Revista Educação ambiental em Ação 33

ANÁLISE DA APLICAÇÃO DE UM RECURSO EDUCACIONAL SOBRE A PEGADA ECOLÓGICA DO LIXO NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Ronualdo Marques1, Claudia Regina Xavier1

1UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná



Responsável pelo trabalho: Ronualdo Marques

Escola: Colégio Estadual Júlia Wanderley

Cidade: Curitiba

Número de pessoas envolvidas: 30 pessoas

E-mail: ronualdo.marques@gmail.com

Categoria da Temática do trabalho: Ações/Práticas em sala de aula e/ou em contato com a natureza ou locais alternativos.

Resumo: A Educação Ambiental (EA) é uma temática que interfere diretamente em nossas vidas e discuti-la favorece a compreensão da realidade e a participação social. Para isso foi desenvolvido e aplicado um Recurso Educacional Aberto “Pegada Ecológica do Lixo” para uso nas aulas de Ciências numa Sequência Didática com enfoque na Educação Ambiental. Este estudo tem o objetivo de destacar a partir da observação, análise e avaliação da aplicação da Sequência Didática a importância da utilização do Recurso Educacional “Pegada Ecológica do Lixo” adequadamente desenvolvido para a Alfabetização Científica na EA e estimular a divulgação de práticas no que se refere à EA. Ele foi realizado no Colégio Estadual Júlia Wanderley em Curitiba-PR, com alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, na disciplina de Ciências. O envolvimento dos estudantes quanto às questões da Educação Ambiental favoreceu novas perspectivas aos alunos com a Alfabetização Científica dos mesmos. A pesquisa foi qualitativa e participante a qual se iniciou com aplicação de questionário prévio sobre a temática do lixo, conduzido para aproximar a teoria à prática, de forma contextualizada. Posteriormente, foram realizadas aulas expositivas, demonstrativas, ilustrativa, dialogadas com rodas de conversas trabalhando diversos temas relacionados aos resíduos sólidos/lixo, aulas práticas e uma visita guiada ao Aterro Sanitário de Curitiba. Observou-se na aplicação da Sequência Didática uma interação e inter-relação de aprendizagem para fomentar o debate acerca da problemática ambiental. Pôde-se concluir que é preciso inserir a Educação Ambiental no currículo escolar e no Ensino de Ciências de forma contextualizada e romper com práticas isoladas e pontuais e com a educação mecanicista e conservadora, visto que o desenvolvimento de ações integradas e participativas potencializa as discussões que emergem das relações entre os seres humanos, a sociedade e a natureza.

Palavra chave: Recurso Educacional Aberto; Pegada Ecológica do Lixo; Educação Ambiental.

Abstract: Environmental Education (EA) is a theme that interferes directly in our lives and discussing it favors understanding of reality and social participation. For this, an Open Educational Resource "Garbage Ecological Footprint" was developed and applied for use in Science classes in a Didactic Sequence focusing on Environmental Education. This study aims to highlight the importance of using the Educational Resource "Garbage Ecological Footprint" appropriately developed for the Scientific Literacy in EE and to encourage the dissemination of practices in refers to EA. It was held at the Júlia Wanderley State College in Curitiba-PR, with students from the 6th year of Elementary School, in the discipline of Sciences. The involvement of students in the issues of Environmental Education favored new perspectives for students with their Scientific Literacy. The research was qualitative and participatory, which began with the application of a previous questionnaire on the subject of garbage, conducted to bring theory closer to practice, in a contextualized way. Subsequently, expository, demonstrative and illustrative classes were held, conversational with conversational wheels working on various themes related to solid waste / garbage, practical classes and a guided tour of the Sanitary Landfill of Curitiba. It was observed in the application of the Didactic Sequence an interaction and inter-relation of learning to foment the debate about the environmental problematic. It could be concluded that it is necessary to insert Environmental Education in the school curriculum and in the teaching of Sciences in a contextualized way and to break with isolated and punctual practices and with the mechanistic and conservative education, since the development of integrated and participative actions potentiates the discussions that emerge from the relations between human beings, society and nature.

Keyword: Open Educational Resource; Ecological Garbage Footprint; Environmental education.

1. INTRODUÇÃO

A relação com meus pares profissionais me levou a indagar sobre as diferentes habilidades, competências, desenvolvimento e posicionamentos dos docentes na escola, o que me instigou, preliminarmente, a pesquisar por que a Educação Ambiental na maioria das escolas está ausente na prática ficando apenas registrada nos documentos pedagógicos exigidas pelos documentos orientadores. Diante de tantos problemas ambientais que impactam negativamente o meio ambiente, sendo este anunciada todo momento pelas mídias locais, nacionais, internacionais. A Educação Ambiental deve ser trabalhada em todos os níveis de ensino em um processo educativo contínuo para sensibilizar conscientizar e possibilitar que as crianças e jovens sejam responsáveis no cuidado do Meio ambiente.

Considerando também que a Educação Ambiental, além de aproximar as crianças e adolescentes da natureza e dos temas ambientais, de propiciar o conhecimento sobre o local onde vivem, é importante na formação de cidadãos críticos, comprometidos com suas realidades, não somente com relação aos problemas ambientais, mas também sociais culturais e econômicos.

Não obstante a EA ser reconhecidamente importante e um tema transversal, a sua presença ainda é inexpressiva no currículo. Contudo, a Educação Ambiental (EA) é essencial na atualidade e indispensável para o contexto escolar no qual estamos inseridos. A EA vem sendo um desafio constante nas salas de aula, demandando que os professores realizem um trabalho intenso no sentido de construir práticas pedagógicas que articulem as questões locais com as questões globais (EINSFELD et al., 2009).

Ao pensar no processo de ensino e aprendizagem de forma contextualizada é intrínseca a possibilidade de se estabelecer uma ligação com os temas ambientais. Entende-se que o Ensino das Ciências Naturais deve permitir ao aluno a compreensão da Ciência como um processo humano e desenvolver uma postura crítica e reflexiva sobre os fenômenos naturais e a forma como o ser humano atua no ambiente (BRASIL, 1999).

O Ensino de Ciências tem uma importância fundamental na educação científica voltada à Educação Ambiental (EA), referem-se não só a nossa expectativa de vida, mas afetam as futuras gerações. A partir da reflexão dos temas apresentados, a Educação pode sensibilizar a respeito das questões ambientais, além de propor uma articulação entre criticidade, emancipação, participação, ao exercício da cidadania, buscando provocar mudanças, reflexões e novas atitudes individuais ou coletivas.

O presente trabalho apresenta um estudo sobre o desenvolvimento e aplicação de um Recurso Educacional Aberto “Pegada Ecológica do Lixo” aplicado numa Sequência Didática a partir da temática do lixo no Ensino de Ciências possibilitando trabalhar a Educação Ambiental de forma contextualizada aliando teoria á prática, fomentando discussões sobre a produção, geração e impactos ambientais do lixo no meio ambiente.

O aumento da população nas cidades e a crescente ampliação das áreas urbanas têm contribuído para o crescimento de impactos ambientais negativos, “considerando que o crescimento populacional e o aumento do grau de urbanização não têm sido acompanhados das medidas necessárias para oferecer um destino adequado ao lixo produzido” (SPINELLI; CALE, 2009). O aumento da produção industrial a nível mundial, e a criação de uma sociedade consumista estão causando mudanças nos hábitos da população. Estas são as principais causas para este acréscimo da produção de resíduos, desencadeando graves problemas a vida no planeta. A gestão e a disposição inadequada dos resíduos sólidos causam impactos socioambientais negativos, tais como degradação do solo, comprometimento dos corpos d'água e mananciais, intensificação de enchentes, contribuição para a poluição do ar e proliferação de vetores de importância sanitária nos centros urbanos e catação em condições insalubres nas ruas e nas áreas de disposição final (BESEN et al., 2010).

O lixo tem sido um problema recorrente em todo o país, agravado pelas modalidades inadequadas de disposição final e de confinamento dos rejeitos, aspecto que segundo inúmeros especialistas, além de gerar sérios desconfortos ambientais e sanitários, podem inviabilizar, até mesmo em médio prazo, a sociedade humana, ao menos tal como a conhecemos (CALDERONI, 2003, p.25). A grande quantidade de resíduo orgânico gerado pelas atividades agrícolas, agropecuárias, industriais, florestais e até mesmo urbanos demanda de técnicas que possibilitem reduzir o impacto negativo do seu despejo inadequado e também sanem o problema da falta de áreas com capacidade suporte para receber tal resíduo.

O ambiente escolar não é diferente dos demais espaços urbanos, suas atividades resultam também na produção de resíduos sólidos. A abordagem da temática ambiental no espaço escolar não deve ser adotada apenas pela exigência da legislação, ou mesmo o modismo do termo sustentabilidade na mídia, mas, sobretudo, deve estar pautada na verdadeira Educação Ambiental que visa refletir a realidade e promover mudanças, que transformam meros receptores de conhecimento em cidadãos críticos capazes de refletir sobre sua realidade (MARQUES et al., 2017).

Nesse sentindo a escola com grande influência no processo da formação dos sujeitos e segundo Kruger (1998), com uma importante função social, a educação possibilita mudanças significativas no comportamento e na personalidade, através de experiências com o meio. Pensou-se na conexão a temática do lixo associado ao conteúdo de Ciências do 6º ano do Ensino Fundamental previsto nos livros didáticos do aluno e no Planejamento da Disciplina de Ciências, tornando viável a desenvolvimento de um Recurso Educacional Aberto (REA) organizado para aplicação em uma Sequência Didática (SD) que investigue e trabalhe questões relacionadas ao Lixo, de forma que o processo de aprendizagem se dê mediado pela teoria e a prática possibilitando a sensibilização e reflexões que permeiem mudanças culturais a fim de sensibilizar quanto ao problema do Lixo.

Os conteúdos de Ciências muitas vezes são extensos e tem se trabalhado apenas para ser memorizado tornando-o distante da realidade do aluno. Por isso, o tema gerador de conhecimento “Pegada Ecológica do Lixo” permite trabalhar utilizando diversos recursos metodológicos, sendo tratado de forma dinâmica e contextualizado no processo de ensino e aprendizagem. Isso vem ao encontro do que propõe os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino de Ciências. É importante que os professores tenham claro que o Ensino das Ciências Naturais não se resume na apresentação de definições científicas, como em muitos livros didáticos, em geral fora da compreensão dos alunos.

Ao pensar a educação básica brasileira na atualidade, infere-se que não existe momento mais oportuno para abordar o Ensino de Ciências em toda sua plenitude, considerando que o contingente de jovens em idade escolar favorece o progresso das Ciências. Percebe-se, que esse valioso estado da arte é pouco valorizado no cenário atual. Para isso, Werthein, et al., (2009) enfatizam que o professor de Ensino de Ciências deve em primeiro lugar ter domínio do conteúdo e que esse conhecimento seja de forma contextualizada, atrativa e estimule a curiosidade do aluno.

Com o professorado de Ciências geralmente despreparado, sem possibilidade de ser atualizado e desprovido de instrumentação que lhe possibilite maiores oportunidades de propiciar aos estudantes mais abstração e memorização, as noções que os estudantes adquirem transformam-se em algo inútil, desestimulante e contraproducente” (WERTHEIN, et al., 2009, p.79).

A Educação Ambiental é um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade se sensibilizam e tomam consciência a partir da sua relação com o meio ambiente e adquirem conhecimentos, habilidades, experiências, valores e a determinação que os tornam capazes de agir, individual ou coletivamente, na busca de soluções para os problemas ambientais, presentes e futuros (UNESCO, 1987). O saber ambiental se constitui através de processos políticos, culturais e sociais, que obstaculizam ou promovem a realização de suas potencialidades para transformar as relações sociedade-natureza (LEFF, 2009, p.151).

Marques et al., (2017) evidencia que o desenvolvimento da temática Educação Ambiental no Ensino de Ciências contribui para a construção do conhecimento científico de forma contextualizada, utilizando ferramentas que permitam aos alunos exercitarem a capacidade de pensar, refletir e tomar decisões, iniciando assim um papel de amadurecimento, tendo em vista as inúmeras inter-relações que o ser humano mantém com o ambiente e vice-versa e as demandas que isso gera para a sua formação como cidadão. Delizoicov et al., (2011) reafirma que a escola é um espaço onde as pessoas aprendem o tempo todo, construída e reconstruída a cada dia, no qual todos têm o que aprender e ensinar, aprendem a relacionar-se e a conviverem com os seus próprios valores e sentimentos.

Amaral (2001) faz uma reflexão ao afirmar que a simples abordagem dos conteúdos de Ciências Naturais não garante a reflexão necessária à compreensão dos diferentes modos da sociedade humana se relacionar com o meio físico-natural e o desenvolvimento de um conjunto de valores e habilidades ao qual se refere à Educação Ambiental. A EA é regida pela Lei nº 9.795/99, Política Nacional de Educação Ambiental (BRASIL, 1999). Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências Naturais (BRASIL, 2001) trata a temática ambiental como indispensável e deve ser discutida em todas as modalidades de ensino já definido na Constituição (BRASIL, 1988). O Art.2º da Política Nacional de Educação Ambiental determina que este tema deva apresentar-se como componente essencial da educação nacional devendo, de maneira articulada, estar presente em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal (BRASIL, 1999). Os temas ambientais assim constituem questões sociais relevantes para as discussões em classe destacando os inúmeros problemas urgentes; todavia é comum que os discentes em quaisquer níveis educacionais apresentem dificuldades para a aprendizagem e as discussões sobre a EA, dada à complexidade das questões socioambientais. Essa é considerada um componente urgente e essencial no Ensino Fundamental no 6º ano, onde abrange uma importante quantidade de temas ambientais que contribui para a formação de cidadãos e para atuação na realidade socioambiental.

1.1 A temática do lixo

Neste trabalho e no REA-Recurso Educacional Aberto, optou-se pela nomenclatura do lixo ou resíduo sólido, pois esta é mais próxima da realidade do estudante e pode ser mais propícia para sua sensibilização ambiental. O estudo da temática “resíduos sólidos” é um tema recorrente e recomendado inclusive pelos Parâmetros Curriculares Nacionais como tema transversal no processo de ensino e aprendizagem, não apenas em Ciências, mas em todas as disciplinas (BRASIL, 1998c).

O lixo é um problema de nível internacional, pois os resíduos sólidos estão em qualquer cidade, estado ou país e se constituem numa preocupação relativamente recente, o que propicia reflexões das mais variadas, essencialmente as que rementem à forma de geração, volume produzido, capacidade de reciclagem e a transferência de resíduos. Considerando que a produção e destinação dos resíduos sólidos nunca acabarão, visto ser consequência direta da própria atividade humana, tornam-se necessárias pesquisas capazes de auxiliar na redução do lixo, identificando oportunidades de reciclagem ou aproveitamento (LOURENÇO, 2003).

Alguns dos problemas ambientais ocasionados pelo descarte inadequado de resíduos sólidos e orgânicos são oriundos da produção de uma grande quantidade de lixo (MUCELIN; BELLINI, 2008). Tanto os governos como a sociedade necessitam de mudanças de atitudes para que modifiquem sua forma de consumo, minimizando os resíduos que são gerados diariamente e alterando a forma de descarte dos mesmos no meio ambiente. Esta necessidade de mudança é discutida por Scarlato e Pontin que afirmam:

As modernas populações produzem dejetos em tal quantidade que torna impossível para os sistemas naturais decompor esses “refugos” da civilização na velocidade necessária a torná-los inócuos e, assim, não comprometê-las. O lixo talvez seja o principal gênese da poluição ambiental (SCARLATO e POTIN, 1994, p.53).

Portanto, a Educação Ambiental pode ser considerada como uma possibilidade de minimizar esses problemas, pois privilegia uma abordagem pedagógica voltada para a conscientização ambiental (MASSENA; MARINHO, 2011). A Educação para o meio ambiente numa visão holística proporciona uma conectividade centrada na consciência ambiental, sendo a escola um ambiente favorável para se trabalhar conteúdos e metodologias adequadas a esse propósito.

O lixo sempre foi um problema no meio ambiente e um tema bastante discutido tanto no meio acadêmico como na sociedade. O aspecto ambiental do lixo é de importância indiscutível. Entretanto, pouco se fala ainda das suas implicações sociais, e outra vertente também pouco discutida é sua relação com a cultura. No que diz respeito a suas implicações sociais, a problemática do lixo relaciona-se à forma como cada parcela da sociedade pode lidar com o tema, sendo pela forma de lançar o lixo no ambiente ou pela forma de minimizar os impactos causados pela deposição errada do lixo, oferecendo novas alternativas sobre o que fazer com ele. Em relação aos aspectos culturais, a problemática relaciona-se, principalmente, com as atividades humanas, ou seja, a forma como um determinado grupo pode lidar com o lixo. Por exemplo, uma sociedade pode ser vista através do tipo de lixo que ela produz ou pelas formas de como esse lixo é visto por ela própria.

Os temas geradores como o lixo devem ser temas de reflexão a fim de buscar o pensamento crítico e a intervenção da realidade na qual o indivíduo está inserido. Para Freire (1979), “Quanto mais refletir sobre a realidade, sobre sua situação concreta, mais emerge, plenamente consciente, comprometido, pronto a intervir na realidade para mudá-la.” A crítica social e a transformação da realidade é o que se deve buscar na Educação, onde a teoria não seja esvaziada sem que haja uma transposição desta para a prática. Segundo Delizoicov et al.,:

Os temas geradores foram idealizados como um objeto de estudo que compreende o fazer e o pensar, o agir e o refletir, a teoria e a prática, pressupondo um estudo da realidade em que emerge uma rede de relações entre situações significativas individual, social e histórica, assim como uma rede de relações que orienta a discussão, interpretação e representação dessa realidade (DELIZOICOV, ANGOTTI, PERNAMBUCO, 2011, p.165).

O tema gerador lixo não é apenas um grupo de palavras, mas objetos de conhecimento que deverão ser interpretados e representados pelos aprendizes (COSTA e PINHEIRO, 2013). A seleção do tema busca a superação do conhecimento do senso comum pelo conhecimento científico e elaborado, mas valoriza os conhecimentos adquiridos e o diálogo. Assim, Delizoicov et al., destacam alguns princípios básicos dos temas geradores:

Uma visão de totalidade e abrangência da realidade; a ruptura com o conhecimento no nível do senso comum; adotar o diálogo como sua essência; exigir do educador uma postura de crítica, de problematização constante, de distanciamento, de estar na ação e de se observar e se criticar nessa ação; apontar para a participação, discutindo no coletivo e exigindo disponibilidade dos educadores (DELIZOICOV, ANGOTTI, PERNAMBUCO, 2011, 166).

Tozoni-Reis ressalta que “ao incorporar o tema ambiental, o processo da educação conscientizadora tem como objetivo a transformação das relações entre os sujeitos e desses com o ambiente, estabelecidas pela história das relações sociais” (TOZONI-REIS, 2006, p.106).

Da investigação realizada em 2017, que relacionou os conceitos com “temática do Lixo/Resíduos Sólidos” associado à “Educação Ambiental” e “escola”, “ensino”, “ensino de ciências”, realizada pelas plataformas on-line de pesquisa CAPES, SCIELO, EBSCO dos últimos 10 anos, resultou em 22 pesquisas, dentre artigos, monografias, dissertações e teses.

Nos anos de 2007 a 2012, temos que a Temática do lixo/resíduos sólidos aparece nas pesquisas de Campos (2007) estudam a importância das atividades lúdicas e oficinas com o uso da temática do lixo voltadas para materiais recicláveis; Lunardi (2008) a temática lixo para trabalhar a arte de criar com o lixo; Meira (2009) trata a temática dos resíduos sólidos na formação de professores; Voichicoski (2010) trata a percepção e responsabilidade quanto à problemática do lixo; Jacobucci (2010) utiliza-se da temática do lixo com processo de intervenção na comunidade para preservação do rio; Silva (2010) utiliza o lixo na Educação Ambiental por meio do teatro; Oliveira (2011) trata a temática do lixo nos temas transversais para a Formação continuada de professores; Parente (2012) pesquisou sobre aulas práticas sobre Educação Ambiental onde apresenta temas ambientais inclusive Resíduos Sólidos Urbanos.

De 2013 a 2017 obtemos as pesquisas de Fernandes (2013) trata a temática do lixo no ensino de química com oficinas pedagógicas; Riontino (2013) reflete sobre os paradigmas com o lixo e escola; Saçala (2013) investiga a temática ambiental nos Livros Didáticos onde apresenta alguns temas correlacionados ao lixo/resíduos sólidos; Abreu (2014) faz associação a Educação Física utilizando a temática do lixo e a Educação Ambiental; Ochioni e Salomão (2014) utilizou o lixo para brincar criar e aprender em Ciências onde apresenta alguns temas dentro da temática do lixo; Fiuza (2014) estuda sobre a aprendizagem digital uso da tecnologia utilizando a temática do lixo; Travassos (2014) fala sobre reciclagem digital no desenvolvimento sustentável utilizando a temática do lixo; Abreu (2014) utiliza da temática do lixo com os resíduos eletroeletrônicos para capacidade argumentativa dos estudantes; Antqueves (2015) utiliza a temática do lixo em atividades lúdicas com ênfase na Política dos 3 R’s; Rosa (2015) trata a temática do lixo pela ludicidade em projetos interdisciplinares e transdisciplinares; Binatto et al (2015) investiga o lixo no Ensino de Ciências associado à Educação Ambiental, Caixeta (2016) trata a temática do lixo pela conscientização; Angeli e Oliveira (2016) utiliza a temática do lixo aplicado ao racismo ambiental; Almeida (2017) utiliza a temática do lixo para trabalhar concepções da relação do lixo com o meio ambiente para conscientização ambiental.

Embora todos estes estudos relacionasse a Temática do lixo/resíduos sólidos com a dimensão da Educação Ambiental, nenhum deles aborda Pegada Ecológica ou Pegada Ecológica do Lixo. Desde modo, o conceito de temática do lixo/resíduos sólidos normalmente aparece adjacente à pesquisa aplicada a Educação Ambiental no ensino. Também, é oportuna por estar em diálogo com as demais pesquisas que valorizam a temática do lixo em diferentes aspectos, apontando, de certo modo, a prática como um referencial para a Educação Ambiental.

1.2 Recurso Educacional Aberto

Uma das tendências que emergem com o surgimento da internet e o uso das mídias na Educação é norteada pela colaboração e interatividade da cultura digital; a proposta deste movimento é a de que todos devem ter a liberdade de usar, personalizar, melhorar e redistribuir ferramentas educativas, sem restrições, ampliando assim o conhecimento. Para isso, é necessária a utilização de Recursos Educacionais Abertos (REA).

O termo REA foi definido em 2002 em Paris, no Fórum da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), onde discutiam o impacto de recursos abertos na democratização do ensino em todo mundo. A definição mais usual dos Recursos Educacionais Abertos é:



(...) materiais de ensino, aprendizado, e pesquisa em qualquer suporte ou mídia, que estão sob domínio público, ou estão licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros. O uso de formatos técnicos abertos facilita o acesso e o reuso potencial dos recursos publicados digitalmente. Recursos educacionais abertos podem incluir cursos completos, partes de cursos, módulos, livros didáticos, artigos de pesquisa, vídeos, testes, software, e qualquer outra ferramenta, material ou técnica que possa apoiar o acesso ao conhecimento. (UNESCO, 2011)

Alguns dos objetivos dos REA quanto à sua utilização para a Educação acessível para todos, é “levar à equidade de acesso e a liberdade de aprendizado para todos fazendo uso de Recursos Abertos e encorajando práticas educativas” (AMIEL, 2012, p.29); “valorizar práticas de aprendizagem mais próximas à cultura da web e da sociedade do conhecimento” (ROSSINI E GONZALEZ, 2012); “resgatar o papel dos professores enquanto protagonistas privilegiados dos processos educativos” (PRETTO, 2012); “buscar a interdisciplinaridade através de projetos estruturados com o uso do REA” (STAROBINAS, 2012).

A presença da licença aberta é a principal característica dos REA. Isso os diferencia dos outros materiais educacionais disponibilizados na rede. No contexto da Educação aberta, os REA representam uma enorme potencialidade de compartilhamento de conhecimento entre autores e usuários, de uma forma global, sem preocupar-se em violar direitos autorais (SANTOS, 2012). Suas liberdades colocam os materiais educacionais na posição de bens comuns e públicos, voltados para o benefício de todos (STAROBINAS, 2012).

As cinco liberdades oferecidas pelos REA são: 1. Usar; 2. Aprimorar; 3. Recombinar; 4. Distribuir e 5. Manter; os recursos (HILU et al., 2015), usar: compreende a liberdade de usar o original, ou a inovação criada com base num outro REA, em uma multiplicidade de contextos; Aprimorar: compreende a liberdade de adaptar e melhorar os REA para que melhor se adequem às necessidades; Recombinar: compreende a liberdade de combinar e fazer misturas e colagens de REA com outros REA para a produção de novos materiais; Distribuir: compreende a liberdade de fazer cópias e compartilhar o REA original e a versão criada com outros.

Um material REA dá oportunidade de “expor um pouco de nós, de nossas opiniões, das ideias de nossos estudantes, para engrandecer nossos materiais e compartilhar nossos traços e identidade organizacional com qualquer outra pessoa que queira neles se inspirar” (STAROBINAS, 2012).

Os REA vêm ao encontro às expectativas de melhoria da Educação, sendo um modo de quebrar as barreiras do conhecimento pago, o que limita os direitos de quem o procura. Estes recursos podem ser vistos como uma forma igualitária de acesso ao conhecimento.

O movimento para uma educação aberta busca opções sustentáveis para abater alguns empecilhos que ferem o direito de uma educação de qualidade. Esse movimento emergente de educação combina a tradição de partilha de boas ideias com colegas educadores e da cultura da Internet, assinalada pela colaboração e interatividade. (DECLARAÇÃO DA CIDADE DO CABO, 2007).

É um objetivo deste trabalho o desenvolvimento e aplicação de um material contendo propostas de trabalho para aulas de Ciências a partir de temas ambientais. Os REA podem ser de grande utilidade no processo de ensino e aprendizagem, pois proporcionam ao professor a oportunidade de aplicar recursos elaborados por outros educadores, com o fim de enriquecer as aulas. Dutra e Tarouco (2007) detalham a abrangência dos REA:

Os REA abrangem os Conteúdos de Aprendizagem, ou seja, cursos, módulos de conteúdo, objetos de aprendizagem entre outros. Eles incluem também ferramentas para apoiar o desenvolvimento, uso, reuso, busca e organização de conteúdos, bem como Sistemas de Gerenciamento de Aprendizagem e ferramentas de autoria" (DUTRA e TAROUCO, 2007, p. 2).

O Recurso Educacional desenvolvido nesta dissertação partiu das concepções de Almeida (1994), que defendem o uso do lúdico como estratégia de ensino, porém caso o mesmo não seja aplicado de forma planejada pode ser visto pelos educandos apenas como um momento de entretenimento e não de aprendizado. Pode ser utilizado com outro recurso como “dinâmicas de grupo, discussões, exposições dialogadas, sessões de debates, simulações, enquetes, aulas práticas, projeção de vídeos, resoluções de problemas e leitura” (LIMA e TEIXEIRA, 2011, p. 9).

Segundo Rossini e Gonzalez (2012), fazer o uso dos REA dá autonomia para o autor decidir quando e como compartilhar as obras criadas, deixando-o no centro das atenções ao dispensar a mediação das editoras.

Pretto (2012) aponta que os REA proporcionam a autonomia, construção e criação de autores que estão empenhados numa modificação da estrutura de disponibilidades de recursos de ensino, no qual se deve “pensar nos REA como possibilidade emancipatória do indivíduo, nação ou cultura”. Para o autor, a adoção de REA pode ser o início necessário para esta mudança em direção à Educação de qualidade.

1.3 A Sequência Didática utilizando o Recurso Educacional

Os temas ambientais muitas vezes, têm sido trabalhados com base numa cultura livresca, a qual, de acordo com Mayer (1998), nega o conhecimento local, que se caracteriza como de fundamental importância para a compreensão do mundo físico e social. Diante disso, podemos dizer que a Educação Ambiental não deve consistir em transmissão de verdades, informações, demonstrações e modelos, mas, sim, em processos de ação-reflexão que levem os estudantes a aprender por si só, a conquistar essas verdades e assim, desenvolver novas estratégias de compreensão da realidade.

O estudante deve ser levado a se enxergar desde cedo como parte do meio ambiente. Muitas vezes, conteúdos fragmentados são vistos sem que sejam feitas as devidas conexões, levando em conta somente a sequência do livro didático.

Nesta perspectiva, destacamos as Sequências Didáticas (SD) como uma estratégia que oportuniza a aprendizagem aos indivíduos de forma ampla e sistematizada. Zabala (1998, p.18) define as SD como “um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais que têm um princípio e um fim, conhecidos tanto pelos professores como pelos alunos”, constituindo-se como uma ponte entre o conhecimento científico e o estudante. O trabalho com SD pode proporcionar a construção dos conhecimentos numa progressão de atividades em etapas encadeadas, contextualizadas e significativas, promovendo a consolidação dos conceitos e tornando mais eficiente o processo educativo.

Nonato (2006) esclarece que o termo pode ser adotado para a organização sistemática do conhecimento que é utilizada para aperfeiçoar as atividades. Ainda, entende-se o conjunto de atividades, estratégias e intervenções planejadas etapa por etapa pelo docente para que o entendimento do conteúdo ou tema proposto seja alcançado pelos discentes, lembra um plano de aula, entretanto é mais amplo que este por abordar várias estratégias de ensino e aprendizagem e por ser uma sequência de vários dias.

Deste modo, segue uma definição de sequência didática próxima ao sugerido pelo autor deste trabalho, entendendo-a como “o conjunto de atividades, estratégias e intervenções planejadas que objetivam o entendimento sobre certo conteúdo ou tema” (KOBASHIGAWA et al., 2008, p. 3).

Por meio da Sequência Didática em muitos casos estimula o interesse do alunado, incentivando-os a perceber a amplitude do conceito de ambiente do qual fazem parte e que quaisquer danos ambientais podem desencadear prejuízos à vida. Muitas vezes, conteúdos fragmentados são vistos sem as devidas conexões, levando em conta somente informações. O desenvolvimento de SD em EA amplia o conhecimento num contexto amplo e não reducionista, tratando a EA de forma integrada. Às vezes, a Educação Ambiental é episódica nas atividades didático-pedagógicas. É preciso considerar que “apesar de ser um tema importante e que permite o desenvolvimento de várias práticas, deve-se tomar cuidado para não tratá-la de forma asséptica e fragmentada que, como todo saber tratado dessa maneira, cristaliza-se” (BARIZAN; DAIBEM; RUIZ, 2003, p.09).

Ao utilizar as unidades didáticas como recurso de ensino, o professor deve fazer o estudante pensar sobre alguns aspectos do tema, levando-o a uma evolução em sua forma de pensar. É a utilização do construtivismo dentro da sala de aula, inicialmente propondo questionamentos sobre os conhecimentos de senso comum do tema a ser estudado, em seguida propor atividades que o levem a conhecer o conhecimento do senso empírico, para que no final da unidade o mesmo possa ter um racionalismo contemporâneo sobre o tema proposto (MORTIMER, 1992).

Atividades voltadas para a Educação Ambiental podem despertar no estudante o interesse e a participação social, revelando-se como basilares na incorporação de novas atitudes no cotidiano dos alunos. Logo, materiais didático-pedagógicos que auxiliem o educador a trabalhar os temas de Educação Ambiental de maneira lúdica são fundamentais dentro do ambiente escolar. É necessário que o professor (re) signifique sua prática pedagógica para, deste modo, contribuir para que seu trabalho docente torne-se criativo e provocador (PEREIRA, 2010).

Assim como qualquer atividade com intenção de aprendizagem, o ato de aprender exige motivação. Nesse aspecto, Trivelato e Silva (2011) nos dizem que uma das características das atividades lúdicas é a voluntariedade; a participação deve ser uma decisão voluntária, que prescinde de qualquer outra recompensa além da própria participação.

O desenvolvimento da Sequência Didática para Educação Ambiental no Ensino de Ciências observada e avaliada recai sobre o Ensino Fundamental, pois é necessário iniciar o processo de Alfabetização Científica desde as primeiras séries permitindo que os aprendizes trabalhem ativamente no processo de construção dos conhecimentos que afligem sua realidade. É relevante que as aulas de Ciências Naturais proponham Sequências Didáticas nas quais os educandos sejam levados à investigação científica em busca da resolução de problemas (REIGOSA-CASTRO e JIMÉNEZ-ALEIXANDRE, 2000).

Assim sendo, emerge um Ensino de Ciências capaz de fornecer aos discentes não somente conceitos científicos, mas que permite que os alunos possam “fazer ciência”, sendo defrontados com problemas autênticos e que a investigação seja condição para a resolução dos mesmos. É preciso oportunizar que os alunos tenham entendimento da Ciência; que sejam capazes de compreender os temas científicos e tecnológicos e como estes se correlacionam com a sociedade e o ambiente e assim sejam capazes de discutir e refletir sobre os impactos potenciais e, como resultado, posicionarem-se criticamente frente aos temas socioambientais.

2. METODOLOGIA

2.1 Desenvolvimento do Recurso Educacional Aberto

A presente pesquisa proporcionou a criação de um Recurso Educacional que trata de uma Sequência didática “Pegada Ecológica do Lixo” para utilização em aulas referentes à temática do lixo. Este material foi desenvolvido com ampla pesquisa em livros, artigos, documentos oficiais (Leis, DCN, PCN, PNEA), sites, vídeos, organizações de defesa do Meio Ambiente que utilizam a temática do lixo. O objetivo da elaboração do REA foi criar um material para auxiliar professores de Ciências ou outras disciplinas por se tratar de um conteúdo transversal dentro do ensino, cabendo aos professores adaptá-lo à sua realidade. O Recurso Educacional Aberto foi pensando para ser um material dinâmico contendo atividades, músicas, vídeos, dinâmicas, além de comentários e dicas ao professor.

Este material é um Produto Educacional fundamentado nos objetivos do Programa de Pós-Graduação em Formação Científica, Educacional e Tecnológica (PPGFCET), como o de “formar disseminadores de conhecimento nos campos pedagógico e tecnológico, dentro do sistema educativo nacional” (PPGFCET, 2017). A ideia é que o conhecimento produzido na pesquisa possa ser disseminado amplamente a professores do Ensino Básico.

Este produto estará disponível no Repositório Institucional da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, do PPGFCET-UTFPR e na Base RIUT da UTFPR, logo após a versão final em Janeiro em domínio público para utilização e adaptação para a sua utilização conforme sua necessidade.

2.2 Aplicação do Recurso Educacional Aberto

No primeiro momento identificou-se a situação social a ser investigada, que ocorreu por meio da escolha da temática “Pegada ecológica do Lixo”, situada a partir de um dos problemas mais recorrentes no contexto escolar. Após delimitar a situação investigada deu-se início à fase de planejamento do Recurso Educacional e em paralelo a Sequência Didática.

Foi aplicado o Recurso Educacional Aberto sobre a Pegada Ecológica do Lixo com os alunos numa Sequência Didática contendo 11 encontros. Foi programada e planejada uma Sequência Didática com um total de 24 aulas organizadas de forma: 20 aulas foram expositivas, ilustrativas, demonstrativa, dialogadas, práticas, para o estudo de temas que contemplasse o lixo como tema gerador de conhecimento de forma contextualizada com atividades teóricas bem dinâmicas com vídeos, músicas, desenhos, charges, jogos, slides, propagandas que pudesse ser interessante para o aluno; aulas práticas no pátio, horta e ruas do entorno da Escola; Além de 4 aulas de campo com visita técnica ao Aterro Sanitário de Curitiba.

As atividades foram divididas estrategicamente em duas etapas: a primeira foi a fase de sensibilização e sondagem por meio de um Questionário Prévio, onde os estudantes participantes responderam um questionário que tinha como finalidade conhecer o nível de conhecimento dos alunos em relação à proposta que concerne à problemática dos resíduos orgânicos.

Em outro momento houve a apresentação da SD e a discussão dos conceitos: lixo orgânico, resíduos sólidos, produção de lixo, tipos de destinação do lixo, compostagem e sua importância ambiental, finalizando com aplicação de um Questionário Final.

A Aplicação da Sequência Didática com estudantes do 6º anos do Ensino Fundamental ocorreu em 11 encontros conforme descrito no Quadro 1 a seguir:

Quadro 1: Organização da Sequência Didática sobre a Pegada Ecológica do Lixo.

Sequências de aulas: Pegada Ecológica do Lixo

ENCONTROS

AULAS







Ações desenvolvidas e instrumentos de coleta de dados

Objetivos





Espera-se que os estudantes possam:

2

- Apresentação do Termo de Consentimento livre e esclarecido (TCLE); Termo de Consentimento para uso de imagem, som e voz (TCUISV); Termo de Assentimento Livre esclarecido para menores de 18 anos (TALE), para ter anuência e assinatura pelos responsáveis.

- Aplicação do Questionário Inicial (Q.I);

- Apresentação da Sequência Didática e encaminhamentos.

- Entender os procedimentos da pesquisa, além das etapas da Sequência Didática sobre a Pegada Ecológica do Lixo.

-Conhecer os Termos TCLE, TCUISV e TALE, caso não queiram participar da pesquisa.

- Realizar o Questionário Inicial (Q.I) para conhecer os conhecimentos prévios dos estudantes.

2

- Aula expositiva, dialogada e prática sobre Pegada Ecológica;

- Calculo da Pegada Ecológica: http://www.suapegadaecologica.com.br/

- Aprender o conceito de Pegada Ecológica;

- Identificar elementos sobre hábitos do dia a dia que inferem na extração de recursos naturais.

2

- Aula ilustrativa e demonstrativa sobre os conceitos de (Rejeitos + Resíduos); Lixo e Resíduos Sólidos. Classificação dos Tipos de Lixo.

- Dinâmica e rodas de conversa.

- Conhecer os conceitos de Resíduos e Rejeitos;

- Diferenciar os Tipos de Resíduos e lixo.

2

-Aula expositiva, dialogada, prática/ campo sobre os Tipos de Lixeira para Destinação do Lixo;

- Dinâmica sobre Tipos de Lixo e Lixeiras.

- Música: Lixo no Lixo – Falamansa

- Conhecer os tipos de lixeiras utilizadas na coleta seletiva;

- Identificar os tipos de lixeira de acordo com cada tipo de lixo

2

-Aula expositiva, dialogada, prática/campo sobre a Reciclagem e Coleta Seletiva.

- Conhecer o conceito de Reciclagem e coleta seletiva;

- Identificar quais resíduos podem ser recicláveis e não recicláveis;

- Compreender quais medidas devem ser utilizadas para com os materiais que serão reciclados.

2

- Aula expositiva, dialogada sobre a Decomposição e Destinação do Lixo (Aterros Sanitários, Aterro Controlado e Lixões).

- Conhecer o tempo de decomposição dos materiais;

- Conhecer os tipos, vantagens e desvantagens de Destino do lixo a partir da coleta seletiva.

2

-Aula expositiva, dialogada, prática/campo sobre o Lixo Orgânico; Compostagem; Importância da Compostagem.

- Conhecer o conceito de Lixo orgânico e Compostagem;

- Aprender sobre a prática e a importância e os cuidados para a realização da Compostagem.

2

- Aula Prática/campo

- Como fazer compostagem em casa ou na Horta?

- Aprender como fazer uma Composteira doméstica para casa com pouca disponibilidade de espaço.

- Realizar a técnica da Compostagem da Horta escolar com os resíduos provindos da cozinha e das residências dos alunos.

4

- Aula com visita guiada de Campo

- Visita ao Aterro Sanitário de Curitiba.

- Conhecer um dos locais que são destinados o lixo do Município de Curitiba-PR.

- Conhecer aspectos e números sobre a produção ou descarte de lixo, chorume da cidade.

10ª

2

- Aula expositiva, dialogada, prática com atividade de campo sobre Educação Ambiental.

- Refletir e observar quanto ao descarte de lixo nas ruas no entorno das ruas do Colégio;

- Reconhecer a importância da Educação Ambiental para a sensibilização para evitar impactos ambientais negativos.

- Fortalecer práticas voltadas a Educação Ambiental.

11ª

2

- Fechamento da Sequência Didática

- Questionário Final.

- Realizar o Questionário Final (Q.F) para perceber a aquisição dos conhecimentos bem como elementos que demonstrem o desenvolvimento do senso crítico, analítico e científico dos estudantes.

Fonte: Autor.

O desenvolvimento da Sequência Didática de aulas de forma mais detalhada se encontra no produto educacional “Pegada Ecológica do lixo”.

2.3 Perfil dos Participantes

A presente pesquisa foi realizada no Colégio Estadual Júlia Wanderlei da Rede Pública Estadual do Paraná no Município de Curitiba em que o autor deste trabalho atuava como professor da disciplina de Ciências. Participaram deste estudo 20 estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental, sendo 11 meninos (55%) e 9 meninas (45%), com idade entre 11 e 12 anos, denominados pelas siglas “A” (Aluno A 01, A 02, etc...) estando em consonância com comitê de ética com o número CAAE: 60796516.1.0000.5547.

Os estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental participantes desta pesquisa são denominados como a geração Z também conhecida como “Zs”, “Zees” ou “Zeds” cujo nome origina do termo “zapear”, que significa trocar constantemente de canal, devido à troca contínua de pensamento, não se apegando a uma ideia fixa, se adaptando sempre ao novo que o mercado apresenta (MENDES, 2012). Considerando o enfoque do trabalho sobre a “Pegada Ecológica do Lixo” tem-se que a Geração Z é um público que se mostra exigente, individualista, consumista e com poder na influência de compra, principalmente com relação aos seus amigos (TAPSCOTT, 2010).

2.4 Aspectos Metodológicos da Pesquisa

A pesquisa foi aplicada na perspectiva da Pesquisa Participante. Borda (1988) estabeleceu alguns princípios metodológicos da Pesquisa Participante começando com Autenticidade e Compromisso. Autenticidade no sentido de produzir um saber que parte do saber do seu sujeito-objeto, constituído na prática comunitária, demonstrando com transparência e honestidade um compromisso com o saber a ser construído contribuindo com os princípios específicos da Ciência sem a necessidade do disfarce como sujeito de origem da área delimitada para o estudo.

Outro princípio considerado foi o Antidogmatismo no qual se busca romper com algumas ideias preestabelecidas ou princípios ideológicos. Borda (1988) explicita que o dogmatismo é, por definição, um inimigo do método científico”. Isso não implica dizer que o pesquisador não seja um sujeito ideologicamente identificado com uma proposta política. Mas sua intervenção não pode ser aquela da falsa consciência, de deturpação da realidade, que capta apenas pela aparência e não pela essência. A ideologia é parte inevitável do negócio científico, ou no sujeito, ou no objeto, ou em ambos. A própria condição de sujeito cognoscente acarreta o reconhecimento de que a ideologia é intrínseca na própria interpretação da realidade(DEMO, 2000).

Brandão (1988) compreende a pesquisa participante como um processo compartilhado de desconstrução, construção e reconstrução de conhecimentos na ação transformadora e emancipadora. De forma resumida, a pesquisa participante integra quatro propósitos assim definidos por ele:

a) ela responde de maneira direta à finalidade prática a que se destina, como meio de conhecimento de questões a serem coletivamente trabalhadas; b) ela é um instrumento dialógico de aprendizado partilhado e, portanto, [...] possui organicamente uma vocação educativa e, como tal, politicamente formadora; c) ela participa de processos mais amplos e contínuos de construção progressiva de um saber popular e, no limite, poderia ser um meio a mais na criação de uma ciência popular; d) ela partilha, com a educação popular, de toda uma ampla e complexa trajetória de empoderamento dos movimentos populares e de seus integrantes (BRANDÃO, 2006, p. 46).

A Pesquisa Participante começa por reconhecer que há uma relação estreita entre ciência social e intervenção na realidade com vistas a promover a superação das dificuldades de um determinado grupo social. Isso significa dizer que a Ciência não é o fim em si mesma, mas um instrumento de questionamento sistemático para a construção do conhecimento do cotidiano e do destino humano (MINAYO, 2001; BRANDÃO, 2006).

Por ser crítica-dialética, a Pesquisa Participante busca envolver aquele que pesquisa e aquele que é pesquisado no estudo do problema a ser superado, conhecendo sua causa e construindo coletivamente as possíveis soluções. Para a Pesquisa Participante, os saberes dos indivíduos construídos no cotidiano da vida comunitária são partes importantes no processo de construção do conhecimento (BRANDÃO, 2006).

A Pesquisa Participante deve estabelecer uma comunicação diferenciada, de acordo com o nível de desenvolvimento político e educacional dos grupos de base daqueles que fornecem a informação. Nada de linguagem rebuscada, erudita, que foge à compreensão dos indivíduos envolvidos na pesquisa. A comunicação deve ser simples para ser acessível a todos e todas.

Para entender claramente a Pesquisa Participante é preciso reconhecer que o problema a ser conhecido para ser solucionado tem origem na própria comunidade e a finalidade da Pesquisa Participante é a mudança das estruturas com vistas à melhoria de vida dos indivíduos envolvidos (DEMO 2000; MINAYO, 2001; BRANDÃO, 2006). Neste caso, pesquisador é aquele que teve formação especializada, mas também se estende aos indivíduos do grupo que participa da construção do conhecimento, tendo como princípio filosófico a conscientização do grupo sobre as suas habilidades e recursos disponíveis. Severino corrobora ao dizer que a Pesquisa Participante:

É aquela em que o pesquisador, para realizar a observação dos fenômenos, compartilha a vivência dos sujeitos pesquisados, participando, de forma sistemática e permanente, ao longo do tempo da pesquisa, das suas atividades. O pesquisador coloca-se numa postura de identificação com os pesquisados. Passa a interagir com eles em todas as situações, acompanhando todas as ações praticadas pelos sujeitos. Observando as manifestações dos sujeitos e as situações vividas, vai registrando descritivamente todos os elementos observados bem como as análises e considerações que fizer ao longo dessa participação” (SEVERINO, 2011, p.120).

A condução da pesquisa se dá na abordagem qualitativa que segundo Triviños (1992) é uma característica básica na pesquisa qualitativa e refere-se ao fato de que o investigador não fica de fora da realidade que estuda, pois está inserido nos fenômenos dos quais procura captar os significados.

A pesquisa participante é uma pesquisa qualitativa que segundo Bogdan e Biklen (2003) apresenta o pesquisador como seu principal instrumento para a coleta dos dados. Estes dados, quando coletados, são predominantemente descritivos e está contida em uma das metodologias da pesquisa social. É uma linha de pesquisa associada a várias formas coletivas de colaboração, com o objetivo de se pensar possíveis soluções para dificuldades e problemas que ocorrem em determinados campos de atuação, neste caso, o professor e os seus estudantes (ESTEBAN, 2010).

Na pesquisa participante, cita Esteban (2010), o professor buscar entender como os estudantes compreendem suas próprias situações e como constroem suas realidades, combinando ao mesmo tempo a participação ativa dos estudantes, as conversas informais e as análises das atividades desenvolvidas.

Para Ludke e André (2015), o procedimento do pesquisador na abordagem qualitativa é estar atento à multiplicidade de dimensões de uma determinada situação ou problema e após a análise dos dados, ele lança possibilidades de explicação da realidade, tentando encontrar princípios subjacentes ao fenômeno estudado e situar as suas descobertas num contexto mais amplo; trata-se de um esforço de construção ou estruturação de um quadro teórico, dentro do qual o fenômeno possa ser interpretado e compreendido. “Envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada” (LUDKE e ANDRÉ, 2015, p.13).

2.4.1 Instrumentos para Coleta de dados

Para coleta de dados foram utilizados questionários que foram validados por dois professores do Programa de Pós-Graduação em Formação Científica, Educacional e Tecnológica-FCET. Neste caso, a utilização dos questionários foi fundamental, pois conforme Lakatos e Marconi (2001), tal recurso apresenta as seguintes vantagens à pesquisa: economia de tempo; eliminação de deslocamentos; obtenção de um grande número de dados; foco em um determinado grupo de maneira simultânea; obtenção de respostas mais rápidas e precisas; manutenção do anonimato do respondente; redução drástica da influência do pesquisador.

Primeiramente foi utilizado um questionário inicial (Q.I) semiestruturado, aplicado individualmente, para verificar as concepções prévias dos estudantes possibilitando ao inquirido construir a resposta com as suas próprias palavras, usando a liberdade de expressão sobre a temática ambiental que seria abordada posteriormente na aplicação da Sequência Didática “Pegada Ecológica do Lixo”. De acordo com Gil (2010), o questionário semiestruturado é uma técnica de investigação em que os estudantes se expressam por meio de questões abertas e fechadas, sendo possível conhecer suas opiniões, sentimentos e expectativas.

No fechamento da Aplicação da Sequência Didática foi aplicado um questionário final (Q.F) semiestrurado onde os estudantes responderam questões relativas ao conteúdo trabalhado na Sequência Didática, para que então seja possível perceber a aquisição dos conceitos e respostas que evidenciem o desenvolvimento do senso crítico, analítico e cientifico dos participantes.

Houve a preocupação de orientar os estudantes sobre os objetivos de tais atividades, uma vez que os questionários foram submetidos e aprovados pelo comitê de ética com o número CAAE: 60796516.1.0000.5547. Houve o cuidado de não interferir nas respostas, por entender que esses momentos da pesquisa são fundamentais para que os dados coletados sejam os mais genuínos possíveis e para não mascarar o processo de análise.

2.4.2 Análise Qualitativa dos dados

O processo de análise de dados consiste em extrair sentido dos dados de texto, áudio e/ou de imagem. Envolve preparar os dados para análise, conduzir análises diferentes, aprofundar-se cada vez mais no entendimento dos dados, fazer representação dos dados e fazer uma interpretação do significado mais amplo destes (DAL-FARRA; LOPES, 2013).

A análise dos Questionários e dos dados a partir da observação da aplicação da Sequência Didática “Pegada Ecológica do Lixo” ocorreu por meio da análise de Conteúdo que segundo Bardin (1977, p.19):

é um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando a obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens” (BARDIN, 2011, p. 47).

A análise de conteúdo como conjunto de técnicas se vale da comunicação como ponto de partida. Diferente de outras técnicas como a estocagem ou indexação de informações, crítica literária, é sempre feita a partir da mensagem e tem por finalidade a produção de inferências.

O ato de inferir significa a realização de uma operação lógica, pela qual se admite uma proposição em virtude de sua ligação com outras proposições já aceitas como verdadeiras” (BARDIN, 1977, p.39).

Produzir inferências sobre o texto objetivo é a razão de ser da análise de conteúdo; confere ao método relevância teórica, implicando pelo menos uma comparação onde à informação puramente descritiva sobre o conteúdo é de pouco valor. Um dado sobre conteúdo de uma comunicação é sem valor até que seja vinculado a outro e esse vínculo é representado por alguma forma de teoria (FRANCO, 1986). Segundo este ponto de vista, produzir inferência em análise de conteúdo significa não somente produzir suposições subliminares acerca de determinada mensagem, mas em embasá-las com pressupostos teóricos de diversas concepções de mundo e com as situações concretas de seus produtores ou receptores. Situação concreta que é visualizada segundo o contexto histórico e social de sua produção e recepção.

Nessa análise, o pesquisador busca compreender as características, estruturas ou modelos que estão por trás dos fragmentos de mensagens tomados em consideração. O esforço do analista é, então, duplo: entender o sentido da comunicação, como se fosse o receptor normal e, principalmente, desviar o olhar, buscando outra significação, outra mensagem, passível de se enxergar por meio ou ao lado da primeira. “Assim sendo, a análise de conteúdo é um método muito empírico que depende do tipo de fala a que se dedica e do tipo de interpretação que se pretende como objetivo” (BARDIN, 1977, p.30).

Bardin (2011) e Minayo (2007) indicam que a utilização da análise de conteúdo prevê três fases fundamentais: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados - a inferência e a interpretação.

A primeira fase, a pré-análise, pode ser identificada como uma fase de organização. Nela estabelece-se um esquema de trabalho que deve ser preciso, com procedimentos bem definidos, embora flexíveis. Normalmente, segundo Bardin (2011), envolve a leitura “flutuante”, ou seja, um primeiro contato com os documentos que serão submetidos à análise, a escolha deles, a formulação das hipóteses e objetivos, a elaboração dos indicadores que orientarão a interpretação e a preparação formal do material.

Bardin traz uma reflexão pertinente sobre a leitura pelo analista:

A leitura efetuada pelo analista, do conteúdo das comunicações não é, ou não é unicamente, uma leitura “à letra”, mas antes o realçar de um sentido que se encontra em segundo plano. Não se trata de atravessar significantes para atingir significados, à semelhança da decifração normal, mas atingir através de significantes ou de significados (manipulados), outros “significados” de natureza psicológica, sociológica, política, históricas, etc” (BARDIN, 1977, p.41).

Inicia-se o trabalho com a descrição das respostas dos questionários a serem analisados, neste caso a descrição de todas as respostas, pois sendo poucas permitem a descrição total. Para tanto, Oliveira (2008) corrobora afirmando que a constituição do corpus é a tarefa que diz respeito à constituição do universo estudado, sendo necessário respeitar alguns critérios de validade qualitativa, são eles: a exaustividade (esgotamento da totalidade do texto, não omitir nada), a homogeneidade (clara separação entre os temas a serem trabalhados), a exclusividade (um mesmo elemento só pode estar em apenas uma categoria), a objetividade (qualquer codificador consegue chegar aos mesmos resultados) e a adequação ou pertinência (adaptação aos objetivos do estudo). Ainda na pré-análise o pesquisador procede à formulação e reformulação de hipóteses, que se caracteriza por ser um processo de retomada da etapa exploratória por meio da leitura exaustiva do material e o retorno aos questionamentos iniciais. Enfim, na última tarefa da pré-análise, elabora-se os indicadores que fundamentarão a interpretação final (OLIVEIRA, 2008).

Na segunda fase, ou fase de exploração do material, são escolhidas as unidades de codificação, adotando-se os seguintes procedimentos de codificação [que compreende a escolha de unidades de registro – recorte; a seleção de regras de contagem – enumeração - e a escolha de categorias - classificação e agregação - rubricas ou classes que reúnem um grupo de elementos (unidades de registro) em razão de características comuns], classificação [semântico (temas), sintático, léxico – agrupar pelo sentido das palavras; expressivo - aglomerar as perturbações da linguagem tais como perplexidade, hesitação, embaraço, outras, da escrita, etc...] e categorização (que permite reunir maior número de informações à custa de uma esquematização e assim correlacionar classes de acontecimentos para ordená-los).

A seguir, agruparam-se os temas nas categorias definidas, em quadros matriciais, pelos pressupostos utilizados por Bardin (2011). É realizada a classificação e a agregação dos dados, escolhendo as categorias teóricas ou empíricas, responsáveis pela especificação do tema (BARDIN, 1977).

Tendo sido elaboradas as categorias sínteses, passou-se à construção da definição de cada categoria. A definição pode obedecer ao conceito definido no referencial teórico ou ser fundamentada nas verbalizações relativas aos temas, título e definição, devem ser registrados nos quadros matriciais (BARDIN, 2011). Ainda de acordo com Bardin (2011), as categorias podem ser criadas a priori (prévias) ou a posteriori (emergentes), isto é, a partir apenas da teoria ou após a coleta de dados. Em todo o processo de construção de categorias, procurou-se preservar na íntegra as respostas dos estudantes.

A terceira fase do processo de análise do conteúdo é denominada tratamento dos resultados – a inferência e a interpretação. Calcado nos resultados brutos, o pesquisador procurou torná-los significativos e válidos. Esta interpretação deve ir além do conteúdo manifesto dos documentos, pois interessa ao pesquisador o conteúdo latente, o sentido que se encontra por trás do imediatamente apreendido. A partir daí, o analista propõe inferências e realiza interpretações, interrelacionando-as com o quadro teórico desenhado inicialmente ou abre outras pistas em torno de novas dimensões teóricas e interpretativas, sugerida pela leitura do material (MINAYO, 2007).

Passou-se à interpretação de conceitos e proposições. Os conceitos dão um sentido de referência geral, produzem imagem significativa. Os conceitos derivam da cultura estudada e da descrição dos informantes e não de definição científica. Ao se descobrir um conteúdo pertinente nos dados, este foi utilizado com os indicadores do senso crítico, analítico ou científico tendo base na descrição dos enunciados e ações entre si.

Durante a interpretação dos dados Moraes (1999) afirma que é preciso voltar atentamente aos marcos teórico, pertinente à investigação, pois eles dão o embasamento e as perspectivas significativas para o estudo. A relação entre os dados obtidos e a fundamentação teórica é que dará sentido à interpretação.

No movimento interpretativo podemos salientar duas vertentes. Uma delas relaciona-se a estudos com uma fundamentação teórica claramente explicitada a priori. Nesses estudos a interpretação é feita através de uma exploração dos significados expressos nas categorias da análise numa contrastação com esta fundamentação (MORAES, 1999, p.9).

Neste caso a própria construção da teoria é uma interpretação. Teorização, interpretação e compreensão constituem um movimento circular em que a cada retomada do ciclo se procura atingir maior profundidade na análise.

As interpretações a que levam as inferências serão sempre no sentido de buscar o que se esconde sob a aparente realidade, o que significa verdadeiramente o discurso enunciado, o que querem dizer, em profundidade, certas afirmações, aparentemente superficiais.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo são apresentados e discutidos a análise do material captado pelos instrumentos de pesquisa, que se organiza pela interpretação dialógica dos documentos de cada uma das etapas desenvolvidas de acordo com os objetivos e Metodologia deste trabalho.

3.1 Desenvolvimento do Recurso Educacional para a Educação Ambiental através da Pegada Ecológica do Lixo.

O Recurso Educacional Aberto “Pegada Ecológica do Lixo” é uma Sequência Didática constituída por 48 páginas, incluindo capa e contra capa, diagramada para ser impressão colorida em formato de Revista (20 x 26,5 cm). A recomendação é de ser impresso em papel couché com brilho, entre 90g/m² e 120g/m².

A Figura 1 apresenta a capa do Recurso Educacional que ficará disponível no repositório do Programa de Pós-Graduação em Formação Científica, Educacional e Tecnológica.

Figura 1 – Capa do Recurso Educacional Aberto “Pegada Ecológica do Lixo”.

Fonte: Autor

Além do arquivo diagramado para pequenas tiragens, também são disponibilizados um arquivo para gráfica offset – de grande tiragem – e outro para impressões caseiras – ideal para visualização no computador, possibilitando a impressão do texto em folhas em frente e verso, ou só frente, indicada caso o professor queira fazer uma apostila ou grampear próximo da parte superior esquerda das folhas, podendo imprimir duas páginas A4 por folha A4.

O objetivo do Recurso Educacional Aberto é ser um material prático e motivador para o professor, planejado com a intenção de ser uma leitura compreensível capaz de auxiliá-los em atividades e práticas trabalhando a temática ambiental da pegada ecológica do lixo.

Deste modo, utilizou-se uma metodologia em formato de Sequência Didática para a sistematização do conhecimento e aspectos relevantes que contemplem as discussões relevantes à Educação Ambiental, como mostra a Figura 2.

Figura 2 – Esquema para uso do Recurso como apresentado no REA.



Fonte: Autor

3.2 Conhecimentos dos estudantes sobre Educação Ambiental

Como já supracitado, antes das atividades aplicou-se um Questionário Prévio para investigar sobre os conhecimentos que os alunos possuem. A esse momento foi dado atenção especial, pois, além de ser a ferramenta ou recurso didático para alcançar o objetivo do ensino aprendizagem.

Para compreender as diversas conexões do cotidiano do estudante sobre a Educação Ambiental utilizando-se da Temática do Lixo associada ao ato de consumir e descartar. Procurou-se trabalhar as inferências da relação de consumo e a geração de resíduos e descarte com a Educação Ambiental.

Para isso se investiga quais os critérios de escolha de produtos para o consumo e quais são as influências para sua realização pelos estudantes participantes, em que o preâmbulo demonstrou conforme Figura 3, correspondendo a Questão 1 (Q.I).

Figura 4: (Q.I) Critérios na escolha de produtos para o consumo.

Fonte: Autor

Verificou-se que 43% dos estudantes ao comprar produtos procuram considerar preço e qualidade, assim, a maioria deles parece influenciados pela mídia e suas estratégias de marketing ou pelos grupos sociais e culturais. Temos também que 32% dos estudantes afirmam que escolhem produtos que venham em embalagens recicláveis e que respeitam critérios ambientais e sociais; 14% deles usa o preço como critério de escolha e 7% dos mesmos afirmam que prestam atenção se os produtos são de marca ou com design famoso (a), pois estes produtos são bons, com maiores informações sobre o produto, é possível arriscar em compras diferenciadas, testando novas marcas, habito presente na geração Z (MENDES, 2012). Curiosamente 4% dos estudantes afirmam que compram tudo que tem vontade, sem prestar atenção no preço, marca ou na embalagem. Desse modo, destaca-se aqui pelo fato de os participantes estudarem num Colégio de Bairro nobre de Curitiba, além de possuírem poder aquisitivo elevado.

Atualmente os estudantes são extremamente informados, recebendo diariamente um grande volume de dados via televisão, internet e propagandas rádio. Os avanços dessas tecnologias, acessíveis em todo o mundo, criaram uma geração com uma cultura unificada. Estes nasceram em um mundo sem fronteiras, seja devido às informações virtuais, seja devido às políticas mais abertas dos países de uma forma geral (FERREIRA, 2003).

Com o passar do tempo o público jovem ganhou espaços consideráveis dentro dos processos de desenvolvimento da sociedade. Entre as conquistas destes, destaca-se o aumento de sua participação na economia e, sobretudo, a influência que exercem nos novos padrões de comportamento da população (ditando moda, estilo, sonoridades) e o consumo da informação (RAMOS, 2006). Esta precocidade dos jovens justifica a razão pelas qual grande parte das campanhas publicitária são dirigidas a este público e não mais se preocupa em atingir os pais, pois com tamanha importância no mercado de consumo, os jovens são cada vez mais, alvos de pesados investimentos em marketing (RAMOS, 2006).

Cobra (1992) corrobora quando diz que o consumo é influenciado pela idade, renda, nível de educação, pelo padrão de mobilidade e gosto dos consumidores. Além disso, é preciso identificar outros fatores que provocam influências no comportamento de compra do consumidor. Ainda sob a ótica do autor, as influencias podem ser - Meio físico: o lugar, as pessoas, as coisas, o clima, entre outros; Tecnologia: as inovações tecnológicas; Economia: podem estimular ou desestimular a compra.

Considerando que os participantes estudam num Bairro de Classe Média alta da cidade de Curitiba e que os estudantes vêm de locais próximos e distantes da região do Colégio; pertencem a diferentes grupos sociais, econômicos e culturais. A figura 8 é apresentada para uma melhor visualização do modelo proposto por Kotler e Armstrong (1998), sendo em seguida colocado de forma mais detalhado sobre cada elemento apresentado.

Figura 4: Fatores que influenciam o comportamento do consumidor

Fonte: Adaptada de Kotler e Armstrong (1998, p. 163).

Fatores culturais: a cultura é o principal determinante do comportamento e dos desejos das pessoas. Cada cultura é composta de subculturas, fornecendo identificação e socialização mais especificas para seus membros. Entre elas estão às nacionalidades, as religiões, os grupos raciais e as regiões geográficas; Fatores sociais: os fatores sociais são os grupos de referência, família, papéis sociais e status. Esses grupos exercem alguma influência direta ou indireta sobre as atitudes ou comportamento das pessoas. A família é a mais importante organização de consumo da sociedade. Os papéis sociais consistem nas atividades esperadas que as pessoas devam desempenhar. Fatores pessoais: as decisões são influenciadas por características pessoais, como idade, ocupação, circunstâncias econômicas, personalidade, estilo de vida e valores; Fatores psicológicos: quatro fatores psicológicos influenciam a reação do consumidor: motivação, percepção, aprendizagem e memória. (KOTLER, 1998, p.163 -175)

O consumo consciente é promovido por meio de hábitos repensados. Precisamos alterar nossas ações, de forma a preservar o ambiente, delegando responsabilidades e assumindo consequências criadas por nossos atos. Neste contexto, o papel da escola é imprescindível, no sentido de problematizar e despertar em crianças, adolescentes e jovens noções sobre o meio ambiente e a importância da sua preservação.

Para prover as necessidades desta sociedade, a produção em série aumentou a oferta de bens de consumo (MOCELLIN, 2005, p. 298). Logo, a relação de consumo não sustentável traz além da exploração do planeta, a geração de resíduos orgânicos e inorgânicos que podem causar impactos ambientais negativos.

Partindo desta premissa, em que a produção de lixo no Brasil vem aumentando significamente, buscou-se investigar qual o conhecimento dos estudantes sobre o que é feito com o lixo que é produzido em suas casas. Este resultado está expresso na Figura 5, conforme questão 2 (Q.I).

Figura 5: (Q.I) O que acontece com o lixo produzido em casa.

Fonte: Autor



Na Figura 5 verifica-se que 40% dos estudantes quando indagados sobre a produção e geração do lixo produzido em suas casas declaram que “o que é reciclável é separado” tornando-se um hábito mais frequente a separação do lixo e dos recicláveis nos lares brasileiros (BRASIL, 2005) e 30% alegaram que o “lixo seco reciclável é direcionado para a coleta seletiva e o orgânico pra compostagem”; 25% dos estudantes afirmaram que tudo é colocado em sacos e recolhido pelos lixeiros e 5% não se preocupam muito com o lixo. Compreende-se que os estudantes já contribuem com muitas atividades em suas residências, por meio da orientação e instrução de sua família e por meio do entendimento dos fatores que se pode agravar devido ao descarte inadequado dos diversos tipos de resíduos. Nesse contexto os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) destacam que: “É necessário discutir as alternativas regionais e globais de administração dos problemas de poluição e produção de lixo, por serem alguns dos mais graves provocados pela ação do ser humano no meio ambiente” (BRASIL, 1998a, p. 223).

Ao discutir a problemática do lixo, buscamos investigar após as discussões qual a visão e percepção social que os estudantes adquiriram. Assim analisamos as respostas dos estudantes referentes à questão 1 do (Q.F) ao retratar o lixo e suas consequências, apresentado no Quadro 2.

Quadro 2 – (Q.F) Quais as consequências que o lixo pode trazer ao Meio Ambiente?

ALUNO

RESPOSTA

A 01

Poluição, poluição do ar, animais contaminados”.

A 02

Doenças, bichos, mau cheiro, doenças transmitidas por animais”.

A 03

Poluição, degradação, infecção”.

A 04

Contaminação da água subterrânea, lençol freático, poluição do ar”.

A 05

Poluição, desgaste de recursos naturais”.

A 06

FALTOU

A 07

Alagamento, Poluição dos rios, matar os seres vivos dentro da água, poluição do planeta”.

A 08

Maltratam os animais, entope bueiros, causa enchentes”.

A 09

Poluição, entupimento do esgoto”.

A 10

Trazer doenças para os seres vivos”.

A 11

Enchente nas ruas e entupimento dos bueiros”.

A 12

Poluição, acabar a água”.

A 13

Contaminação das águas, rios, mar, lagos, frutos do mar”.

A 14

Desmatamento, poluição, degradação”.

A 15

Poluição das aguas e morte dos animais”.

A 16

Poluição e contaminação”.

A 17

O lixo prejudica tudo”.

A 18

FALTOU

A 19

Desmatamento, contaminação de água”.

A 20

Danificar o lençol freático, água, o solo”.

Fonte: Autor



Pode-se observar na expressão descritiva do Quadro 2 que existe uma visão holística na maioria das contribuições dos alunos, considerando entende-se por holístico aquele que defende uma visão integral e um entendimento geral dos fenômenos (DICIONÁRIO DO AURÉLIO ONLINE, 2017), ou seja, uma percepção holística seria a mais ampla e abrangente.

Constata-se na maioria das respostas dos estudantes o entendimento que o lixo causa a poluição ou contaminação do solo, água e ar. Rodrigues et al., (2010) elencaram uma série de consequências da disposição incorreta dos lixos citados pelos entrevistados em uma pesquisa desenvolvida por eles. Nela observamos como respostas: “poluição ambiental, problemas de saúde, causa mau cheiro, atrai animais e vetores, provoca sujeira nas ruas, entre outras”. Assim também Menezes et al., (2005) observaram em sua pesquisa que o lixo foi o mais citado como causador da degradação e contaminação ambiental. Contribuindo ainda com as percepções dos estudantes quando se refere à degradação, contaminação da água, solo, ar; doenças. Menezes et al., (2005), observaram que os problemas ambientais e de saúde causados pelo lixo foram os mais citados pelos alunos na destruição do solo e da natureza, e as doenças. Observam-se ainda algumas percepções dos alunos que fazem conexões com o visual, olfato e a presença de vetores ou contaminantes ao retratar doenças onde Oliveira (2006) questionou seus estudantes quanto a, “quais os problemas provocados pelo acúmulo de lixo?” e obteve-se respostas como: “Causa doenças”, “Causa mau cheiro”, “Causa sujeira”. Os resíduos sólidos surgem como uma das mais sérias ameaças ao meio ambiente e consequentemente aos organismos que nele vivem (ZANETI, 2003).

Neste trabalho foi observado por um estudante que o lixo traz como consequência “acabar com água”; isso corrobora com Sanches et al. (2006) quando dizem que o descarte inadequado de resíduos sólidos nos centro urbanos, sem qualquer tratamento, está contaminando os lençóis freáticos. Essa situação é ainda pior ao se considerar que a água potável vai se tornar, em breve, um fator de grande competitividade entre as nações, pois está transformando-se em recurso cada vez mais escasso.

Observou-se ainda que os estudantes apontaram uma grande problemática observada durante a aula de campo nas ruas do entorno da Escola destacando a falta de condicionamento correto do lixo nas ruas. Nela se verificou que grande parte dos moradores não tem essa preocupação no bairro ou ainda desconhece técnicas adequadas para realizar o descarte do lixo de suas residências para a coleta seletiva e dar correta destinação aos resíduos sólidos gerados e dispõe incorretamente o lixo doméstico, resto de construção, móveis que já não usam mais, pilhas descartadas junto ao lixo comum, lixo eletrônico, entre outros. Estes resíduos são dispostos sem a menor preocupação, sendo estes deixados nas calçadas e ruas obstruindo a passagem das pessoas e podendo até causar acidentes mais graves, além de acarretar o entupimento de bueiros, ocasionando enchentes que prejudicam tantas famílias (MURATA; FRANÇA, 2014).

O conhecimento da problemática do lixo é a uma alternativa de se iniciar um ciclo de decisões e atitudes que possam resultar em uma efetiva melhoria de qualidade ambiental e de vida (FADINI; BARBOSA, 2001).

Após avaliar a visão preliminar sobre as causas e consequências que o lixo pode trazer para o meio ambiente, se buscou avaliar a compreensão estudantil sobre a coleta seletiva e a reciclagem como alternativas de minimizar os efeitos negativos do lixo no meio ambiente e a vida no planeta. No Quadro 3 se apresenta a descrição do que o estudante entende como finalidade da coleta seletiva, segundo a questão 3 (Q.I).

Quadro 3 – (Q.I) Qual a finalidade da Coleta Seletiva?

ALUNO

RESPOSTA

A 01

Jogar no lixo e Reciclar”.

A 02

NÃO SEI”

A 03

Separar o lixo em cada lixeira”.

A 04

Seleção do lixo coletado”.

A 05

Designar para que setor o lixo vai poder ser reciclado”.

A 06

Não sei muito bem, mas pode ser a separação do lixo em lixeiras separadas”.

A 07

Para não ter gente que pegue zika vírus ou algum tipo de vírus”.

A 08

NÃO SEI”

A 09

NÃO SEI”

A 10

Pegar o lixo na rua e reutilizar”

A 11

NÃO SEI”

A 12

Separação de sacos de lixos – comidas e outras coisas, lixo que não é lixo”.

A 13

NÃO SEI”

A 14

NÃO SEI”

A 15

Prevenir a Poluição Ambiental”.

A 16

Separar o lixo – orgânico vai pra compostagem transformando em adubo”.

A 17

Separar o lixo para facilitar o trabalho”.

A 18

Para as coisas ficarem mais fáceis na hora de pegar o lixo para levar para o seu devido lugar”.

A 19

NÃO SEI”

A 20

NÃO SEI”

Fonte: Autor

Nota-se que 40% dos estudantes que desconheciam a finalidade ou o conceito de coleta seletiva e se resignaram a responder “não sei”. Devido também a esta observação, este tema é importante para servir de base para a Educação Ambiental, para que os mesmos entendam o processo seguinte ao descarte de resíduos no dia a dia, o qual demanda políticas públicas, organização do setor público e privado. Observou-se também que alguns estudantes entendiam a coleta seletiva na amplitude do conceito quando descreveram em suas respostas: “Separar o lixo em cada lixeira; seleção do lixo coletado; designar para que setor o lixo vai e pode ser reciclado; separação dos sacos de lixos; prevenir a poluição ambiental; prevenir contra doenças entre outras”, algumas descrições se aproximam do conceito da Coleta Seletiva que, segundo o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (2011) consiste na separação e recolhimento dos materiais descartados no lixo, separando matéria orgânica da não orgânica, dando correta destinação (BRASIL, 2011).

Pode-se constatar algumas afirmações referentes à finalidade da coleta seletiva como ações de prevenção de doenças (A 07) ou prevenção de poluição ambiental (A 15) e ainda a preocupação com coletores que fazem o recolhimento do lixo destacado pelo aluno (A 18) “para as coisas ficarem mais fáceis de pegar na hora de pegar o lixo para levar para o seu devido lugar”. Observa-se o entendimento dos alunos (A 01) e (A 05), a coleta seletiva é um dos primeiros passos para a reciclagem, tendo como objetivo a separação e classificação do lixo em diferentes categorias, o que nos leva a outra indagação; o que é a reciclagem segundo os estudantes? Estes dados são apresentados no Quadro 4, como resultado da questão 4 (Q.I).

Quadro 4 – (Q.I) Você sabe o que é Reciclagem?

ALUNO

RESPOSTA

A 01

É reciclar e fazer um brinquedo com o lixo”

A 02

É quando recicla o lixo”

A 03

É cuidar da natureza, não jogando lixo no lixo, reutilizar, reciclar separando o lixo”

A 04

É o processo de transformação do lixo em outro objeto”

A 05

É a reutilização de embalagens, vasos de plantas que já foram utilizados”.

A 06

É pegar o lixo e fazer alguma coisa útil”

A 07

Reciclar o lixo que consumimos no dia a dia”

A 08

É quando a gente separa o lixo orgânico do reciclável”

A 09

Reciclar as coisas uteis do cotidiano”

A 10

Reciclagem é quando o lixo é reutilizado”

A 11

Sim, reciclagem é, por exemplo, quando acaba um refrigerante de uma garrafa pet, você separa no lixo que não é lixo e ele vai para o lixão e lá eles fazem uma reciclagem para ser usado novamente”.

A 12

Sim, mas não sei reciclar”.

A 13

Reciclar você pode reutilizar o seu lixo de forma criativa”

A 14

Lixo no lixo”

A 15

Colocar o lixo certo na lata certa”

A 16

NÃO SEI”

A 17

Reciclagem é quando a gente separa em cada sacola diferente para as pessoas separarem nas empresas”

A 18

Separação o orgânico do reciclável, por exemplo, o papel do vidro”

A 19

É quando você separar o lixo certo”

A 20

NÃO SEI”

Fonte: Autor

Percebe-se que alguns estudantes fazem analogias ao demonstrar seus conhecimentos sobre reciclagem, observa-se essas relações nos estudantes: (A 01) quando afirma que “reciclar é fazer um brinquedo com o lixo”; no (A 04) é o processo de transformação do lixo em outro objeto; no (A 06) “é pegar o lixo e fazer alguma coisa útil”, no (A 11) quando afirma com um exemplo que reciclagem é, por exemplo, quando acaba um refrigerante de uma garrafa pet, você separa no “lixo que não é lixo” e ele vai para o lixão e lá eles fazem uma reciclagem para serem usadas novamente’; essas afirmações estão de acordo com a definição de Gomes e Carvalho (2005) que afirmam que a “Reciclagem é o processo de reaproveitamento de matéria-prima, reaproveitando-o para outros fins”, ou ainda, processo que pode-se utilizar de vários tipos de materiais, transformando-os em outros, a fim de economizar matéria prima e minimizar os impactos causados ao meio ambiente (SINGER, 2002).

A reciclagem é o resultado de uma série de atividades, por meio das quais materiais que se tornariam lixo, ou estão no lixo, são desviados, separados e processados para serem utilizados como matéria-prima na manufatura de novos produtos, feitos anteriormente apenas com matéria-prima virgem (GRIPPI, 2006, p.36).

No entanto, vemos por meios das respostas de alguns estudantes (A 02, A 07 e A 09), algumas afirmações confusas quando referentes ao entendimento da reciclagem tornando uma resposta retórica.

Observa-se ainda que alguns estudantes relacionam a reciclagem com a Política dos 3 R’s quando mensuram (reduzir, reutilizar e reciclar) observado nos estudantes (A 03, A 05, A 10, A 13) que correlacionam às etapas do processo de reciclagem. Temos que alguns alunos associam o termo reciclagem com o processo de separação do lixo, observado nos estudantes (A 08, A 15, A 17, A 18, A 19). Consta ainda o registro de 2 estudantes (A 16, A 20) afirmando desconhecer o que significa a reciclagem.

Após observar aspectos prévios da percepção dos estudantes sobre a finalidade da coleta seletiva e reciclagem; seguiu-se perguntando se “todo o lixo poderia ser reciclado?”. As respostas estão descritas no Quadro 5 a seguir conforme questão 5 (Q.I).

Quadro 5 – (Q.I) Você acha que todo lixo pode ser reciclado?

ALUNO

RESPOSTA

A 01

SIM

A 02

Alguns podem e outros não”.

A 03

Quase todo tipo não é”.

A 04

O lixo orgânico e o vidro não são reciclados”.

A 05

SIM”

A 06

NÃO”

A 07

Sim, porque tem muita reutilização do lixo”.

A 08

SIM

A 09

Não porque não usamos tudo”

A 10

Sim, menos o lixo orgânico”.

A 11

Não, tem coisas que não podem ser reciclados pilhas, baterias, carregadores”.

A 12

Nem todos tem como reciclar, algo que não está inteiro ou quebrado”.

A 13

Não, porque comida não dá pra reciclar”.

A 14

Não, porque os eletrodomésticos poderão consertar e reutilizar ou jogar na lixeira”.

A 15

Sim, menos as baterias e lixos orgânicos”.

A 16

Não porque tem alguns que não podem ser separados”.

A 17

Não sei”

A 18

SIM”

A 19

Eu não tenho muita certeza do que acho mais eu acho que não”

A 20

SIM”

Fonte: Autor

Nota-se que os estudantes (A 01, A 05, A 07, A 08, A 10, A 15, A 18, A 20) possuem uma ideia contestável sobre a reciclagem quando apenas respondem sim referindo-se à afirmação que todo lixo pode ser reciclado. No entanto, no Plano Nacional de Resíduos Sólidos (2011) temos materiais que não podem ser reciclados, os chamados não recicláveis ou rejeitos, por não possuírem valor de ciclo de reciclagem, que podem conter contaminantes, tóxicos, resíduos perigosos, etc.

Algumas afirmações apresentam equívocos como se observa nas respostas dos estudantes (A 03, A 04, A 10, A 12, A 13, A 14, A 15) com contradições em suas respostas ou trazendo interpretações sobre a reciclagem de forma dúbia ou errônea, demonstrando assim a falta de conhecimentos que lhes permitam responder sobre a Reciclagem com melhor fundamento.

Constatam-se em algumas respostas dos alunos as afirmações reducionistas ao responder “Não” como se vê nas colocações dos estudantes (A 02, A 06, A 09, A 16). Apenas um estudante traz uma afirmação concreta na qual justifica a sua afirmação exemplificando, destaca-se (A 11) Não, tem coisas que não podem ser reciclados pilhas, baterias, carregadores”, e uma das respostas colocada como “não sei”.

É observado nas respostas dos estudantes que a falta de compreensão de alguns conceitos podem nos mostrar o reflexo da deficiência na formação destes alunos ou o acesso a uma informação de baixa qualidade. Assim, a escola deveria se atentar para a realidade social do aluno e auxiliá-lo, fornecendo ferramentas que permitam que o mesmo interaja de maneira crítica e coerente com os problemas da realidade (BARBOSA, 2008).

Tendo os conhecimentos prévios errôneos desconstruídos pela sistematização do conhecimento cientifico ao trabalhar questões inerentes à reciclagem, pode-se perceber a construção deste conhecimento que possibilitou a compreensão do que é a reciclagem e qual sua importância para a sociedade consumista. Podemos observar por meio das descrições dos estudantes que demonstram uma percepção reelaborada como apresentado no Quadro 6, referente à questão 2 (Q.F).



Quadro 6 – (Q.F) - Quais seriam as atitudes para que a reciclagem pudesse ser compreendida como essencial para a sociedade?

ALUNO

RESPOSTA

A 01

As pessoas só se esforçam pra jogar o lixo no lixo”

A 02

Realizar mais compostagem”

A 03

Usar mais objetos recicláveis como plástico, papeis e alumínio”

A 04

Se tivesse mais lixos coloridos aumentaria a reciclagem”

A 05

Fazer em casa a separação do lixo e resíduos, reutilizar, por exemplo, garrafas pois os recursos naturais são finitos”

A 06

Faltou

A 07

Reciclar objetos sem utilidade, colocar o lixo no lixo, não deixar o lixo nas ruas, porque pode um cachorro abrir o saco de lixo”.

A 08

Não respondeu

A 09

Jogar menos lixo fora, reutilizar o que pode ser reutilizado”

A 10

As pessoas podiam catar mais o lixo para ajudar o meio ambiente”

A 11

Não respondeu

A 12

Não respondeu

A 13

Reciclar mais o lixo”

A 14

Usar menos coisas, reutilizar e reciclar”.

A 15

Não respondeu

A 16

Que as pessoas jogassem/produzisse menos lixo”

A 17

Que todos pudessem reciclar juntos”

A 18

Faltou

A 19

Fazer campanhas, cartazes, propagandas e muito mais”.

A 20

Divulgação e campanha de reciclagem”

Fonte: Autor

Percebe-se que as informações que antes apresentavam contradições ou extrema simplicidade da resposta por falta de conhecimento agora, após a aplicação da Sequência Didática aparecem demonstrando a importância da reciclagem e a compreensão, por meio da aprendizagem. Observa-se que há uma preocupação quando se trata questões referentes ao lixo tendo alternativas para que as ações como a reciclagem sejam compreendidas pela sociedade a fim de reduzir a quantidade de lixo produzido e descartado. Essa ação ou campanha sugerida pelos estudantes destaca como sua atitude em (A 02) “realizar mais compostagem”, (A 05) “fazer em casa a separação do lixo e resíduos, reutilizar, por exemplo, garrafas, pois os recursos naturais são finitos”, (A 09) “Jogar menos lixo fora, reutilizar o que pode ser reutilizado”, (A 14) “Usar menos coisas, reutilizar e reciclar”, (A 19) “Fazer campanhas, cartazes, propagandas”, (A 20) “Divulgação e campanha de reciclagem”. Estas afirmações demonstram que o conhecimento antes confuso e errôneo é reelaborado por meio das discussões. Percebe-se no Quadro 7 que outras medidas também são propostas como necessárias para prolongar a vida útil dos aterros sanitários conforme questão 3 (Q.F).

Quadro 7 – (Q.F) Quais medidas seriam necessárias para prolongar a vida útil dos Aterros Sanitários?

ALUNO

RESPOSTA

A 01

O Lixo serve para reciclar e fazer brinquedos

A 02

Realizar compostagem, reutilizar materiais.

A 03

Não respondeu

A 04

Separar mais o lixo, reutilizar mais objetos.

A 05

Reutilizar matérias que podem ser reutilizados, separar o lixo em reciclável e não reciclável, os recicláveis enviar para indústria de reciclagens.

A 06

Faltou

A 07

Reciclar, reutilizar e reduzir

A 08

Fazer reciclagem

A 09

Não jogar tanto lixo como papel e copos

A 10

Não respondeu

A 11

Não respondeu

A 12

Não respondeu

A 13

Reduzir o consumo, menor produção de lixo.

A 14

Fazer compostagem

A 15

Reutilizar mais objetos

A 16

Reduzir o consumo, menor produção de lixo.

A 17

Separar e reciclar mais

A 18

Faltou

A 19

80% do lixo poderíamos reciclar

A 20

Reutilização das coisas e compostagem

Fonte: Autor

A capacidade de produzir lixo é inerente à condição humana, sempre foi mais cômodo se desvencilhar desse lixo em qualquer lugar, desde que fosse longe da visão de quem produziu. Scarlato e Pontin (1992, p.03), fazem o seguinte comentário: “por mais contraditório que possa parecer, o homem, dito inteligente, vem introduzindo em seu habitat uma espécie competidora: o lixo, resíduos da civilização”. Como primeira consequência desse fato, poluiu-se o meio ambiente, pela necessidade de livrar-se daquilo que para o homem, é inútil. O lixo está se tornando um assunto polêmico, pois a sociedade aos poucos se sensibiliza e se conscientiza de que não basta jogá-lo fora e esquecê-lo, como se os latões de lixo fossem dar fim ao problema.

Nota-se no Quadro 7 que os estudantes perceberam que uma alternativa aos lixões, aterros sanitários ou controlados é a reciclagem, que é considerada a mais adequada solução ecologicamente e economicamente, porque diminui os acúmulos de detritos na natureza e a reutilização dos materiais, principalmente dos recursos naturais não renováveis (GUARANY, 2002). “Adotar a reciclagem implica em adquirir um novo comportamento diante do ambiente. Assim a reciclagem possibilita o não desperdício, a ver o resíduo como algo que pode ser útil” (SCARLATO e PONTIN, 1992).

De acordo com os resultados analisados, observou-se que a palavra “reciclagem” está expressa de forma implícita (A 01) quando afirma que “O Lixo serve para reciclar e fazer brinquedos” fazendo a associação de lixo para ser transformado originando um novo produto; assim, aproveitando-se da definição de reciclagem segundo Grimberg e Blauth (1998): “É o resultado de uma série de atividades, pela quais materiais que se tornariam lixo, ou estão no lixo, são desviados, coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de novos produtos”, nota-se que os alunos encontram-se afinados com o conceito sobre reciclagem.

A maioria dos alunos concorda que é importante reciclar, observa a afirmativa mais destacada por eles; esse ato poupa os recursos retirados da natureza, minimizando o consumo de matérias-primas e consequentemente os impactos ambientais gerados pelo homem, assim reafirmando o conceito de reciclagem de acordo com os alunos, sendo confirmada segundo a literatura de Grimberg e Blauth (1998).

Percebe-se ainda que os estudantes demonstram a compreensão dos conceitos Reduzir e Reutilizar como alternativas viáveis para que se reduza a quantidade de lixo descartado todos os dias. Isso é percebido quando os estudantes (A 02, A 04, A 05, A 07, A 13, A 15, A 16, A 20) fazem ligações que possibilitam uma mudança de atitude para repensar a relação de cada um com o lixo e com a relação de consumo e descarte.

Constata-se que os estudantes estabelecem algumas atitudes que possam contribuir com a diminuição dos impactos negativos ao Meio ambiente. Estes são os conceitos dos 3 R’s como mostra a Figura 7 conforme questão 6 (Q.I) e a questão 4 (Q.F) no Quadro 8, onde aparecem as relações que eles julgam ser o conceito que representa as atitudes necessárias para amenizar ou diminuir os problemas relacionados ao consumo e descarte, favorecendo a sustentabilidade e otimizando a utilização dos recursos naturais.

Figura 6 – (QI) O que significa os 3 R's?

Fonte: Autor

Quadro 8: (Q.F) Quais práticas abaixo são associadas às Políticas dos 3 R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar).

ITENS

REDUZIR

REUTILIZAR

RECICLAR

1-Uso racional da água: não desperdiçar, tomar banhos curtos, não usar água tratada para lavar a calçada, fechar a torneira quando estiver escovando os dentes, etc.

15

3

0

2-Economia de energia: apagar as lâmpadas de cômodos quando não está no local, desligar TV quando não estiver assistindo, etc.

14

3

1

3-Economia de combustíveis: fazer percursos curtos a pé ou de bicicleta. Gera economia, faz bem para a saúde e ajuda e diminuir a poluição do ar.

15

2

1

4-Uma roupa rasgada pode ser costurada ou ser transformada em outra peça (uma calça pode virar uma bermuda, por exemplo).

0

17

1

5-Computadores impressoras e monitores que não mais utilizados podem ser doados para entidades sociais que vão utilizá-los, por exemplo, com pessoas carentes.

2

11

5

6-Potes e garrafas de plástico podem ser transformadas em vasos de plantas.

0

8

10

7-Folhas de papel com impressão em apenas um lado podem ser transformadas em papel de rascunho, ao usar o lado em branco.

0

14

4

8-Um móvel (armário, sofá, guarda-roupa, estante, escrivaninha, mesa, cadeira, etc) quebrado não precisa ir parar no lixo. Eles podem ser concertados ou doados.

2

14

2

9-A água usada para lavar roupa também pode ser aproveitada para lavar o quintal.

4

12

1

10-Com criatividade e embalagens, palitos e potes de plástico é possível criar vários brinquedos interessantes.

2

5

11

11-Separar em casa o lixo orgânico do lixo reciclável. Este último deve ser encaminhado para pessoas que trabalham com reciclagem ou empresas recicladoras.

2

1

15

Fonte: Autor

Nota-se que na Figura 6 (Q.I) 14 estudantes (70%) conhecem o conceito da Política dos 3 R’s, que é descrita por Bonelli (2010); Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Reduzindo e reutilizando se evitará que maiores quantidades de produtos se transformem em lixo. Reciclando se prolonga a utilidade de recursos naturais, além de reduzir o volume de lixo. Nota-se ainda que 6 (30%) não identifica os significados da Política dos 3 R’s, mesmo que em algumas alternativas estejam muito próximas aos conceitos ou apresentem sinônimos dos conceitos supracitados.

Ao verificar o Quadro 8 (Q.F) os estudantes na maioria conseguem analisar os conceitos da Política dos 3 R’s reforçados por Bonelli (2010) Reduzir o lixo em nossas casas implica em reduzir o consumo de tudo o que não nos é realmente necessário, reutilizar significa usar um produto de várias maneiras, reciclar é uma maneira de lidar com o lixo de forma a reduzir e reusar. A reciclagem reduz o volume do lixo, o que contribui para diminuir a poluição e a contaminação. Isso possibilita a recuperação natural do meio ambiente, assim como economiza os materiais e a energia usada para fabricação de outros produtos. No entanto, percebe-se ainda algumas variações em alguns itens que apresentam divergências entre os conceitos.

Percebe-se que os estudantes analisam as atitudes destacadas pelos itens (1, 2 e 3) que mensuram as ações de ‘não desperdiçar, economizar’ com medidas associadas ao conceito de Reduzir, tendo que a redução é a primeira etapa do princípio dos 3R´s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), e consiste em ações que visem à diminuição da geração de resíduos, seja por meio da minimização na fonte ou por meio da redução do desperdício. É a etapa principal, pois sua contribuição promove a minimização de gastos com o gerenciamento e tratamento, e é válido para aplicação a qualquer grupo de resíduos. Medidas como as citadas acima evitariam a rapidez com que os recursos naturais do meio ambiente são extraídos para produzirem os produtos que posteriormente serão consumidos pela população; tem-se que considerar ainda dentro deste processo de industrialização a relação de descarte dos resíduos que está presente neste sistema que vem agravando o meio ambiente sobre o que está sendo feito com os Resíduos Sólidos. Dias et al. fundamenta a reflexão afirmando que:

O crescimento econômico desordenado foi acompanhado de um processo jamais visto pela humanidade, em que se utilizam grandes quantidades de energia e de recursos naturais, que acabaram por configurar um quadro de degradação continua do meio ambiente. A industrialização trouxe vários problemas ambientais como; consumo excessivo de recursos naturais” (DIAS et al., 2003, p.188).

Percebe-se que os estudantes ao considerar o ato de reduzir por entender que os recursos naturais são finitos e que por meio de atitudes pode-se amenizar toda essa problemática. Constata-se ainda que os estudantes compreendem também o conceito de reutilizar, que segundo Bonelli (2010), “significa usar um produto de várias maneiras”, ou Silva et al., (2004): “reutilizar, dando nova utilidade a materiais que na maioria das vezes consideramos inúteis e jogamos no lixo”, como analisados nos itens (4, 5, 6, 7, 8, 9) que citam ações para quando algo não é útil para alguém, ele ainda pode servir para outra pessoa, quando não serve para uma determinada função pode servir para outra. Observa-se que nos itens (5, 6) há uma variação onde alguns estudantes entendem que um objeto ao ser doado será utilizado por entidades com projetos sociais ou um objeto que pode ser transformado em outro, como reciclagem, no entanto os objetos descritos serão reutilizados, no entanto reciclar deve ser entendido no sentido de dar “nova vida” a materiais a partir da reutilização de sua matéria-prima para fabricar novos produtos (SILVA et al., 2004).

Brito (2008) faz uma contribuição ainda sobre a Política dos 3 R’s onde ele destaca que o problema da insustentabilidade do nosso planeta está na cultura do consumo desenfreado e para ameninar este problema pode-se pensar nos 3 R’s: reduzir, reutilizar e reciclar. Deve-se atentar que quando “não sendo possível o primeiro, tenta-se o segundo. Se o segundo também não for possível, deve-se adotar o terceiro. Conceito simples, não?” (BRITO, 2008, p.1).

Sobre o conceito de reciclagem pelos alunos, percebe-se que a maioria cita os itens (10 e 11) como atitudes que correspodem à reciclagem. É preciso reforçar sempre a importância da política dos 3 R’s visando que “antes do descarte do lixo, deve- se avaliar o seu potencial de redução, reutilização e então a reciclagem; o meio ambiente se beneficiará caso seja seguida a sequência citada” (MANO et al., 2010).

Previamente ao estudo sistemático e contextualizado da Pegada Ecológica do Lixo a partir da Sequência Didática no Recurso Educacional Aberto produzido quisera saber se os estudantes compreendiam quais os tipos de lixo que produzimos no nosso dia a dia, conforme questão 7 (Q.I), cujas respostas aparecerem no Quadro 9.

Quadro 9 – (Q.I) Classifique os tipos de lixo que a sociedade produz.

ALUNO

RESPOSTA

A 01

Latas, plásticos, papel e metal”

A 02

Orgânico”

A 03

Orgânico, Reciclável e tóxico”.

A 04

Orgânico, Plástico, Vidro, Metal, Papel e tóxico”.

A 05

Orgânico, Plástico, Vidro, Papel e Metal”.

A 06

Orgânico, Plástico, Metal, Vidro, Papel e tóxico”.

A 07

Orgânico e Reciclável”

A 08

Orgânico, Plástico e Metal”.

A 09

Plástico, Metal, Vidro e Reciclável”

A 10

Orgânico, Vidro, Metal, Papel e Radioativo”.

A 11

Roupas”

A 12

Orgânico”

A 13

Não respondeu”

A 14

Metal, Vidro, Papel e Orgânico”

A 15

Orgânico, Eletrônicos, Plásticos, líquido”

A 16

NÃO SEI”

A 17

Papel, Vidro, Orgânico, Metal e Plástico”.

A 18

FALTOU”

A 19

Orgânico, Reciclável e Reutilizável”.

A 20

Orgânico, Papel, Vidro, Metal e Plástico”.

Fonte: Autor

Verifica-se com as respostas dos estudantes que eles citaram os tipos de lixo mais comuns no seu dia a dia. Estes lixos correspondem a uma grande diversidade de resíduos sólidos de diferentes procedências ou encontrados em suas residências como lixo orgânico aparecendo em 14 respostas, metal em 10, plástico em 9, papel em 8, vidro em 8, tóxico 3 e os demais 1 vez como: radioativo, roupas, eletrônicos, líquido. No entanto, alguns estudantes separam os tipos de lixo como orgânico, reciclável ou reutilizável. Constata-se que as respostas dos alunos estão referenciadas de acordo com os tipos de lixos mais produzidos no Brasil, segundo o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2015). Dados recentes apresentam que o lixo brasileiro é composto por: “lixo orgânico (52%), papel e papelão (26%), plástico (3%), metais (tais como ferro, alumínio e aço) (2%), vidro (2%) e outros (15%)” (BRASIL, 2015).

Percebe-se com as correlações dos estudantes que a taxa de geração de resíduos sólidos urbanos está relacionada aos hábitos de consumo de cada cultura, onde se nota uma correlação estreita entre a produção de lixo e o poder econômico de uma dada população (FADINI; BARBOSA, 2001, p. 9). A seguir se apresenta a respostas a questão 8 (Q.I) como mostra no Quadro 10.

Quadro 10 – (Q.I) Para onde são levados os lixos que produzimos?

ALUNO

RESPOSTA

A 01

Lixeira”

A 02

NÃO SEI”

A 03

Lixão”

A 04

Lixão ou Aterro Sanitário”

A 05

Posto de reciclagem”

A 06

Aterro Sanitário”

A 07

Para o comércio de lixo, para reciclar e fazer adubo”.

A 08

Lixão”

A 09

NÃO SEI”

A 10

São levados pra reciclar“

A 11

Lixão”

A 12

NÃO SEI”

A 13

NÃO RESPONDEU”

A 14

Lixão”

A 15

Lixão”

A 16

Lixão”

A 17

Para o reciclável”

A 18

Lixão ou Aterro Sanitário”

A 19

NÃO SEI”

A 20

Lixão ou Aterro Sanitário”

Fonte: Autor

Ao perceber as respostas dos estudantes, aparecem como destinos finais do lixo: Lixão citado 9 vezes; Aterro Sanitário e Posto de reciclagem 4 vezes. Alguns também responderam que não sabem 4 vezes; lixeira 1 vez; não respondeu 1 vez. Ao constatar as contribuições dos alunos percebe-se uma similaridade com a destinação final do lixo na qual Mucelin e Bellini (2008) afirmam que a principal destinação dos resíduos gerados no Brasil é o depósito a céu aberto, formando os chamados “lixões”. O Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2015) afirma que cada brasileiro produz em média 1,1 kg de lixo por dia e são coletados 188,8 toneladas de Resíduos sólidos diariamente na qual sua destinação final para 41,3,% dos municípios brasileiros é inadequada, são encaminhados para aterros sanitários e 58,7,% e 41,3 para aterros controlados 24,1% e lixões 17,2%.

Nota-se pelas respostas dos estudantes no Quadro 9 que o lixo orgânico é o tipo de lixo que a sociedade mais produz, na Figura 8 apresentam-se as respostas sobre o conceito de lixo orgânico pelos estudantes, conforme questão 9a (Q.I).

Figura 7 – (Q.I) O que é o Lixo orgânico?

Fonte: Autor

Na Figura 7 se observa que 5 estudantes (25%) não souberam responder; 8 estudantes (40%) responderam que são restos de comida; 4 estudantes (20%) que são alimentos que não consumimos, reutilizamos ou reaproveitamos; 2 estudantes (10%), alimentos que podem virar adubo e finalmente e ainda 1 estudante (5%) respondeu que é borra de café, cascas de ovos, frutas, restos de comidas, folhas, etc.

Também se questionou sobre seu conhecimento sobre compostagem anteriormente à aplicação da Sequência Didática. Na Figura 8 a seguir são apresentadas as respostas dos estudantes para a pergunta 9b (Q.I).

Figura 8 - (Q.I): a)Você sabe o que é compostagem? b)Já ouviu falar em Compostagem?

Fonte: Autor

Nota-se que os estudantes ao responderem sobre o que é a Compostagem, 16 (80%) dos alunos desconhecem essa técnica; 3 (15%), disseram que é fazer adubo com lixo orgânico; 1 (5%) afirmou que é o processo de transformação de lixo orgânico em adubo, como mostra a Figura 12a. Percebe-se na Figura 12b que os estudantes ao responder se já ouviram falar em compostagem, 12 (60%) dos alunos responderam que nunca tinham ouvido falar e 8 (40%) que já tinham ouvido falar sobre compostagem.

Percebe-se que 20% das respostas fazem relações que se aproximam do conceito encontrado no informativo Cempre (2012) que define como “processo de decomposição biológica da matéria orgânica presente no lixo, por meio da ação de microrganismos existentes nos resíduos, em condições adequadas de aeração, umidade e temperatura”. Foram questionados ainda aos alunos “Como se faz a compostagem?”; obteve-se que 100% dos alunos desconheciam como realizar o processo da compostagem.

Aqui novamente, é ressaltada a importância da aplicação da Sequência Didática desenvolvida, na qual a compostagem foi amplamente trabalhada, inclusive a construção de uma composteira na horta da escola e outra para pequenos ambientes.

Além dos resíduos orgânicos e os materiais que são utilizados na reciclagem, temos um grande problema que são os resíduos eletrônicos e mídias digitais que não tem mais utilidades e são descartados com maior frequência. Na Figura 9 apresenta-se qual a relação com esses resíduos quando não mais utilizados pelos estudantes. Conforme a questão 10 (Q.I).

Figura 9: (Q.I) O que é feito com os eletrodomésticos/eletrônicos que não tem mais utilidade?

Fonte: Autor

Constata-se que 12 estudantes (60%) não sabem o que é feito com os eletrônicos que não tem mais utilidade, 3 (15%) afirmam que é destinado para o lixão, 2 (10%) que são levados para os reciclados, 1 (5%) afirma que são doados para instituições para fazer robô, 1 (5%) troca por verduras, 1 (5%) são queimados. Temos nas respostas dos alunos atitudes corretas quando citam que são levados para os recicláveis, doados para instituições que trabalham com robótica ou troca por verduras. No entanto, segundo as respostas dos alunos, 12 estudantes não sabem o que fazer ou o que é feito quanto ao descarte destes objetos, 3 estudantes dizem que são jogados com o lixo para ser levado para o lixão e 1 estudante afirma que é queimados sendo esses fatos uma inquietação pensando que o avanço tecnológico acelerado encurtou o ciclo de vida desses equipamentos, gerando lixo eletrônico e que, segundo Silva (2010), destaca que a preocupação ambiental em relação à disposição inadequada do e-lixo ocorre devido à liberação de substâncias tóxicas que podem causar sérios impactos à natureza. Quando despejados no lixo comum, as substâncias químicas presentes nos componentes eletrônicos, como mercúrio, cádmio, arsênio, cobre, chumbo e alumínio, entre outras, penetram no solo e nos lençóis freáticos.

Rodrigues (2003) ressalta a quantidade de televisores, rádios, celulares, eletrodomésticos portáteis, todos os aparelhos de microinformática, DVD’S, luminárias fluorescentes, brinquedos eletrônicos e milhares de outros produtos que foram idealizados para facilitar a vida moderna e que hoje são descartados na medida em que ficam tecnologicamente ultrapassados em um ciclo de vida cada vez mais curto ou então devido à inviabilidade econômica de conserto, em comparação com aparelhos novos. Com isso, houve um crescimento dos resíduos eletroeletrônicos, comumente chamado de lixo eletrônico, englobando vários tipos de equipamentos, desde os eletrodomésticos de grande porte às peças pequenas como celulares e as contidas em computadores.

No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), introduzida pela Lei 12.305/10, institui o conceito de responsabilidade compartilhada dos atores envolvidos na geração de cinco tipos de resíduos, entre eles o de equipamentos eletroeletrônicos, e na logística reversa de resíduos e embalagens. Isto implica que todos – fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, cidadãos e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos – devem se organizar e realizar o recolhimento de embalagens usadas e dos resíduos de produtos (BRASIL, 2010).

Esta temática foi amplamente trabalhada com os participantes da pesquisa durante a aplicação da Sequência Didática. São produzidos diversos tipos de lixos ou resíduos de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010), a qual estabelece um conjunto de normas para as providências quanto ao descarte destes. Dentre elas estão o processo de separação que está regido na Resolução do CONAMA 275/01, onde tem-se que estes são classificados segundo os tipos de lixo ou resíduos e a lixeira adequada com cor para sua diferenciação (BRASIL, 2001).

Quando perguntado aos estudantes antes e após a aplicação da Sequência Didática sobre os tipos de lixeira se verificou as seguintes respostas na Figura 10 referente à questão 11 (Q.I) e questão 5 (Q.F).

Figura 10 – Você saberia associar o tipo de lixo a cor de cada lixeira? a) Q.I _ b) Q.F

Fonte: Autor

Ao analisar as respostas dos estudantes no Questionário inicial (Q.I) onde tínhamos que 60% ou 12 dos estudantes fizeram associações errôneas sobre os tipos de lixeiras para os principais lixos (papel, vidro, metal, plástico, orgânico) e 40% ou 8 dos estudantes acertaram as associações respectivas de acordo com as cores das lixeiras e os tipos de lixo produzidos. Após aplicação da Sequência didática verificada no Questionário final (Q.F), 61% estudantes fizeram corretamente a correlação dos tipos de lixo com as cores das lixeiras para descarte do lixo, 33% dos estudantes fizeram troca de algumas lixeiras de acordo com os respectivos tipos de lixo e 6% dos estudantes não respondeu.

Em geral, os estudantes participantes, não identificavam as práticas de EA desenvolvidas no ambiente escolar, desconheciam as condições de descarte e destino dos resíduos, inclusive em suas residências, tendo hábitos de consumo dirigidos pela mídia não importanto com a geração do lixo. Não havia um olhar para o lixo. Durante os trabalhos com a Sequência Didática ocorreu o envolvimento dos estudantes através das dinâmicas, práticas aplicadas, vistas técnicas e dos estudos promovidos.

Algumas evidências da melhora do envolvimento dos estudantes com as questões ambientais foram: identificação de práticas e importância da Educação Ambiental na escola; identificação das medidas para prolongamento a vida útil dos Aterros Sanitários bem como os efeitos da disposição inadequada do lixo ao Meio Ambiente; interesse nas questões relacionadas a reciclagem e compostagem, que eram temas pouco conhecidos da maioria dos participantes.

3.3 Análise da Aplicação do Recurso Educacional “Pegada Ecológica do Lixo”

Para finalizar e avaliar a eficácia de aplicação da Sequência Didática do Recurso Educacional Aberto Pegada Ecológica do Lixo, foram realizadas rodas de conversa para verificar os conceitos aprendidos, construção da linguagem cientifica, confrontando diferentes opiniões e novos posicionamentos, a partir das aulas teóricas e práticas estimulando-os, assim, à criatividade e ao “saber ouvir”, dando oportunidade aos colegas de se expressarem suas opiniões, dúvidas e anseios. A roda de conversa, como instrumento de trabalho, não foi escolhida sem antes nos depararmos com a necessidade de propiciar à nossa pesquisa um caráter de cientificidade, o que implica caracterizá-la como de natureza qualitativa e determinar sua posição como abordagem legítima da busca do conhecimento científico, posto que esse tipo de pesquisa “[...] é um meio para explorar e para entender o significado que os indivíduos ou os grupos atribuem a um problema social ou humano” (CRESWELL, 2010, p.26).

É perceptível por meios destes resultados que os alunos desconhecem vários conceitos científicos ao que se referem à temática do lixo, sendo assim, uma importante temática para ser utilizada como instrumento para aprofundamento teórico e práticas que instigue a curiosidade do aluno despertando o interesse para o Ensino de Ciências e a Educação Ambiental.

Os educadores têm “como uma de suas tarefas primordiais (...) trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com que devem se aproximar dos objetos cognoscíveis” (FREIRE, 2006, p.26). Ainda de acordo com Medeiros et al., (2008), o maior desafio da Educação Ambiental é buscar o equilíbrio entre o ser humano e o ambiente, pois cada vez mais estamos “utilizando dos recursos naturais de forma inadequada, o que torna ainda mais importante uma sensibilização e conscientização ambiental”.

Ao investigar esses conceitos se observa um problema a ser superado pela aplicação da Sequência Didática temos a concepção que dentre tantos problemas ambientais, os resíduos sólidos são responsáveis por vários problemas ambientais e sociais. A partir da explanação teórica em relação aos resíduos sólidos, foram realizadas associações com o cotidiano observado pelos alunos além de vídeos, imagens e propagandas preventivas retiradas da internet, onde os mesmos identificaram ações que levam a uma correta ou inadequada disposição de resíduos sólidos urbanos no meio ambiente. Foram citados ainda exemplos de odores fétidos e contaminação de recursos hídricos onde são despejados lixos, além dos animais e vetores de doenças que são atraídos pelos resíduos orgânicos em decomposição (SANTOS; FEHR, 2007).

A compreensão desses conceitos e práticas correspondentes é fundamental para a formação em uma sociedade que almeje diminuir os impactos ao ambiente. Os resultados obtidos nas discussões estão de acordo com a ideia de Souza (2007), que afirma que na aula prática o aluno pode motivar-se mais, visualizar o uso pragmático daquele conteúdo em sua vida cotidiana, facilitando dessa forma a aprendizagem significativa, pleonasmo intencional.

Ao se trabalhar a Compostagem na aula prática, foi percebido que a implantação de uma composteira e a realização da técnica na escola ou em suas residências é muito importante porque a partir dela é possível despertar a atenção dos alunos para alguns aspectos, tais como, o desperdício de alimentos e a importância de se adotar alternativas criativas e viáveis, que amenizem os impactos ambientais negativos.

Envolver os alunos neste processo possibilita a difusão do pensamento reflexivo e crítico frente ao cenário ambiental atual, estimulando-os a uma participação ativa com disseminação de um conhecimento sobre a questão ambiental, que faz parte do cotidiano de cada um. A Educação Ambiental exige assim novas orientações e conteúdos, novas práticas pedagógicas onde se plasmem as relações de produção de conhecimentos e os processos de circulação, transmissão e disseminação do saber ambiental. Isto coloca a necessidade de incorporar os valores ambientais e novos paradigmas do conhecimento na formação dos novos atores da educação ambiental e do desenvolvimento sustentável (LEFF, 2005, p.251).

O saber ambiental não é construído pela objetividade da natureza aprendida através de uma ordem econômica preconcebida. É, sobretudo, a reconstrução do conhecimento a partir de novas visões, potencialidades e valores, guiados por novas significações e sentidos (LEFF, 2005 p.336). Dos benefícios observados com a reciclagem e a compostagem, tem-se: a preservação dos recursos naturais, economia de energia, diminuição da quantidade de lixo a ser aterrado e aumento da vida útil dos aterros sanitários e controlado. (VAS, 2006 p.158)

A visita ao Aterro Sanitário de Curitiba permitiu diversas reflexões para somar aos conhecimentos obtidos na sequência didática onde os alunos puderam compreender na prática o lixo comum todo, geração de lixo diário, o tratamento de chorume, vida útil do aterro, processo de decomposição, falta de conscientização e sensibilização referente á separação do lixo e reciclagem. As observações dos alunos ao se conhecer aspectos do ambiente, compreendeu-se que o uso de aterros sanitários também não é ambientalmente satisfatório. Mesmo que se proteja o solo para impedir a infiltração de líquidos poluentes, o tratamento do chorume e a instalação dos dutos para a captação de gases produzidos, que o lixo seja compactado, ainda assim não será uma solução definitiva, pois por quanto tempo a Terra suportará servir de tapete encobrindo as nossas “sujeiras”?

A Educação Ambiental é evidenciada como a melhor alternativa para instigar a consciência crítica na população em geral, a partir da análise dos problemas por ela vivenciados, e determinar sua participação na solução destes problemas (SILVA, 2005). A maneira de perceber o ambiente determina o grau de preservação que os indivíduos estão dispostos a exercer sobre o meio (SOUTO et al., 2009), e no presente estudo acredita-se ter-se despertado nos alunos uma visão do meio ambiente.

As rodas de conversas saíram dos alpendres e chegou à escola como uma estratégia de ensino, e como caminho natural, alcançou as pesquisas educacionais. Assim, a roda de conversa não é algo novo, a ousadia é empregá-la como meio de produzir dados para a pesquisa qualitativa. A informalidade das rodas de conversa nos pareceu propícia por causar um clima de intimidade, que propiciava a exploração de argumentos, sem necessariamente se chegar a conclusões e prescrições (SILVA; GUAZELLI, 2007).

O diálogo no desenvolvimento da Sequência Didática favorece o espaço de formação, de troca de experiências, de confraternização, de desabafo, muda caminhos, forja opiniões, razão por que a Roda de Conversa surge como uma forma de reviver o prazer da troca e de produzir dados ricos em conteúdo e significado para a pesquisa na área de educação bem como nas correlações sobre os Resíduos Sólidos. No contexto da Roda de Conversa, o diálogo foi um momento singular de partilha, uma vez que pressupõe um exercício de escuta e fala. Como afirma Paulo Freire (1987), a prática envolve um movimento dinâmico e dialético entre o fazer e o pensar sobre o fazer.

As colocações de cada participante foram construídas a partir da interação com o outro, sejam para complementar, discordar, sejam para concordar com a fala imediatamente anterior. Conversar, nesta acepção, remete à compreensão de mais profundidade, de mais reflexão, assim como de ponderação, no sentido de melhor percepção, de franco compartilhamento. Fica notável quando um elemento não aparece no discurso do aluno, os colegas complementam permitindo que o aprendizado não seja apenas linear, mas um ensino dinâmico e interativo na formação integral do aluno (Zabala,1998, p. 199). É preciso muitas vezes romper as barreiras entre o professor e o aluno, onde o dialogo seja por igual ou ainda colocar o outro no centro da discussão, como propõe Alves (2008), a centralidade nos sujeitos praticantes da vida cotidiana dessa escola, o que é um aspecto necessário para a compreensão da realidade em sua complexidade.

Ao finalizar aplicação da Sequência Didática com a realização de rodas de conversa, observa-se que alunos fazem contribuições, reforçando aspectos importantes que antes desconheciam e agora ao compreender esses aspectos importantes que precisam apenas atitudes simples mostram a importância da Educação Ambiental e ao aprenderem fortalecem essa ação para o Ensino de Ciências. Observaram-se no discurso dos alunos os conceitos utilizados foram construídos durante a Sequência Didática, pode-se perceber a evolução na mudança de atitudes, percebeu-se ainda o interesse para continuar com o processo de sensibilização com a comunidade escolar no que tange a questão do desperdício, descarte do lixo e deposição do mesmo considerando ser de interesse para melhoria da qualidade de vida de todos.

A roda de conversa e sua idiossincrasia conduziram a pesquisa durante a Sequência Didática e tornaram possível a compreensão de dados que, talvez, não viessem à tona se não fossem despertados pelo interesse no diálogo e na partilha. Onde percebemos que alguns alunos, tem em suas casas ou em suas famílias a realização da técnica da Compostagem, separação dos resíduos recicláveis, reutilização de produtos que seriam descartados. Assim, a roda de conversa se firma como um instrumento de produção de dados da pesquisa narrativa, em que é possível haver uma ressonância coletiva, na medida em que se criam espaços de diálogo e de reflexão.

Nesta perspectiva, considera-se extremamente valoroso apresentar aos alunos a temática do lixo como uma forma de tratamento e diminuição dos resíduos sólidos/ lixos produzidos na escola, em suas casas, bem como por outros espaços, entendendo-a como mudança viável de atitude a diminuição do mesmo.

Zabala (1998, p. 212) pondera a este respeito dizendo que: A função da escola e da verdadeira responsabilidade profissional passa por conseguir que nossos alunos atinjam o maior grau de competência em todas as suas capacidades, investindo todos os esforços em superar as deficiências que muitos deles carregam por motivos sociais, culturais e pessoais.

As Rodas de Conversa segundo Warschauer (2004) consistem em um método de participação coletiva de debate acerca de determinada temática em que é possível dialogar com os sujeitos, que se expressam e escutam seus pares e a si mesmos por meio do exercício reflexivo. Um dos seus objetivos é de socializar saberes e implementar a troca de experiências, de conversas, de divulgação e de conhecimentos entre os envolvidos, na perspectiva de construir e reconstruir novos conhecimentos sobre a temática proposta.

Considerações Finais

O presente trabalho surgiu de inquietações, questionamentos e reflexões acerca da Educação Ambiental como tema transversal no ensino que muitas vezes está ausente nas discussões da organização escolar ficando implícito e raramente explícito no processo formativo dos estudantes. Como docente e educador ambiental constantemente empenho-me para inserir, debater e implementar o campo da Educação Ambiental no ambiente escolar, além da militância para eliminar concepções reducionistas, conservadoras sejam superadas dentro do ambiente escolar tenho que meu fazer docente é meu papel social e político dentro da instituição de ensino. Relaciono esta proposição aos objetivos sociais, políticos da Educação Ambiental em apresentar não somente a importância da Educação Ambiental, mas a importância do desenvolvimento de materiais didáticos para as práticas em Educação Ambiental.

Partindo do pressuposto da importância da Educação Ambiental no Ensino de Ciências, ressaltando que estas discussões são necessárias no processo de ensino e aprendizagem de forma contextualizada a fim de que se possa compreender não só a Ciência, mas também ser um processo formativo que promova um repensar enquanto sujeito que atua no ambiente estimulando uma postura crítica e reflexiva sobre os fenômenos naturais e desenvolva as suas potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando para a construção de uma sociedade social e ambientalmente justa, em um ambiente saudável.

Tendo um dos objetivos desse trabalho o desenvolvimento e aplicação do Recurso Educacional Aberto para uso nas aulas de Ciências. Conclui-se com o desenvolvimento do REA como produto educacional buscou suprir esta carência com base na temática da Pegada Ecológica do Lixo de forma mais sistematizada. Devido ao fato da grande importância com que os temas ambientais têm sido tratados nos dias atuais, inclusive pela mídia, que tem procurado com frequência mostrar problemas ambientais e suas consequências, espero com esse trabalho contribuir com o professor a levar para a sala de aula essa mesma preocupação, porém com melhor fundamentação, visando à criação de uma sensibilização, consciência ambiental em seus estudantes. Pode-se afirmar que foi importante a elaboração de um Recurso Educacional contendo sugestões de trabalho a partir de temas ambientais que pode ser tratado em todos os níveis de ensino. O propósito da realização do Recurso Educacional Aberto é auxiliar o professor que tem o desejo de trazer para sua aula temas ambientais e relacioná-los ao conteúdo de Ciências, de forma que o educando estabeleça conexões entre os conteúdos da disciplina e o mundo que o cerca, melhorando assim o processo de ensino e aprendizagem. Assim o REA desenvolvido dá subsídio aos professores nas diversas disciplinas do currículo escolar para trabalhar a Temática do Lixo.

Conclui-se em relação à compreensão e envolvimentos dos estudantes quanto ás questões da Educação Ambiental, que se deu um grande passou, considerando desde já os conhecimentos prévio ou adquirido anteriormente foram reafirmados ou desenvolvidos permitindo o entendimento de novas concepções com a Aplicação da Sequência Didática. A Educação Ambiental é processo contínuo e deve estar presente em todas as disciplinas para que o processo de sensibilização e conscientização em relação aos seres humanos e a natureza possam ser discutidos, debatido e; buscando a sustentabilidade e o respeito ao Meio Ambiente em que se preze pela atividade economicamente viável, socialmente justo, ecologicamente correta e culturalmente diverso. Percebeu-se que por mais que se pareça um assunto muito debatido, existem muitas lacunas ainda, visto que muitos conteúdos abordados dentro da temática Pegada Ecológica do Lixo eram desconhecidos pelos alunos. Considera-se o Lixo e os Resíduos é um problema que interfere diretamente e indiretamente em nossas vidas.

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