PERFIL ETNOBOTÂNICO DE PLANTAS UTILIZADAS COMO MEDICINAIS NA COMUNIDADE DE BOM JESUS, MUNICÍPIO DE IMPERATRIZ-MA
Raquel Araújo de Oliveira1,2 ,Ricardo Vieira Silva1,2, Vera Lúcia Dias Neves1,3, Ivaneide de Oliveira Nascimento1,2 ,Fabiana dos Santos Oliveira1,2, Sheila Elke Araújo Nunes1,2, Marcia Guelma Santos Belfort1,4
1Laboratório de Microbiologia e Saúde, Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão
2Centro de Ciências Exatas, Naturais e Tecnológicas/CCENT, Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão
3 Departamento de Química, Universidade Estadual do Maranhão
4 Departamento de Enfermagem, Unidade de Ensino Superior do Maranhão – UNISULMA
Kel.olivier@hotmail.com; rickvieira_5@hotmail.com; veraquim01@gmail.com; ivaneide_agro@yahoo.com.br; fs_oliveira19@yahoo.com.br; nunesaraujo@uol.com.br; marciguelma@hotmail.com
Resumo: O uso das plantas medicinais representa uma alternativa terapêutica eficaz, segura e acessível à população. O Ministério da Saúde através do PNPMF (Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos) apresenta uma lista com 71 plantas medicinais, que poderão ser utilizadas como fitoterápicos pelo SUS, um dos princípios desse programa é a valorização dos conhecimentos tradicionais das comunidades, indígenas, e fortalecimento da agricultura familiar. A presente pesquisa objetiva traçar um perfil etnobotânico e as diferentes maneiras de utilização de plantas medicinais. Realizou-se levantamento das plantas medicinais utilizadas por moradores da Comunidade Bom Jesus em Imperatriz-Ma. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semi-estruturadas aplicadas a 65 famílias. Com a realização deste trabalho, observou-se que os entrevistados utilizam as plantas medicinais para o tratamento de diversas enfermidades devido à confiança nesses fitoterápicos, aceitaram bem as mudas de plantas medicinais produzidas na comunidade.
Palavras-chave: Levantamento etnobotânico. Plantas medicinais. Fitoterápicos
Introdução
Acredita-se que a utilização de plantas como medicamento seja provavelmente tão antiga quanto o próprio homem e as plantas, por suas propriedades terapêuticas ou tóxicas, adquiriram ao longo do tempo fundamental importância na medicina popular (MARTINS et al., 2000).
Comunidades tradicionais são detentoras de um vasto conhecimento sobre as plantas e suas funções medicinais e estes conhecimentos são passados entre as gerações, estando muitas vezes ligada a garantia da sobrevivência humana (RODRIGUES & CARVALHO, 2001). O uso de plantas medicinais está diretamente ligado a dificuldade de medicamentos alopáticos e, na maioria das vezes, o único recurso disponível para o tratamento é a fitoterapia. Inúmeras sociedades tradicionais ou nativas possuem vasta farmacopeia natural, boa parte provenientes de recursos vegetais encontrados em ambientes nativos, cultivados e/ou antropicamente alterados (AMOROZO, 2002). Dessa forma, conhecer como as pessoas utilizam os recursos naturais torna-se de grande valor na construção do conhecimento científico. Tal relação permite a combinação entre os saberes científico e popular, o que gera o conhecimento e a assimilação de técnicas de preparo, que poderão propiciar as bases para um futuro planejamento posológicas (ALBUQUERQUE & ANDRADE, 2002).
O uso de plantas medicinais com propriedades terapêuticas, cientificamente comprovadas, se justifica pelo baixo custo, a eficácia comprovada, a facilidade de acesso, a aceitação cultural, pela pouca ou nenhuma toxidade das plantas, pela conscientização da população na prevenção de algumas doenças, através de um trabalho educativo associado com o uso de fitoterápicos (RIBEIRO, 2010).
As plantas medicinais também tem um papel muito importante na questão ambiental e socioeconômica (CALIXTO & RIBEIRO, 2004). A conservação e proteção da natureza é hoje um dos grandes desafios mundiais e em particular, a valorização do conhecimento tradicional dos povos e a preservação das tradições culturais são parte considerável da manutenção da biodiversidade de espécies vegetais e animais. Ainda, tanto para as populações tradicionais, como as que vivem no meio urbano que utilizam espécies medicinais, na maioria das vezes nativa da sua região, ou cultivadas em seu quintal, o que pode reduzir os gastos com medicamentos sintéticos (CALIXTO & RIBEIRO, 2004).
Nesse contexto, a etnobotânica utiliza e valoriza o conhecimento tradicional dos povos sobre vários enfoques e possibilita entender sua cultura, bem como mostra o perfil de uma comunidade e seus usos em relação às plantas, pois cada comunidade tem seus costumes e peculiaridades, visando extrair informações que possam ser benéficas sobre usos de plantas medicinais (SILVA, 2003; MARTINS et al., 2005).
Ainda, pesquisas com este viés podem subsidiar trabalhos sobre uso sustentável da biodiversidade através da valorização e do aproveitamento do conhecimento empírico das sociedades humanas, a partir da definição dos sistemas de manejo, incentivando a geração de conhecimento científico e tecnológico voltados para o uso sustentável dos recursos naturais (FONSECA-KRUEL & PEIXOTO, 2004)
Nesse contexto, o presente trabalho teve por objetivo realizar um estudo etnobotânico sobre espécies vegetais utilizadas com fins medicinais na comunidade Bom Jesus, visando resgatar e preservar o conhecimento popular e cultural bem como, fomentar a implantação de um "Horto Modelo".
METODOLOGIA
Área de estudo
O Bairro Bom Jesus (Figura 1) situa-se no município de Imperatriz localizada às margens do Rio Tocantins (5º 31' 32' S; 47º 26' 35' W), distante 629,5 km da capital, São Luís, sendo a segunda maior cidade do Estado do Maranhão. Geograficamente, Imperatriz faz fronteira com Cidelândia, São Francisco do Brejão, João Lisboa, Davinópolis, Governador Edison Lobão. Possui cerca de 160 bairros e 1.367,90 km2 de área total e aproximadamente 247.505 mil habitantes (Censo IBGE, 2010) e população estimada em 2017 de 254.569 (IBGE, 2017).
O município situa-se na área de influência do Cerrado e Amazônia e do ponto de vista ecológico, apresenta uma grande diversidade de espécies de plantas e animais. A vegetação caracteriza-se por árvores baixas, de troncos retorcidos e cascas grossas, espalhadas pelo terreno; as florestas ou matas, que se caracteriza pelo predomínio de árvores altas que crescem bem próximas umas das outras e os campos, que se caracterizam pela formação de plantas rasteiras, predominando o capim e a grama (CPRM, 2011).
Os tipos de solos originais que constituem o município são o latossolo vermelho escuro: solos minerais profundos e bem drenados; as Areias quartzosas: solos minerais, não hidromórficos, textura arenosa, pouco desenvolvido e com baixa fertilidade natural e os Solos litóicos: solos rasos, muito pouco evoluídos, apresentam teores baixos de materiais primários de fácil decomposição (IBGE, 2017).
Figura 1 – Área de estudo localizada na comunidade do bairro Bom Jesus, localizado na zona rural do município de Imperatriz, Maranhão.
Coleta e análise de dados
Para a caracterização dos perfis socioeconômicos da comunidade local (idade, sexo, grau de escolaridade e renda familiar) foram realizadas coletas de dados. Os perfis socioeconômicos foram traçados através da aplicação de questionários semi-estruturados contendo perguntas sobre o tipo de plantas presentes na localidade, espécies vegetais cultivadas com fins medicinais, modo de uso, preparo, parte do vegetal utilizada, forma de aprendizagem, aquisição das plantas, além de informações adicionais referentes a experiências relatadas com o uso das plantas. Tais questionários foram aplicados a 65 famílias com membros com faixa etária entre de 15 a 76 anos, de ambos os sexos.
Após a coleta das informações, os dados foram compilados em um banco de dados e analisados. As espécies foram coletadas, numeradas, prensadas, identificadas pelos nomes vulgares e levadas ao laboratório. Com a finalidade de identificação a nível específico, foram confeccionadas exsicatas (n = 2 para cada espécie), depositadas no Herbário da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão. A identificação a nível específico foi realizada por comparações com materiais já identificados, confirmados por bibliografias específicas e consulta por especialistas da área.
Das espécies vegetais mais citadas como recurso medicinal foram realizadas mudas com a finalidade de fomentar a construção de um horto medicinal local. Para este preparo e plantio, o método utilizado foi seguindo as normas agronômicas, as quais consistem em juntar uma parte de terra argilosa de boa qualidade, uma parte de esterco curtido de curral, ou composto orgânico, e uma parte de areia fina. Os métodos de propagação utilizados foram estacas de galho, estacas de folha, estacas de rizoma, divisão de touceiras, filhotes ou rebentos, alporquia e mergulhia.
As mudas foram feitas em sacos de polietileno preto, o solo foi preparado na proporção de 1:2 (um balde de 5kg de esterco para 2 baldes de 5kg de terra preta), logo foram misturadas em seguida colocadas no saco de polietileno. O plantio das mudas foi realizado a partir das estacas, cortadas em bisel na base, logo abaixo de uma gema e perpendicular no ápice de uma gema, a estaca media de 25 a 30 cm logo após colocada no saco de polietileno.
Outras plantas, como o mastruz foi utilizada a propagação por semente seu tipo de semeio foi o indireto, pois se utilizou saco de polietileno, que normalmente apresentam coloração preta ou escura, são perfurados na sua base para a drenagem da água ,já o capim santo suas mudas foram feitas a partir da retirada de touceira a mãe.
Educação Ambiental na comunidade
Durante a realização do levantamento de dados, foram realizadas reuniões com moradores da comunidade local, com objetivo de sensibiliza-los sobre a importância de seus conhecimentos tradicionais sobre as plantas medicinais e o resgaste desses saberes, tanto para a melhoria da saúde dos mesmos como para a conservação do ambiente, pois o cultivo desses vegetais contribuem também para a purificação do ar, através das trocas gasosas dos vegetais com o ambiente, como servem para deixar o ambiente com temperatura mais amena, já que estes retiram calor do ambiente no processo de transpiração.
Para divulgação das reuniões foram distribuídos convites entregues pessoalmente a cada morador da comunidade. Posteriormente, foi preparado álbum seriado, juntamente com elaboração de folders para serem entreguem aos participantes.
Nas reuniões realizaram-se palestras, aonde foram abordados temas como: importância da utilização de plantas medicinais em comunidades, vantagens, criação de horto medical, produção de mudas, cuidados na colheita e cuidados no preparo de ervas medicinal visando assim conscientizar os moradores sobre a maneira correta de utilização das plantas utilizadas com finalidades medicinais, assim como a preservação e conservação dos recursos naturais.
Após a produção de mudas das espécies cultivadas pela comunidade realizou-se a distribuição destas para os moradores no sentido de reforçar o cultivo e a ideia de se criar um horto medicinal numa escola da comunidade.
Para implantação do horto na escola inicialmente, foram realizadas reuniões com a coordenação da escola, professores e pais dos alunos para autorização da implantação do horto e envolvimento dos alunos no projeto, posteriormente os pais assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento. Após permissão da escola e dos pais os alunos foram informados sobre o projeto de criação de um horto na escola.
Foram realizadas palestras com os alunos sobre as propriedades medicinais das plantas, a importância da implantação de um horto medicinal e as técnicas para o plantio das espécies, com o intuito de valorizar e estimular o saber popular sobre as plantas medicinais estabelecendo uma ligação mais estreita entre a natureza e o ser humano. O horto medicinal foi implantado na Escola Municipal da Amizade localizada na comunidade.
Resultados
Do total de comunitários entrevistados no presente estudo 33,85% (22) eram do sexo masculino e 66,15% (43) do sexo feminino (Figura ?). Ainda que os comunitários mais velhos são os que mais fazem uso de plantas medicinais. Em relação ao grau de escolaridade dos entrevistados observou-se que a grande maioria da comunidade encontra-se em situação de baixo nível de conhecimento escolar (Figura 2). Apenas uma parcela ínfima da comunidade apresenta ensino médio completo (12,31%) ou encontra-se em nível superior de formação (3,08%).
Figura 2 - Perfil do grau de escolaridade apresentado pela comunidade do bairro Bom Jesus, Municípi de Imperatriz Maranhão.
Ao se analisar o perfil da renda mensal de cada família observou-se que a renda mensal média é de um (01) salário mínimo. De todos os entrevistados, 47,70% (37 famílias) declararam ganhar até um salário mínimo, 30,77% (22 famílias) de um até três salários mínimos, e somente 1,54% (01 família) declarou receber mensalmente de três a cinco salários mínimos. Cerca de 4,61% (5 famílias) não informaram a sua renda familiar (Figura 3). Outro dado levantado é que apesar da renda fixa mensal, a grande maioria dos entrevistados sobrevive da atividade do campo.
Figura 3 - Perfil da renda mensal média apresentado pela comunidade do bairro Bom Jesus, Município de Imperatriz Maranhão.
Na área estudada foram identificadas 20 espécies vegetais (Tabela 1), distribuídas em 13 famílias botânicas. As famílias mais representativas em número de espécies foram Lamiaceae (5), Rutaceae (3), Fabaceae (2), enquanto as demais apresentaram apenas uma espécie cada (Figura 4).
Figura 4 - Representação das famílias com maior número de espécies encontradas na área de estudo.
Com base na realização de levantamento etnobotânico das espécies utilizadas como fitoterápico na comunidade constatou-se que 92% dos entrevistados fazem uso constante de plantas medicinais como erva cidreira (Lipiia Alba), malva do reino (Plectranthus amboinicus), capim santo (Cymbopogon citratyus), hortelã (Mentha spicata), mastruz (Chenopodium ambrosioides), boldo (Plectranthus barbatus), manjericão (Ocimum basilicum), e vique (Mentha arvensis).
Quanto às indicações terapêuticas das plantas medicinais citadas, as categorias mais representativas foram àquelas relacionadas a doenças e sintomas dos sistemas nervoso (relaxantes do sistema nervoso, enxaquecas, insônia), respiratório (asma, tosse, dores de garganta, descongestionantes nasal), hepático (afecções hepáticas), digestório (dores estomacais), além de queimaduras, anti-helmínticos (Tabela 1).
Das espécies indicadas as partes mais utilizadas foram as folhas seguida de raízes, cascas e frutos. A produção de mudas foi feita com tais espécies, na própria comunidade, o material foi disponibilizado pelos moradores da localidade (Figura 5). Estas mudas foram distribuídas para moradores da comunidade
Figura 5 – Produção de mudas de espécies vegetais utilizadas pela comunidade com fins medicinais.
As espécies vegetais identificadas como cultivos regulares e fontes de uso medicinal encontram-se listadas na tabela 1, onde se encontram características como classificação botânica (família, gênero e espécie), nome popular, indicação terapêutica com base no saber popular e modo de preparo das mesmas.
Cerca de 60,26% cultivam em suas residências, sendo este o principal método de acesso a planta medicinal quando necessário. Os demais entrevistados, que também utilizam as espécies com fins medicinais, obtém a planta pelo vizinho (30,77%), vegetação próxima (6,41%) e raramente compram em feiras (1,54%). Em relação à forma de preparo, a predominantes é o chá (38,27%) em seguida xarope (18,52%), infusão (14,81%), decocção (12,36%), garrafada (12,34%), inalação (3,70%) (Tabela 1).
Figura 6 - Métodos de preparo das espécies vegetais utilizadas como fitoterápicos pela comunidade de Bom Jesus, município de Imperatriz, Maranhão.
Por meio das palestras ministradas aos moradores da comunidade foi possível obter uma interação entre os palestrantes e os participantes, podendo assim haver uma troca de informações entre o conhecimento popular e o científico, possibilitando o resgate, aprendizagem e estímulo da conservação da flora medicinal. Segundo Guarim Neto (2006) e Fusiger et al., (2007) recuperar e manter tais conhecimentos é necessário para subsidiar o conhecimento do potencial terapêutico da flora nacional, auxiliando assim, na discussão da questão do uso e manutenção da biodiversidade.
Foram distribuídas 60 mudas da espécie Cymbopogon citratus (capim-santo), 95 mudas de Lipiia alba (erva-cidreira), 78 de Mentha spicata (hortelã), 85 de Ocimum basilicum (manjericão), 87 de Plectranthus amboinicus (malva-do-reino), e 65 da espécie Plectranthus barbatus (boldo). E implatado um horto medicinal na escola, através da criação do horto medicinal na escola, foi possível desenvolver atividades com práticas educativas, onde os alunos aprenderam sobre as técnicas que devem ser executadas no cultivo orgânico de plantas medicinais à medida que aprendiam como realizar o manejo adequado do solo, irrigação, adubação, produção de mudas, plantio e propriedades medicinais.
O local para o plantio definitivo das mudas das plantas medicinais foi escolhido conforme a área disponível na escola, a partir do plantio das espécies cada aluno ficou responsável por uma planta.
Tabela 1 - Levantamento etnobotânico de plantas regularmente utilizadas pela comunidade de Bom Jesus, município de Imperatriz, Maranhão. |
Família/ Espécie |
Nome Popular |
Indicação terapêutica |
Parte utilizada |
Modo de preparo |
Amaryllidaceae Allium sativum L. |
Alho |
Verminose |
Bulbo
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Chá |
Amaranthaceae Chenopodium ambrosioides L. |
Mastruz |
Inflamação das vias aéreas, anti-helmíntico |
Folhas |
Garrafada, chá |
Aloaceae Aloe vera (L.) Burm. f. |
Babosa |
Queimadura
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Folhas |
Infusão e cataplasma |
Bignoniaceae Fridericia chica (Humb. & Bonpl.) L.G. Lohmann |
Crajiru |
Anti-inflammatória |
Folhas |
Chá |
Fabaceae Stryphnodendron adstringens (Mart.) Covillee |
Barbatimão |
Hemorragias |
Casca |
Decocção |
Caesalpinia ferrea Mart. |
Jucá |
Antiflamatória |
Fruto |
Infusão |
Lamiaceae Plectranthus barbatus Andrews |
Boldo |
Afecções hepaticas |
Folhas |
Chá (infusão) |
Mentha spicata L |
Hortelã |
Calmante, asma |
Folhas |
Chá (infusão, inalação) |
Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng |
Malva do reino |
Tratamento de tosse, dor de garganta |
Folhas |
Xarope, chá |
Ocimum basilicum L. |
Manjericão |
Dores estomacais, insônia, enxaquecas |
Folhas |
Chá por infusão |
Mentha arvensis L. |
Vique |
Descongestionante nasal, |
Folhas |
Chá água |
Lythraceae Punica granatum L. |
Romã |
Inflamações da boca |
Casca do fruto maduro |
Chá decocção |
Continuação Tabela 1. |
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Família/ Espécie |
Nome Popular |
Indicação |
Parte utilizada |
Modo de preparo |
Myrtaceae Eucalyptus globulus Labill |
Eucalipto |
Afecções da vias respiratórias |
Folhas |
Chá por infusão e inalação |
Phyllanthaceae Phyllanthus niruri L. |
Quebra pedra |
Antiinfeccioso das vias urinaria |
Toda planta |
Chá por infusão |
Plantaginaceae Scoparia dulcis L |
Vassourinha |
Combate a asma, a bronquite |
Planta toda |
Infusão ou decocção |
Graminiaceae Cymbopogon citratus (DC.) Stapf |
Capim santo |
Calmante |
Folhas |
Chá (infusão) |
Rutaceae Ruta graveolens L. |
Arruda |
Dor de cabeça |
Folhas |
Chá (infusão) |
Citrus sinensis L. |
Laranja |
Gripe, dores estomacais |
Folha e a casca do fruto |
Chá por infusão |
Citrus limon L. |
Limão |
Gripe |
Fruto e a casca do fruto |
Chá e suco. |
Verbenaceae Lippia alba (Mill) N. E. Brown. |
Erva-cidreira |
Calmante, relaxante do sistema nervoso |
Folhas |
Chá por infusão |
Zingiberaceae Zingiber officinale Roscoe |
Gengibre |
Inflamação das vias aéreas |
Raiz |
Infusão e cataplasma. |
DISCUSSÃO
Plantas medicinais são definidas como vegetais que possuem alguma substância com propriedades terapêuticas (MARTINS et al., 2003). Estima-se que pelo menos a metade das espécies nativas possua alguma propriedade medicinal, entretanto, menos de 1% foi estudada adequadamente quanto a este aspecto (MARTINS et al., 2003).
As populações humanas conhecidamente se apropriam de formas distintas de exploração e uso de plantas medicinais para fins terapêuticos (OLIVEIRA et al., 2010). O uso de plantas consideradas medicinais é bastante difundido no Brasil e suas potencialidades neste setor são reconhecidas mundialmente (SIMÕES et al., 2000). Este fato se justifica pela riqueza da biodiversidade, a facilidade de acesso às espécies vegetais (disponíveis e cultivadas em quintais), pela tradição popular desta prática, como também pelo baixo poder aquisitivo da população (CUNHA et al., 2015). Segundo Silveira et al. (2008), a dificuldade de acesso da população à assistência médica e farmacêutica, o custo elevado dos medicamentos industrializados e uma tendência dos consumidores a utilizarem produtos de origem natural, por não os considerarem perigosos, contribuem para a prioridade na escolha do tratamento de enfermidades com plantas medicinais.
No presente estudo observa-se ainda esta cultura tradicional de usos medicinais de plantas e é conservado por mulheres que passam tal conhecimento aos filhos, netos e suas comunidades. Segundo CUNHA et al. (2015), observações como as do presente trabalho refletem a importância da transmissão oral das práticas terapêuticas tradicionais, bem como o caráter familiar dos usos dos recursos em questão.
O critério idade mostrou-se como um fator significativo no saber popular das plantas medicinais, onde indivíduos mais jovens apresentaram menor conhecimento sobre as plantas e suas indicações terapêuticas. Tal resultado pode configurar uma possível perda de conhecimento tradicional sobre plantas medicinais das novas gerações. Messias & Prado (2012), observaram resultado semelhante, porém levantam a condição de uma revisão com maior cautela sobre tal afirmação, uma vez que este fato pode também ser devido ao maior tempo de aquisição do conhecimento tradicional das pessoas mais idosas e da forma de aprendizado.
Estudos sobre uso de plantas com fins medicinais demonstram crescente interesse acadêmico pela medicina tradicional, uma vez que a base empírica pode servir de subsídio para a comprovação científica, além de o conhecimento tradicional fomentar e servir de base para a preservação das tradições culturais e manutenção da biodiversidade de espécies vegetais e animais (GIRALDI & HANAZAKI, 2010).
A predominância de ervas no presente estudo pode estar relacionada ao fato de que a maioria delas são passíveis de cultivo nos quintais, ou serem ruderais, facilitando a obtenção desses recursos vegetais, observações feitas também por Cunha et al., (2015) em São Luis, MA.. Das espécies identificadas, as partes mais utilizadas foram as folhas, raízes, cascas e frutos, sendo que o uso de folhas provoca menos risco para a planta uma vez que não impede sua capacidade regenerativa e reprodução (VENDRUSCOLO & MENTZ, 2006), além da facilidade da coleta, e concentram grande parte dos princípios ativos na grande maioria das espécies. O uso preferencial de folhas também foi verificado em outros trabalhos de natureza semelhante (PILLA et al., 2006; HANAZAKI et al., 2000). Contudo, a parte da planta utilizada dependerá da espécie e da finalidade.
A utilização das plantas pela comunidade de Bom Jesus está de acordo com as propriedades medicinais que lhe são atribuídas na bibliografia consultada sendo que a maiorias já tiveram suas propriedades farmacológicas validadas quanto a sua utilização como medicamento. Dentre as famílias botânicas, Lamiaceae, Rutaceae e Fabaceae apresentaram as maiores representatividades. Asteraceae e Lamiaceae tem sido citadas como famílias com maior riqueza de espécies medicinais em diversos levantamentos de espécies medicinais (PILLA et al., 2006; HANAZAKI et al., 2000). Do levantamento de 41 espécies na categoria medicinal distribuídas em 27 famílias identificadas por Messias & Prado (2012) em Minas Gerais, Lamiaceae (18%) também representou a família com maior número de espécies.
A família Lamiaceae enfatizou-se entre as demais. E uma família que pode ser encontrada em qualquer lugar do mundo com cerca de 300 gêneros e 7.500 espécies. No Brasil ocorrem 26 gêneros e cerca de 350 spp. Podemos observar nessa família muitas ervas aromática dentre elas estão Lippia alba (erva-cidreira), Plectranthus amboinicus (Lour). Spreng (malva do reino), Ocimum basilicum L. (manjericão), Plectranthus barbatus (boldo), Mentha spicata L. (hortelã) e Mentha arvensis (vique).
A familia rutaceae possui uma divisão cosmopolita, sobretudo regiões tropicais e subtropicais com cerca de 150 gêneros e 2000 espécies. No Brasil se encontra 32 gêneros e 150 espécies. Nesta família estão representadas essas espécies Citrus x limon (limão), Citrus x sinensis (laranja), Ruta graveolens (arruda).
A família fabaceae A família Fabaceae (Leguminosae) possui cerca de 727 gêneros e 19.325 espécies, com ampla distribuição mundial. No Brasil são de 1500 espécies e 200 gêneros. Estão representado essas espécies, Caesalpinia férrea (jucá), Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville (barbatimão).
Outras espécies africanas são usadas como fitoterápicos, com largo uso popular, como o boldo (Plectranthus barbatus) e a erva-cidreira (Lippia alba). Espécies utilizadas popularmente para problemas hepáticos (Plectranthus barbatus, P. neochilus e Gymnanthemum amygdalinum) são chamadas de boldo.
O uso de plantas medicinais com potencial terapêutico tem motivado a realização de estudos através de ensaios experimentais que visam fornecer informações úteis e de extrema importância (Rocha et al., 2014). Das espécies utilizadas com fins medicinais no presente estudo como erva cidreira (Lippia Alba), malva do reino (Plectranthus amboinicus), capim santo (Cymbopogon citratyus), hortelã (Mentha spicata), mastruz (Chenopodium ambrosioides), boldo (Plectranthus barbatus), manjericão (Ocimum basilicum), e vique (Mentha arvensis) temos substâncias comprovadamente estudadas.
Costa & Aguiar (2004) identificaram ação anti-carcinogênica em extratos brutos da raiz, caule e folhas de Lippia alba (Mill.), testados frente às células NCI-H292 (obtidas de carcinoma muco-epidermoide de pulmão humano) e células HEp-2 (derivadas de carcinoma epidermóide de laringe). O extrato etanólico da folha desta espécie botânica mostrou-se mais citotóxico frente às células HEp-2 com CI50 igual 8,17 µg/m, sendo que os constituintes com maiores ações antineoplásica estão presentes, principalmente, na raiz e folhas da espécie. Uma das espécies medicinais nativas promissoras ao desenvolvimento de um novo medicamento é sem dúvida Lippia alba, pois apresenta uma série de estudos pré-clínicos evidenciando várias das atividades relacionadas ao seu uso popular. No entanto, apesar do futuro promissor, a exemplo de outras espécies nativas, Lippia alba necessita de um maior número de estudos para poder gerar um fitomedicamento ou fitoterápico cientificamente validado (Heinzmann & Barros, 2007)..
O trabalho de Rocha et al., (2014) objetivou avaliar a atividade antimicrobiana e antioxidante das espécies de Plectranthus amboinicus e Menthus x villosa e constatou que nos extratos etanólicos de P. amboinicus e M. x villosa apresentaram excelentes resultados tanto relacionado à atividade antimicrobiana quanto à antioxidante, evidenciando a potencialidade das plantas analisadas na prevenção e no combate de doenças.
A espécie Chenopodium ambrosioides L. (Amaranthaceae) conhecida popularmente como mastruz, sendo muito empregada na medicina caseira na com as folhas trituradas são comumente utilizadas para alívio de dor, inflamação, como cicatrizante, em contusão, fraturas, problemas respiratórios, como diurética, para bronquite, tuberculose, como abortiva e em reumatismo. No presente estudo foi citada como anti-inflamtória, anti-helmíntica e emplasto para queimaduras. A sua ação anti-helmíntica é a que a caracteriza como erva medicinal. Segundo a OMS é uma das plantas medicinais mais utilizadas entre os remédios tradicionais no mundo inteiro.
Segundo a OMS é uma das plantas medicinais mais utilizadas entre os remédios tradicionais no mundo inteiro é a Ruta graveolens L. (Rutaceae). Ensaios farmacológicos comprovaram seu efeito como anti-helmíntica, febrífuga, abortiva, antiparasitária, espasmolítica, fotossensibilizante, cicatrizante, anti-inflamatória, antirreumática e antiulcerogênica, sudorífer. No presente estudo foi utilizada para dores de cabeça. Das espécies mais citadas no presente trabalho, sete estão presentes na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS). Essa relação é constituída de espécies vegetais cujo critério de inclusão tem por base o potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse ao SUS (Rocha et al., 2014).
A validação científica da ação terapêutica de algumas plantas medicinais e a concordância quanto ao uso de certas plantas numa comunidade, podem explicar, em parte, o fato de algumas espécies estarem entre as mais citadas nas farmacopéias populares. Em dezembro de 2008 foi instituído o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (MDS 2008), que tem como objetivo inserir, com segurança, eficácia e qualidade, plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à Fitoterapia no Sistema Único de Saúde (SUS). O programa busca também promover e reconhecer práticas populares e tradicionais de uso de plantas medicinais. Estudos etnobotânicos podem contribuir com ações desse tipo à medida que listam plantas medicinais já conhecidas e utilizadas em determinada região, com potencial para serem inseridas em sistemas públicos de saúde. A Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RESINUS 2009) lista 71 espécies de plantas medicinais que poderão ser usadas como medicamentos fi toterápicos no Sistema Único de Saúde. Dessas, 13 espécies constam neste estudo etnobotânico.
CONCLUSÃO
Historicamente o uso das plantas com atributos medicinais constitui uma alternativa terapêutica eficaz, segura e acessível à população. O estudo biológico, químico e etnobotânico destas espécies e dos seus múltiplos usos torna-se indispensável para a geração de um banco de informações que subsidiarão o aprimoramento do conhecimento sobre a biodiversidade natural e sua importância para o homem.
No presente estudo constatou-se que comunidade de Bom Jesus conserva o saber popular e utiliza diferentes espécies vegetais na “medicina caseira”, bem como presentaram-se abertos e engajados na conservação e construção do horto para cultivo das espécies vegetais. Dentre as espécies, foram identificadas 20 espécies em 13 famílias botânicas, onde Lamiaceae (5), Rutaceae (3), Fabaceae (2) foram as mais representativas. As espécies mais utilizadas foram erva cidreira (Lipiia Alba), malva do reino (Plectranthus amboinicus), capim santo (Cymbopogon citratyus), hortelã (Mentha spicata), mastruz (Chenopodium ambrosioides), boldo (Plectranthus barbatus), manjericão (Ocimum basilicum), e vique (Mentha arvensis). Tendo suas folhas seguida de raízes, casca e frutos, indicadas para o preparo de medicamentos como chá e lambedor, sendo a maioria das plantas associadas a enfermidades do aparelho respiratório e digestivo.
Ainda, das 20 espécies utilizadas com fins medicinais no presente estudo, 13 delas estão listadas Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RESINUS 2009) como potenciais fitomedicamentos ou fitoterápicos cientificamente validados. Sendo assim, pode-se concluir que a busca e o reconhecimento de práticas tradicionais, como os estudos etnobotânicos, podem contribuir com conhecimento e subsidiar ações para inserir tais espécies como alternativa viável aos sistemas públicos de saúde. Além de estimular a prática tradicional de passagem de conhecimento tradicional de geração para geração.
REFERÊNCIAS
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