ALGUNS CUSTOS INVISÍVEIS DO USO INADEQUADO DE RECURSOS HÍDRICOS



José Ribamar Neres Costa

Doutorando em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional pela

Anhanguera-Uniderp

e-mail: joseneres@globo.com



RESUMO: Este artigo mostra como nem sempre é possível mensurar os valores ambientais da exploração dos recursos hídricos apenas pelas conversões monetárias, pois há outros custos sociais que são incalculáveis. O estudo é de natureza bibliográfica com ênfase nos estudos de Welzer (2010), Camdessus (2005), Marengo (2006), Milano (2012), Lovelock (2010) e Richter (2015). Ao longo do trabalho são tecidas consideração sobre como o uso inadequado da água pode afetar as pessoas em geral.

Palavras-chave: Recursos hídricos. Custos ambientais. Ecossistema.



INTRODUÇÃO

Quanto custa um carregamento de água em um carro pipa? Qual o preço de uma mesa talhada em madeira de lei? Quantos reais são necessários para se ter, clandestinamente, um animal silvestre criado em cativeiro? Qual o custo mensal da manutenção de um sistema de esgoto que leve nossos dejetos para bem longe de nossas residências? Quanto se paga pelo deslocamento diário de automóvel para o trabalho ou para o lazer? Essas e muitas outras perguntas poderiam ser feitas diariamente e suscitariam inúmeros comentários, reflexões e discussões.

Para muitas pessoas, porém, as respostas para as indagações feitas acima poderiam ser simplificadas com a mera exposição de uma planilha que expusesse os respectivos preços de mercado para cada um dos itens citados e para todos os demais que pudessem ser futuramente relacionados em uma lista quase infinita de recursos necessários para o bem estar físico e/ou mental de uma população que consome cada vez mais e que nem sempre está atenta aos efeitos ocasionados pelas aparentes funcionalidades de uma vida moderna que a cada dia parece se tornar mais complexa e consumista.

Respostas como cem, trezentos, mil ou dois mil e quinhentos reais podem até ser tomadas como verdadeiras do ponto de vista do impacto pecuniário no orçamento de uma pessoa, de uma família, de uma empresa ou de uma comunidade, mas também podem omitir um custo aparentemente invisível que se esconde por trás dessas cifras: o custo dos impactos ambientais ocasionados pelas interferências antrópicas no meio ambiente e que podem levar a uma escassez de recursos em um futuro próximo.

O objetivo deste artigo é demonstrar que, além das relações de troca de bens materiais com seus respectivos valores venais, a intervenção do homem no ecossistema, principalmente com relação ao uso inadequado dos recursos hídricos, traz também outros custos não visíveis à primeira vista, mas que podem influenciar na relação entre o homem e o meio ambiente.

Os aspectos tratados neste artigo não são fruto de pesquisas in loco e não se limitam à explanação relacionada a uma determinada localidade. Eles são frutos das observações do autor e de suas reflexões baseadas em leitura de autores como Candessus, Badré, Chéret e Téniére-Buchot (2005), Marengo (2006), Lovelock (2010), Welzer (2010), Saccaro (2012) e Romeiro (2012), Richter (2015), entre outros.



ÁGUA: UM RECURSO EM PERIGO

Ao entrar em contato pela primeira vez com as terras brasileiras, o escrivão-mor da esquadra de Pedro Álvares Cabral, Pero Vaz de Caminha, demonstrou-se espantado com a quantidade de água disponível nas terras descobertas. Em sua famosa carta destinada ao rei de Portugal, Caminha (s/d, p. 14) Comenta que “Águas são muitas; infinitas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem”. A quantidade de água é exaltada em outros trechos da carta: “E passaram um rio que por ali corre, de água doce, de muita água que lhes dava pela braga; e outros muitos com eles. E foram assim correndo, além do rio, entre umas moitas de palmas onde estavam outros.” (CAMINHA, s/d, p. 05). A presença de água potável em abundância parece haver espantado os primeiros visitantes que oficialmente aportaram nas terras brasileiras. Não é à toa que em seu Tratado Descritivo do Brasil, escrito em 1587, o navegante e pesquisador português Gabriel Soares de Sousa tenha tido tanto cuidado ao descrever os rios e a importância destes para o deslocamento e para a manutenção dos habitantes da nova terra descoberta.

No entanto, pouco mais de cinco séculos após a chegada dos europeus às terras americanas, os recursos hídricos, que antes eram abundantes e potencialmente indestrutíveis já vêm dando mostras de que estão escasseando e que podem entrar em colapso, caso alguma providência não seja tomada.

É ponto pacífico entre os cientistas que “a vida na terra é totalmente dependente de água e três quartos do volume de quase todas as formas de vida são água” (LOVELOCK, 2010, p. 87), pois “a ausência de água é doença e morte” (CANDESSUS, et all, 2005. pág. 11). No entanto, não obstante a importância desse recurso para a manutenção da vida na terra, o homem parece ainda não ter consciência de que alguns de seus atos podem levar o mundo a ter de conviver com a escassez de recursos hídricos em um futuro talvez não tão distante. Milano (2012, p. 16) alerta para o fato de que nas últimas quatro décadas “a disponibilidade de águas superficiais para fins de irrigação, consumo doméstico e industrial caiu pela metade”. A certeza de que a água é um bem renovável com infinitas possibilidades de uso e de reaproveitamento fez com o ser humano, ao longo da história e, mais intensamente nas últimas décadas, utilizasse esse recurso sem a devida preocupação com relação a um possível colapso.

Mesmo em um passeio descompromissado pela maioria das cidades, é possível observar o desperdício dos recursos hídricos, seja por parte dos poderes públicos constituídos, por meio de vazamentos e de inadequações de projetos, demonstrando “total falta de planejamento, por parte de nossas autoridades, do uso dos recursos hídricos” (SUASSUNA, 2012, p. 111) ; seja por parte da população em geral, ao lavar carros, calçadas ou não cuidar corretamente das instalações hidráulicas e sanitárias de suas residências. Isso pode levar à constatação de que

O Brasil registra também elevado desperdício: de 20% a 60% da água tratada para consumo se perde na distribuição, dependendo das condições de conservação das redes de abastecimento. Além dessas perdas de água no caminho entre as estações de tratamento e o consumidor, o desperdício também é grande nas nossas residências, envolvendo, por exemplo, o tempo necessário para tomarmos banho, a própria forma como tomamos banho, a utilização de descargas no vaso sanitário que consomem muita água, a lavagem da louça com água corrente, no uso da mangueira como vassoura na limpeza de calçadas, na lavagem de carros etc.. (BRASIL, 2005, p. 29).


Os hidrômetros instalados nas residências servem como elemento de contenção de alguns desperdícios de água, pois os excessos são sentidos a partir de aumentos da conta no final do mês, quando a cobrança chega aos lares e estabelecimentos comerciais. No entanto, esses custos pecuniários visíveis talvez possam esconder outros números bem mais alarmantes, como, por exemplo, “as projeções da Organização das Nações Unidas indicam que, se a tendência continuar, em 2050 mais de 45% da população mundial estará vivendo em países que não poderão garantir a cota diária mínima de 50 litros de água por pessoa” (BRASIL, 2005, p. 27), ou ainda o fato de atualmente haver mais de dois bilhões de pessoas vivendo em regiões onde o acesso à água é escasso (MILANO, 2012), mas antes disso, “muitas partes do mundo sofrerão falta de água até 2030” (LOVELOCK, 2010, p. 86).

Embora o senso comum se apegue à falácia de que água é um recurso renovável e ilimitado, nas concepções da ciência essa ideia não encontra tanta ressonância, pois há o temor de que a água acabe se tornando escassa em algumas décadas. Para tentar minimizar esse processo houve, no Brasil, a aprovação, em 1997, da Lei 9.433/97, batizada politicamente como Lei da Política Nacional de Recursos Hídricos, mas também conhecida como Lei da Água. Essa Lei, logo em seu artigo primeiro, reconhece ser a água “um bem de domínio público” (BRASIL, 2015, p. 62) e, logo a seguir classifica água como “um recurso natural limitado, dotado de valor econômico”. (BRASIL, 2015, p. 62). Essa certeza de que os recursos hídricos podem entrar em colapso encontra-se também evidenciada na chamada Agenda 2030, lançada em 25 de setembro de 2015, que traça 17 objetivos a serem alcançados nos 15 anos seguintes.

Desses objetivos capitais, dois estão diretamente relacionados ao elemento agua: o 6º (água limpa e saneamento) e o 14º (vida debaixo d’água). Contudo, outros oito objetivos podem ser também vinculados à necessidade de preservação dos recursos hídricos (Erradicação da pobreza, saúde de qualidade, energias renováveis, redução das desigualdades, cidades e comunidades sustentáveis, consumo responsável, combate às mudanças climáticas e vida sobre a terra), já que a vida está diretamente ligada à presença da água no meio ambiente e os prejuízos causados pela ausência ou mesmo escassez desse recurso seria incalculável.

Dessa forma, a seguir foram selecionadas algumas situações em que o uso inadequado dos recursos hídricos pode trazer ocultos alguns custos que nem sempre podem ser facilmente calculados. Convém, no entanto, alertar para o fato de que nem sempre a concepção de uso inadequado dos recursos hídricos estará obrigatoriamente atrelada à ideia de desperdício, podendo trazer em seu bojo outras noções que vão além disso.


RECURSOS HÍDRICOS E SAÚDE PÚBLICA


Água é uma das principais necessidades humanas. Sem esse recurso natural, a vida pode deixar de ser possível e o planeta pode tonar-se um lugar inóspito e em condições de sustentar-se tal como o conhecemos hoje.

Contudo, os recursos hídricos não podem ser vistos apenas como algo possível de ser bebido e que serve para a higiene coletiva ou pessoal. A importância deles vai muito além disso. Água é também questão de saúde pública. O mau uso ou a má gestão da água pode implicar problemas que vão além das possibilidades de cálculo monetário. Vejamos alguns exemplos práticos disso:

  1. A falta ou excesso de água podem trazer transtornos para os agricultores e a consequente queda (ou até mesmo perda total da safra). RICHTER (2015), comenta que o mau uso da água já levou a uma queda de aproximadamente 40% na produção de grão na América Central, com perdas também na produção de grão no Oeste dos Estados Unidos. Com isso, os produtos ficam mais escassos e tendem a ter seus preços majorados na tentativa de manter a margem de lucro dos produtores e dos atravessadores. Em algumas situações, o consumo desses elementos fica impossível e isso ocasiona, por falta de alguns nutrientes que nem sempre podem ser substituídos, o organismo humano pode passar por algumas alterações que precisão ser tratadas com suplementação ou intervenção medicamentosa. Gerando mais despesas se mesclam com outras necessidades da saúde pública e que se multiplicam de acordo com as diversas variáveis que podem aparecer na situação-problema.

  2. O aparentemente simples fato de deixar água estagnada em algumas regiões pode facilitar a proliferação de mosquitos como o Aedes Aegypti, o transmissor de doenças como dengue, febre amarela, chikungunya e zika. Os impactos financeiros dessas doenças vão muito além do calculável, mas poderiam ser minimizados com uma atenção especial aos criadouros do mosquito, que geralmente estão relacionados com a água parada. Só para tentar conter um surto de febra amarela que atinge o Brasil no início do ano de 2017, o Ministério da Saúde disponibilizou “40 milhões de reais aos municípios mais afetados” pela doença, segundo dados publicados na página eletrônica do Ministério da Saúde, que contabilizou 76 casos confirmados de óbitos até às 13 horas do dia 09 de fevereiro de 2017, tendo como causa a febre Amarela. Isso sem contar os investimentos em pesquisas, campanhas publicitárias de prevenção às doenças. Nesses números incalculáveis, devem também ser adicionados os custos médicos, hospitalares e sociais ocasionados pelos casos de crianças nascidas com microcefalia, além de tantos outros que elevam vertiginosamente tanto os gastos familiares quanto os estatais.

  3. Consumir água é essencial para a vida como um todo. No entanto, essa água deve trazer o mínimo de potabilidade para que não ocasione prejuízos. No caso dos seres humanos, beber água poluída ou ter pouco acesso a esse recurso essencial à vida, pode acarretar sérios problemas de saúde, que terão impacto direto na economia, com afastamento das pessoas do trabalho para tratamentos, queda no rendimento da produção do trabalhado devido a problemas de saúde e muitas outras situações.

RECURSOS HÍDRICOS E TURISMO


Diversos municípios conseguem parte de seus recursos a partir da exploração turísticas de seus recursos hídricos. Em São Paulo, por exemplo, há o chamado Circuito das Água, formado por diversas localidades, como Amparo, Águas de Lindóia, Jaguariúna, Pedreira e Serra Negra, entre outras, que atraem um grande número de turistas. O mesmo ocorre com as cidades goianas de Alto Paraíso, Formosa, Cavalcante e Três Lagos; em Bonito (no Mato Grosso do Sul), em Nobres (Mato Grosso), em Carolina e Riachão (no Maranhão) e em diversas outras cidades não apenas do Brasil, mas sim de muitos lugares do mundo.

Figura 1 Exploração dos recursos hídricos pelo turismo em Bonito (MS). Fonte da imagem: Internet


A água, em casos assim deixa de ser apenas uma fonte de consumo para hidratar o corpo e manter o equilíbrio vital, passando a ser também uma espécie de refúgio para alguns e fonte de lucrou e/ou sobrevivência para outros. Mas essa estreita relação dos recursos hídricos com o turismo e o lazer também traz alguns custos invisíveis que precisam ser analisados.

  1. Nessas cidades turísticas, geralmente o custo de vida se torna muito elevado e a população original acaba tendo que se deslocar para áreas periféricas, agravando as condições de vida e, de certa forma, marginalizando e excluindo quem antes era tido como herdeiro natural dos recursos. Obviamente que a indústria do entretenimento aloca recursos para áreas que antes não teriam como sustentar-se, mas com o crescente fluxo de pessoas que acorrem a esses lugares, se não houver um planejamento estratégico para reverter, porém os danos ambientais ocasionados pelo fluxo contínuo de pessoas sem responsabilidade social com os entornos da região podem transformar-se em altíssimos custos na busca de recuperação do ambiente degradado.


  1. A poluição é um dos fatores que pode esconder alguns custos na quase invisível matemática que envolve o uso e a exploração dos recursos hídricos, pois nos arredores dessas atrações cresce toda uma logística para satisfazer os interesses financeiros e/ou ideológicos. Mas quando algo sai do controle, todo esse sistema econômico que se alimenta do ir e vir dos turistas e demais frequentadores fica afetado. É o caso, por exemplo da língua negra que se estendeu por uma praia em São Luís em agosto de 2015 (Imagem 2) e que voltou a aparecer em outras ocasiões. O que parecia apenas um evento ambiental acarretou diversos outros problemas, como queda na frequência das pessoas a essa praia, fechamento de bares e restaurantes, demissão de funcionário, processos no Ministério Público, impactos negativos na divulgação da cidade para novos visitantes, disseminação da imagem em redes sociais entre outros entraves.


Figura 2 Fenômeno da língua negra em uma praia de São Luís. Fonte da Imagem: Internet.

É preciso então levar sempre em conta que um correto, equilibrado e planejado uso dos recursos hídricos com fins de exploração para o turismo e o lazer pode trazer lucro não apenas para as pessoas diretamente envolvidas nessa indústria, mas também para sistemas paralelos, como arrecadação de impostos, locação de bens e de serviços e tantos outros que em sempre são contabilizados.


RECURSOS HÍDRICOS E QUESTÕES POLÍTICAS


A posse ou consumo da água pode ir além da questão econômica, podendo assumir um caráter político envolvendo situações totalmente fora do controle e até mesmo do conhecimento das pessoas que utilizam a água apenas como usuárias. Esse jogo político em torno da posse dos recursos hídricos é a tônica do filme 007 – Quantum of Solace, lançado em 2008. Quando o público é levado a pensar que o golpe de estado seria dado por conta de minas pedras ou metais preciosos, ou pela posse de jazidas de petróleo, descobre que as articulações e jogos de interesses se dão pela disputa pelos mananciais de água.

Saindo da ficção e indo para o campo da realidade, Welzer (2010) remete à previsão praticamente apocalíptica de que, no século XXI, os grandes conflitos entre nações não se dão por conta de desavenças religiosas ou por estabilidade econômica, mas sim por conta da drástica mudança climática que levará à escassez de água. Dessa forma, ter o domínio das fontes de recursos hídricos, principalmente da possibilidade de negociação tendo como moeda de troca água potável, será equivalente a ter o domínio político do mundo.

Nessa mesma linha alarmista Camdessus e seus colaboradores (2005) preveem que neste novo milênio, a crise hídrica ganhará as proporções de uma catástrofe mundial, com milhões de pessoas morrendo por ano por falta de possibilidade de consumir a quantidade mínima de água. Os autores calculam oito milhões de mortos por ano por carência de água potável, sendo que quase metade dessas vítimas será compostas por crianças, constituindo o que os pesquisadores chamam de “uma tragédia anunciada”, com vítimas que nem são contabilizadas pelos órgãos oficiais.


A cada ano, muitos milhões de pessoas, principalmente crianças, morrem em silêncio, no fio do nosso deixar para lá. Bem mais do que pela AIDS ou por conflitos armados. Mortos silenciosos e esquecidos. (CAMDESSUS, et all, 2005, p. 26)


Então, dessa forma, os custos relativos ao uso inadequado da água tornam-se ainda mais difíceis de serem calculados pois passam a envolver a imaterialidade da vida humana, exigindo, porém, recursos financeiros para prevenir essas perdas e buscar uma melhor distribuição dessas riquezas naturais.

Por ser uma temática que envolve as relações de articulações políticas RICHTER (2015) lembra que é preciso que haja intervenção governamental para impedir que a situação se torne ainda mais drástica.

Essas preocupações com o bem-estar do homem diante de uma possível crise hídrica são compartilhadas, de modos diversos, por diferentes estudiosos do assunto (LOVELOCK, 2010; MARENGO, 2006; CAMDESSUS, 2005; WELZER, 2010; ALHO, 2012; ROMEIRO, 2012; RICHTER, 2015), que, em um tom mais ou menos alarmista mostram que é preciso fazer algo para evitar que a água se torne um recurso raro e acessível apenas para alguns poucos privilegiados.


CONSIDERAÇÕES FINAIS



Este trabalho trata apenas de uma mínima fração do que é a problemática da má gestão dos recursos hídricos no mundo e seus reflexos na vida das pessoas em geral. Seu objetivo maior foi mostrar que nem sempre é possível mensurar em escala monetária os custos ocasionados pelo descaso, pela poluição e pelos conflitos políticos que soam quase como inexistentes, mas que fazem parte do cotidiano.

Diversos outros tópicos poderiam ser imiscuídos entre os três que foram discutidos, já que a temática da água permeia todos os momentos da vida humana, desde o nascimento até a morte. No entanto, por limitações impostas pela própria extensão de um artigo, não se pôde explorar outros subtemas relacionados com o assunto geral.

O artigo não tem a menor pretensão de esgotar um assunto que por si só já é inesgotável, mas serve para chamar a atenção para o fato de que há a necessidade de discussão e de buscar-se alguma solução para um problema que já está em fase de andamento e que poderá levar até mesmo a decretar o fim da vida no planeta, pelo menos da vida como a conhecemos hoje.

O objetivo maior do trabalho foi demonstrar, com exemplos práticos e com o aporte teórico citado, que é preciso tomar alguma providência no sentido de cuidar dos recursos hídricos a fim de que as gerações futuras também possam contar com esse bem tão necessário à vida no planeta.





REFERÊNCIAS



ALHO, Cléber J. R. Importância da Biodiversidade para a saúde humana: uma perspectiva ecológica. In: Estudos Avançados, 26 (74), 2012.

BRASIL. Consumo Sustentável: Manual de educação. Brasília: Consumers International/ MMA/ MEC/ IDEC, 2005.


BRASIL. Água. Senado Federal: Coordenação de Edições Técnicas, 2015.


CAMDESSUS, Michael, et all. Água – oito milhões de mortos por ano, um escândalo mundial. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.


CAMINHA, Pero Vaz de. A Carta de Pero Vaz de Caminha. Belém: Unama; s/d. Disponível em: http://docente.ifrn.edu.br/paulomartins/livros-classicos-de-literatura/a-carta-de-pero-vaz-de-caminha-em-pdf. Acesso em 10 de outubro de 2017.


LOVELOCK, James. Gaia: Alerta Final. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2010.

MARENGO, José A. Mudanças Climáticas Globais e seus Efeitos sobre a Diversidade: caracterização do clima atual e definição das alterações climáticas para o território brasileiro ao longo do século XXI. Brasília: MMA, 2006.

MILANO, Miguel, Serediuk. Meio Ambiente, desenvolvimento e conservação da natureza. In: PALAZZO JR, José Truda; CARBOGIM, José Bosco Príamo. Conservação da Natureza, e eu com isso? Fortaleza: Editora Fundação Brasil Cidadão, 2012.

RICHTER, Brian. Em Busca da água: um guia para passar da escassez à sustentabilidade. São Paulo: Oficina do Texto, 2015.

ROMEIRO, Ademar Ribeiro. Desenvolvimento Sustentável: uma perspectiva econômico-ecológica. In: Estudos Avançados, 26 (74), 2012.

WELZER, Harald. A Guerra da Água: por que mataremos e seremos mortos no século XXI. São Paulo: Geração Editorial, 2010.