EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SAÚDE PÚBLICA: ANÁLISE DOS CASOS DE LEPTOSPIROSE NOTIFICADOS NO RIO DE JANEIRO

Bárbara Oliveira de Morais1, Adalberto Oliveira Brito2, Flavia Silva Camilo3, Rayannie Mendes de Oliveira4, Raquel Silva Camilo5

1Mestranda no Programa em Práticas em Desenvolvimento Sustentável, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e-mail: bomorais@gmail.com;



2Mestrando no Programa em Administração, Universidade Federal Fluminense, e-mail: adalbertooliv@gmail.com;

3Especialista em Gestão Pública, Universidade Federal de São João Del Rei, e-mail: flaviacamilocosta@gmail.com;

4Especialista em Educação Inclusiva, Centro Universitário Leonardo Da Vinci, e-mail: rayannie92@gmail.com;

5Bacharela e Licenciada em Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, e-mail: quel.camilo@gmail.com.

Resumo:

Tornar efetiva as políticas voltadas para Educação Ambiental na saúde é um desafio que requer dos gestores públicos: a promoção do bem estar humano, da qualidade de vida e da justiça social. Os casos de leptospirose no Rio de Janeiro se caracterizam pela ausência de ações específicas que visem à sensibilização e conscientização da população para que tanto em período de chuvas extremas quanto de secas, o descarte incorreto de resíduos ou a ausência de saneamento possam ser contornados para prevenção da doença.

Palavras-chave: riscos à saúde, leptospirose, educação ambiental.

Abstract:

Making health education policies effective is a challenge that requires public managers: the promotion of human well-being, quality of life and social justice. The cases of leptospirosis in Rio de Janeiro are characterized by the absence of specific actions aimed at raising awareness and awareness of the population, so that in the event of extreme rainfall or droughts, incorrect waste disposal or lack of sanitation can be circumvented for prevention of the disease.

Keywords: health risks, leptospirosis, environmental education.



Introdução

Nas últimas três décadas a sociedade não é mais a mesma, passou por diferentes transformações. Diante disso, as discussões sobre saúde pública, meio-ambiente adequado e sustentabilidade também se intensificaram, pois com o descarte irregular dos materiais utilizados o destino dos resíduos é um dos agravantes da degradação da natureza, o que implica na necessidade da construção de políticas públicas que visem reverter às tendências atuais (DO NASCIMENTO, 2012; BONIFÁCIO; FIORINI; GARCIA, 2016).

No Brasil, devido à urbanização desordenada e irregular, é visível a insuficiência do acesso ao saneamento básico, coleta seletiva e programas de educação ambiental. Tal insuficiência tem impactado diretamente na saúde dos moradores desses locais. Visto que, a leptospirose é uma das principais doenças que afetam esses moradores.

Estudos anteriores destacaram que as características sociais possuem relação direta com a proliferação da doença. Além disso, foi enfatizado que os locais de moradia construídos de maneira descontrolada nos centros urbanos favorecem o aumento da população de roedores, devido às condições precárias de saneamento e ausência do tratamento e da coleta dos resíduos (SILVA, 2013; SOARES, 2014; MESQUITA et al., 2016; RODRIGUES et al., 2017).

Acerca da leptospirose, esta é uma doença caracterizada como infecto-contagiosa que atinge homens e animais. O rato é o portador da bactéria denominada Leptospira e propaga a doença através de sua urina. Por essa razão, o acúmulo de água em épocas de grandes chuvas, propiciado pelas enchentes e inundações é um fator preocupante e que merece atenção redobrada.

Nos últimos meses, são constantes as notícias sobre a proliferação de ratos devido às questões de mudanças climáticas. Tais notícias corroboram com a visão de Guimarães et al. (2014) que alega que a doença está relacionada as mudanças climáticas e as condições ambientais, podendo aumentar o contato do homem com a bactéria.

Portanto, além das inundações, o período de seca também carece de alerta, pois através do contato com água ou lama de esgotos, lixões a céu aberto, terrenos baldios e outros locais com a presença do rato é possível haver contaminação.

Por isso, é preciso compreender que além da formulação de políticas públicas é necessário que seja (re)pensada a relação da sociedade com o meio-ambiente uma vez que o impacto negativo do comportamento individual e coletivo poderão afetar o bem-estar comum.

Na visão de Oskamp (2000), uma sociedade sustentável é aquela que não depende apenas dos esforços dos governos e das grandes corporações para promover mudanças no meio em que vive, mas que tem nos comportamentos e valores dos indivíduos a preocupação voltada a uma conduta sustentável que tem cuidado com o outro e com o planeta.

Nesse sentido, a educação ambiental é uma ferramenta que pode influenciar diretamente na maneira em que o ser humano interage com o meio-ambiente e com os demais. Pois segundo Siqueira e Moraes (2008), os riscos à saúde pública são relacionados às questões do descarte irregular do lixo e englobam aspectos ambientais, ocupacionais e de consumo.

Dentro desse contexto, Martin (2009) reforça a ideia de que a Educação Ambiental é uma das formas de levar as questões ambientais e suas respectivas implicações ao centro das discussões, visto que com uma formação crítica a respeito da relação homem e natureza, será possível quebrar o ciclo vicioso do consumo e de acumulação desenfreada.

Podendo, portanto, contribuir diretamente para a redução da proliferação da doença em virtude da mudança de comportamento do cidadão e de pressão política para que haja a implementação de políticas públicas adequadas.

Com base nas premissas expostas, nesse trabalho tem-se a seguinte indagação como problema de pesquisa: Qual a intensidade com que a leptospirose acomete a população do Rio de Janeiro? Tal indagação justifica-se pela necessidade de se formular processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações de educação ambiental voltada a melhoria da saúde e do meio-ambiente direcionadas ao controle da doença.

Para tanto, o objetivo deste trabalho foi o de analisar a evolução dos casos de leptospirose notificados no Rio de Janeiro durante os anos de 2013 a 2017.

Metodologia

Para a realização deste estudo fez-se o uso da pesquisa exploratória descritiva apoiada nos conceitos de Piovesan e Temporini (1995), que cita a importância deste estudo como o que pode ajudar a resolver algumas dificuldades em pesquisa tal como a que se refere ao “desenvolvimento de programas, na concepção de que a população constitui um recipiente vazio e que a tarefa educativa se resumiria em preenchê-lo”.

A pesquisa exploratória se deu em consulta ao portal do Ministério da Saúde, com base nos dados secundários, levantados e disponibilizados pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), intitulada base de dados do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

Para tal, no portal do Datasus as seguintes etapas foram percorridas: Informações de Saúde (TABNET) > Epidemiológicas e Morbidade > Doenças e Agravos de Notificação de 2007 em diante (SINAN) > Leptospirose. As categorias iniciais analisadas foram: Unidade Geográfica (em que foram selecionados os quatro estados da região Sudeste – Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo) e Zona de Residência (Rural, Urbana e Periurbana).

Após a verificação da região Sudeste nos dados acima citados, para que houvesse uma delimitação por área optou-se pela análise das categorias Gênero, Sexo, Faixa-etária, Escolaridade, Raça e Evolução da Doença apenas do Rio de Janeiro. Tal estado foi escolhido devido as crescentes reportagens na mídia sobre a incidência do reaparecimento de mortes pela doença no estado.

Como característica, o Rio de Janeiro é localizado na Região Sudeste, com uma população estimada de dezessete milhões, cento e cinquenta e nove mil, novecentos e sessenta pessoas, sendo o terceiro estado mais populoso do Brasil (IBGE, 2018).

No que se refere ao levantamento dos dados, buscou-se mapear o período de 2013 a 2017 para ser verificada a evolução da incidência da doença especificamente no Rio de Janeiro. Para a análise dos dados e construção dos gráficos utilizou-se o programa Microsoft Excel® versão Office 2013.

Resultados

Para visualizar a incidência dos casos de leptospirose na região sudeste, foi selecionado a frequência anual dos casos confirmados nos últimos cinco anos. O período escolhido se refere às crescentes reportagens acerca da mortalidade devido à doença.

Gráfico 1 – Intensidade da doença na população da região Sudeste entre 2013 e 2017

Fonte: Elaborado pelos autores através dos dados do Ministério da Saúde/SVS – SINAN (2018).

No que se refere ao período investigado, conforme o gráfico 1, foi possível identificar que o estado em que há a maior incidência da doença é em São Paulo com 64,78%, seguido do Rio de Janeiro com 13,25%. Diante do cenário do estado do Rio de Janeiro, para compreender se houve queda ou aumento do número de casos notificados no gráfico 2 será apresentada a evolução dos registros da doença.

Gráfico 2 – Evolução da doença no Rio de Janeiro nos últimos cinco anos

Fonte: Elaborado pelos autores através dos dados do Ministério da Saúde/SVS – SINAN (2018).

Conforme o gráfico 2, o Rio de Janeiro teve mais casos da doença no ano de 2013, com 218 casos notificados. Entre 2014 e 2017 os números variaram, tendo uma queda significativa no ano de 2014 e 2015 quando comparado ao ano de 2013. Entretanto, como é possível verificar no gráfico, em 2016 a doença apresentou o segundo maior período de notificações com 160 casos. Tanto o período de 2013 quanto o de 2016 teve incremento doença devido aos efeitos das chuvas extremas.

Para identificar quem foi o mais afetado nos últimos cinco anos pela doença, até para que ações possam ser implementadas, buscou-se apresentar a incidência por gênero.

Gráfico 3 – Acometimento da doença por gênero

Fonte: Elaborado pelos autores através dos dados do Ministério da Saúde/SVS – SINAN (2018).

De acordo com o gráfico 3, dos 769 casos notificados nos últimos cinco anos, os mais afetados pela doença são os homens, com 82% de incidência, ou seja, 631 casos. Os outros 18% correspondem a 138 casos. Esses dados corroboram com a pesquisa de Guerra-Silveira e Abad-Franch (2013), que identificaram que os homens têm, em geral, mais chances do que as mulheres de adoecer e morrer por doenças infecciosas.

Quadro 1 – Casos notificados por faixa-etária

Faixa etária

Casos notificados

TOTAL

%

2013

2014

2015

2016

2017

menos de 1 ano

2

1

0

0

1

4

0,52%

Entre 1 e 4 anos

0

1

0

0

0

1

0,13%

Entre 5 e 9 anos

0

2

1

0

0

3

0,39%

Entre 10 e 14 anos

8

8

2

6

3

27

3,51%

Entre 15 e 19 anos

27

7

8

15

10

67

8,71%

Entre 20 e 39 anos

71

50

38

58

41

258

33,55%

Entre 40 e 59 anos

85

60

61

61

41

308

40,05%

Entre 60 e 64 anos

8

12

9

12

3

44

5,72%

Entre 65 e 69 anos

4

6

8

3

8

29

3,77%

Entre 70 e 79 anos

12

3

6

4

0

25

3,25%

mais de 80 anos

1

1

0

1

0

3

0,39%

Total

218

151

133

160

107

769

100,00%



Fonte: Elaborado pelos autores através dos dados do Ministério da Saúde/SVS – SINAN (2018).

Quando investigada a categoria incidência da doença por faixa etária, foi possível identificar que entre 40 e 59 anos (40,05%) é a faixa com 308 casos notificados, seguido da faixa entre 20 e 39 anos (33,55%) com 258 casos. Juntos, tais faixas etárias representam 73,60% dos casos, merecendo maior atenção do poder público e ações de sensibilização socioambiental para que haja diminuição de tais índices.

Na pesquisa de Alves (2017), o autor reforçou acerca da questão da educação ambiental, visto que para ele a educação visa proporcionar aos indivíduos e à sociedade o desenvolvimento da conscientização para resolver os problemas relacionados ao lixo. Em diversas passagens de Freire (1980) o autor também reforça acerca da importância de uma educação crítica que possibilitará uma reflexão sobre a realidade objetiva, projetando-nos à realidade desejável através de sua concretização.

Portanto, conhecer as diferentes faixas etárias em que há maior incidência da leptospirose no Rio de Janeiro é o ponto inicial para que ações voltadas ao diálogo com esse público possa ser ferramenta de mudança do cenário de doença do estado.

Quadro 2 – Casos notificados por declaração de raça

Raça

Casos notificados

TOTAL

%

2013

2014

2015

2016

2017

Ignorado ou em branco

60

47

41

37

15

200

26,01%

Branca

60

46

44

39

34

223

29,00%

Preta

24

11

14

27

15

91

11,83%

Amarela

3

0

1

0

0

4

0,52%

Parda

71

46

32

57

43

249

32,38%

Indígena

0

1

1

0

0

2

0,26%

Total

218

151

133

160

107

769

100,00%



Fonte: Elaborado pelos autores através dos dados do Ministério da Saúde/SVS – SINAN (2018).

No quadro 2, buscou-se trazer á tona a quantidade de casos notificados por declaração de raça. Conforme verificado acima, 26% dos casos não tiveram sua raça declarada, impactando na análise dos resultados já que é um dado expressivo. A maioria dos casos se deu na população intitulada como parda (32,38%), seguida da população branca (29%).

Uma das inquietações em se verificar a ocorrência da doença por raça se deve as pesquisas de Oliveira (2003), em que cita que no Brasil a população negra corresponde a 45% da população e que destes, 65% são da população pobre e em sua maioria composta de mulheres. Já a população branca, que corresponde a 54% da população possui entre 35% de pobres e 30% de extremamente pobres.

Portanto, embora no SINAN seja possível identificar a ocorrência de doenças que acometem as populações por raça, é preciso que haja uma melhor abordagem para que esse levantamento reflita de fato os dados, pois mais de 200 casos em que foram ignorados ou deixados em branco essa resposta não permitem que sejam executadas políticas públicas direcionadas e efetivas, havendo uma lacuna sobre a necessidade de ações específicas ou não a cada população.

Para verificar se o grau de instrução pode ter tido alguma influência para que houvesse maior ocorrência da doença, buscou-se também realizar o levantamento dessa categoria.







Quadro 3 – Casos notificados por nível de escolaridade

Escolaridade

Casos notificados

TOTAL

%

2013

2014

2015

2016

2017

Ignorado ou em branco

143

98

86

103

62

492

63,98%

Analfabeto

0

0

2

0

0

2

0,26%

1º a 4º série incompleta do EF

5

8

8

7

5

33

4,29%

4º série completa

3

7

3

6

5

24

3,12%

5º a 8º série incompleta do EF

19

11

12

16

10

68

8,84%

Ensino Fundamental Completo

8

7

5

8

6

34

4,42%

Ensino Médio Incompleto

9

5

6

6

6

32

4,16%

Ensino Médio Completo

22

6

11

12

7

58

7,54%

Educação Superior Incompleta

4

3

0

0

2

9

1,17%

Educação Superior Completa

3

3

0

2

3

11

1,43%

Não se aplica

2

3

0

0

1

6

0,78%

Total

218

151

133

160

107

769

100,00%



Fonte: Elaborado pelos autores através dos dados do Ministério da Saúde/SVS – SINAN (2018).



Novamente, devido uma quantidade significativa das respostas ter sido ignoradas ou deixadas em branco (63,98%) não foi possível identificar plenamente se há relação entre a incidência dos casos e o grau de instrução dos pacientes. Entretanto, com base nas respostas que foram validadas, é possível perceber que 16,25% possui o Ensino Fundamental incompleto contra 4,42% que o possui completo.

Dessa forma, pode-se inferir que quanto menor a escolaridade do cidadão, maior a probabilidade dele contrair doenças epidemiológicas (SEGURADO; CASSENOTE; LUNA, 2016; CLAIBICH et al., 2017).

Gráfico 4 – Acometimento da doença por área provável de infecção

Fonte: Elaborado pelos autores através dos dados do Ministério da Saúde/SVS – SINAN (2018).

Visando identificar a área provável de infecção, no gráfico 4 há a divisão dos casos notificados nas áreas urbana, rural e periurbana. A zona urbana é a que possui maior ocorrência com 85% dos casos notificados. A opção zona rural obteve 4% dos casos e a periurbana 1%. Novamente, a opção ignorado ou em branco demonstrou uma lacuna de informações, pois não se sabe ao certo as áreas em que essas ocorrências foram detectadas.

Gráfico 5 – Evolução da doença nos últimos cinco anos[

Fonte: Elaborado pelos autores através dos dados do Ministério da Saúde/SVS – SINAN (2018).

Para que fosse visualizada a taxa de cura e óbito no período analisado, foi verificado que 65,54% dos casos tiveram cura. Entretanto, 20,16% dos casos levaram os pacientes a óbito devido ao agravo. Observou-se que 13,65% dos casos não tiveram o preenchimento adequado e são desconhecidos, visto que, foram ignorados ou deixados em branco. Apenas 0,65% dos pacientes tiveram óbito por outras razões.

Em face dos dados, é possível afirmar que embora a maioria dos pacientes tenham sido curados, há 105 casos que podem ou não fazer parte desse cenário, cabendo uma maior integração entre a gestão pública nos três níveis para que tais resultados possam ser melhor explicitados e que sirvam de apoio para tomada de decisões e inclusão na agenda de políticas públicas.

Considerações Finais

A Leptospirose resulta da infecção por bactérias do gênero Leptospira e no estado do Rio de Janeiro nos últimos cinco anos apresentou 769 casos da doença. Em virtude de ser o segundo com maiores casos notificados e pelas frequentes reportagens acerca de óbitos devido a leptospirose, justifica-se a relevância de pesquisas como essas, que visam compreender a evolução da doença em períodos pré-determinados para que sejam levantadas novas discussões acerca do papel da educação ambiental como suporte para que haja diminuição desses casos que anualmente afetam a saúde pública no país.

O problema de pesquisa foi respondido, pois foi possível identificar que embora no ano de 2013 tenha sido o ano com maior índice de casos notificados, com 213 no total e que tenha havido queda nos dois anos seguintes, a doença ainda precisa de maior combate e de uma articulação melhor entre a gestão pública das três esferas, pois em 2016, apresentou o segundo índice com maior notificação da doença, correspondendo a 160 casos. Além disso, diversos estudos já apontam os efeitos das mudanças climáticas sendo a proliferação dos ratos uma delas.

Em virtude da maioria dos casos acometerem o gênero masculino (82%), provenientes de zona urbana (85%), tem-se uma parcela que obtiveram cura (65,54%) e outra parte significativa que foram a óbito (20,16%).

Reforça-se que em mais de uma categoria a opção ignorado ou em branco teve números expressivos, impactando na visualização dos resultados e nas possíveis articulações de processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações de educação ambiental voltadas a melhoria da saúde e do meio-ambiente direcionadas ao controle da doença no estado.

Nesse sentido, ainda que o grau de instrução possa ser visto por muitos como irrelevante, são ações voltadas as práticas educacionais que podem trazer mudanças ao meio em que o sujeito faz parte. Dessa forma, em posse desses dados, é possível a elaboração de trabalhos futuros que possam através de cartilhas e guias serem elaborados visando levar as escolas, pais, responsáveis, trabalhadores em geral, para que sejam multiplicadas as informações sobre os altos índices de óbito em virtude da leptospirose.

Ações através da educação ambiental poderão servir de ponte para que haja sensibilização e conscientização da população para que tanto em período de chuvas extremas quanto de secas, o descarte incorreto de resíduos ou a ausência de saneamento possam ser contornadas para prevenção da doença.



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