TRILHAS URBANAS E O SEU PAPEL NA PERCEPÇÃO AMBIENTAL E RESSIGNIFICAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE MEIO AMBIENTE: UM ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA PÚBLICA BRASILEIRA



Arnaldo Santana1, Fernanda Cristina Romero2, Luciana Aparecida Farias3

1 Mestre pelo Programa de Pós Graduação Análise Ambiental Integrada, Universidade Federal de São Paulo (arnaldosantana@hotmail.com)

2 Mestranda no Programa de Pós Graduação Análise Ambiental Integrada, Universidade Federal de São Paulo (fee_romero@yahoo.com.br)

3 Professora Associada no Programa de Pós Graduação Análise Ambiental Integrada, Universidade Federal de São Paulo (lufarias2@yahoo.com.br)



Resumo: Uma das maneiras de promover uma integração entre o ser humano e o meio ambiente, bem como de estimular a percepção ambiental, é a realização de trilhas, as quais são recursos comumente utilizados em projetos de educação ambiental. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é apresentar os resultados obtidos em um projeto de Educação Ambiental desenvolvido em uma escola da cidade de Santos, São Paulo, Brasil. Para tanto foi realizada uma trilha em espaço urbano, cujo objetivo era investigar o seu papel na modificação da Representação Social naturalista e ingênua a respeito de meio ambiente, a qual ainda predomina em escolas brasileiras. O estudo contou com 125 estudantes, sendo que os dados foram obtidos durante a pesquisa por meio da utilização de atividades de sensibilização, aplicação de um questionário semiestruturado, elaboração de desenhos e evocação livre de palavras. A partir dos resultados foi possível verificar que a trilha urbana pode ser um recurso importante e barato a ser desenvolvido em localidades e escolas com poucos recursos financeiros, favorecendo a percepção ambiental e uma reflexão mais crítica da realidade socioambiental onde a atividade é desenvolvida, ainda que para a ressignificação das RS a respeito ambiente, seja necessário um trabalho contínuo e transversal de forma a ocorrer uma mudança efetiva no Núcleo Central da Representação.

Palavras-chave: Educação Ambiental. Percepção Ambiental. Trilhas Urbanas.

Abstract: One of the ways to promote an integration between the human being and the environment, as well as to stimulate the environmental perception, is the implementation of tracks, which are commonly used in projects of environmental education. Thus, the objective of the present work is to present the results obtained in an environmental education project developed at a school in the city of Santos, São Paulo, Brazil. For this purpose, a track in urban space was carried out, which objective was to investigate its role in modifying the naturalistic and naive social representation regarding the environment, which still predominates in Brazilian schools. The study counted on 125 students, and the data were obtained during the research through the use of sensitization activities, application of a semi structured questionnaire, elaboration of drawings and free evocation of words. From the results it was possible to verify that the urban track can be an important and cheap resource to be developed in places and schools with few financial resources, favoring the environmental perception and a more critical reflection of the socio-environmental reality where the activity is developed, although for the re-signification of social representation in respect of the environment, it is necessary a continuous and transversal work in order to occur an effective change in the central core of the representation.

Key words: Urban tracks. Environmental education. Environmental perception.

Introdução

Existe atualmente uma grande diversidade na utilização de trilha como forma de apoio às pesquisas e projetos com a temática socioambiental (FERREIRA, 1998; TORNABENE; ERNST, 2012). Sendo que esta forma de atividade pode oferecer uma alternativa metodológica interessante quando aplicada em práticas de Educação Ambiental (EA) e estudos de percepção ambiental, pois, segundo Melazo (2005), existem inúmeras diferenças relacionadas às percepções, aos valores existentes entre os indivíduos referentes aos aspectos que compõem o cenário de uma cidade, além do fato que a maioria das pessoas apresenta uma representação dicotômica entre o que elas consideram meio ambiente e espaço urbano, podendo neste caso a trilha ser um instrumento que pode favorecer a ressignificação dessa representação.

Nesse contexto, com o intuito de estimular a percepção ambiental, bem como promover uma integração entre o ser humano e o meio ambiente, as trilhas são recursos comumente utilizados em projetos de EA de uma maneira geral, principalmente em escolas brasileiras. Todavia, no Brasil, mesmo quando as trilhas ocorrem em espaços urbanos, envolvem na maioria das vezes, somente parques ou remanescentes de matas nativas, resultando no deslocamento dos indivíduos para espaços caracterizados como “naturais”. O que pode vir a constituir um problema e não uma solução, em locais em que há o predomínio da uma representação social (RS) predominantemente ingênua e naturalista de meio ambiente (REIGOTA, 2007). Resultando em práticas que reforçam a associação de uma EA somente com a perspectiva ecológica da temática ou de um meio ambiente distante, de forma a comprometer a construção da rede de significação que os estudantes vão construindo ao longo da vida escolar. Sendo que, segundo Farias (2017), caso nesse período, a EA não introduza a ideia de meio ambiente como uma teia de inter-relações que incluem seres humanos e seus artefatos como componentes de um sistema holístico, a representação de uma natureza bucólica e intocada poderá ser reforçada na estrutura cognitiva da criança, por meio dos processos de objetivação e ancoragem, nos quais o indivíduo vai associando imagens concretas a ideias e conceitos. E isso poderá estabelecer uma rede de significados em torno de um objeto ou tema que se manterá até a vida adulta.

Dentro desse contexto, o objetivo do presente trabalho é apresentar, por meio de um estudo de caso, os resultados obtidos em um projeto de EA desenvolvido em uma escola da cidade de Santos, São Paulo, Brasil, a partir diferentes atividades pedagógicas, particularmente uma trilha realizada em espaço urbano, cujo objetivo era investigar o seu papel na modificação da RS naturalista e ingênua a respeito de meio ambiente, a qual ainda predomina em escolas brasileiras. Partindo da seguinte questão de investigação: seriam as atividades propostas no estudo, bons instrumentos sensibilizadores no sentido de promover modificações na percepção e representação, particularmente a ingênua e naturalista, dos participantes com relação ao meio ambiente e o entorno socioambiental da escola? Sendo que os principais referenciais teóricos adotados foram Moscovici (2003) com a Teoria das Representações Sociais, Sá (1996) para a Teoria do Núcleo Central das RS e Tuan (2012) com relação à Topofilia.

Metodologia

Este trabalho é uma síntese de um projeto de mestrado do Programa de Análise Ambiental Integrada, da Universidade Federal de São Paulo, o qual se propõe o desafio de integrar áreas distintas de conhecimento, resultando no exercício da interdisciplinaridade e na compreensão da complexidade envolvida nas questões socioambientais. Dentro dessa perspectiva, a proposta teve caráter misto que, segundo Creswell (2007), é uma abordagem de investigação que combina ou associa as formas qualitativa e quantitativa, que no presente estudo adotaram a forma de um estudo de caso, entendido aqui como uma “investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo (o caso) em profundidade e em seu contexto de mundo real, especialmente quando dos limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes” (YIN, 2015).

A Escolha do Local

Fundada em 1839, a cidade de Santos, Estado de São Paulo, é conhecida atualmente pelo seu porto, considerado um dos maiores da América Latina em movimentação de carga (Ornelas, 2008), bem como por sua orla composta por um jardim que se estende por sete quilômetros de praia (Figura 1). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), a cidade de Santos é a mais populosa do litoral sul do estado e possui Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de 0,840, colocando-a entre as melhores cidades brasileiras.

Figura 1 -- Localização da cidade de Santos no Estado de São Paulo. Fonte: Elaboração própria.





Entretanto, tais índices positivos alcançados nas últimas décadas mascaram o fenômeno de verticalização dos empreendimentos imobiliários na cidade. Estes novos empreendimentos direcionados às classes de maior poder aquisitivo, expulsam moradores de classes de menor poder aquisitivo para bairros mais periféricos e para outros municípios (PETROBRÁS, 2013).

Dentro desse contexto, a escola participante do presente estudo está localizada em uma região considerada nobre do ponto de vista imobiliário pelo fato de estar perto da orla, bem como entre diversos bairros de Santos e no caminho de passagem das principais linhas de transporte público ou privado que vem de outras cidades, fato que faz com que a escola também receba alunos de outros municípios da região. Esta especificidade a torna um importante objeto de estudo pois possui um público estudantil variado, vindo de diversos lugares e iniciando seus estudos no ensino médio. Toda em concreto e mostrando pouca relação de integração ser humano/ambiente, a construção do prédio desta escola revela um padrão de desenvolvimento urbano que pode ser o indicador do porquê uma sociedade não se reconhece como parte do ambiente ou mesmo não reconhece o local onde se encontra como sendo o seu meio ambiente. O padrão de vida de um povo é a soma de suas atividades econômicas e sociais que requerem formas arquitetônicas e ambientais, as quais influenciam o padrão de suas atividades (TUAN, 2012).

Participantes

Participaram do presente estudo, estudantes de quatro salas do primeiro ano de ensino médio na disciplina de biologia, totalizando 125 participantes com a média de idade de 15 anos para todas as salas, onde 48% dos estudantes eram do gênero feminino e 52% do gênero masculino. Sendo que o grupo era representado em sua maioria por estudantes egressos do ensino fundamental da própria escola 65%, porém a maioria dos estudantes, 75% dos entrevistados (97 alunos) afirmaram serem de Santos e 25% (32) de outros municípios, e apenas 17 (14%) disseram residir no mesmo bairro onde está localizada a escolar.

Por fim, o maior nível de escolaridade de país/responsáveis entre os jovens foi o de ensino médio completo. Sendo que tal questionamento se fez necessário, pois Tuan (2012) afirma que:

Para avaliar como as pessoas respondem aos seus ambientes urbanos, precisamos conhecer os tipos de atividades que ocorrem no lar, nos lugares de trabalho e de diversão e nas ruas. Os estilos de vida variam muito em qualquer grande metrópole. Pessoas vivendo na mesma cidade, no mesmo bairro, mesmo assim, percebem mundo diferentes (p. 341).

Atividades e Instrumentação

Na elaboração do percurso da trilha, levou-se em consideração o tempo de percurso, pois deveria encaixar com a dinâmica da escola sem causar prejuízos às demais disciplinas, bem como levar em consideração a facilidade, evitando a fadiga e a dispersão do aluno, o horário devido à exposição ao Sol em uma cidade pouco arborizada e os elementos a serem percebidos durante os pontos de parada de forma a permitir uma reflexão mais crítica e integrada do meio ambiente conforme reflete Derby et al. (2015), além também de se caracterizar como uma atividade recreativa conforme sugere os autores Andrade e Mitraud, (2003).

A trilha tinha um tempo estimado em aproximadamente uma hora e com 2,4 Km de percurso, saindo da escola em direção ao primeiro ponto de parada, dos seis que faziam parte do percurso (Figura 2). Ponto 1 – PERCEPÇÃO INICIAL - Este primeiro ponto de parada, teve como objetivo fazer com que os alunos começassem a desenvolver sua percepção sensorial e a se questionar como se apresentava o ambiente, quais os sons, cores, pessoas, flora, fauna e construções existiam no entorno; Ponto 2 – TRANSPORTE/COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS - Neste trecho, os alunos foram orientados a refletir sobre a relação do transporte, consumo de combustíveis fósseis e as pressões socioambientais que estão envolvidas nessa relação, pois estavam próximos a um ponto de táxi e um posto de gasolina. Este ponto foi considerado muito importante, pois este setor é uma das mais importantes forças motrizes do crescimento da economia, não somente no Brasil, mas mundial, permitindo a movimentação de pessoas, bens e serviços (MATTOS, 2001); Ponto 3 – MANUTENÇÃO DA VIDA - Essa parada se fez importante, pois, embaixo de uma árvore (Amendoeira-da-praia, Terminalia catappa) na orla da praia, os alunos foram sensibilizados a refletir sobre a importância e a fragilidade dos ecossistemas para a manutenção da vida, bem como possíveis alternativas de integração e harmonia nesse espaço urbano; Ponto 4 – PRODUÇÃO/CONSUMO - A galeria concentra muitas lojas onde os impactos do nosso estilo de produção/consumo podem ser refletidos, abrindo caminho para as discussões sobre as dificuldades do desenvolvimento sustentável e a banalização do tema; Ponto 5 – MUDANÇAS SOCIOAMBIENTAIS - Até este ponto de parada, esperava-se que o aluno percebesse as alterações socioambientais ao longo do percurso, questionando-se sobre a falta de arborização, por exemplo, já que no trajeto de inicial caminharam por áreas arborizadas ao lado do canal da praia e pelo jardim da orla, sendo que o caminho até a chegada ao ultimo ponto era curto, mas, durante este percurso, o aluno pode perceber a diminuição de ruídos e a presença de pontos comerciais diferentes dos vistos até aquele momento, como por exemplo, as padarias locais, chamando a atenção para outras formas de consumo; Ponto 6 – SUSTENTABILIDADE E ESPAÇO URBANO - Neste ponto, os alunos observaram, além da mudança nas edificações e pontos comerciais, a presença de uma estação do sistema de bicicletas públicas (Bike Santos) e a estação ainda em construção do VLT (sigla para Veículo Leve sobre Trilhos), onde foi discutido sobre outros meios de transporte além dos baseados em combustíveis fósseis e como isso pode colaborar com a sustentabilidade do espaço urbano.

Figura 2 -- Imagens do percurso estabelecido para a trilha: A – ponto 1; B – ponto 2; C – ponto 3; D – ponto 4; E – ponto 5 e F – ponto 6. Fonte: Elaboração a partir da pesquisa realizada.

Após a realização da trilha se seguiu uma roda de conversa, realizada uma semana após esta atividade. O tempo dado entre a trilha urbana e a roda de conversa, teve o propósito de proporcionar discussões e trocas entre os alunos durante o intervalo de tempo, pois Segundo Moscovici (2003), é no cotidiano das conversas e dos debates, que as RS se constroem ou se ressignificam. Sendo que todas as rodas de conversa foram filmadas, para que pudessem ser revistas e transcritas para efeitos de análise.

E de forma completar os debates, ainda foram desenvolvidas em sala de aula atividades pedagógicas que permeavam e aprofundavam as reflexões vivenciadas na trilha, como por exemplo, vídeos com a temática socioambiental e uma reflexão a respeito do conceito de desenvolvimento sustentável encontrado no livro didático adotado pela escola.

Para o levantamento dos dados, foi utilizado questionário semiestruturado adaptado de Faht (2011), antes das atividades sensibilizadoras, quanto após. O questionário foi elaborado com 22 questões com o objetivo de aprofundar a investigação a respeito da percepção ambiental e RS dos estudantes com relação ao meio ambiente. Sendo que o mesmo foi dividido em três blocos de investigação: Bloco 1 - dedicado à caracterização do perfil sociocultural. Bloco 2- dedicado à avaliação das RS dos alunos, analisadas por meio das evocações livres de palavras, que consiste na associação livre de palavras estabelecidas pelo entrevistado (SÁ, 1996). Já o Bloco 3 foi dedicado ao estudo da percepção ambiental do aluno, por meio da elaboração de um desenho feito por ele. A fim de estimular o aluno para a elaboração do desenho, formulou-se a seguinte frase: “Durante uma aula de Biologia na qual os alunos se viam empolgados com discussões sobre diversos temas o professor pergunta a um aluno: - O que é meio ambiente para você? E prontamente o aluno responde: - Meio Ambiente é ...”, termine de contar essa história por meio de um desenho.

O método de Desenho foi utilizado com base em seu caráter interativo, no qual uma pergunta ou um tópico foi dado e os participantes começaram a gerar respostas espontaneamente, como proposto por Kesby (2005). De uma forma geral, o desenho vem sendo adotado como estratégia metodológica para a percepção da representação de emoções e concepções relacionadas ao meio ambiente principalmente de crianças e pré-adolescentes conforme discute Rua et al (20015). Sendo que a análise dos desenhos foi inspirada em Pedrini et al. (2010), os quais utilizam a identificação da presença ou ausência de elementos socioambientais denominados macrocompartimentos (natural, artificial e abstrato), para verificar se o sujeito estudado percebe seu meio e suas interrelações de dependência. Estes macrocompartimentos, por sua vez, ainda são subdivididos em macroelementos (atmosfera, terrestre e aquático), os quais são compostos por símbolos, como por exemplo, nuvens, casas, animais, entre outros. A análise dos desenhos foi feita de forma qualitativa e quantitativa, sendo que a Figura 3 mostra alguns exemplos de desenhos recolhidos e suas classificações. Assim, cada desenho apresentado foi analisado de forma qualitativa procurando-se definir os conhecimentos esperados sobre meio ambiente, por meio dos macroelementos apresentados nos desenhos, bem como quantitativamente, por meio da análise da frequência dos símbolos apresentados nos macrocompartimentos e macroelementos (PEDRINI, 2010; RUA et al., 2015).

Figura 3 - . Exemplo de análise dos desenhos elaborados pelos alunos. Fonte: Elaboração própria.

Para a análise do Núcleo Central das RS foi utilizado no presente estudo, o programa estatístico no Excel ®, adaptado do EVOC 2000, criado por Pierre Vergès (FARIAS e TRAGLIA , 2013), que calcula a frequência e a ordem média das evocações obtidas nos questionários. O programa apresenta o resultado da análise, por meio de quadrantes, sendo que cada quadrante apresenta função específica, no sentido de revelar o significado das palavras evocadas pelo grupo de participantes. Estes quadrantes são divididos em Núcleo Central (NC), Primeira Periferia (PP), Zona de Contraste (ZC) e Segunda Periferia (SP).

Para a discussão das RS do meio ambiente foi a classificação de Reigota (2007), o qual identificou três tipos possíveis de representação: a) naturalista, onde o meio ambiente é caracterizado apenas por seus aspectos naturais, é a natureza intocada; b) antropocêntrico, onde o meio ambiente é caracterizado como fonte de recursos naturais; c) globalizante, onde o meio ambiente é integrado pela natureza e sociedade.

Resultados

Representações Sociais E Percepções Ambientais Antes Das Atividades Pedagógicas

A partir da abordagem da Teoria do Núcleo Central (SÁ, 1996), na qual uma RS é um conjunto organizado de pensamentos, informações, opiniões, atitudes e crenças a respeito de um dado objeto ou tema, organizada também a partir do universo léxico do indivíduo, é possível avaliar a organização interna das RS, a partir de um método de associação livre de palavras, seguida da observação de dois indicadores de hierarquia: a frequência de um item e a sua ordem de importância. Nesse sentido, a evocação livre de palavras a partir do termo indutor “meio ambiente”, trouxe a princípio 440 evocações, destas, somente 37 palavras ou expressões apresentaram sentido diferentes entre si, para o termo indutor adotado. Estas evocações elaboradas foram classificadas em 10 categorias distintas, com o objetivo de facilitar o estudo das evocações (Tabela 1) e posteriormente organizada em quadrantes.

Tabela 1 -- Categorias elaboradas a partir das palavras evocadas a partir do questionário inicial. Fonte: elaboração própria.

Categorias

Total de evocações (frequência)

FLORA

106

FAUNA

44

FATOR ABIÓTICO

57

ECOSSISTEMAS

37

SOCIOAMBIENTAL

05

HOMEM/MULHER/CRIANÇA (HMC)

06

POLUIÇÃO

106

PROTEÇÃO

26

DIVERSOS

13

NATUREZA

40

TOTAL DE EVOCAÇÕES

440



Nesse contexto, os resultados obtidos para as evocações sugerem que o grupo de alunos que participaram da pesquisa tinham elementos da flora e a poluição como provável Núcleo Central das representações a respeito de meio ambiente (Tabela 2).

Tabela 2 -- Estrutura das RS organizadas em quadrantes, a partir do termo indutor “meio ambiente” (questionário inicial). Fonte: elaboração própria.


Frequência mínima de evocações = 2


Ordem média de evocações < 2.78

Ordem média evocações >= 2.78

Frequência >= 44

Núcleo Central (NC)

Primeira Periferia (PP)

 

Freq

OME

 

Freq

OME

FLORA

106

2,43

FAUNA

44

3,05

POLUIÇÃO

106

2,56

FATOR ABIÓTICO

57

2,98

Frequência < 44

Zona de Contraste (ZC)

Segunda Periferia (SP)

 

Freq

OME

 

Freq

OME

SOCIOAMBIENTAL

5

2,00

HMC

6

4,00

PROTEÇÃO

26

2,65

DIVERSOS

13

3,15

NATUREZA

40

1,85

ECOSSISTEMA

37

3,16



Buscando-se também avaliar o aspecto figurativo das representações, pediu-se que os estudantes realizassem um desenho conforme descrito anteriormente. Sendo que este recurso utilizado trouxe aos sujeitos participantes uma situação favorável de expressão emocional, o que permitiu também apreender as dimensões afetivo-emocionais de possíveis RS do grupo, conforme discute Jodelet (1986).

De uma forma geral, o macrocompartimento que predominou nos desenhos, foi o natural, ainda que esses alunos residam no espaço urbano (Figura 4).

Figura 4 - Caracterização dos macrocompartimentos predominantes na primeira fase. Fonte: Elaboração própria.

Em uma análise geral dos resultados, os símbolos representados nos macrocompartimentos foram: natural 79% e artificial 21%. Resultado similar ao obtido em outros estudos, como por exemplo, Pedrini, Costa e Ghilardi (2010), no qual os símbolos naturais também foram consideravelmente superiores aos demais macrocompartimentos. Esse resultado, quando comparado aos das evocações, sugerem as mesmas representações sobre o meio ambiente, o que reforça a percepção naturalista dos indivíduos participantes do estudo. Quando se observa detalhadamente o número de símbolos apresentados em cada macroelemento, nota-se, assim como nas evocações, a baixa frequência de elementos que representassem os seres humanos. A baixa frequência do elemento humano também é notada nos estudos de Pedrini, Costa e Ghilardi (2010).

Um destaque importante a ser feito com relação aos símbolos que mais aparecerem no macroelemento aquático diz respeito ao símbolo peixe, cuja frequência foi de 35% dos desenhos, chamando a atenção por sua representatividade, todavia, não estava associado ao símbolo mar, aparecendo associado, muitas vezes, ao símbolo rio. Esta associação ao rio, em detrimento ao mar, chama a atenção pois, a cidade de Santos embora possua rios, em sua porção insular, estes foram canalizados ao longo do tempo e estão fora do local de residência dos participantes e este símbolo é o mais representado nos desenhos. A baixa representação do símbolo peixe e a associação destes ao rio, sugere o pouco contato destes alunos com o mar já que moram em bairros mais afastados da praia e a complexa urbanização ocorrida na cidade de Santos que pode fazer com que estes alunos percam a percepção do ambiente marinho como um todo. Evidenciando a importância da trilha urbana contemplando uma etapa de parada na orla.

Representações Sociais E Percepções Ambientais Após As Atividades Pedagógicas

Com o início do ano letivo, iniciou-se o desenvolvimento das atividades pedagógicas propostas no presente estudo, de forma transversal na disciplina de Biologia, sendo que as atividades puderam propiciar uma maior interação entre professor e alunos, o que, segundo Barbosa e Canalli (2011), resulta em um ambiente onde, tanto professor como seus alunos, estarão cientes de suas responsabilidades. Sendo que a primeira atividade desenvolvida foi a trilha urbana.

Uma semana após o desenvolvimento da trilha urbana, durante o período de aula o professor realizou uma roda de conversa com cada turma. Para Sato, Carvalho et al. (2005), esta metodologia possibilita gerar uma articulação dos argumentos e põe o indivíduo no centro do processo, o que favorece, a princípio, o amadurecimento da reflexão a respeito da temática socioambiental.

Por fim, a trilha, juntamente com a leitura do texto proposto, bem como os vídeos assistidos ao longo do ano, também geraram rodas de conversa que forneceram indícios de como os alunos relacionavam ou não o crescimento populacional e urbano aos problemas ambientais, se conseguiam se perceber ou não como parte integrante da questão e se já haviam refletido a respeito do próprio estilo de vida e hábitos de consumo, bem como se a trilha urbana contribuiu ou não para a ressignificação das RS.

Após a realização de todas as atividades pedagógicas programadas, foi aplicado novamente o questionário com o objetivo de avaliar se houve ou não movimentação na estrutura das RS, bem como na percepção ambiental dos alunos que participaram do estudo.

Assim como na aplicação do primeiro questionário, foi solicitado aos participantes a evocação livres de palavras, a partir do termo indutor “meio ambiente”, sendo que os participantes elaboraram 416 evocações, sendo 82 diferentes entre si, para o tema indutor adotado. As evocações foram classificadas em 11 categorias distintas, com o objetivo de facilitar o estudo das mesmas (Tabela 3). Ainda que o número de palavras evocadas tenha aproximadamente o mesmo, foi possível constatar uma maior diversidade de palavras diferentes, evidenciando que os estudantes aumentarem o seu universo léxico com relação ao tema abordado.

Tabela 3 -- Categorias elaboradas a partir das palavras evocadas a partir do questionário final, após a realização das atividades pedagógicas.

Categorias

Total de evocações (frequência)

DIVERSOS

09

ECOSSISTEMA

49

FATOR ABIÓTICO

45

FAUNA

64

FLORA

113

HOMEM/MULHER/CRIANÇA (HMC)

20

NATUREZA

23

POLUIÇÃO

69

PROTEÇÃO

09

SOCIOAMBIENTAL

06

DIVERSOS

09

TOTAL DE EVOCAÇÕES

416



Estas evocações elaboradas foram novamente classificadas em 11 categorias distintas, com o objetivo de facilitar o estudo das evocações e posteriormente organizada em quadrantes. E nesse contexto, os resultados obtidos para as evocações sugerem que a maioria dos alunos que participaram da pesquisa continuaram tendo elementos naturalistas e a poluição como provável Núcleo Central das representações a respeito de meio ambiente (Tabela 4), ou seja, ao se analisarem as respostas obtidas pelo quadrante NC, em comparação com a primeira análise, as RS, ainda que tenha havido movimentação na estrutura, não parecem terem sido ressignificadas, com permanência da percepção e representação naturalista de meio ambiente.

Tabela 4 -- Estrutura das RS organizadas em quadrantes, a partir do termo indutor “meio ambiente” (questionário final, após atividades pedagógicas). Fonte: Elaboração própria.


Frequência mínima de evocações = 2


Ordem média de evocações < 3.02

Ordem média evocações >= 3.02

Frequência >= 40.7

Núcleo Central (NC)

Primeira Periferia (PP)

 

Freq

OME

 

Freq

OME

FAUNA

64

2,73

FATOR ABIÓTICO

45

3,29

POLUIÇÃO

69

2,72

ECOSSISTEMA

49

3,04

FLORA

113

2,55

 

 

 

Frequência < 40.7

Zona de Contraste (ZC)

Segunda Periferia (SP)

 

Freq

OME

 

Freq

OME

HOMEM/MULHER/CRIANÇA (HMC)

20

2,90

SOCIOAMBIENTAL

6

3,17

NATUREZA

23

2,65

PROTEÇÃO

9

3,33

 

 

 

DIVERSOS

9

3,78



Todavia, uma consideração importante a ser feita, diz respeito ao surgimento de um subgrupo de estudantes que passaram a colocar a categoria ser humano (HMC) do quadrante SP para o quadrante da ZC na segunda etapa da pesquisa. Sugerindo que para esse grupo a ressignificação de uma visão naturalista para uma visão globalizante, segundo Reigota (2007), pode ser favorecida se houver continuidade nas atividades pedagógicas realizadas. E quando os dados obtidos a partir das evocações são comparados com os desenhos elaborados pelos participantes do estudo na segunda etapa, pode-se constatar ainda a predominância da visão naturalista sobre o meio ambiente. Entretanto, é possível notar que uma visão mais globalizante começa a aparecer entre partes dos alunos, sendo que também houve um aumento de símbolos urbanos na apresentação dos desenhos.

Discussão

Lima (2010) afirma que nas trilhas são trabalhadas temáticas da EA e da psicologia ambiental, como: a preservação do patrimônio histórico, a ecologia, a apropriação do espaço, a percepção ambiental, bem-estar do ser humano no seu ambiente, qualidade de vida urbana, apego ao lugar, afetividade, segurança, entre outros. Nesse sentido, uma definição para trilha urbana é proposta por Lima (2010, pág. 10): “trilha urbana é uma caminhada ambiental que se faz em um ambiente urbano e retrata a percepção, desperta a sensibilidade e o interesse para as questões socioambientais urbanas por parte de pessoas de qualquer faixa etária’.

Segundo o relatório da United Nations, Department of Economic and Social Affairs (UN-DESA), 54 % da população humana vive em áreas urbanas (UN-DESA, 2014). Portanto, a necessidade de se conhecer e compreender a cidade faz da trilha urbana uma ferramenta fundamental para trabalhos de EA que visem a transformação de atitude, sobretudo aqueles relacionados aos anos finais da educação básica (DIAS, 2001).

Na visão de Torres et al. (2011), as trilhas urbanas também são vantajosas pois resultam em um ônus relativamente baixo para a sua organização, o que é providencial, pois não se tem o custo do transporte, que por muitas vezes acaba impossibilitando uma saída com os alunos. Em se tratando de escolas públicas brasileiras, uma trilha urbana desempenha um papel fundamental como subsídio a projetos iniciais de EA devido ao seu caráter mais econômico, sendo necessário para sua realização apenas a disponibilidade do professor e uma pequena reorganização da dinâmica escolar, podendo ser encaixada entre as aulas ou períodos.

Por outro lado, embora as trilhas urbanas não sejam algo novo em projetos de EA, é uma atividade ainda pouco relatada e desenvolvida como pesquisa em escolas e com alunos de ensino médio brasileiros. O que pode vir se constituir um problema, em um país cuja RS predominante nas escolas ainda seja naturalista e ingênua, conforme discutido anteriormente. Dentro dessa perspectiva, procurou-se refletir com os estudantes a respeito de como o meio ambiente não está distante, idealizado como uma área “intocada” cheia de árvores, reforçando, o que, segundo Reigota (2007), seria uma visão naturalista e ingênua da natureza.

Todavia, a persistência da visão naturalista entre a maioria dos participantes durante a pesquisa foi semelhante aos resultados obtidos em outros estudos brasileiros (FARIAS, 2017, MATOS, 2009 e PEDRINI, 2010), que realizaram suas pesquisas em cidades como Cuiabá (MT), Rio de Janeiro (RJ), São Bernardo do Campo (SP) e Diadema (SP). E também a partir de diferentes estudos realizados em diferentes países (PAYNE, 1998; LOUGHLAND et al., 2002; SHEPARDSON et al. 2007; DESJEAN-PERROTTA et al., 2008; MOSELEY, et al. 2010; YAVETZ et al., 2014; FREITAS et al., 2015), pois, segundo Freitas (2009), o significado de meio ambiente na infância tende ainda estar muito associado com o significado de natureza intocada, sendo representada nos desenhos principalmente por flores, árvores, animais, com o bucólico, os quais foram introduzidos no convívio do dia a dia nos locais em que vivemos, frequentamos ou passeamos. Por outro lado, Farias et al. (2017), que reflete a respeito de como o processo de ancoragem e objetivação, reforçados durante todo o período escolar pode vir a coexistir com outros conhecimentos até mesmo na vida adulta, dependendo da trajetória do indivíduo. Reforça que essa visão precisa ser ampliada e ressignificada quando ingressamos na escola e nesse sentido, os professores, bem como as metodologias adotadas são agentes fundamentais para estimular uma nova percepção e o desenvolvimento de competências e habilidades dos alunos para a compreensão, criticidade e participação mais consciente nos debates a respeito do meio ambiente e EA, a partir de uma abordagem holística, que contemplem além dos aspectos ecológicos, as questões sociais, culturais, políticas, históricas, éticas, entre outras. E nesse sentido, pode-se constatar que a trilha urbana, bem como as demais atividades pedagógicas favoreceram essa sensibilização, abrindo a possibilidade de uma ressignificação futura do Núcleo Central das Representações, caso haja continuidade no trabalho iniciado.

Consideraçõe Finais

Após a aplicação das atividades pedagógicas, conclui-se que particularmente a trilha urbana pode ser um recurso importante e barato a ser desenvolvido em localidades e escolas com poucos recursos financeiros, favorecendo a percepção ambiental e uma reflexão mais crítica da realidade socioambiental onde a atividade é desenvolvida, ainda que para a ressignificação das RS a respeito do ambiente, seja necessário um trabalho contínuo e transversal para que haja mudança efetiva no Núcleo Central da Representação.

De fato, se a EA não é introduzida na infância como uma teia de inter-relações, que incluem os seres humanos coexistindo com o ambiente, as visões naturalistas sobre as questões ambientais podem perdurar até a fase adulta. Evidenciando que é preciso continuar investindo em propostas pedagógicas de qualidade, articuladas com investimentos efetivos no desenvolvimento profissional dos professores.

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