LEVANTAMENTO SOBRE A PRODUÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NO PROCESSAMENTO DE PALMITO EM SANTA CATARINA, BRASIL


Willian Schmitz(1), Teresinha Catarina Heck(2), Katia Luiza Hermann(1), Atilano Antonio Vegini(3), Lorena Benathar Ballod Tavares(1*)


1Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental (PPGEA). Centro de Ciências Tecnológicas,Fundação Universidade Regional de Blumenau/FURB, Blumenau (SC).

2Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, Epagri/EEI, Itajaí (SC)

3Departamento de Engenharia Química. Fundação Universidade Regional de Blumenau/FURB


*Autor para correspondêncialorena@furb.br


Resumo ­– No processamento de palmito são produzidas as bainhas, também denominadas como cascas, que representam as camadas que envolvem a parte comestível. Este material é considerado um resíduo sólido agroindustrial e, por ser de natureza lignocelulósica, pode ser transformado em produtos de importância comercial. O objetivo deste trabalho foi quantificar a produção de bainhas de palmito geradas no estado de Santa Catarina (Brasil) e verificar qual sua destinação. Foram obtidas na Junta Comercial do Estado, a relação das empresas de processamento de palmito e realizados os contatos prévios. Em seguida, foi aplicado um questionário estruturado com oito perguntas direcionadas aos responsáveis pela linha de produção de palmito em conserva. Verificou-se a existência de 50 agroindústrias em 21 municípios, sendo a maioria localizada na região do Vale do Itajaí e litoral Norte do Estado. As espécies mais utilizadas no processamento foram a palmeira real e a pupunha com uma taxa média de processamento de 1.700 hastes de palmito por dia. O levantamento apontou que são geradas aproximadamente 340 toneladas por dia de cascas e que, até o momento, ou são mantidas inadequadamente no ambiente,ou são utilizadas nas lavouras para proteção do soloecomo ração animal. No entanto, comoesse resíduo é um material rico em carbono, poderia ser utilizado como matéria-prima em outros processos produtivos, agregando valor ao resíduo, fomentando a economia catarinense, e com isso melhorando a qualidade socioeconômica dos envolvidos na cadeia produtiva do palmito em conserva.


Palavras-chave: Bainhas de palmito, desenvolvimento sustentável, questionário


ABSTRACT: In the processing of palm hearts, the palm hearts sheaths, also known as barks are produced and represent the layers that surround the edible part.This material is an agro industrial solid residue and, because it is lignocellulosic source, can be transformed into different products of commercial importance.The objective of this work was to quantify the production and destination of palm hearts sheaths generated by agro industries in the state of Santa Catarina, Brazil.The list of palm hearts processing companies was obtained from the State Board of Trade and previous contacts were made.Then, a questionnaire with eight questions was applied to those responsible for the canned palm heart production.Were verified 50 agro industries in 21 municipalities, most of them located in the Itajaí Valley region and the north coast. Royal palm and the pupunha were the species most used in the processing with an average processing rate of 1,700 hearts of palms per day.The estimate indicated that in Santa Catarina approximately 340 tons per day of bark are generated. To date, when not improperly maintained in the environment, they are used in crops to protect the soil or as animal feed.As this waste is a carbon-rich material, it could be used as raw material in other production processes, adding value to the residue, promoting the economy of Santa Catarina, and thereby improving the socioeconomic quality of those involved in the canned palm heart.As this waste is a carbon-rich material, it could be used as raw material in other production processes, adding value to the residue, promoting the economy of Santa Catarina. Thus, improving the socioeconomic quality of those involved in the productive chain of the canned palm hearts.


Keywords:Palm hearts sheaths, sustainable development, questionnaire


INTRODUÇÃO


O manejo inadequado de resíduos sólidos de qualquer origem, constitui um problema à saúde pública e agrava a degradação ambiental. Isso é o caso dos resíduos sólidos gerados durante o processamento do palmito para uso como alimento na forma de conserva ácida. O palmito que é a porção comestível constituída por folhas ainda não desenvolvidas que saem do meristema apical de palmeiras (MASSIGNAM et al., 2014),pertence as plantas da família Arecaceae com maior ocorrência nas regiões tropicais e subtropicais (LORENZI et al., 2010). Sua comercialização se dá principalmente na forma de conserva acidificada (BERBARI et al., 2008) e vem aumentando no mercado brasileiro desde o começo dessa década (SOUSA, et al., 2011) devido a busca cada vez maior por produtos prontos para consumo, dada sua praticidade e conveniência (ARAÚJO, et al., 2014).

A exploração do palmito no Brasil iniciou na década de 30 a partir da palmeira juçara (Euterpe edulis), espécie nativa da mata atlântica (BOVI et al., 2001). Com o risco de extinção, outras espécies começaram a ser utilizadas e, desde a década de 80, o açaí (Euterpe oleracea) responde por mais de 90% do mercado de palmito no Brasil (HAABERLE et al., 2012). No entanto, com o passar do tempo, a tendência do mercado de palmito de pupunha (Bactris gasipaes) mostrou-se crescente, devido a demanda pelos frutos de açaí que apresentam maior rentabilidade que o mercado de palmito (SOUSA, et al., 2011). Na região sul do Brasil, com o risco de extinção da juçara na década de 90, outras espécies foram introduzidas no Paraná e Santa Catarina, como a palmeira real da Austrália (Archontophoenix sp) e a pupunha, tão comum na região Amazônica (BOVI et al., 2001; MARANHO e PAULA, 2014). A palmeira real teve grande adaptação em todo litoral catarinense, enquanto a pupunha ficou limitada a região norte do estado (Figura 1-AB).


A

B

Figura 1 - Zoneamento climático para o cultivo de palmeira real (A) e pupunha (B) em Santa Catarina. (A) Cultivo recomendado na área próxima ao litoral. Área em branco = não recomendado. Fonte: Epagri (2010). (B) Área em preto = cultivo recomentado; amarelo = tolerado. Área em cinza = não recomendado. Fonte: Massignam et al. (2014).


A industrialização do palmito em Santa Catarina é fortemente marcada pela cultura popular para consumo de produtos acidificados, caso do pepino, que coloca o estado como o principal produtor dessa hortaliça para conserva ácida (TIMM et al, 2015). No processamento do palmito ocorre a produção de resíduos sólidos lignocelulósicos denominados bainhas ou cascas, que apresentam potencial para conversão em produtos de valor agregado, tais como substrato para cultivo de plantas e cogumelos (ADENESKY FILHO et al., 2007), para obtenção de compósitos (TAVARES et al., 2013), farinhas alimentícias para panificação (HELM et al., 2013), de barras de cereais (SALTOS e BAYAS, 2010), bebida tipo suco (TRAMONTE et al., 2011) e produção de polpa celulósica (SEBEN et al., 2011). As cascas, segundo a norma NBR 10.004 da ABNT pertence a Classe IIA – Inertes: os resíduos podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade, solubilidade em água. Sua geração é uma fonte de degradação do meio ambiente, seja pela poluição das águas, do ar ou dos solos, se não for adequadamente disponibilizado. Nesse contexto, torna-se importante um gerenciamento adequado que considere a reutilização das cascas devido a característica química do material. Segundo HELM et al., (2013), as cascas de pupunha, por exemplo, apresentam cerca de 60 % em fibras insolúveis representadas pela lignina, celulose e hemicelulose, além de aproximadamente 20 % em carboidratos totais.

Pela Lei Federal nº 12.305/2010 (Brasil, 2010)que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS)a União, os estados e os municípios passaram a dispor de um indutor de ações que, espera-se, possibilite em curto prazo, todo e qualquer rejeito de ser depositado adequadamente.No entanto até o momento, o setor de produção de palmito em Santa Catarina está inadimplente na sua obrigação de disposição ambientalmente adequada dos resíduos sólidos. Para propor empreendimentos que façam uso dascascas de palmito, é necessário o conhecimento da quantidade diáriaproduzida dessa biomassa. Portanto, o objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento sobre o montante da produção de cascas de palmito geradas durante a produção de conservas, em Santa Catarina, e conhecer qual é a destinação deste resíduo pós-processamento.



MATERIAL E MÉTODOS


População de estudo

O estudo foi realizado no ano de 2014, onde foi encaminhado ofício para a Junta Comercial do Estado de Santa Catarina (JUCESC) solicitando os nomes das empresas que processam palmito. A JUCESC registra a atividade produtiva de cada empresa do Estado segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), que é determinado pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com a CONCLA, a CNAE aplicada para empresas de processamento de palmito está na seção “Indústrias de Transformação”, na divisão “Fabricação de Produtos Alimentícios”, sob o código 1032-5/01, de “Fabricação de Conservas de Palmito”.

O estudo teve como abrangência 50 empresas distribuídas em 21 municípios. O primeiro contato com as empresas se deu por meio de convite realizado pelo entrevistador, utilizando como critério de inclusão possuir telefone para contato, e realizar na empresa, o processamento de palmito em conserva.


Coleta de dados

A obtenção dos dados junto às empresas foi efetuada por meio de questionário estruturado (Tabela 1) elaborado para a investigação da quantidade de bainhas geradas nas indústrias.O questionário foi constituído de oito perguntas descritivas e objetivas e a digitação dos inquéritos, desde o estudo piloto, seguiu o procedimento de única entrada dos dados, feita por apenas um digitador, a fim de eliminar os possíveis erros. Antes de iniciar a pesquisa, o questionário foi testado (estudo piloto) em duas empresas produtoras de palmito em conserva, para a adequada coleta de informações. A coleta de dados para esse estudo foi realizada entre março e outubro de 2014 por meio de entrevistas via telefone, sendo estas realizadas apenas pelo primeiro autor desse trabalho.


Tabela 1. Questionário sobre levantamento da geração de bainhas de palmito de agroindústrias de processamento de palmito em Santa Catarina.

Item

Pergunta

1

Quais os tipos de palmito que são processados na empresa?

2

Sua empresa possui plantação própria? Se sim, quantos hectares?

3

Em média, qual é a taxa de processamento diário de palmito na sua empresa?

4

Sua empresa tem capacidade instalada para aumentar a produção? Se sim, qual é o é o percentual de aumento possível?

5

Qual o procedimento com o resíduo após o descasque?

6

Qual a destinação final do resíduo?

7

Qual o principal motivo para esta destinação?

8

Você gostaria que este resíduo fosse coletado para ser reaproveitado em outro processo?


Análise estatística

Os dados foram registrados em planilha empregando o programa Microsoft Excel, onde foi realizada análise da frequência de respostas obtidas por meio de estatística descritiva, aplicando o teste qui-quadrado com nível de significância de 0,05. Como não existe controle da quantidade de resíduo gerado nas agroindústrias, este dado foi estimado multiplicando a quantidade de hastes processadas pela massa média de resíduo gerado por uma haste. Para isso foram escolhidas aleatoriamente dez hastes do processo produtivo de uma empresa do município de Luiz Alves (Santa Catarina), e registrada a massa média (kg) de bainhas geradas por uma haste.



RESULTADOS E DISCUSSÃO


A lista fornecida pela JUCESC continha 372 empresas distribuídas entre 133 municípios de Santa Catarina, do litoral ao extremo oeste do Estado. Após consultar a situação cadastral de cada empresa no site da Receita Federal do Brasil, verificou-se que 322 delas haviam sido baixadas ou não eram cadastradas para processamento de palmito. Sendo assim, a pesquisa contemplou as 50 empresas legalmente cadastradaspara processamento de palmito em Santa Catarina, que foram contactadas e aceitaram responder ao questionário, sob a condição de sigilo. Constatou-se que as empresas estão distribuídas em apenas 7,12% dos municípios catarinenses (Figura 2), representando 21 cidades, todas próximas do litoral, nas regiões Norte do Estado (A), Vale do Itajaí (B), Grande Florianópolis (C) e Sul do Estado (D).





Figura 2 -Mapa da distribuição geográfica das cidades e mesorregiões que possuem empresas de processamento de palmito no estado de Santa Catarina



A distribuição geográfica das empresas foi condizente com o zoneamento climático para palmeira real (Epagri, 2010), que recomenda o plantio em 58 municípios do Estado, e o zoneamento climático realizado por MASSIGNAMet al., (2014) para o cultivo de pupunha, que recomenda o plantio em 44 municípios, todos próximos do litoral. Quanto aos resultados da entrevista pela aplicação do questionário, os dados são apresentados na Tabela 2.

Sobre a primeira pergunta, a grande parte das empresas pesquisadas (66%) processa palmito de mais de um tipo de palmeira, que se dividem entre as três espécies com ocorrência em Santa Catarina: a espécie nativa, juçara, e as espécies exóticas, palmeira real e pupunha. TEIXEIRA et al., (2007) destaca que com a padronização da matéria prima através do plantio de espécies exóticas para exploração do palmito, é possível melhorar a qualidade do produto e incrementar o volume de exportações. BERBARIet al., (2008) compararam a palmeira real e a pupunha ao açaí quanto às suas características físicas, físico-químicas, microbiológicas, de cor, de textura e sensoriais e concluíram que são estatisticamente semelhantes.

A palmeira real, também conhecida como Seafortia devido ao antigo nome do gênero (Seaphortia elegans), é originária da Austrália e foi introduzida no Brasil como planta ornamental (UZZO et al., 2004; BERBARI et al., 2008). Os trabalhos de CHRISTIANINI (2006) e DISLICHet al., (2001) verificam que existe alta taxa de dispersão e sobrevivência de sementes de palmeira real em lotes da mata atlântica onde a espécie nativa está em ameaça de extinção, indicando a boa adaptação às condições da região. Devido a esta adaptabilidade, atualmente a palmeira real é a mais utilizada em Santa Catarina no processamento de palmito, pois está presente em 98 % (49) das empresas pesquisadas.



Tabela 2 - Questionário, número de entrevistados por questão (n), frequência de respostas (%) e significância do teste qui-quadrado (valor p) do levantamento da geração bainhas em agroindústrias de processamento de palmito em Santa Catarina

Pergunta

Resposta

n

%

p

Quais os tipos de palmito processados na sua empresa?

Real

16

32%

<0,0001

Pupunha

1

2%

Juçara

0

0%

Real e pupunha

25

50%

Real e juçara

1

2%

Pupunha e juçara

0

0%

Real, pupunha e juçara

7

14%

Sua empresa possui plantação própria? Se sim, quantos hectares?

Não possui

17

34%

0,0041

Não informou o tamanho

5

10%

< 7 ha

13

26%

8 – 15 ha

6

12%

16 – 40 ha

4

8%

> 40 ha

5

10%

Em média, qual é a taxa de processamento diário de palmito na sua empresa?

< 1.000 hastes/dia

18

36%

0,0036

1.001 – 2.000 hastes/dia

19

38%

2.001 – 3.000 hastes/dia

10

20%

> 3.000 hastes/dia

3

6%

Sua empresa tem capacidade instalada para aumentar a produção? Se sim, qual é o percentual de aumento possível?

Não soube responder

6

12%

0,0018

Não tem

9

18%

< 50%

19

38%

51 – 100%

8

16%

101 – 200%

3

6%

> 200%

5

10%

Qual o procedimento com o resíduo após o descasque?

Pallets, amarras ou trituração

5

10%

<0,0001

Depositado em caçamba

45

90%

Qual a destinação final do resíduo?

Descarte

9

18%

<0,0001

Lavoura

29

58%

Gado

5

10%

Descarte e lavoura

2

4%

Descarte e gado

0

0%

Lavoura e gado

5

10%

Lavoura, descarte e gado

0

0%

Qual o principal motivo para esta destinação?

Prático

33

66%

<0,0001

Econômico

11

22%

Prático e econômico

6

12%

Você gostaria que este resíduo fosse coletado para ser reaproveitado em outro processo?




Sim

29

58%

0,0009

Não

9

18%

Talvez

12

24%



Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), Santa Catarina é o maior produtor de palmito de palmeira real no Brasil, com uma produção anual de aproximadamente 5.000 toneladas. Um dos principais atrativos para o cultivo e processamento de palmeira real é que, se for realizado em clima quente e úmido, temperatura média anual entre 17ºC e 22ºC, frequência de geadas leve (0,5%), altitude inferior a 170 metros, com plantio entre setembro e março e com boa adubação química, a espécie cresce um metro por ano e o palmito pode ser extraído a partir de 22 meses (BOVI et al., 2001; UZZO et al., 2004; EPAGRI, 2010; SGROTT et al., 2012). Outro atrativo da palmeira real, principalmente em sistemas agroflorestais, é a capacidade de reter água no solo, evitando enchentes nas baixadas e melhorando o nível dos mananciais (HAABERLE et al., 2012).


A pupunha também tem uma participação expressiva no setor de processamento de palmito em Santa Catarina, podendo ser encontrada em 33 empresas, o que representa 66% das empresas pesquisadas. Este percentual deve-se a algumas características da planta que favorecem o cultivo para extração de palmito, tais como: crescimento a pleno sol; rusticidade, pois se adapta bem ao plantio mesmo em solos mais pobres, como os do norte do Brasil, onde é utilizada para suprir necessidades alimentares de famílias carentes; crescimento acelerado e precocidade, pois alcança a maturidade mais cedo em comparação com as espécies nativas, a partir de 24 meses; perfilhamento e multicaule, possibilitando sucessivos cortes da mesma planta por até 10 anos; e ainda por ter um palmito de boa qualidade, que não oxida após o corte, possibilitando a venda in natura diretamente para estabelecimentos comerciais (ALMEIDA; ALMEIDA, 2006; MASSIGNAM et al., 2014).


Constatou-se que apenas 8 empresas (16%) afirmaram processar palmito proveniente de juçara, o que mostra que o setor tem se conscientizado quanto ao problema de extinção da espécie e apostado no melhor rendimento das espécies exóticas. PALUDOet al., (2012) destacam a importância do incentivo de práticas sustentáveis com a juçara, como a extração da polpa dos frutos, contribuindo para a conservação da espécie.Apesar de 17 empresas (34%) afirmarem que compram 100% do palmito de produtores e não possuem plantações, 33 empresas (66%) afirmaram que possuem plantações para suprir parte da demanda de palmito, o que mostrou ser uma diferença estatisticamente significativa (p < 0,05). Porém, a maior parte destas plantações são de pequeno porte, até 7 hectares, como observado em 13 empresas (26%). O principal motivo do baixo investimento em plantações próprias, como citado por alguns empresários durante as entrevistas, é a falta de mão de obra, levando-os a alocar os funcionários, preferencialmente, no processamento do palmito. De acordo com esta constatação, HAABERLEet al., (2012) citam que o cultivo de palmeira real tem sido muito recomendado para propriedades familiares, pois o custo de implantação é três vezes mais baixo do que para um produtor convencional, e a receita obtida é 10 vezes superior à receita obtida com cultivo de banana, principal cultivar de propriedades familiares. De um hectare de palmeira real pode-se obter uma receita de R$10.000,00 por ano comercializando o palmito para as agroindústrias de conserva e, o dobro desse valor, vendendo diretamente para restaurantes.


Verificou-se que a média de processamento diário nas empresas de processamento de palmito em Santa Catarina é de 1.700 hastes por dia, o que coincide com a categoria de processamento que mais foi observada nas agroindústrias, de 1.001 a 2.000 hastes por dia, observada em 19 empresas (38%). Porém, a categoria inicial, de menos de 1.000 hastes por dia, foi observada em uma quantidade quase igual de empresas, 18 (36%), e a categoria seguinte, de 2.001 a 3.000 hastes por dia, também teve um número aproximado, com 10 empresas (20%). Isso mostra que existe uma distribuição da taxa de processamento de palmito nas agroindústrias de Santa Catarina, com até 3.000 hastes por dia (p = 0,2), sendo que apenas 3 empresas (6%) estão fora desta faixa.


Quando questionadas se a capacidade instalada da empresa permitiria um aumento na taxa de processamento de palmito, 35 empresas (70%) responderam que conseguiriam aumentar a produção, ou seja, diferença significativa (p < 0,05), sendo que 19 empresas (38%) aumentariam em pelo menos 50% a taxa de processamento. Novamente, o principal limitante apontado por algumas empresas é a escassez de mão de obra para garantir maior processamento, pois, segundo estas empresas, as taxas de fornecimento de matéria prima e de vendas apresentam potencial de crescimento.

As empresas foram questionadas sobre o procedimento aplicado ao resíduo após o descasque, com objetivo de levantar se há algum tratamento que facilite seu transporte ou destinação final. A maioria significativa (p < 0,05) das empresas (90%), afirmaram que apenas depositam o resíduo em uma caçamba, que em alguns casos pertence a produtores rurais ou criadores de gado, que é utilizada para transportar o resíduo até a destinação final. Apenas 5 empresas (10%) afirmaram possuir um procedimento para o resíduo com objetivo de facilitar o transporte ou a destinação final, que inclui colocar o resíduo em pallets ou amarrá-los, o que facilita o transporte, ou então tritura-lo, com vistas a facilitar a absorção da matéria orgânica pelo solo ou mesmo a alimentação animal.


HAABERLEet al., (2012) mencionam que os tradicionais destinos para os resíduos do processamento de palmeiras são para ração animal, compostagem ou húmus e, de fato, estes destinos foram constatados nesta pesquisa na maioria das empresas. A destinação final mais citada pelos entrevistados foi a de retornar o resíduo à lavoura, o que acontece de três formas: - disposição do resíduo diretamente no solo da lavoura; - compostagem e produção de húmus ou; - uso como componente de substrato para mudas de palmeira. Ao todo foram observadas 36 empresas (72%) onde há destinação do resíduo de volta para a lavoura, mesmo que, em alguns destes casos, ocorre consorciação com outras destinações. As outras destinações observadas foram para alimentação de gado, que algumas empresas justificaram como ajuda aos pecuaristas e, ainda, a destinação final como descarte nos entornos das agroindústrias, que alguns justificaram como sendo a única opção. A maioria das empresas justificoua destinação das cascas apenas como uma alternativa mais prática para o resíduo, sem levar em consideração algum retorno econômico, fato observado em 33 empresas (66%).


O panorama da disposição final de resíduos sólidos no Brasil aponta que, em menos de 39% dos municípios, existe um sistema adequado de tratamento de resíduos sólidos (FRANÇA; RUARO, 2009). Ou seja, as empresas dão ao resíduo gerado a destinação que lhes é mais conveniente e prática por haver falta de um processo que transforme a condição deste resíduo em subproduto. Das 17 empresas (34%) que justificaram algum retorno econômico, mesmo quando consorciado com a motivação mais prática, todas afirmaram que destinam o resíduo para a lavoura ou para o gado, mesmo que de terceiros, e desta maneira há economia na compra de insumos agrícolas ou ração animal.Estes dados são importantes para uma eventual avaliação da rentabilidade da aplicação de uma das muitas pesquisas que têm sido realizadas junto ao programa de Pós-graduação em Engenharia Ambiental da FURB, visando o reaproveitamento de resíduos do processamento de palmito, pois assim é possível avaliar a atual aplicação do resíduo e a disponibilidade do mesmo. Para verificar esta disponibilidade, as empresas foram questionadas se gostariam que o resíduo fosse coletado para ser reaproveitado em outro processo, onde a maioria confirmou (58%) e apenas 9 empresas (18%) responderam negativamente. Uma parcela de 12 empresas (24%) respondeu que talvez fornecesse o resíduo, com algumas observações que variaram entre: se não houver despesas; se houver retorno econômico; se a coleta for diária e; se houver planejamento e comprometimento.


Analisando os dados para fins de cálculo da estimativa da quantidade de bainhas geradas no processamento de palmito por empresas do Estado de Santa Catarina, o valor da massa média de resíduo gerado por haste foi de 4 kg, obtido em análise no processo produtivo de uma empresa do município de Luiz Alves (SC), e a massa média de palmito por haste que foi de 900 g. Tais resultados são similares aos valores citados por RAMOS e HECK (2003) e BOVI et al.,(2001). Com base nestes valores, pode-se estimar a quantidade de resíduo gerado em cada cidade de Santa Catarina (Tabela 3), com destaque para as cidades de Luiz Alves, Garuva e Massaranduba, maiores geradoras de resíduos sólidos processamento de palmito no Estado.


Tabela 3 - Levantamento por município da quantidade de empresas, taxas de processamento e geração de bainhas em agroindústrias de processamento de palmito em Santa Catarina

Município

Número de empresas

Processamento (hastes/dia)

Bainhas(cascas) (kg/dia)

Antônio Carlos

1

2.000

6.000

Apiúna

1

1.500

4.500

Barra Velha

1

3.000

9.000

Blumenau

2

700

2.100

Garuva

4

12.200

36.600

Gaspar

2

3.100

9.300

Guaramirim

4

4.450

13.350

Ilhota

1

6.000

18.000

Indaial

2

2.500

7.500

Itapoá

1

1.500

4.500

Jaraguá do Sul

1

1.000

3.000

Joinville

2

1.500

4.500

Luiz Alves

7

15.700

47.100

Massaranduba

8

11.700

35.100

Navegantes

1

1.500

4.500

Pomerode

2

4.500

13.500

Porto Belo

1

1.200

3.600

Rio dos Cedros

4

3.600

10.800

Siderópolis

1

800

2.400

Timbó

2

3.000

9.000

Tubarão

2

3.500

10.500

Total

50

84.950

254.850



A pesquisa mostrou que, no Estado de Santa Catarina, são geradas aproximadamente 340 toneladas por dia de cascasde palmeiras durante o processamento de palmito para conserva acidificada, e que poderiam ser empregadas em outros processos. Um exemplo recente de utilização das cascas foi mencionado por CHICATTOet al., (2016) para o tratamento de descoloração de efluentes têxteis.


A produção de palmito foi estimada com base nos valores médios de massa de palmito por haste, alcançando um valor de aproximadamente 19.000 toneladas de palmito por ano, extraído de palmeira real, pupunha e juçara. Segundo o IBGE (2012), a produção de palmito em Santa Catarina era de 7.600 toneladas em 2011, quando houve um aumento de 124% em 2012, passando para 17.000 toneladas, sendo este oficialmente o dado mais recente. O IBGE também indica que a produção de palmito no Brasil aumentou 88% entre 2011, quando era de 103.000 toneladas, e 2012, quando foi de 194.000 toneladas. Sendo assim, pode-se afirmar que o Estado de Santa Catarina vem aumentando sua participação no mercado de palmito do Brasil, apresentando um aumento de 7% em 2011 para 9% da produção total de palmito no Brasil em 2012.


Ainda com base nos valores da Tabela 3, utilizando o valor de densidade média de plantio em Santa Catarina de 16.000 plantas por hectare, citado por HAABERLEet al., (2012), e o tempo médio de colheita de 30 meses,BOVIet al.,(2001), é possível estimar que a área plantada de palmito em Santa Catarina seja de aproximadamente 3.300 hectares. Segundo o IBGE (2012), Santa Catarina mantinha-se desde 2009 sem alterações significativas na área de lavouras de cultivo de palmito no Estado, que era de 1.700 hectares em 2011, quando houve um aumento de 47% em 2012, passando para 2.500 hectares, sendo este oficialmente o dado mais recente. Sendo assim, a estimativa desta pesquisa para a área cultivada de palmito em Santa Catarina indica que no decorrer dos últimos anos pode ter havido um novo aumento de 32% na área de lavouras do Estado.

Em nível nacional, os dados do IBGE indicam que, também houve aumento na área de lavouras de cultivo de palmito de 15.700 para 18.100 hectares no período entre 2011 e 2012. Isso representa um aumento de 15%, mostrando-se menor que o aumento de 47% para Santa Catarina, outro indicativo de que o Estado vem aumentando sua participação no mercado nacional de palmito, passando de 11% em 2011 para 14% da área total de cultivo de palmito no Brasil em 2012.



CONSIDERAÇÕES FINAIS


As agroindústrias de processamento de palmito em Santa Catarina concentram-se, principalmente, nos municípios das regiões do Vale do Itajaí e Norte do Estado. A proximidade das agroindústrias viabiliza o transporte de todo o resíduo sólido gerado em uma determinada região até um ponto central onde pode ser processado, o que pode ser um fator positivo para empreendimentos que visem a transformação das bainhas em um produto de valor agregado.

As agroindústrias estão dispostas a ceder ou negociar seu resíduo para um eventual processo de valoração, desde que não sejam prejudicadas. O volume de resíduo gerado no processamento de palmito no Estado é suficiente para alimentar os mais diversos processos de reaproveitamento das bainhas, considerando o montante detectado na pesquisa.

O Estado de Santa Catarina aumentou sua participação no mercado de palmito no Brasil em decorrência do cultivo das espécies exóticas, particularmente da palmeira real. Esse aumento poderá fortalecer novos empreendimentos da cadeia produtiva do palmito, de modo a contribuir com outros cenários econômicos catarinenses.



AGRADECIMENTOS


À CAPES pela concessão da bolsa de mestrado ao primeiro autor, ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelas bolsas DTI e de Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico, e ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura (MCTIC) pelo apoio financeiro à pesquisa (protocolo do projeto: 402593/2013-8).



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