QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS: O QUE DIZEM LICENCIANDOS EM CIÊNCIAS NATURAIS?

Carlos Eduardo Gama da Silva

Graduando em Licenciatura em Ciências Naturais, da Faculdade de Ciências Naturais, do Campus Universitário do Marajó – Breves, da Universidade Federal do Pará.

E-mail: eduardo.gama@live.com

Tatiane Lima Santos

Licenciada em Ciências Naturais. Professora da Educação Básica na rede pública do município de Portel – Pará.

E-mail: tatianesantos474@gmail.com

Darlene Teixeira Ferreira

Doutora em Educação em Ciências. Professora da Faculdade de Ciências Naturais, do Campus Universitário do Marajó – Breves, da Universidade Federal do Pará.

E-mail: dtferreira@ufpa.br

Resumo: O cenário socioambiental exige a realização de reflexões sobre como a educação pode contribuir para minimizar os impactos provocados nos ecossistemas pelas ações antrópicas. Consideramos que a educação só poderá proporcionar essas reflexões se os professores estiverem preparados para discutir questões socioambientais de forma complexa. A pesquisa que resultou neste trabalho teve como objetivo principal identificar a percepção de licenciandos em Ciências Naturais, do Campus Universitário do Marajó – Breves, da Universidade Federal do Pará, sobre questões socioambientais. Utilizamos a abordagem qualitativa e adotamos o questionário como instrumento de coleta de dados. Os resultados indicaram a necessidade de abordagens mais complexas das questões socioambientais para que no futuro, esses licenciandos, futuros professores, possam discutir essas questões de forma ampla e bem fundamentada.

Palavras-chave: formação de professores, questões socioambientais, ensino de Ciências.

Abstract: The current socio-environmental scenario demands the reconsideration of how education will contribute to the minimization of the effects of anthropogenic impacts on natural ecosystems. We believe that education will only be able to contribute to this process if teachers are able to discuss complex socio-environmental questions in an informed manner. The present study investigated the perceptions of teaching degree students in Natural Sciences at the BrevesMarajó campus of the Federal University of Pará, with regard to socio-environmental questions. We adopted a qualitative approach and collected data using a questionnaire. The results indicated the need for more complex approaches to socio-environmental questions, so that these future teachers will be able to discuss these questions in a more informed and profound way.

Key words: teacher training, socio-environmental questions, Science teaching.

Questões socioambientais e formação de professores de Ciências Naturais: reflexões iniciais.

O modelo de desenvolvimento pautado no crescimento econômico a todo custo, aliado ao pensamento antropocêntrico, causou e vem causando um caos na biosfera em decorrência da intensa pressão sobre os recursos naturais. Esse cenário, configurando por um modelo de crescimento econômico predatório é resultado, entre outros fatores, do consumo exacerbado dos bens da natureza, por uma estreita parcela da humanidade.

Na visão contemporânea a ideia de bem-estar é associada, na maioria das vezes, ao acúmulo de bens materiais, acentuando a pressão sobre os recursos naturais, base do processo produtivo. Adotamos um modelo de crescimento que fez grande parte da humanidade esquecer que,

A terra fértil constitui a única fonte da nossa nutrição; a atmosfera que envolve o planeta é a única reserva de oxigênio; a água, que flui nos córregos e nos rios, que brota das nascentes, que se deposita em profundidade nos veios aqüíferos, representa a única e inestimável fonte de sustentação para o homem (BERRY, 2004, p. 13).



Esquecemos também que “[...] somos originários do cosmos, da natureza, da vida [...]” (MORIN, 2011, p. 46). Essa ausência de memória foi provocada pela nossa própria humanidade, pela nossa cultura, pela nossa mente e pela nossa consciência que ao nos possibilitar conhecer o mundo físico acabou provocando o nosso distanciamento dele (MORIN, 2011). Como consequência estamos vivendo uma autêntica situação de emergência planetária (VILCHES; GIL-PÉREZ, 2007), caracterizada por toda sorte de problemas estreitamente relacionados. Fome, desemprego, pobreza, contaminação e degradação dos ecossistemas, esgotamento de recursos naturais, mudanças climáticas, perda de diversidade biológica e cultural, são apenas alguns exemplos.

Diante desse cenário, acreditamos que a Educação em Ciências, assim como a educação em geral, precisa orientar-se no sentido de desenvolver conhecimentos relacionados à compreensão dos problemas que se colocam em nossa época, para que se possa efetivamente contribuir para solução, mitigação e prevenção dos mesmos, ao considerarmos que estamos inseridos em um contexto de mudanças, em diferentes setores da sociedade, produzidas principalmente pelo avanço do conhecimento científico e tecnológico (SANTOS, 2014).

Sendo assim, concordamos com Sá (2008) quando afirma que a educação do futuro não pode ser igual a educação do passado, pois atualmente vivemos num mundo marcado pela incerteza, complexidade e ambivalência. Nesse contexto, precisamos de uma educação que colabore de forma efetiva para a correta e complexa compreensão da atual situação de emergência planetária em que nos encontramos (FIGUEIREDO, 2006; GIL-PÉREZ; VILCHES, 2005), de modo que cientes da situação, possamos agir de forma adequada.

Se a educação não pode ser a mesma, o professor também não. Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2009, p. 33) afirmam que “[...] o conhecimento disponível, oriundo de pesquisas em educação e em ensino de ciências, acena para a necessidade de mudanças, às vezes bruscas, na atuação do professor dessa área [...]”. Então, se é necessária uma nova postura do professor, precisamos mudar o processo de formação. O primeiro passo é romper com a racionalidade técnica, que atribui ao professor apenas o papel de executor de tarefas, e adotar uma perspectiva de formação pautada no desenvolvimento de competências capazes de fazer frente à complexidade educativa (IMBERNÓN, 2011).

A formação deve ser capaz de dotar os professores de conhecimentos, habilidades e para que isso ocorra o currículo de formação do professor deve pautar-se no desenvolvimento da capacidade de refletir sobre as próprias práticas docentes, com o objetivo de aprender a interpretar, compreender e refletir sobre a realidade social e a docência (IMBERNÓN, 2011). Se compreendermos que a realidade social hoje, mais do que em qualquer outra época, é marcada pela destruição do ambiente natural constataremos que o exercício da docência exige a inclusão desse aspecto na sala de aula.

Consideramos que nas aulas de Ciências a introdução de temas vinculados a destruição ambiental é importante, pois aproxima os conteúdos da realidade marcada por diversos problemas decorrentes da falta de cuidado com o ambiente. Reconhecemos, no entanto, que o professor tem papel fundamental nesse processo, pois é dele a responsabilidade de planejar a forma como os conteúdos serão apresentados.

Este trabalho é resultado de uma pesquisa que foi realizada com o objetivo de identificar a percepção de licenciandos em Ciências Naturais, do Campus Universitário do Marajó – Breves (CUMB), da Universidade Federal do Pará (UFPA), sobre questões socioambientais. Para tanto, investigamos a compreensão dos licenciandos sobre questões socioambientais, elencamos os principais problemas socioambientais do entorno da CUMB indicados pelos licenciandos, investigamos a relação entre problemas socioambientais e saúde e por fim, identificamos como esses temas estão sendo abordados na formação inicial desses licenciandos.

Para a realização da pesquisa optamos pela abordagem qualitativa. Utilizamos como instrumento de coleta de dados o questionário que foi respondido por 19 alunos do 6º período de uma turma do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais. As respostas dos questionários foram organizadas e analisadas com base na análise de conteúdo (BARDIN, 2011).



O que dizem os licenciandos em Ciências Naturais do CUMB sobre questões socioambientais?

Ultimamente, de acordo com Boff (2012), há uma percepção generalizada sobre o estado em que a Terra se encontra, e sabemos que como está não pode continuar, pois recursos como água, ar, solo, biodiversidade e florestas estão em avançado estado de degradação. Essa percepção deve ser tomada como ponto de partida para reflexões e discussões com o objetivo de elaborar alternativas para mitigar os efeitos das ações da nossa espécie sobre os ecossistemas. Acreditamos que nesse processo a educação é fundamental e o professor possui papel de destaque. Por isso, defendemos que na formação de professores de Ciências esse cenário socioambiental deve ser contemplado durante todo o processo de formação.

No entanto, no processo de investigação sobre a compreensão de estudantes do Curso de Ciências Naturais sobre problemas socioambientais encontramos compreensões rasas, fragmentadas. Entre elas a apresentada por L4 que afirmou que são “problemas relacionados ao meio ambiente que afetam o homem” e L17 que respondeu que são “problemas que afetam a sociedade e o meio ambiente”. Apenas L11 apresentou uma compreensão mais ampla ao afirmar que são “problemas relacionados a lixo nas ruas, desmatamento e problemas sociais e também questões de classe social, pobreza e fome”.

Sabemos que as ações antrópicas estão acelerando os processos de instabilidades dos sistemas naturais, ocasionando uma desordem global da biosfera (LEIS, 2001). Essa desordem global é caracterizada por crises em diversos setores da sociedade (energia, agricultura, comércio, etc,), e contemplam amplas áreas de interesse (ambiental, econômica, social, política, etc.) o que desencadeou uma crise civilizatória (LEFF, 2002), sem precedentes na história da humanidade. No entanto, o que constatamos com as respostas dos licenciando é uma percepção restrita ao aspecto ambiental e social.

Esse resultado tem origem provavelmente no tratamento fragmentado dado a essas questões, geralmente, limitado a esses dois aspectos e de forma independente um do outro. Morin (2011) considera esse fato uma inadequação, pois se de um lado temos saberes desunidos, fragmentados, compartimentalizado, do outro temos realidades ou problemas que se apresentam de forma cada vez mais multidisciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais, globais e planetários. Para a solução dessas inadequações, Morin (2011) afirma que a educação deve buscar tornar aspectos como o contexto, o global, o multidimensional e o complexo evidente, pois somente o conhecimento das informações ou de dados isolados não é suficiente para a resolução das questões que nos deparamos hoje.

Os problemas socioambientais mais frequentemente apontados foram: a presença de lixo (resíduos sólidos) nas ruas do bairro e falta de saneamento básico (L3, L4, L5, L6, L8, L11, L12, L15, L16, L17, L18 e L19). O CUMB está situado em um bairro periférico do município de Breves, arquipélago do Marajó. E, de fato, esses problemas são bem evidentes, pois basta uma rápida caminhada pelas ruas do bairro para se chegar a essa constatação. Um aspecto interessante, percebido nas respostas, é que os licenciandos utilizaram apenas o termo lixo, exceto L14 que utilizou o termo resíduo sólido.

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12,305/2010) lixo ou rejeito é todo “resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada” (BRASIL, 2012, p. 11), enquanto define resíduos sólidos como sendo

[...] resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (BRASIL, 2012, p. 11).

Consideramos que essa distinção precisa ser compreendida e utilizada pelos licenciandos, pois como futuro professores serão agentes de disseminadores de informações sobre esse tema tão presente nos dias atuais, pois somos a sociedade dos resíduos (KRAEMAER, 2014). Sabemos que o descarte e o acúmulo de resíduos em locais inadequados podem provocar inúmeros e sérios problemas ambientais. Portanto, concordamos com Santos (2008) quando afirma que é fundamental que medidas corretivas sejam empreendidas para evitar problemas de ordem ambiental, social, de saúde pública, econômica e de estética paisagística. Nessa direção, e medidas como o acondicionamento, a coleta o transporte, o tratamento e a disposição final dos resíduos, precisam ser adotadas.

Além do sério problema com o descarte e o acúmulo de resíduos em locais inadequados ainda há a falta de saneamento básico em todo o bairro o que prejudica vida dos moradores, pois afeta diretamente a saúde. Para Jacobi (2006) a relação estabelecida pelo homem e o meio ambiente está causando impactos cada vez mais complexos, alterando desde as condições de vida das populações até a capacidade de suporte planetário, desta maneira os licenciandos apresentaram a ocorrência de doenças como um desses impactos causados pelos problemas socioambientais.

Entre os licenciandos, participantes da pesquisa, encontramos essa percepção pois quando perguntamos como os problemas socioambientais afetam a saúde os licenciandos alegaram que o principal risco a saúde dos moradores seriam as doenças, onde os danos causados poderiam afeta-los de distintas maneiras, bem como descrito por L6, que propôs que as problemáticas acarretariam em “doenças transmitidas por animais, pelo descaso com o lixo”, onde L3 indica também a “transmissão de doenças, foco de doenças e morada de animais transmissores”, sendo que o L15 diz que são “doenças causadas pela falta de saneamento básico” e para L16 são “doenças relacionadas a falta de saneamento básico”, mas também podemos associar outro problema a este, como a “contaminação do rio, pelo lixo” descrita por L4.

Consideramos que temas como descarte inadequado de resíduos sólidos, por exemplo, tão presente no bairro, e consequentemente, na realidade dos educandos das escolas de educação básica, pode ser tomado como ponto de partida para discussão de como a ação humana pode afetar os ecossistemas e a saúde humana. É necessário, portanto que no processo de formação de professores sejam realizadas discussões sobre a importância de educar e sensibilizar o olhar para o entorno da escola, para a realidade onde o processo de ensino e a aprendizagem ocorre.

Para isso Gadotti (2010) afirma que é necessário aprender mais sobre a nossa escola, nosso bairro, nossa casa, nossa cidade e sobre como podemos agir para transformá-los num lugar onde prevaleça a vida em comunidade, onde exista a corresponsabilidade pela criação da “vida que se vive”, construindo-a de forma democrática e solidária, só assim seremos capazes de construir uma nova forma de existência no nosso planeta.

Convidamos os licenciandos para indicarem ações que poderiam diminuir os problemas socioambientais do bairro: o planejamento e a fiscalização, coleta regular de lixo e conscientização da população foram as ações mais apontadas. Concordamos que essas ações são positivas, mas ressaltamos que precisam ser realizadas de forma articulada e não isoladas, caso contrário os moradores do bairro não observarão o efeito desejado.

Nesse sentido, a educação, em geral, e a educação em Ciências, em particular, pode promover de forma efetiva a disseminação de informações estimulando a construção de conhecimentos sobre como os problemas socioambientais podem afetar a qualidade de vida da comunidade e como os alunos, enquanto cidadãos podem contribuir para melhorar o ambiente do bairro em que residem e/ou estudam.

Para Chassot (2003), é inconcebível a existência de propostas de ensino de Ciências que não incluam no currículo elementos que estejam orientados na busca de aspectos sociais e pessoais dos educandos. Nessa direção, considero, concordando com Lima e Grillo (2008), que os conteúdos selecionados precisam possuir significado para os alunos, de tal forma que possam iluminar a realidade e contribuírem para que os mesmos se percebam capazes de transformá-la.

Sobre o espaço das questões socioambientais durante o processo de formação os licenciandos, que responderam ao questionário, afirmaram já ter participado de alguma discussão sobre tais questões durante as disciplinas, participando de eventos e projetos, como podemos atestar nas falas de L8 “ Sim, em diversas disciplinas já levantaram discussões sobre esses temas”, L12 “Em rodas de conversas com colegas e professores durante disciplinas e eventos” e L16 “Sim, no projeto no qual sou voluntário”.

A inserção de temas socioambientais na formação de professores de ciências é importante, mas salientamos que isso deve ocorrer de forma que os licenciandos percebam a complexidade de tais temas, caso contrário o que teremos nas salas de aula são professores realizando abordagens disciplinares que pouco contribuem para a compreensão dos problemas socioambientais. O contato e o aprofundamento acerca desses temas são necessários, pois apesar do consenso sobre as contribuições que a educação pode oferecer para um desenvolvimento que seja sustentável (GIL-PÉREZ et al, 2005; PEDROSA, 2010; FIGUEIREDO, 2006) ainda há muito discurso e poucas ações.

Para tanto, Viveiro e Campos (2007) afirmam que a introdução de temas ambientais no currículo não deve se restringir a momentos pontuais, mas deve perpassar todo o período de formação para que os licenciandos possam se apropriar dessas ideias e, de fato, tenham tempo para refletir, ganhar subsídios teóricos e práticos, e acreditar na educação transformadora que poderão desenvolver em sala de aula com seus alunos e com toda a comunidade escolar.

Do reconhecimento da necessidade a introdução de discussões sobre questões socioambientais: algumas considerações.

Consideramos importante que durante a formação inicial de professores, em especial de professores de Ciências, aspectos relacionados a situação do mundo, incluindo temas socioambientais locais e globais, sejam abordados de forma complexa, para que no futuro esses professores tenham condições de inserir esses temas em sua sala de aula, pois como afirma Amaral (2007, p. 113), o “[...] processo de complexidade dos temas ambientais na sociedade obriga a reorientação dos temas escolares, pois necessitam de uma dinâmica pedagógica interdisciplinar de abordagem crítico-social e histórica”.

Além disso, é necessário discutir durante a formação inicial a importância da consciência do inacabamento, visto que a maioria dos ingressantes em cursos de formação de professores acreditam que “[...] após concluírem o curso estarão aptos a exercer a docência” (CAMARGO; NARDI, 2003, p. 35), como se o que aprenderam ao longo do curso fosse o suficiente para atender as necessidades de um mundo dinâmico. A consciência do inacabamento pode possibilitar o desenvolvimento da capacidade de inquietar-se e buscar novas repostas para antigas perguntas fazendo com que o professor incorpore a pesquisa como prática para o exercício da docência.

Por isso, para Imbernón (2011), é fundamental que a formação do professor seja feita na mudança, e para a mudança por meio do desenvolvimento de capacidades reflexivas em grupo, abrindo caminho para uma atuação profissional autônoma, pois o professor irá atuar em um contexto de complexidade, marcado pela incerteza e por múltiplas questões, entre elas algumas relacionadas a sustentabilidade.

Portanto, concordamos com Guimarães (2009) quando ressalta que os cursos de formação inicial precisam se comprometer com mudanças em suas estruturas e em seus currículos para que a inserção da temática na formação dos professores ocorra de forma mais efetiva. Acreditamos, porém, que a presença desses temas ao longo da formação deve ser aliada a discussões, reflexões e debates que envolvam todas as dimensões envolvidas nos temas, caso contrário, futuros professores poderão não reconhecer todas as dimensões envolvidas nessas questões, o que gerará a impossibilidade de uma abordagem complexa e interdisciplinar no seu fazer docente.

Referências

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