O CONTROLE BIOLÓGICO COMO MÉTODO ALTERNATIVO PARA DIMINUIÇÃO DO USO DE AGROTÓXICOS: MANEJO DE FORMIGAS EM PEQUENAS PLANTAÇÕES DE CHEIRO VERDE A PARTIR DA FOLHA DE NIM (Azadirachta indica A. Juss)
Ingrid Nicolly Oliveira Lyra1, Mariana Nunes de Oliveira², Glauce Danielle Gonçalves dos Santos3, Adriano Nunes Pereira4, Leticia Coelho Madeira5, Eduardo Mendonça Pinheiro6, Elon Vieira Lima7
[1] Graduanda de Engenharia Ambiental, Faculdade Pitágoras de São Luís – MA, Brasil. Endereço eletrônico: nicollelyraa@gmail.com.
[2] Graduanda de Engenharia Ambiental, Faculdade Pitágoras de São Luís – MA, Brasil. Endereço eletrônico: marinunes.oli@gmail.com.
[3] Graduada em Engenharia Ambiental, Faculdade Pitágoras de São Luís – MA, Brasil. Endereço eletrônico: g.dani0370@gmail.com.
[4] Graduando de Engenharia Ambiental, Faculdade Pitágoras de São Luís – MA, Brasil. Endereço eletrônico: adrianonp01@gmail.com.
[5] Graduanda em Engenharia Ambiental, Faculdade Pitágoras de São Luís – MA, Brasil. Endereço eletrônico: leticiacoelhomadeira@gmail.com.
[6] Professor Orientador, Faculdade Pitágoras de São Luís, São Luís - MA, Brasil. Endereço eletrônico: eduardomp1979@gmail.com.
[7] Professor Orientador, Faculdade Pitágoras de São Luís, São Luís - MA, Brasil. Endereço eletrônico: prof.elon.lima@gmail.com.
Resumo: A partir dos impactos negativos causados pelo uso do agrotóxico, nota-se uma grande necessidade de métodos para combate de pragas agrícolas que, acima de tudo, não sejam nocivos ao meio ambiente e à saúde humana. Desse modo, objetivou-se analisar o potencial inseticida da planta Nim (Azadirachta indica A. Juss) relacionando dois métodos de sua utilização em pequenas plantações de cheiro-verde em uma residência situada em São José de Ribamar – MA e comparando-as com uma plantação sem a utilização da planta. Além de um maior desenvolvimento das hortas submetidas ao inseticida natural, foi possível notar que ambos os métodos analisados apresentaram uma elevada capacidade em repelir os insetos presentes nas plantações. Todavia, um dos dois métodos de utilização da planta Nim alcançou melhores resultados.
Palavras-chave: Agrotóxico, Nim, Cheiro-verde, Inseticida Natural.
Abstract: From the negative impacts caused by the use of pesticides, there is a strong need for methods to combat agricultural pests that, above all, are not harmful to the environment and human health. Therefore, the objective of this study was to analyze the insecticidal potential of the Nim plant (Azadirachta indica A. Juss), relating two methods of it’s use in small parsley plantations in a residence located in São José de Ribamar - MA and comparing them to a plantation without the use of this insecticide. In addition to offering a greater development in the plantations submitted to the natural insecticide, it was possible to notice that, both methods analyzed showed a high capacity to repel the insects present in the plantations. However, one of the two methods of using the Nim plant has achieved better results.
Key-words: Agrotoxic, Nim, Parsley, Natural Insecticide.
INTRODUÇÃO
A utilização demasiada de agrotóxicos acarreta inúmeros problemas à saúde humana e ao meio ambiente, logo, pensar em alternativas para diminuição do uso desses produtos químicos torna-se indispensável. Para Ribas e Matsumura (2009), a utilização do agrotóxico na agricultura sem qualquer planejamento causa efeitos que não possuem reparação, capazes de gerar transtornos à saúde humana e alterações ao meio ambiente
Dentre os diversos efeitos causados pelos agrotóxicos à saúde humana, destaca-se a que estes permanecem ao longo da vida das pessoas que entraram em contato, especialmente os agricultores, fazendo com que estes deixem as lavouras precocemente, como discutido por Levigar e Rozemberg (2004, p. 1518):
As intoxicações por agrotóxicos, manifestadas pela diminuição das defesas imunológicas, da anemia, da impotência sexual masculina, da cefaléia, da insônia, de alterações da pressão arterial, de distimias (alterações do humor) e de distúrbios do comportamento (surtos psicóticos) são descritos como frequentes entre os agricultores, determinando, por vezes, a proibição médica do trabalho na lavoura e a orientação para outro tipo de atividade profissional.
Uma das problemáticas que também envolve o agrotóxico são as alterações causadas ao meio ambiente. Para Peres e Moreira (2007), essas alterações podem ocorrer através da contaminação de comunidades de seres vivos que o compõem ou ainda através da acumulação do agrotóxico nos segmentos bióticos ou abióticos dos ecossistemas.
Em busca da diminuição do uso de agrotóxicos, visando uma agricultura sustentável, e ainda redução de impactos causados ao bem-estar humano e ao meio ambiente, alternativas como o controle biológico ganham cada vez mais espaço. Segundo Bueno et al. (2011), o controle biológico nada mais é que um fenômeno natural, onde o manejo das pragas é feito a partir de inimigos naturais, chamados de agentes bióticos de mortalidade.
O controle biológico pode ser feito através de plantas que possuem poder inseticida, e segundo Marques Paro et al. (2004), os inseticidas naturais de origem vegetal, por apresentarem fácil obtenção, baixo custo e ainda não apresentarem riscos como os produtos químicos, podem constituir-se em importantes agentes de controle.
O Nim é uma planta conhecida por suas diversas vantagens para a agricultura e segundo Das Neves et al. (2003), a planta Nim, bem como seus derivados, chegam a afetar mais de 400 espécies de insetos pertencentes à diferentes ordens: coleoptera, deptera, lepidoptera, orthoptera, e ainda alguns fungos.
Dessa forma, o objetivo é observar a atuação da folha Nim (Azadirachta indica A. Juss) como inseticida natural em duas plantações de cheiro-verde, comparando a eficácia do método utilizado em ambas, observar se a maior eficácia está no uso do extrato aquoso da planta ou em somente misturar suas folhas ao solo e ainda identificar outros possíveis insetos.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Fonte: Autores (2017).
Figura 3: Horta B com plantio de cheiro verde e utilização do extrato aquoso de Nim.
Fonte: Autores (2017).
Figura 4: Horta C com plantio de cheiro e mistura de folhas de Nim no solo.
Fonte: Autores (2017).
Tabela 1: Quantidade de formigas encontradas.
Hortas |
Quantidade de formigas |
Percentual (%) |
A B C |
72 6 11 |
80,9 6,7 12,3 |
Fonte: Autores (2017).
Dessa forma, ao comparar a quantidade de formigas que foram encontradas nos solos das hortas B e C, percebeu-se que a utilização do extrato aquoso apresentou-se como uma forma mais eficaz em repelir as formigas (Tabela 2), fazendo com que as formigas não chegassem até as folhas, embora a utilização das folhas Nim misturadas ao solo também tenham cumprido essa função, uma vez que aqui são tratadas das formigas encontradas nos solos das hortas, visto que as mesmas não se aproximaram das folhas das hortas B e C ao ponto de causar degradação das mesmas devido ao poder inseticida da planta Nim.
Tabela 2: Eficiência do método de utilização do Nim.
Método |
Concentração de Nim |
Eficiência (%) |
Extratro Aquoso do Nim |
130g |
91,7 |
Folhas Misturadas ao solo |
140 g |
84,7 |
Fonte: Autores (2017).
Por fim, não foi observado qualquer outro tipo de inseto em todas as plantações além das formigas.
CONCLUSÕES
BIBLIOGRAFIA
BUENO, A. H. P. et al. Controle biológico e manejo de pragas na agricultura sustentável. Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Lavras, 2011.
DAS NEVES, Belmiro Pereira; DE OLIVEIRA, Itamar Pereira; NOGUEIRA, J. C. M. Cultivo e utilização do nim indiano. Embrapa Arroz e Feijão-Circular Técnica (INFOTECA-E), 2003.
LEVIGARD, Yvonne Elsa; ROZEMBERG, Brani. A interpretação dos profissionais de saúde acerca das queixas de "nervos" no meio rural: uma aproximação ao problema das intoxicações por agrotóxicos. Cadernos de Saúde Pública, v. 20, n. 6, p. 1515-1524, 2004.
MARQUES PARO, Renata; MONTEIRO, Antonio Carlos; PEREIRA TADEU, Gener. Crescimento, esporulação e viabilidade de fungos entomopatogênicos em meios contendo diferentes concentrações do óleo de Nim (Azadirachta indica). Ciência Rural, v. 34, n. 6, 2004.
PERES, Frederico; MOREIRA, Josino Costa. Saúde e ambiente em sua relação com o consumo de agrotóxicos em um pólo agrícola do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública, v. 23, n. Sup 4, p. S612-S621, 2007.
RIBAS, Priscila Pauly; MATSUMURA, Aida Terezinha Santos. A química dos agrotóxicos: impacto sobre impacto sobre a saúde e a saúde e a saúde e meio ambiente meio ambiente. Revista Liberato. Novo Hamburgo, v. 10, p. 149-158, 2009.