DICA DE CURTA-METRAGEM
“MAIS QUE A LAMA: MEMÓRIAS, AUSÊNCIAS E HISTÓRIA”
Na semana em que se completa dois anos do maior crime ambiental do Brasil, disponibilizamos nos nossos canais o filme completo "Mais que a Lama: Memórias, Ausências e História", para que nossos parceiros possam compartilhar esta narrativa a partir da memórias dos atingidos, em um momento onde o discurso mais importante a ser ouvido sobre o caso, é o discurso deles.
O Curta-metragem “Mais que a Lama: Memórias, Ausências e História” é resultado da parceria entre universidades UFOP, UNIVALI e UNIVILLE, em articulação com o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), a Sala Verde de Itajaí e o Projeto das Escolas Sustentáveis.
O lançamento do filme integrou a programação do 13º Festival Cultural da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), no dia 21 e foi exibido na Universidade Regional de Joinville (UNIVILLE) no dia 22 de setembro de 2017.
O próprio nome do filme, “Mais que a Lama” foi escolhido pelos atingidos para denunciar que os reais impactos desse crime ambiental extrapolam em muito a marca deixada pela passagem de mais de 55 milhões de metros cúbicos de rejeitos tóxicos despejados pelo rompimento da barragem de Fundão e galgamento da barragem de Santarém.
Este crime ambiental, das mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton no município de Mariana (MG), continua sem apresentar uma solução efetiva para a situação dramática que se encontram as famílias das comunidades atingidas há quase dois anos.
Em julho deste ano foram realizadas oficinas em Mariana (MG), direcionadas a jovens, crianças e adultos das comunidades diretamente atingidas, como uma ação do 50º Festival de Inverno de Ouro Preto, a partir de práticas da arte-educação ambiental e da abordagem metodológica "Trilha da Vida". O filme retrata processos ocorridos nestas oficinas e apresenta algumas histórias dos atingidos e seus dramas atuais, passados dois anos da tragédia.
Os depoimentos colhidos falam sobre as lembranças que as pessoas têm do lugar e das paisagens frente à realidade atual, em que convivem com as imagens de seus lares destruídos, sem perspectiva de retorno. Os editores do filme, Elielson Bernardino e Rafael Langella, tiveram o cuidado de envolver os participantes da oficina e os que foram selecionados para entrevista, em todo o processo de produção e edição do filme.
Apesar de ter chocado o país e o mundo e ser considerada uma das maiores tragédias da história ambiental da mineração, muito pouco tem sido efetivamente feito para que o drama de milhares de famílias seja amenizado, responsabilizado e reparado. Pelo contrário, reproduz-se o roteiro previsível de impunidades e violências que, tradicionalmente, ocorrem no Brasil e no mundo em termos socioambientais.
Além do curta-metragem, a oficina dará origem a um livro com mais de 30 histórias de vida escritas, que está sendo editado em cartonaria e será finalizado com os Atingidos de Mariana, para disseminar e fortalecer a luta dos movimentos sociais e dos atingidos pela barragem. Todo o trabalho dialoga com a valorização da memória socioambiental, no processo de educação ambiental, no cotidiano da escola e das comunidades.
Estas ações – oficina, filme e livro - resultam da parceria entre a UFOP, Univali, Univille e MAB, ativada pelos projetos de pesquisa e extensão "Escolas Sustentáveis" (UFOP), "Trilha da Vida" e Sala Verde "Observatório de Educação, Saúde, Cidadania e Justiça Socioambiental do Vale do Itajaí (SC)" (UNIVALI) e Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade por meio do Grupo de Estudos "Arte, Cultura, Patrimônio: da produção à institucionalização - relações e tensões - ARCUPA" (UNIVILLE/PMPCS), com apoio do Instituto Caracol (Navegantes, SC), Ladurabilité – ações para sustentabilidade, Projeto Somos do Mar e o professor de Artes José Milton Turcato.
Fonte: Post da Sala Verde Itajaí – Facebook – 4/11
Link para o vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=RP6QFcJgsrA
Link para a Matéria sobre os danos a Mariana, assim que o evento ocorreu:
https://www.youtube.com/watch?v=kftRHoqt0ZI