e metropolitano e municipal; além de impor que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Também coloca o Brasil em patamar de igualdade aos principais países desenvolvidos no que concerne ao marco legal e inova com a inclusão de catadoras e catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, tanto na Logística Reversa quando na Coleta Seletiva.

 

Nesse interim, observa-se a coleta seletiva como uma importante alternativa no manejo adequado dos resíduos sólidos, corroborando com o projeto desenvolvido pela prefeitura municipal de Crateús, em parceria com as escolas municipais.

Questionou-se também se os conhecimentos adquiridos na escola sobre lixo, eles levam para além da sala de aula. Neste, 100% dos partícipes disseram que sim, que o aprendizado prévio sobre coleta seletiva e reciclagem é passado por eles a terceiros dentro da sua realidade de vida local. 

 Segundo Rodrigues e colaboradores (2016), a escola é um ambiente que constitui caráter humano na qual desenvolve-se capacidades essenciais para que se possa conviver socialmente e incluir pessoas distintas no mercado de trabalho, é essencial que neste espaço esteja a disposição o crescimento de uma administração educacional direcionada para as questões ambientais, da mesma forma deve-se induzir os seus membros a buscarem formas de diminuir os impactos causados ao meio ambiente.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 A grande massa de resíduos sólidos é consequência advinda do alto consumo humano, gerando toneladas de lixo principalmente nos grandes centros de capitais e municípios. Assim, como forma de minimizar tal problemática, a coleta seletiva e reciclagem de resíduos sólidos vem ao encontro das propostas de sustentabilidade do século XXI.

Nesse intuito, que a prefeitura de Crateús, em parceria com as escolas municipais promovem projetos de educação ambiental, enfaticamente sobre coleta e reciclagem. Destarte, a pesquisa realizada em uma escola participante, foi possível compreender a grande maioria dos alunos souberam definir ou conceituar a espécie de lixo que é rejeitado do resíduo que pode ser reciclável, mesmo tendo alguns que afirmam que não participam de eventos desse tipo realizado no ambiente escolar.

Pode–se observar também que o projeto LEVE é de conhecimento dos alunos e que o mesmo desperta para o interesse dos alunos sobre o tema, inclusive levando para fora da escola os conhecimentos adquiridos, o que os tornam propagadores do conhecimento e sensibilização da população.

Enfim, observa-se que os projetos desenvolvidos na escola, bem como as politicas publicas adequadas, são importantes ferramentas para sensibilização e minimização dos problemas ambientais causados pelo homem.

             

 

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