EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ESPAÇO ESCOLAR: PERCEPÇÃO E PERSPECTIVAS NA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR GERALDO BASÍLIO RAMOS, CONTAGEM- MG



SANTOS, Aloma Henrique Ferraz dos.¹

MOL, Marcos Paulo Gomes.²



1 - Especialista em Engenharia Sanitária e Ambiental – PUC Minas; Professora de Geografia do ensino fundamental no município de Contagem - MG.

alomaferraz@hotmail.com

2 - Doutor em Saneamento; Professor da especialização em Saneamento e Meio Ambiente da PUC; Pesquisador da Fundação Ezequiel Dias (Funed).

marcos_mol@yahoo.com.br



Resumo

A educação ambiental (EA) é importante no espaço escolar, devido à potencial formação de cidadãos mais conscientes e atuantes diante dos desafios ambientais. Este artigo analisou a percepção de alunos de uma escola pública de Contagem/MG em relação a aspectos associadas ao processo de educação ambiental.

Palavras-chave: Educação ambiental; Espaço escolar; Meio ambiente; Conscientização; Preservação.



Abstract

Environmental education (EA) is important in the schools due to the potential in citizens training about conscious and active attitudes in the face of environmental challenges. This article analyzes the perception of students of a public school in Contagem / MG (Brazil) about environmental education process.

Keywords: Environmental education; Schools; Environment; Awareness; Preservation.



INTRODUÇÃO



Diante dos problemas ambientais observados nas últimas décadas, o ser humano precisa cada vez mais buscar soluções que amenizem os impactos negativos que as suas atividades exercem sobre o meio ambiente. O sistema capitalista vigente ainda está muito atrelado ao lucro através da exploração dos recursos naturais, muitas vezes sem o cuidado de garantir a preservação destes recursos para usos futuros. Neste contexto, a educação ambiental (EA) surge como uma importante ferramenta para a conscientização da população sobre a conservação ambiental. No espaço escolar, ganha ainda mais destaque devido à capacidade de formação de cidadãos mais participativos e conscientes sobre os desafios associadas às questões ambientais (BOFF, 2012; REIGOTA, 2009).

De acordo com Oliveira e Santos (2018) para abordar a Educação Ambiental em sala de aula é preciso demonstrar aos alunos sua importância no contexto ambiental e proporcionar consciência para que eles se tornem agentes transformadores, que tenham condições de modificar a realidade ao seu redor. Com a urbanização e desenvolvimento de uma infraestrutura cada vez mais complexa nos centros urbanos, a geração de impactos ambientais tem exigido providências imediatas para amenizar a interferência humana no meio ambiente.

Pol (2003) afirma que todo projeto industrial, desenvolvimento urbano ou oferta de serviço implica modificações em seu entorno, um impacto ambiental que pode afetar mais do que o local físico. O mesmo autor enfatiza que essas mudanças podem ser questionadas positivamente, visando minimizar seu impacto, ou podem ser ignoradas, deixando que o meio alterado (físico e social) siga seu curso, normalmente em um processo de degradação cada vez mais acelerado.

Neste contexto, a educação ambiental instiga a percepção e compreensão das interferências que as ações humanas podem gerar sobre o meio ambiente, podendo inclusive acarretar em consequências negativas. A atitude do ser humano diante destas situações é determinante para evitar os impactos ambientais ou desacelerar eventuais danos que podem à natureza (CAPRA, 1997).

Para entender mais sobre a importância da educação ambiental é necessário conceituá-la, a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Pelo artigo 2°, é estabelecido que: “Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental” (MMA, 2018).

Como a educação ambiental pode ser entendida como uma prática social em relação à natureza, deve-se analisar a escola como um espaço que possibilite a conscientização de cada aluno, reforçando dessa maneira o papel de cada indivíduo na sociedade em que está inserido e como suas ações podem resultar em aspectos positivos ou negativos no meio. Atitudes negativas em relação ao meio ambiente, que vão desde jogar um resíduo na rua até o desperdício de água, podem gerar efeitos negativos como o entupimento de bocas de lobo impedindo o escoamento, levando às enchentes ou consequências negativas associada ao déficit de recurso hídrico, respectivamente.

Segundo Medina (2002), a educação ambiental é um instrumento imprescindível para a consolidação de novos olhares sobre o desenvolvimento sustentável, que deve incluir a justiça social visando à melhoria da qualidade de vida das populações envolvidas. Em seus aspectos formais e não-formais, é importante reforçar que o processo deve ser participativo através do qual o indivíduo e a comunidade constroem novos valores sociais e éticos, adquirem conhecimentos, atitudes, competências e habilidades voltadas para o cumprimento do direito a um ambiente ecologicamente equilibrado em prol do bem comum das gerações presentes e futuras.

Assim, deve-se pensar ao longo prazo como a sociedade deveria agir diante dos desafios que as questões ambientais e os impactos negativos causados por cada indivíduo têm causado. Neste contexto, a escola pode contribuir para formar cidadãos mais conscientes e atuantes na preservação do meio ambiente. Mello (2017) menciona que a escola deverá ser o lugar onde esses alunos irão adquirir conhecimentos e transmiti-los, contribuindo para formar cidadãos conscientes e contextualizados.

Schultz e Campos (2018) afirmam que as ações ambientais na escola possibilitam o desenvolvimento de uma educação ambiental efetiva, desde que estejam voltadas à realidade local-global-local, a fim de contribuir no processo de formação dos estudantes em relação aos seus espaços de vivência e ao meio ambiente como um todo. Assim, ao tratar a educação ambiental através de exemplos práticos que os alunos podem se identificar e praticar, como por exemplo, cuidar de uma horta na escola ou até mesmo nos domicílios, torna-se possível um maior aprendizado e envolvimento do educando sobre as questões ambientais.

Neste contexto, este presente artigo tem o objetivo de analisar a percepção de alunos da Escola Municipal Geraldo Basílio Ramos, localizada no município de Contagem/MG, sobre a importância da educação ambiental na formação de alunos mais conscientes sobre a valorização da conservação dos recursos naturais.



METODOLOGIA



Esta pesquisa foi realizada na Escola Municipal Geraldo Basílio Ramos, município de Contagem/MG, em dezembro de 2017. Foram convidados para participar da pesquisa todos os alunos do sexto (92 alunos matriculados) e do sétimo anos (49 alunos matriculados), porém apenas 85 alunos efetivamente participaram da pesquisa. Foram aplicados questionários com questões fechadas e discursivas sobre a percepção destes participantes em relação a temas associados à educação ambiental.

A aplicação dos questionários foi feita com colaboração dos professores da escola. No questionário havia dez questões direcionadas sobre a percepção dos alunos em relação aos seguintes temas: aulas de educação ambiental na formação dos alunos; responsabilidades e soluções sobre os problemas ambientais atuais; ações presentes e futuras que podem ser feitas para preservação do meio ambiente; além de sugestões de práticas ambientais a serem incorporadas nas práticas de educação ambiental da escola.

No apêndice é apresentado o questionário completo que foi aplicado aos alunos.

Caracterização da Escola Geraldo Basílio Ramos

A escola municipal Professor Geraldo Basílio Ramos é localizada a Rua Jacarandá, 822, Bairro Colonial, na cidade de Contagem/MG e oferece o ensino fundamental I e II. Essa escola tem ambiente diferenciado devido à presença de nascente de um rio e área verde contendo espécies de plantas variadas, além de animais como coelhos, galos e corujas. Esse espaço ainda conta com uma horta que serve para cultivar diversas plantas orgânicas, área utilizada nas aulas de educação ambiental. São disseminadas, através de aulas teóricas e práticas, informações sobre o cultivo de alimentos orgânicos, seus benefícios, além de realizadas ações de plantio e cultivo de alimentos saudáveis. A Figura 1 apresenta imagens das áreas verdes da escola.





Figura 1 – Imagens de áreas verdes da Escola Professor Geraldo Basílio Ramos (fotos tiradas em 2016).

A manutenção e conservação das áreas verdes ocorrem desde o surgimento da escola no ano de 2004, através da atuação de diversos profissionais, como professores, funcionários e direção, que contribuem para que este ambiente escolar tão diferenciado possa continuar existindo. O mais importante neste processo é a participação dos alunos nestes cuidados, através das ações de sensibilização.

Muitos profissionais passaram pela escola ao longo destes anos, mantendo o ambiente de envolvimento com as questões ambientais. Destaque especial deve ser dado ao professor de Geografia e ambientalista Luís Otávio Morais, que há mais de dez anos vem promovendo a educação ambiental e ensinando a importância da manutenção e preservação do meio ambiente através de um projeto de arborização e jardinagem na escola (Projeto Guardiões da Biodiversidade).

O dirigente escolar Diego Fiuza e a vice-diretora Fabrícia Portela, da gestão de 2017, também contribuíram para a conservação do ambiente natural da escola, com comprometimento e dedicação. Eles atuaram na implementação da horta, pela proteção das nascentes e criação de animais como galinhas, coelhos, peru, tartaruga e jabuti, e promoveram diversos incentivos à conscientização dos alunos sobre a conservação no ambiente escolar.

Outros profissionais não citados neste artigo também são fundamentais pelo trabalho que desenvolvem na escola, contribuindo através de projetos, aulas ou iniciativas que possibilitaram que o ambiente natural desta escola, juntamente com a sua biodiversidade, fosse conservado e valorizado.



Resultados e Discussões

No decorrer da apuração das respostas percebeu-se, de forma geral, que a maioria dos alunos decidiu colaborar com a pesquisa sobre a percepção diante da educação ambiental, respondendo prontamente às questões. Foram observadas respostas do tipo “prefiro não opinar” em algumas questões, mas de forma geral, o aproveitamento das participações foi considerado positivo.

Através da análise das respostas, observou-se que 35,3% dos alunos entrevistados atribuíram nota máxima em relação à importância da educação ambiental quanto à contribuição para a formação dos alunos, como pode ser observado na Figura 2. Cerca de 70% das respostas classificaram a importância da EA como nota sete ou superior, ressaltando o reconhecimento dos alunos sobre a importância do tema ambiental inserido na formação escolar.

Figura 2 –Compilado das respostas dos alunos sobre a importância da aula de educação ambiental na formação dos participantes.

Quando avaliados os temas ambientais que os participantes julgam mais interessantes para desenvolver nas aulas de educação ambiental, a maioria (39%) respondeu que a prefere cultivar e cuidar das plantas e saber sobre a importância dos alimentos orgânicos, conforme observado na Figura 3. Dentre as outras opções, destacaram-se: todas as opções de temas ambientais são interessantes; as práticas para não desperdiçar água; as práticas para reduzir, reutilizar e reciclar os materiais que são descartados, evitando o descarte inadequado de resíduos; e a importância de economizar energia e buscar fontes alternativas de energia.

Figura 3 – Compiladas respostas dos alunos sobre os temas ambientais que julgam mais interessante para desenvolver nas aulas de educação ambiental.

Rocha e Viveiro (2018) também encontraram a atividade de manejo de hortas em ambiente escolar como destaque em instigar o interesse dos alunos. Mesmo havendo algumas barreiras que dificultaram o acesso às áreas de horta, os autores relataram que a motivação dos alunos foi grande o suficiente para a proposição de hortas suspensa, formato de jardim vertical, que poderia ser colocado nas paredes dos corredores de ampla circulação. Esta experiência foi similar ao presente artigo, que demonstrou também a grande motivação dos alunos em continuar atuando com as atividades práticas de manejo das hortas.

Outro estudo, realizado por Silva et al. (2018), permitiu concluir que a aplicação do projeto de uma horta no ambiente escolar também reforçou a importância das práticas no processo de ensino aprendizagem, levando os alunos a participar do projeto e enriquecer os conteúdos das matrizes curriculares, com ênfase na curiosidade e na procura por novos materiais que os próprios alunos levavam para discussão nos encontros realizados durante a vigência do projeto.

Dentre as várias experiências similares, ainda encontramos o relato de Santos et al. (2014), que envolveu hortas e ações ambientais aplicadas no ambiente escolar a partir da agricultura sustentável.

A participação dos alunos nas atividades práticas de cultivo dos alimentos converge com a proposta de Johnson et al. (1999) sobre o processo de aprendizagem cooperativa, por criar uma oportunidade de atuação conjunta dos alunos com os professores, em um momento de diálogo sobre conceitos e práticas sobre o tema ambiental. Destaca-se que tais ações estão alinhadas com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental.

Sobre a responsabilidade pelos problemas ambientais na atualidade, 34% dos entrevistados consideraram que todos devem responder, incluindo governantes, empresas e sociedade civil, citando-se também carros e indústrias responsáveis na emissão de poluentes que tem relação direta com os problemas ambientais na atualidade, conforme apresentado na Figura 4. Destaca-se que apenas 2% dos participantes consideraram que nenhum dos citados deve ser responsabilizado. Não reconhecer a atuação de nenhum dos citados reflete um certo desconhecimento do assunto ou não compreensão da pergunta.

Figura 4 – Compilado das respostas dos alunos sobre os responsáveis pelos problemas ambientais na atualidade.

Outra pergunta feita abordou sobre quem pode buscar soluções para os problemas ambientais existentes na atualidade, obtendo-se as seguintes respostas: 47% governantes, empresas e sociedade civil; 17% apenas governantes; 9% apenas empresas; 15% apenas sociedade civil; 2% nenhum dos citados; 10% não quiseram informar ou indicaram outros como responsáveis.

A identificação dos atores como causa dos problemas ambientais, como discutido no parágrafo anterior, ocorre apenas quando os indivíduos assumem uma postura ativa no processo de construção ambiental. Mahaut et al. (2018) afirmaram, no estudo realizados por eles, que “apesar da maioria dos entrevistados acusarem o próprio homem de causar os maiores danos ambientais, a população não se envolve com possíveis soluções e nem tem conhecimento de nenhum projeto ambiental, seja por parte da comunidade, seja por parte da Prefeitura, muito menos no que diz respeito a uma legislação ambiental”.

Quando perguntados se tem feito alguma ação em favor da preservação do meio ambiente, 46% dos alunos declaram que sim, tem feito alguma ação; 39% parcialmente, pois tenta fazer alguma ação para preservação do meio ambiente; 8% afirmaram que não tem feito nenhuma ação para preservação do meio ambiente e 7% preferiram não responder.

Mahaut et al. (2018) afirmaram que, “sobre o que pode ser feito, normalmente as pessoas se colocam à disposição para ajudar naquilo que for possível, apesar de acharem que isso é dever do poder público; e também concordam que o ensino de Ciências do Ambiente pode ajudar muito no conhecimento dos problemas que os cercam”.

Para Duarte (2018), a EA favorece a compreensão do aluno acerca da importância da conservação ambiental do ambiente em que vivem. Desta maneira, compreender as diferenças decorrentes da conduta humana, bem como compreender as complexas relações entre o homem e a natureza, proporcionam reflexões que colaboram na formação de indivíduos mais atuantes em relação ás questões ambientais.

Quanto ao entendimento sobre quão importante as ações em favor ao meio ambiente podem ser classificadas, quase 80% dos participantes classificaram com nota sete ou superior, reforçando que eles reconhecem a importância de cada ação para preservação do meio ambiente.

Outra questão abordou sobre a contribuição que os participantes podem fazer no futuro para a conservação do meio ambiente. Muitos (23%) sugeriram que estão dispostos a atuar em economizar água e energia, cuidar das plantas, jogar lixo no local adequado e reciclar. Uma quantidade elevada de participantes (22% preferiram por não se comprometer), optando por “não responder” à pergunta. Outros 18% sugeriram atuar com a ação de cultivar, plantar e não desmatar e 17% em cuidar e preservar o meio ambiente.

A próxima questão foi sobre quão incomodado o participante fica diante de problemas ambientais na atualidade. A maioria (72%) dos participantes indicaram a nota sete ou superior, sugerindo que grande parte dos alunos sentem algum tipo de incômodo com os problemas ambientais do cotidiano. Destaque para 15% que deram nota inferior a 4, ou seja, se incomodam pouco e praticamente não se incomodam com o tema. Este percentual de participantes desinteressados pelo assunto deve alvo de discussão entre os professores nas próximas ações a serem executadas na escola sobre o tema EA.

Sobre os maiores desafios que o ensino da educação ambiental deve superar, a Figura 5 indica o compilado de respostas, onde a maioria (21%) dos alunos considerou que todas as opções são pertinentes, incluindo: conscientizar os alunos sobre a conservação dos recursos naturais; mostrar os métodos existentes para buscar a preservação e a sustentabilidade ambiental; estimular a coleta seletiva de lixo e o descarte adequado dos resíduos; conscientizar os alunos sobre o consumo excessivo de recurso, incentivando os 5 Rs - Refletir, Recusar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar; a importância da educação ambiental para a formação dos alunos; formar cidadãos conscientes do seu papel na busca da conservação dos recursos naturais.

Figura 5 – Compilado das respostas quanto ao maior desafio que o ensino da educação ambiental deve superar.

Finalmente, quando questionados sobre sugestões acerca das práticas ambientais envolvendo a educação ambiental, os participantes indicaram: estimular as boas práticas de EA para quem tem interesse em preservar o meio ambiente; conscientizar os cidadãos em jogar menos lixo, economizar água e cuidar das plantas; oficinas de práticas de reciclagem; cuidar das plantas e do meio ambiente; saúde e meio ambiente.

Outros trabalhos com alunos em ambiente escolar também identificaram problemas relacionados a questões ambientais que chamavam atenção: consumo e descarte de materiais escolares; hábito dos alunos de jogarem resíduos fora dos devidos locais; mistura de lixo orgânico e inorgânico (ROCHA & VIVEIRO, 2018; DUARTE, 2018; OLIVEIRA et al., 2018).

Rocha e Viveiro (2018) concluíram que a criação de ambientes que favoreçam a prática de temas ambientais no âmbito escolar é positiva no processo educacional, desde que seja exercitada sob orientações dos professores, permitindo assim local propício à formação do pensamento crítico.

Neste artigo discutiu-se a EA no âmbito de uma escola do ensino fundamental. Nascimento et al. (2018) relataram os desafios de consolidação da EA em uma universidade do Piauí, concluindo que o plano de gestão de logística sustentável e plano de gerenciamento de resíduos sólidos estão em elaboração naquela instituição, e que a gestão dos próprios impactos ambientais deve ser alvo de investimento pela instituição de forma a permitir a formação de alunos melhor preparados para solucionar os problemas sociais e ambientais com uma visão mais realista. Portanto, a interação dos temas ambientais mais uma vez se mostram importantes na formação dos alunos, independente do grau de formação.

Oliveira et al. (2018) destacaram a importância dos estudantes se perceberem como agentes capazes de modificar o meio ambiente, podendo tanto causar problemas ambientais como poluição, desmatamento e queimadas se as ações forem mal gerenciadas, quanto proporcionar medidas de mitigação e preservação do espaço ambiental. Portanto, os autores destacam que a educação ambiental é uma forma de aproximar o homem da natureza a fim de sensibilizá-lo quanto a necessidade de adoção de uma postura ética e consciente frente as questões ambientais.

A inserção das práticas de EA na escola estudada neste artigo se mostra muito relevante para instigar a aprendizagem dos alunos. Outras experiências, como o estudo Silva & Silva (2018) indicou que a Educação Ambiental está disposta em apenas duas disciplinas para a formação EJA semipresencial: Biologia e Geografia. A pouca inserção da temática ambiental compromete a transversalidade necessária para um melhor aproveitamento dos temas ambientais.

Um estudo realizado em João Pessoa indicou que nenhuma das escolas participantes do estudo informou ter uma disciplina específica para ensinar EA, mas informaram que este tema está inserido nas outras matérias lecionadas ao longo do ano, sendo apontadas dificuldades em inserir a temática ambiental em matérias como língua estrangeira e história. Ainda assim, foi possível concluir que os alunos estão conscientes em relação à temática ambiental, ao responder ao questionário proposto pelos autores (SARAIVA, 2018).



CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através dos aspectos mencionados neste trabalho, percebe-se a importância da valorização das aulas educação ambiental no ambiente escolar para que o aluno tenha a oportunidade de conhecer e interagir com os temas ambientais possibilitando percepção do seu papel na sociedade para amenizar os problemas ambientais.

Portanto, o trabalho realizado pelos profissionais no âmbito da educação ambiental como exemplificado na Escola Municipal Professor Geraldo Basílio Ramos, demonstrou ser importante para a construção de um ambiente em que haja motivação e, em especial, contribuição para que os alunos percebam e valorizem as questões ambientais e com isso, formem cidadãos conscientes e atuantes na preservação dos recursos naturais.



REFERÊNCIAS

BOFF, L. Sustentabilidade: o que é: o que não é. Petrópolis, RJ: Vozes. 2012.

CAPRA, Fritjof; A Teia da vida. Uma nova compreensão científica dos sistemas vivos, São Paulo, Cultrix, 1997.

DUARTE, Wander de Jesus Barboza. Educação ambiental nas escolas como um instrumento para a preservação da Amazônia. Revista Educação Ambiental em Ação. Número 64, Ano XVII. Junho-Agosto/2018.

JOHNSON, David; JOHNSON, Roger; HOLUBEC, Edyth. El aprendizaje cooperativo en el aula. Buenos Aires, Argentina: Paidós, 1999.

LIRA, Bruno Carneiro. O passo a passo do trabalho científico. 2ª. Ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

MAHAUT, Marcos A. R.; ANJOS, Maylta Brandão; LIMA, Valéria da Silva. Reflexões sobre o ambiente e a escola: uma experiência em pesquisa. Revista Educação Ambiental em Ação. Número 64, Ano XVII. Junho-Agosto/2018.

MEDINA, Naná Mininni. Formação de multiplicadores para educação ambiental. O contrato social da ciência, unindo saberes em educação ambiental. Petrópolis: Vozes, 2002. Disponível em: http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2011/04/multiplicadores-para-educacao-ambiental.pdf. Acessado em: 15/12/2017.

MELLO, Lucélia Granja. A importância da Educação Ambiental no ambiente escolar. Eco debate, 2017. ISSN 2446-9394. Disponível em: https://www.ecodebate.com.br/2017/03/14/importancia-da-educacao-ambiental-no-ambiente-escolar-artigo-de-lucelia-granja-de-mello/. Acessado em: 02/06/2018.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Conceitos de educação ambiental. Disponível: http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/politica-de-educacao-ambiental/conceito. Acessado: 02/06/2018.

NASCIMENTO, Rodrigo Gomes; COSTA, Stênio Campos; BEZERRA, Douglas Moraes; CARVALHO, Francisco Antonio Gonçalves; ARAUJO. Wesley Fernandes. O Estado e a Gestão Ambiental: Um estudo de caso de uma Instituição de Ensino Superior Pública. Revista Educação Ambiental em Ação. Número 64, Ano XVII. Junho-Agosto/2018.

OLIVEIRA, Neyla Cristiane Rodrigues; SILVA, Elisabeth Regina Alves Cavalcanti; OLIVEIRA, Mayara Danyelle Rodrigues; OLIVEIRA, Francisca Carla Silva; MELO, José Gustavo da Silva. Percepção de estudantes em meio ambiente sobre os problemas ambientais, Alcântara-MA. Revista Educação Ambiental em Ação. Número 64, Ano XVII. Junho-Agosto/2018.

OLIVEIRA, Taciane Maria de Lima; SANTOS, Anderson Alves. Uso de atividades lúdicas para o ensino – aprendizagem de educação ambiental no município de Mamanguape-pb. Educação Ambiental em ação: número 63, ano XVI, Março e Junho/2018. Disponível em: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=3084. Acessado: 30/05/2018.

POL, Enric. A gestão ambiental, novo desafio para a psicologia do desenvolvimento sustentável. Estudos de Psicologia, v. 8, n. 2, p. 235-243, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/epsic/v8n2/19039.pdf . Acessado em 03/08/2018.

REIGOTA, M. O Que É Educação Ambiental. 2 ed. São Paulo: Brasiliense. 2009.

ROCHA, Pedro Neves; VIVEIRO, Alessandra Aparecida. Projeto jardim vertical – uma articulação escola-comunidade protagonizada pelos estudantes. In: Berenice Gehlen Adams; Julio Trevisan; Sandra Barbosa (Orgs.). Destaques do I Prêmio Nacional Educação Ambiental em Ação / Novo Hamburgo, 2018. 261 p.

SANTOS, M.J.D.; AZEVEDO, T.A.O.; FREIRE, J.L.; ARNAUD, D.K.L.; REIS, F.L.A.M. Horta escolar agroecológica: Incentivadora da aprendizagem e de mudanças de hábitos alimentares no ensino fundamental. Holos, v.30, n.4, 2014.

SARAIVA, Alan Gurgel. Como as escolas em João Pessoa–PB trabalham coma educação ambiental. Revista Educação Ambiental em Ação, Paraná. Número 64, Ano XVII. Junho- Agosto/2018.

SCHULTZ, João Paulo; CAMPOS, Marília Andrade Torales. Reflexões acerca da complexidade no processo educativo: a educação ambiental escolar em questão. Revista Educação Ambiental em Ação, Paraná. Número 64, Ano XVII. Junho- Agosto/2018.

SILVA, Jadson Freire; CANDEIAS, Ana Lúcia Bezerra; SILVA, RuttKeles Alexandre; FERREIRA, Pedro dos Santos; SILVA, Pedro Paulo Lima; SANTOS, Antônio Helton Vasconcelos; REIS, Josimar Vieira.Reativar ambiental - educação ambiental por intermédio da horta escolar: um estudo de caso em uma escola municipal do Recife, PE. Revista Educação Ambiental em Ação. Número 64, Ano XVII. Junho-Agosto/2018.

SILVA, Roseane Caitano; SILVA, José Geraldo Ferreira. Educação ambiental na EJA: um recorte do currículo capixaba. Revista Educação Ambiental em Ação, Paraná. Número 64, Ano XVII. Junho- Agosto/2018.









APÊNDICE – Questionário completo aplicado em dezembro de 2017 na Escola Geraldo Basílio Ramos (Contagem/MG)

1- Como você julga as aulas de educação ambiental no objetivo de contribuir para a formação dos alunos?

Escolha uma nota da escala de 0 (Nenhuma contribuição) a 10 (Muito importante)

( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7( )8 ( )9 ( )10

2 – Dentre as opções abaixo, quais temas ambientais que você julga mais interessante para se desenvolver nas aulas de educação ambiental?

( ) Cultivar e cuidar das plantas, além saber a importância dos alimentos orgânicos.

( ) Emissão de gases poluentes na atmosfera .

( )O consumismo das pessoas que leva a geração de mais resíduos.

( )Problemas no saneamento decorrentes da geração de esgotos domésticos e industriais .

( ) Analisar as práticas para não desperdiçar a água

( ) A importância de economizar energia e buscar fontes alternativas de energia

() Práticas para reduzir, reutilizar e reciclar o materiais que são descartados, evitando o descarte inadequado de resíduos.

( ) Outra prática ambiental escolhida: Cuidar das plantas em casa ou cuidar da horta

( ) Todas as opções de temas ambientais acima são interessantes.

( ) Nenhuma prática citada é interessante

( ) Prefiro não responder

3- Quem são os responsáveis pelos problemas ambientais na atualidade?

( ) A pequena atuação dos Governantes ( ) A pequena atuação das empresas

( ) A pequena atuação sociedade civil ( ) Outro _____________

( ) Todos citados acima tem uma parcela de responsabilidade, ( ) Nenhum dos citados

( ) Prefiro não responder

4- Quem pode buscar soluções para os problemas ambientais existentes?

( ) Os governantes podem buscar soluções para os problemas ambientais.

( ) As empresas podem buscar soluções para os problemas ambientais.

( ) A sociedade civil pode buscar soluções para os problemas ambientais.

( ) Outro _____________

( ) Cada um citado pode fazer a sua parte para amenizar os problemas ambientais.

( ) Nenhum dos citados.

( ) Prefiro não responder.

5- Você tem feito alguma ação para preservação do meio ambiente?

( ) Sim, tenho feito alguma ação para preservação do meio ambiente.

( )Parcialmente, pois tento fazer alguma ação para preservação do meio ambiente.

( )Não, tenho feito nenhuma ação para preservação do meio ambiente.

( ) Prefiro que responder.

6- Você entende que sua ação pode ser importante para a preservação do meio ambiente?

( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7( )8 ( )9 ( )10



7- Qual contribuição você acha que pode fazer futuramente pra conservação do meio ambiente?

_____________________________________________________________________________________

8- Você se incomoda com os problemas ambientais que ocorrem na atualidade?

9. Das opções abaixo, qual o maior desafio que você julga que o ensino da educação ambiental deve superar?

() Conscientizar os alunos sobre a conservação sobre conservar os recursos.Naturais.

( ) Mostrar os métodos existentes para buscar a preservação e a sustentabilidade.Ambiental.

( ) Estimular a coleta seletiva de lixo e o descarte adequado dos resíduos.

( ) Conscientizar os alunos sobre o consumo excessivo de recursos, incentivando os 5 Rs - Refletir, Recusar, Reduzir, reutilizar e reciclar.

( ) A importância da educação ambiental para a formação dos alunos.

( ) Formar cidadãos conscientes do seu papel na busca da conservação dos recursos naturais.

( ) Julgo que todas as opções citadas são importantes, e devem ser alcançadas através do ensino da educação ambiental.

( ) Outro _____ ( ) Nenhuma das opções acima.

( ) Julgo que a educação ambiental tem nenhum desafio a superar.( ) Prefiro não responder.

10. Sugestões para práticas ambientais que a Educação ambiental pode desenvolver?

__________________________________________________________________________