ELABORAÇÃO DE FOLDER DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA SOBRE A SERRA DO ESPINHAÇO MERIDIONAL

Daniele Sobrinho 1; Danielle Piuzana Mucida2

1 Bacharel em Humanidades, UFVJM; Discente de Geografia-Licenciatura, UFVJM, monitora voluntária do Projeto GAIA

daniele_tss@hotmail.com



2 Professora do curso de Geografia-Licenciatura, UFVJM, Coordenadora do Projeto GAIA-UFVJM.

danielle.piuzana@ufvjm.edu.br



Resumo: A Serra do Espinhaço, monumento rochoso em sua estrutura estratigráfica, apresenta-se com uma gama de elementos minerais, geológicos e geomorfológicos que instiga pesquisadores desde o século XVIII até os dias atuais. É importante salientar que a região foi reconhecida como Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço pela UNESCO em 2005, título que preza pela conservação da biodiversidade, desenvolvimento sustentável e conhecimento científico. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo apresentar o processo de confecção de um folder sobre a diversidade da Serra do Espinhaço Meridional voltada à sua divulgação no contexto educacional. Para tanto, realizou-se pesquisa bibliográfica sobre o tema e buscou-se, por meio do software CorelDraw X7, a confecção do folder com a preocupação de que a linguagem modificada, voltada ao público alvo escolar fundamental. Pela análise da Base Nacional Comum Curricular o conteúdo do folder alinha-se, para a Geografia, ao compartimento do 6º ano “Relações entre os componentes físicos e naturais”. O material contempla informações sobre os tipos rochas, a vegetação e o relevo da Serra do Espinhaço, inclusive elucidando a distinção de termos conceituais como Serra, Reserva da Biosfera e Supergrupo Espinhaço. Pode-se afirmar que a construção de materiais de cunho de divulgação científica, especialmente no contexto de Geociências, ainda se dá de forma tímida no Brasil e neste sentido, este trabalho pode ser complementar em práticas pedagógicas ou em espaços de divulgação científica como o projeto GAIA, no sentido de preencher lacunas educacionais sobre esta região.

Palavras-chave: Recursos naturais; Materiais Didáticos; Divulgação Científica

Abstract: The Espinhaço Range, a rocky monument in its stratigraphic structure, presents itself with a range of mineral, geological and geomorphological elements that instigates researchers from the 18th century to the present day. It is important to point out that the region was recognized as Espinhaço Range Biosphere Reserve by Unesco in 2005, a title that values biodiversity conservation, sustainable development and scientific knowledge. In this sense, this work aimed to present the development of primer on the diversity of Southern Espinhaço Range focused on its dissemination in the educational context. For this, a bibliographic research was done and CorelDraw X7 software was designed to create the booklet with the concern that the modified language, aimed at the fundamental academic target audience. By the analysis of the National Curricular Common Base (BNCC) the content of the booklet is aligned, for 6th grade Geography, with the compartment "Relationships between the physical and natural components". It contemplates information about the Espinhaço Range rocks, vegetation and relief, including elucidating the distinction of conceptual terms such as range, Biosphere Reserve and Supergroup that have the term Espinhaço. It can be emphasized that the construction of materials of scientific dissemination, especially in the context of Geosciences, which still occurs in a timid manner in Brazil and in this sense this material can be used as complementary in pedagogical practices or spaces of scientific dissemination like GAIA Project, fill educational gaps in this region.

Keywords: Natural resources; Teaching materials; Scientific divulgation.



INTRODUÇÃO

Nas ciências e saberes, a representação de imagens é uma ferramenta cada vez mais utilizada para melhorar o entendimento e compreensão do aprendizado geoespacial como um todo. Na área de Geociências, mapas e infográficos constituem artifícios que utilizam muito dessa tecnologia para que cada vez mais possa melhorar a qualidade de visualização das formações estruturais do espaço que estamos inseridos.

O incentivo dado na utilização dessa ferramenta deve-se, principalmente, mas não exclusivamente, à inovação e demanda didáticas trazidas dos novos currículos acadêmicos. Essa demanda possibilita que licenciados possam desenvolver melhores conteúdos junto aos novos equipamentos tecnológicos, tornando-se um profissional qualificado e preparado para a atuação docente.

Hoje é perceptível a defasagem de livros didáticos no ensino estudantil, principalmente no ensino público. Esse recurso não deve ser considerado como único, uma vez que há significativa mudança de alunos que compõem o novo cenário escolar, vinculado inesgotável fonte de informações no meio virtual (ALMEIDA, 2003). O foco nos conteúdos também não proporciona atenção e interesse, uma vez que a realidade apresentada para fenômenos geográficos ainda é exemplificada com realidades distantes de muitos estudantes do Brasil, direcionada à realidade de grandes centros e adjacências.

Nesta lógica buscou-se, neste trabalho, desenvolver um material sobre a Serra do Espinhaço, que constitui um dos relevos mais significativos no território brasileiro por ser considerado como um acidente geográfico com mais de 1200km de extensão. Com direção norte-sul abrange áreas dos estados da Bahia e de Minas Gerais. Seu setor meridional situa-se totalmente em território mineiro (CORDEIRO, 2008).

A terminologia “Espinhaço” foi dada pelo alemão Wilhelm Ludwig von Eschwege, contratado pela Coroa Real Portuguesa e que viveu no Brasil entre 1811 e 1821. Segundo Knauer (2007), com a descoberta dos depósitos diamantíferos no início do século XVIII na Serra do Espinhaço Meridional, os estudos geológicos na região que se concentraram-se especialmente na região de Diamantina.

Dada a importância desta região, este trabalho tem como viés desenvolver um estudo rompendo a segregação do conhecimento somente acadêmico e materializando a tentativa de popularização da ciência, pela utilização de recursos didáticos que viabilizem o entendimento sobre a geologia e estratigrafia desta região.

Neste sentido, o objetivo desse trabalho é elaborar um material simplificado que contenha imagens, detalhes e curiosidades sobre a Serra do Espinhaço Meridional como um suporte didático para profissionais da área educacional da região do Vale Jequitinhonha.



MATERIAL E MÉTODOS

Caracterização do Objeto de Estudo



A Serra do Espinhaço Meridional se estende primeiro desde as proximidades de Belo Horizonte e prolonga-se ininterruptamente até a região de Olhos D’Água em Minas Gerais. Seu prolongamento em direção norte, ainda no estado de Minas Gerais é designado Serra do Espinhaço Setentrional, e denomina-se Chapada Diamantina a continuidade da serra na porção centro-oriental da Bahia (ALMEIDA ABREU & RENGER, 2002), conforme Figura 1.



Figura 1: Localização da Serra do Espinhaço Meridional. Fonte: Carvalho (2012).



Reserva Da Biosfera



O Decreto nº 44.281 de 25 de abril de 2006, de acordo com o Diário Executivo, foi criado o Comitê Estadual Provisório da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço em Minas Gerais - CERBSE-MG, que objetiva o apoio e a coordenação da implementação da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço – RBSE (Figura 2) priorizando a conservação da biodiversidade, o desenvolvimento sustentável e o conhecimento científico (MINAS GERAIS, 2006).

Andrade et al. (2015) esclarecem que Reservas da Biosfera visam contribuir para o desenvolvimento sustentável. A Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço (RBSE) é a mais recente, dentre as 7 reservas da biosfera em território nacional, reconhecida pela Unesco em 2005. Entre todas as reservas a RBSE é a menor de extensão, sua superfície compõe um pouco mais de 3 milhões de hectares.

Além disso, a RBSE possui atributos culturais e naturais, que faz dessa região ser única no Brasil e no mundo, por ter uma história cultural e econômica, marcaram desde a descoberta para exploração de sua riqueza geológica, sobretudo de base minerária, em que se destaca a porção basal conglomerados diamantíferos, em termos de produção de diamantes (ANDRADE et al. 2015).

Para ser declarada uma reserva da biosfera, foram considerados critérios como: áreas prioritárias para conservação da biodiversidade; bacias hidrográficas; comunidades tradicionais unidades de conservações; biomas – campos rupestres; municípios; empreendimentos; conhecimento tradicional e científico; participação social; desenvolvimento econômico; geologia e geomorfologia; patrimônio da humanidade; Estrada Real (ANDRADE et al. 2015).

Com o reconhecimento como Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço (RBSE) as pesquisas científicas tiveram um aumento significativo. De acordo com a Primeira Revisão Periódica da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço (ANDRADE et al. 2015), foram contabilizadas 960 publicações, sendo 62 publicações vinculadas a pesquisadores e acadêmicos da Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM. Os autores ressaltam também a importância de aliar os conhecimentos científicos aos tradicionais, como estratégica para produção e registros de saberes, como cumprimento da função de conhecimento da Reserva da Biosfera, para ser definidas em seu Plano de Ação.



Figura 2: Localização da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço. Fonte: Mucida et al. (2019)



Geologia


A compreensão da geologia da Serra do Espinhaço tem um acervo considerável bibliográfico, compostos por diversos pesquisadores que levantaram conhecimentos geológicos sobre a Serra. De acordo com Almeida Abreu e Renger (2002), o alemão Eschwege, propôs a primeira divisão estratigráfica da Serra do Espinhaço e regiões próximas, subdivididas em quatro unidades: Formação primária composta por granito, gnaisse, micaxisto, basalto e sienito. Formação secundária, composta por itacolomito, formação ferrífera, xistos e itabirito. Formação de Transição, composta por ardósia, calcário e grauvaca e por último “Rotliegendes”, composto por arenitos e conglomerados.

A partir dos estudos de Eschwege, vários outros pesquisadores modificaram a divisão estratigráfica, mapeando e classificando o pacote de rochas que compõem o Supergrupo Espinhaço, conforme apresentado nas figuras 3 e 4. O mapeamento geológico coordenado por Pflug (1968 apud Knauer, 2007, p.82) permitiu visualizar os conglomerados diamantíferos que estão intercaladas em rochas quartzíticas e filíticas, que representam a mesma unidade litoestratigráfica, que obteve sua denominação posterior para Sopa-Brumadinho.

Portanto, o quadro sinótico proposto por Knauer (1999), define: Supergrupo Espinhaço, sendo composto por: Grupo Conselheiro Mata, Grupo Guinda (Figura 3). Unidades mais antigas, embasamento do Supergrupo Espinhaço são: Grupo Costa e Sena, Grupo Pedro Pereira e Complexo de Gouveia.

Para Knauer (2007) o Supergrupo Espinhaço no setor meridional foi baseado nas propostas em outros pesquisadores que fomentaram sobre a sua estratigrafia foi reconhecido três conjuntos maiores nesse Supergrupo, que são: Grupo Guinda, Formação Galho do Miguel e Grupo Conselheiro Mata.

O Grupo Guinda compõe as formações São João da Chapada e Sopa Brumadinho. Contendo espessura de até 200 metros a Formação São João da Chapada mostra marcas de discordância erosiva. A Formação Sopa-Brumadinho mostra distribuições de composições heterogêneas, sendo objeto de muitos estudos por seu potencial diamantífero importantes no contexto de ocupação de toda a região desde o século XVIII e de relevância em termos de geodiversidade (MOTTA-NETO, 2018; MUCIDA et al. 2019). Em Datas, com espessuras menores que 50 metros é composta por filitos, quartzo-filitos ou quartzitos finos e micáceos. Na parte de Caldeirões sua espessura varia em torno de 100 e 200 metros, composta com predominância de quartzitos, maioria das vezes ferruginosos, sobre o metaconglomerados, porém com arranjo heterogêneo no âmbito litológico em cada seção.




Figura 3: Modelo de coluna estratigráfica do Supergrupo Espinhaço, Minas Gerais, com escala vertical que indica que o empilhamento das camadas é superior a 4000 metros de espessura. Fonte: Santos (2015).




Em Campo Sampaio, a norte, encontra filitos, metassiltitos e quartzitos finos até corpos descontínuos de metabrechas diamantíferas de matriz filítica. Foi destacado por Knauer (2007) um excelente grau de preservação de estruturas sedimentares de pequeno porte. No Sul com predomínio de termos quartzitos finos. As rochas nas regiões de Rio Preto, Presidente Kubitschek e Conceição do Mato Dentro, são caracterizados pela alternância de pacotes decamétricos de quartzitos finos e micáceos, usualmente com conteúdos variáveis de carbonatos e apatita, com sericita xistos também com carbonatos e fosfatos. Em Conceição do Mato Dentro possui rochas metavulcânicas/subvulcânicas de filiação ácida. Características claras, com a matriz fina envolvendo fenocristais de quartzito com coloração azulada e de feldspato.

A Formação Galho do Miguel caracteriza-se por quartzito puros e finos que predominam 90% da unidade, o restante está representado por quartzitos finos micáceos e por finas intercalações de metargilitos com coloração acinzentada ou esverdeada, cuja deposição ocorreu entre 1,2 a 0,9 milhões de anos (CHEMALE JR. et al. 2011)


Figura 4: Modelo de coluna estratigráfica do Supergrupo Espinhaço, Minas Gerais, apresentando algumas idades de deposição por formações. Fonte: Chemale Jr. et al. (2011).



Elaboração do folder


A produção de um folder contendo informações sobre a Serra do Espinhaço seguiu uma metodologia didática, que contribuísse para o conhecimento em Geografia do ensino fundamental.

A produção do folder foi desenvolvida em três fases. Na primeira foi realizada pesquisa bibliográfica sobre a Serra do Espinhaço, Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço e sobre a geologia da região. Nesta fase realizou-se análise do conteúdo da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Para este trabalho, o conteúdo em análise respalda-se na área da Geografia 6º ano, Ensino Fundamental II, no compartimento “Relações entre os componentes físico e naturais”, que consiste em apreender conhecimento espacial voltado à geomorfologia.

Em seguida, elencou-se as abordagens mais interessantes e adequação para uma linguagem de acordo com o público de 11 a 12 anos. O Terceiro momento consistiu no uso do software CorelDRAW X7, lançado em 2014, para a montagem do folder (Figura 5).




Figura 5: Interface do programa Corel Draw X7. Fonte: Arquivo da Pesquisadora




O estudo privilegiou uma abordagem qualitativa sobre “o aprender a Serra do Espinhaço”. A busca constata-se conhecimentos científicos complexos e transcrição para linguagem acessível ao público escolar. Possibilitou, ainda, uma releitura do profissional educador, ainda em desenvolvimento.

O presente trabalho viabiliza, portanto, como o professor pode otimizar o ensino e aprendizagem como recursos tecnológicos de informação, como por exemplo, o uso de softwares, promovendo vários materiais, até mesmo como confeccioná-los nesses aplicativos.

Ao se tratar de elaboração de materiais didáticos, a estrutura do espaço de confecção é fundamental para a motivação do educador, pois o laboratório auxilia a criação de propostas mais interessantes, tornando-se um acervo de conhecimento e divulgação científica. Destaca- se o projeto Geociências, Arte, Interdisciplinaridade e Aprendizagem (GAIA), instalado na Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), que fomenta o aprimoramento da qualificação dos licenciandos em Geografia da UFVJM.


RESULTADOS E DISCUSSÃO




A Construção do Folder Pela Análise do BNCC



Na BNCC (2017), os objetos de conhecimento encontram-se divididos em unidades temáticas. No componente Geografia, são comuns a todos os anos do Ensino Fundamental: (i) O sujeito e seu lugar no mundo; (ii) conexões e escalas; (iii) mundo do trabalho; (iv) formas de representação e pensamento espacial; (v) natureza, ambientes e qualidade de vida.

Almeja-se, pelas unidades temáticas, de maneira geral, um raciocínio geográfico que viabilize a compreensão do mundo em que se vive mobilizando o pensamento espacial. Este, por sua vez, requer o desenvolvimento do raciocínio geográfico, que, por meio da aplicação de determinados princípios leva à compreensão de aspectos fundamentais da realidade: a localização e a distribuição de fatos e fenômenos na superfície terrestre, o ordenamento territorial, as conexões existentes entre componentes físico-naturais e as ações antrópicas (BRASIL, 2017, p. 311).

A temática abordada nos anos finais do ensino fundamental, conforme o parâmetro utilizado na pesquisa, contempla conceitos a respeito da produção do espaço. Habilita o aluno ampliar os conhecimentos o uso do espaço em diferentes situações geográficas regidas por normas e leis historicamente instituídas, compreendendo a transformação do espaço em território usado, ou seja, a ação antrópica, discorre também pelo espaço virtual, sendo as geotecnologias. A proposta aguça a capacidade de compreensão e as similaridades espacialmente imagens, fenômenos, objetos técnicos e ordenamento do território usado, no caso específico, a Serra do Espinhaço.

Assim como no 6º ano, elucida também o desenvolvimento de conceitos estruturantes do meio físico natural, destacadamente, trata-se, portanto, de compreender o conceito de natureza. O entendimento dos conceitos de paisagem e transformação é necessário para que estudantes compreendam o processo de evolução da vida na terra. Nesse sentido, espera-se que compreendam o papel da dinâmica da natureza e a interação do ser humano com o meio, ocasionando a transformação paisagística (BRASIL, 2017, p. 379).


Estrutura do Processo Do Resultado



Após um levantamento sistemático sobre toda complexidade que se dá sobre a Serra do Espinhaço, criou-se um material que esclarece o conteúdo da estrutura Meridional, imagens acopladas e textos resumidos. A obra é de categoria folder, cuja função de linguagem e comunicação possui viés explicativo de forma rápida e prática. O folder é composto por duas páginas, sendo frente e verso e é impressa em uma folha, e dobrada em três partes. O conteúdo é dividido em 3 colunas (Figuras 6 e 7). Esse modelo permitiu que a primeira página configurasse a capa; a segunda, “Como surgiu a Serra do Espinhaço”; terceira “Por que aprender sobre a Serra do Espinhaço?”. Nas partes do verso da folha, com mesma divisão, foram apresentados conteúdos que informam sobre: “Supergrupo Espinhaço”; “Curiosidades (Pico do Itambé e uma breve abordagem sobre o Diamante)”, por último “Importância da Biosfera” (Figura 8).

Esse material pode ser veiculado tanto de forma impressa, como também em forma digital. A proposta sugerida aqui, é disponibilizar para ser usado em práticas pedagógicas ou em espaços de divulgação científica como o GAIA, espaço de práticas de ensino, pesquisa e extensão vinculado ao Curso de Geografia da UFVJM. Neste sentido:



No Projeto GAIA o lúdico tem a afinidade de promover a aprendizagem das práticas escolares, possibilitando a aproximação dos alunos ao conhecimento científico, uma vez que, em todos os núcleos de exposição, os visitantes têm a oportunidade de estar em contato direto com os objetos de estudo e gerar ideias que proporcionam uma interação maior com o conhecimento que lhe é apresentado (SANTOS, et al. 2014).



Nesta perspectiva, compreende-se que é a partir de novas maneiras alternativas de ensinar que o profissional educador alcança resultados de uma educação de qualidade. É importante salientar que ensino de qualidade é, sobretudo, atingir o aprendiz em sua melhor maneira de entender, compreendendo seu contexto de vivência e pertencimento.

Figura 6: Linha de Montagem Fonte: Arquivo da Pesquisadora



Figura 7: Linha de Montagem, Fonte: Arquivo da Pesquisadora




Figura 8- Produto Final. Fonte: Arquivo da Pesquisadora





CONSIDERAÇÕES FINAIS



A forma de transmitir conhecimento pode ocorrer de diversas maneiras, porém a criação de métodos que façam o estudante refletir o modo de aprender, constrói o desenvolvimento de uma compressão mais eficaz. É de suma importância que o profissional educador considere os conhecimentos prévios na construção do aprendizado, relacionando a contextualização de vivência, para que assim seja desenvolvido projetos didáticos que tange a compreensão de cada realidade.

O método usual já não se aplica mais na realidade do novo cenário do ensino educacional. Materiais complementares e suplementares são necessários na busca e passagem do conhecimento, até mesmo no sentido de ingressos em licenciaturas bem como no aperfeiçoamento em estratégias didáticas. Neste sentido:


Considerando o processo de ensino-aprendizagem e a relação existente entre professores e estudantes, é necessário que o fazer pedagógico voltado para a autonomia parta de ações práticas que proporcionem a formação necessária ao indivíduo para que se torne um cidadão consciente e crítico, capaz de se transformar e a realidade que o cerca. Para que isso aconteça, é fundamental a construção de um conhecimento baseado em problemas a serem resolvidos e não somente em informações pré-estabelecidas e descontextualizadas (BARONI & KATUTA, 2014 p.3).


Portanto, o professor em sua posição profissional, requer uma atualização periódica para inovar metodologias que tenha efeito satisfatório em sua transmissão, utilizando de ferramentas pedagógicas que instiguem a curiosidade e a concentração no ensino- aprendizagem.



AGRADECIMENTOS: Ao Projeto de Extensão GAIA: Geociências, Arte, Interdisciplinaridade e Aprendizagem, registrado na PROEXC - UFVJM.



REFERÊNCIAS


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