CONSIDERAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS SOBRE A ILHA DO FOGO (JUAZEIRO-BA, PETROLINA-PE) COMO ESPAÇO DE LAZER



Mauricio de Oliveira Silva¹, Michele Viana Campos², Elton Lopes dos Santos³



1 Mestrando em Ciências Ambientais, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) campus Itapetinga – BA. m.osilva@hotmail.com

2 Bacharel em Engenharia Ambiental pelo Instituto Federal da Bahia – IFBA campus Vitória da Conquista – BA. michellevc22@gmail.com

³ Técnico em Meio Ambiente pelo Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco - CETEP Juazeiro. eltonsantos.cetep@gmail.com



Resumo: A Ilha do Fogo é um ponto turístico das cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) que oferece uma área de natureza para prática de esportes, contemplação da natureza e socialização. Porém, seu espaço sofre com problemas socioambientais e falta de investimento o que agrava estes problemas. O objetivo deste relato é apontar alguns destes problemas a fim de provocar reflexões e ações para melhoria deste espaço público.

Palavras-chave: Grafite, lazer, macrófitas, natureza.

Abstract: The Ilha do Fogo is a tourist attraction in the cities of Juazeiro (BA) and Petrolina (PE) which offers an area of ​​nature for practicing sports, contemplation of nature and socialization. However, its space suffers with socio-environmental problems and lack of investment, which aggravates these problems. The purpose of this report is to point out some of these problems in order to provoke reflections and actions to improve this public space.

Key-words: Graffiti, recreation, macrophytes, nature.

Introdução

Situada entre as cidades de Juazeiro – BA e Petrolina – PE, a Ilha do Fogo é um ponto turístico que atrai uma grande quantidade de pessoas para aproveitar do seu espaço de lazer, seja para praticar esportes, banhar-se nas águas do Rio São Francisco, contemplar o pôr-do-sol ou desenvolver outras atividades ao ar livre em contato com a natureza.

A Agenda 2030 (ONU, 2015, on-line) traz objetivos para cidades e comunidades sustentáveis, sendo elas: 11.4 “Fortalecer esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo”, 11.7 “até 2030, proporcionar o acesso universal a espaços públicos seguros, inclusivos, acessíveis e verdes, em particular para as mulheres e crianças, pessoas idosas e pessoas com deficiência” e 11.a “apoiar relações econômicas, sociais e ambientais positivas entre áreas urbanas, periurbanas e rurais, reforçando o planejamento nacional e regional de desenvolvimento”.

Essas metas estão intimamente ligadas a realidade da Ilha do Fogo, sendo que para tornar-se uma cidade sustentável deve-se cuidar das áreas verdes e manter relações de planejamento urbano buscando a manutenção dos espaços públicos.

O Estatuto das Cidades (BRASIL, 2004) em sua Lei 10.257/2001 aponta que a “I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações”. O que está vinculado ao direito ao espaço de lazer para todos os moradores das cidades independente de qualquer raça, sexo, religião, etnia etc.

A área da ilha abriga uma considerável riqueza natural, histórica e paisagística, envolta pelo Rio São Francisco, guarda lendas e histórias de antigos navegantes da região, além de oferecer uma bela área de lazer, esporte, descanso e socialização de milhares de pessoas durante o ano.

Tem-se que a Ilha do Fogo é um parque urbano e desempenha funções essenciais ecológicas, estética e de lazer. De acordo com o Art. 8º, § 1º, da Resolução CONAMA Nº 369/2006, considera-se área verde de domínio público "o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização".

Nesse sentido, este trabalho buscou relatar como está o espaço de lazer e debater questões socioambientais observadas na Ilha do Fogo.



Metodologia

Para este relato foi utilizada metodologia qualitativa por meio de visita técnica, fotografias e observações in situ. Foram realizadas duas visitas na ilha, sendo uma em dezembro de 2018 e outra em fevereiro de 2019 para observação, anotações e fotografias do ambiente.

Para Minayo (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

A utilização da imagem fotográfica em pesquisas científicas e trabalhos técnicos não se detém a compor trabalhos como ilustração de ideias e sim, em muitos casos, a fotografia faz parte do método de apreensão de determinado assunto e demonstração propositiva do mesmo (GOLTARA e MENDONÇA, 2015). Assim, boas fotografias conduzem a melhores diagnósticos da realidade que se procura mostrar (RODRIGUES, 2014).

Com essa metodologia buscou-se fazer uma descrição das relações socioambientais presentes na Ilha do Fogo, apontando aspectos ambientais, sociais, culturais, artísticos etc.

Área de estudo

Figura 1 – A) vista da área central da Ilha do Fogo. B) área de praia da ilha vista da ponte Presidente Dutra, frequentada por muitos banhistas e esportistas.

Fonte: Mauricio de Oliveira, 2018.

A Ilha do Fogo (Figura 1) é uma propriedade da União, com área de 39.272,54 m², localizada no Rio São Francisco, localizada entre as cidades de Juazeiro-BA e Petrolina-PE. Construída sobre ela está a ponte Presidente Eurico Gaspar Dutra que liga as duas cidades/Estados, consistindo assim em uma das vias de transporte mais importantes da região do Sertão nordestino.

Em 1810, com a criação da Comarca do Rio São Francisco sua jurisdição ficou com o Estado de Pernambuco (NASCIMENTO, 2015). Após, em 1824, ela foi anexada por Dom Pedro I, temporariamente, à Bahia; fato que perdura ainda hoje (NASCIMENTO, 2015). Possui uma área praiana com terreno acidentado, formado por uma rocha única, de aproximadamente vinte metros de altura, onde está fixado um cruzeiro (CODEVASF, 2012).

De acordo com as histórias locais, existem duas versões para o nome Ilha do Fogo. A primeira provém dos índios, os quais ocupavam o local e ali acendiam fogueiras, despertando a atenção dos habitantes do continente (NASCIMENTO, 2015). A segunda vem dos pescadores que também costumavam acender fogueiras quando atracavam seus barcos à noite (NASCIMENTO, 2015).

A Ilha do Fogo tem uma lenda muito interessante, uma grande serpente amarrada em três fios de cabelos de Nossa Senhora das Grotas, Padroeira de Juazeiro. No dia em que a serpente se libertar, diz a lenda, as cidades de Juazeiro e Petrolina serão inundadas.

Por estar em um local de fácil acesso, muitas pessoas frequentam a ilha, com maior quantidade de pessoas aos finais de semana. Trata-se de um ponto turístico democrático, gratuito e que oferece espaço a todas as tribos, idades e classes sociais.

No centro da ilha, onde ocorre a maior visitação por turistas, existe uma construção sobre uma rocha que se encontra abandonada, dentro dela é possível observar vários graffitis com temáticas provocadoras de debates sociais, porém a degradação das suas paredes, janelas e de toda a construção é notável, o espaço também é utilizado por dependentes químicos para uso de drogas ilícitas.



Resultados e discussão

Por meio das visitas foi possível observar diversas questões socioambientais presentes na ilha e em suas imediações, entre as obras artísticas e históricas estão o Cruzeiro, que fica sobre o topo de uma rocha na Ilha e servia como ponto de localização aos navegantes.

Na orla de Juazeiro está uma estátua do “Nêgo D´água” e a figura de uma ama de leite intitulada “Democracia Racial” e mais próximo a orla de Petrolina está a obra “Mãe D´água” que representa a sereia Iara ou Uiara, uma bela mulher metade peixe que enfeitiça os pescadores, obras do artista Lêdo Ivo. Além destas obras artísticas há diversas carrancas (símbolos da região) em grafittis, esculpidas em madeira e em vários acessórios como chaveiros, embarcações etc.

O Cruzeiro sobre a Ilha do Fogo por muito tempo marcou um ponto de orientação aos navegantes, o morro da ilha guarda uma lenda sobre uma serpente, conta que

Há muitos anos morava na cidade de Juazeiro uma família que tinha uma filha muito bonita, e ela nem percebia que era possuidora de tão grande beleza. Mas certo dia, indo passear e ver o Rio São Francisco, ela chegou bem perto das águas que naquela hora estavam cristalinas, tal qual um espelho e a jovem ficou a mirar-se nas águas e vendo o seu rosto, sentiu o quanto era bela e ficou orgulhosa da sua beleza, a tal ponto que esqueceu da hora, dos pais, da sua casa, e ao badalar do sino, às, dezoito horas, hora da Ave Maria, ela começou a se sentir estranha e aos poucos foi se transformando em uma terrível serpente, que nadando atravessou o rio e foi se alojar debaixo do morro que há na Ilha do Fogo, que fica em frente a cidade de Juazeiro. Há quem diga, que esta terrível serpente até hoje está sob o morro com olhos de fogo olhando para Juazeiro, e presa por três fios de cabelo de Nossa Senhora das Grotas, padroeira de Juazeiro, porém, se cometerem muitos pecados, muitas injustiças sociais, a serpente se revoltará, e o fio de cabelo poderá partir. No dia em que a serpente se libertar, diz a lenda, as cidades de Juazeiro e Petrolina serão inundadas. A serpente da ilha do fogo continua sob o morro olhando Juazeiro com seus olhos de fogo. Vigiando. Dizem que dois fios do cabelo já partiram. Resta apenas um...” (CODEVASF, 2012, p. 03 a 04, adaptado).



O Nêgo D´água (Figura 2), possui muitos outros nomes como Uaiara, pai dos peixes, bicho-d’água, robão, romão e moleque-d’água é uma lenda sobre uma criatura de aspecto humano, musculoso e robusto, movimenta-se rapidamente e está sempre enfezado, conta-se que ele vira canoas, derruba barreiras, apavora pescadores. Por outro lado, protege os peixes que são pescados apenas por esporte... virando canoas, derrubando barreiras, apavorando pescadores e engolindo-os (SOUZA, 2015, adaptado).



Figura 2 – Escultura do Nêgo D´água a margem do Rio Francisco, tem doze metros de altura, localizado no bairro Angari, em uma colônia de pescadores em Juazeiro – BA.

Fonte: Mauricio de Oliveira, 2018.

A figura da ama de leite ou mãe de leite, obra Democracia Racial (Figura 3), remete-se aos tempos da escravidão no Brasil e mostra uma mãe negra amamentando duas crianças brancas que se mostram bem desenvolvidas enquanto seu filho negro está sobre o chão e subnutrido, uma interpretação que pode ser aplicada aos dias atuais devido ao racismo institucional que ainda ceifa vidas e causa desigualdades sociais sobretudo a população negra. A obra está também associada ao Apartheid na África do sul e segregação racial nos Estado Unidos.

De acordo o autor Ledo Ivo em uma entrevista ao Blog do Geraldo José (2011) “Na composição estética, um grupo de quatro personagens, duas crianças rosas e obesas “tetam” vigorosamente no colo de uma negra forte e altiva, enquanto uma terceira criança negra se impacienta no chão. A partir de uma relação sócio-econômica primordial de grupos étnicos geradores da população brasileira, a obra “Ama de Leite” suscita e atualiza a discussão sobre as igualdades de inserção na sociedade. O rosto impessoal do personagem central focaliza a questão da identidade social nas funções subalternas”.



Figura 3 – Obra Democracia Racial do artista Ledo Ivo exposta na orla de Juazeiro.

Fonte: Mauricio de Oliveira, 2019.

O racismo institucional ou sistêmico opera de forma a induzir, manter e condicionar a organização e a ação do Estado, suas instituições e políticas públicas – atuando também nas instituições privadas, produzindo e reproduzindo a hierarquia racial (ONU, 2016).

Apenas como um exemplo de racismo institucional o Ministério da Saúde “compreende a situação de iniquidade e vulnerabilidade que afeta a saúde da população negra – precocidade dos óbitos, altas taxas de mortalidade materna e infantil, maior prevalência de doenças crônicas e infecciosas e altos índices de violência” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018).

Ainda sobre questões de racismo e discriminação, a Ilha do Fogo tornou-se muito frequentado por pessoas de baixa renda. Desse modo, generalizou-se a opinião, entre as comunidades de Petrolina-PE e Juazeiro-BA, sobre o perfil de seus frequentadores, o que gerou atitudes discriminantes, contribuindo para o firmamento de atitudes de negação aos visitantes da Ilha (NASCIMENTO, 2015). 

Por meio das visitas foi perceptível que ainda existe o consumo de drogas, maioria maconha (Cannabis sativa L. – Cannabaceae) o que levanta debates sobre a necessidade de combate ao uso de drogas e ações de educação antidrogas. Na pesquisa realizada por Nascimento (2015), os motivos que mais levaram ao preconceito aos frequentadores da ilha foram o uso de drogas 86%, a condição social (povão) 18%, seguidas de comportamento (8%) e a falta de organização (4%).

Outro caso de preconceito foi relatado na ilha em 2019, com a agressão de um casal homoafetivo com pedaços da madeira, atos como estes estão ligados a LGBTfobia, um ódio irracional as pessoas que fazem parte da comunidade LGBTQA+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transgêneros, queer, assexuais e demais orientações não heteronormativas).

Como uma ação artística e de sensibilização foi grafitada (Figura 4) uma bandeira arco-íris que representa a comunidade sobre uma parede na ilha do fogo. A bandeira LGBT nasceu como parte do movimento “hippie” e suas cores representam significados do orgulho pelo mundo todo, inicialmente a bandeira tinha 7 cores, a saber: vermelho: vida, laranja: cura, amarelo: sol, verde: natureza, azul: serenidade, roxo: espírito, rosa: sexo e azul-turquesa: mágica. A atual bandeira apresenta 6 cores em barras horizontais, com pequenas modificações, onde tem-se que: vermelho: luz, laranja: cura ou saúde, amarelo: sol, verde: calma ou natureza, azul: arte e lilás: espírito (ABGLT, 2015).

Figura 4 – Graffiti da bandeira LGBTQA+ sobre parede na Ilha do Fogo e a palavra diversidade, a arte urbana busca o respeito entre as pessoas.

Fonte: Mauricio de Oliveira, 2019.

Ao lado vemos o personagem Bambi da Disney de traços afeminados e, no Brasil, associado a “veado” expressão que visa desqualificar homens gays, o mesmo foi utilizado como forma de resistência e empoderamento em uma releitura da expressão muitas vezes com sentido pejorativo. A partir do empoderamento da mulher nos últimos anos, “abre-­se caminho, também, para uma releitura de empoderamento também do homossexual em suas mais diversas vertentes identitárias, onde os valores femininos passam a ter também seu valor e poder e devem ser reafirmados como tal” (PARENTE e PIMENTA, p. 06).



Infraestrutura e lazer

Sobre a infraestrutura é possível fazer considerações sobre a degradação das construções, os banheiros (Figura 5) estão quebrados e abandonados impossibilitando o uso devido à falta de higienização. Como apontado por Nascimento (2015) “há visitantes da Ilha que desconhecem hábitos sustentáveis, contribuindo para a degradação do espaço”.



Figura 5– banheiros degradados e pichados, resíduos espalhados pelo espaço de lazer.

Fonte: Mauricio de Oliveira, 2019.

Há muitos resíduos sólidos na ilha, como garrafas pet, copos descartáveis, tampinhas e lacres de refrigerantes, papel, plásticos diversos e muitos outros resíduos, também é avistado pessoas sobre a ponte lançando resíduos nas águas do rio.

As rampas que dão acesso a faixa de areia são íngremes e escorregadias o que dificulta o acesso de pessoas idosas e cadeirantes, por exemplo. As lixeiras não são suficientes, bem como a população não demonstra preocupação com o lançamento de resíduos sólidos no rio e na área como um todo.

Como já apontado as opções de lazer são muito variadas, desde passeios nas famosas barquinhas, uso de jet-skis e caiaques que são alugados por um preço muito acessível. Nascimento (2015) mostrou que 70% das pessoas que frequentam a ilha realizam algum esporte, sobressaindo a natação (45%), o treinamento funcional (20%) e o voleibol (15%).

Durante a visita foi observado que muitas pessoas passeiam de caiaques e que normalmente usam o colete salva-vidas, porém, devido a imprudência muitas pessoas morrem afogadas, uma questão que chamou a atenção pelo risco foram pessoas pulando no rio de cima da ponte.

A ilha também conta com uma pokestop, ou seja, possui um ponto de parada do jogo Pokémon Go® que permite interagir com a realidade aumentada, podendo ser um ponto onde amigos que jogam podem se encontrar, trocar Pokémon, batalhar e contemplar o ambiente ao seu redor. Sendo um jogo que leva várias pessoas a caminhar e frequentar a ilha.



Considerações sobre o meio ambiente natural

O Meio Ambiente Natural, também chamado de Meio Ambiente Físico, é composto pela atmosfera, águas (subterrâneas e superficiais, mar territorial), solo e subsolo, fauna e flora e o patrimônio genético.

Em seu Art. 225 da constituição federal temos que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. ” (BRASIL, 1988).

Algumas das espécies vegetais encontradas foram a mangueira (Mangifera indica), o ingazeiro (Inga vera), o umbuzeiro (Spondias tuberosa), a macambira (Bromelia lacioniosa), o xique-xique (Pilocereus gounellei), a elódea (Egeria densa) e a baronesa (Eichhornia crassipes), para cada uma destas espécies foram feitas algumas considerações.

Por meio das visitas e observações foi possível notar que a flora nativa da Ilha do Fogo foi amplamente modificada e quase totalmente substituída, entre as árvores de grande porte, a mangueira (Mangifera indica L. - Anacardiaceae) apresenta grande abundância na área, é uma espécie exótica, nativa da Índia e inicialmente distribuída em regiões da Ásia, adaptou-se muito bem nas Américas com uma alta distribuição no Brasil, até mesmo confundindo-se como uma espécie nativa por leigos. É possível observar que os frequentadores da ilha aproveitam as sombras destas árvores de grandes copas e também consomem seus frutos, as mangas.

A ingá ou ingazeiro (Inga vera Willd. – Fabaceae, Mimosoideae) é uma árvore nativa que produz frutos que podem ser consumidos in natura, observações em meio urbano tem revelado que os morcegos urbanos apreciam suas sementes envolvidas por arilos adocicados (SIQUEIRA, 2017). É abundante na ilha e oferece sombra aos banhistas em dias quentes, sob suas sombras os frequentadores fazem churrasco, descansam e protegem-se do forte sol.

O umbuzeiro (Spondias tuberosa L. – Anacardiaceae) é uma árvore nativa do semiárido brasileiro (PRADO; GIBBS, 1993). Sobrevive devido aos xilopódios que armazenam água, produz frutos conhecidos como umbu, imbu ou ambu e são consumidos in natura, em geleias, doces, sucos, sorvetes, picolés, geladinhos etc. (LIMA-FILHO, 2011). Apesar de seus benefícios, esta árvore enfrenta várias ameaças naturais e antrópicas que podem levar a sua extinção devido a reduzida capacidade de regeneração, o que leva à diminuição da população (MERTENS et al., 2017). O seu plantio e uso racional deve ser incentivado mesmo em áreas verdes urbanas como a Ilha do Fogo.

A macambira (Bromelia laciniosa Mart. ex. Schult – Bromeliaceae) é uma planta nativa das caatingas secas dos sertões do Nordeste desde a Bahia até o Piauí (DUTRA, TEÓFILO e MEDEIROS-FILHO, 2010). Sobre o morro rochoso existem muitos espécimes da mesma, prosperando ao lado de xique-xiques e constituindo uma bela paisagem sertaneja. Os turistas aproveitam a formação vegetal e a vista do morro para tirar belas fotos.

Figura 6 – Xique-xique sobre morro rochoso, a planta prospera mesmo em ambientes com pouco solo.

Fonte: Mauricio de Oliveira, 2019.

O xique-xique (Pilocereus gounellei (A. Weber ex K. Schum.) Bly. ex Rowl – Cactaceae) (Figura 6) é um cacto que desenvolve-se muito bem nas áreas mais secas da região semiárida; cresce em solos rasos, em cima de rochas e se multiplica regularmente, cobrindo extensas áreas (GOMES, 1977). Sua distribuição ocorre principalmente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia. (SILVA et al., 2005). É comum que seja utilizada como alimentação ao gado em períodos secos. Sobre o morro da ilha estas plantas embelezam a paisagem e como são plantas nativas devem ser conservadas.

Duas macrófitas aquáticas também foram avistadas nos arredores da ilha, sendo elas, a elódea brasileira (Egeria densa (Planchon) - Hydrocharitaceae) (Figura 7) e a baronesa ou aguapé (Eichhornia crassipes (Mart.) Solms – Pontederiaceae) (Figura 8).

A elódea brasileira é uma Angiosperma aquática que se desenvolve bem em corpos d´água eutrofizados, a eutrofização se dá pelo excesso de nutrientes na água, sobretudo nitrogênio e fósforo. No Brasil, é considerada como nativa da região Sudeste, em Minas Gerais e no Espírito Santo (COOK e URMI-KÖNIG, 1984), mas encontra-se em corpos d’água de todas as regiões do país, bem como Rio São Francisco. Em um estudo realizado por Oliveira et al. (2005) foi discutido sobre a propagação da espécie na hidrelétrica de Paulo Afonso – BA, o estudo aponta que o seu extermínio é difícil devido a propagação rápida por fragmentos de raízes e caules e falta de predadores e competidores naturais, a solução mais viável apontada pelos autores é a utilização de sua biomassa e aponta a produção de ração animal como uma possibilidade a ser testada.

Figura 7 – E. densa encontrada na margem do rio São Francisco em Juazeiro - BA.

Fonte: Mauricio de Oliveira, 2019.

Há reclamações sobre a presença de macrófitas no Rio São Francisco na região Juazeiro-Ilha do Fogo-Petrolina, os acúmulos destas plantas ajudam na proliferação de insetos, caramujos, algas e bactérias que muitas vezes produzem odor desagradável. De acordo com a Agência Municipal de Meio Ambiente de Petrolina em uma comunicação ao G1 (2017), após a retirada das E. crassipes das margens do rio houve o aumento de 1.3 para 8.1 miligramas de oxigênio por litro de água após 40 dias do feito.

Figura 8- A) detalhe das flores de E. crassipes, B) área com grande proliferação de E. crassipes em lago.

Fonte: Mauricio de Oliveira, 2018.

Como essas macrófitas nutrem-se de dejetos lançados ao rio deve-se manter meios de controle da sua população, é provável que o acúmulo de matéria orgânica e outros compostos lançados pelas cidades de Juazeiro e Petrolina provoque o aumento na riqueza da espécie, as duas cidades somam aproximadamente 558 mil habitantes, de acordo estimativa IBGE (2018) Juazeiro tem aproximadamente 215 mil habitantes e Petrolina 343 mil habitantes o que aumenta o lançamento de dejetos no rio.

A E. crassipes é uma planta aquática flutuante, se reproduz por sementes, as quais permanecem viáveis por pelo menos 15 anos no sedimento dos corpos d’água, e de forma vegetativa, via estolões (HOLM e YEO, 1980). Eventualmente considerada espécie praga quando sua população cresce desordenada em represas, lagoas, lagos ou reservatórios de abastecimento. A baixa diversidade e densidade de inimigos naturais e a eutrofização do ambiente são as duas principais causas do excessivo crescimento das macrófitas aquáticas (ZHENG et al., 2016). Por ser muito intenso, o crescimento da Eichhornia crassipes pode levar à cobertura total da lâmina d’água de rios e lagos, o que implica diretamente em prejuízos para a flora e fauna locais (TEIXEIRA et al., 2019).

Porém, quando bem administrada, a macrófita demonstrou ser uma grande aliada na limpeza de corpos d´água. Em sua dissertação de mestrado, Mees (2006) comprovou a eficácia da planta em remover poluentes orgânicos de efluentes de matadouros e frigoríficos. Nesta pesquisa, a E. crassipes além de reduzir a carga de matéria orgânica dissolvida na água, diminuir a turbidez, houve a absorção de 77% dos nutrientes associados a eutrofização, como o nitrogênio, o nitrogênio amoniacal e fósforo. Em um estudo realizado por Coelho (2017) foi demonstrado que a baronesa tem grande potencial no polimento de efluente de esgoto tratado. A espécie também tem potencial para produção de etanol de segunda geração, sendo uma das possíveis formas de medida de controle (TEIXEIRA et al., 2019).

No Brasil e na maioria dos países em desenvolvimento, a maior parte do esgoto bruto (tanto doméstico, industrial como efluentes de sistema de cultivo) é lançado sem tratamento prévio nos cursos d’água (BARRETO et al., 2016). Esse grande aporte de matéria orgânica e poluentes tem sido relatado como o principal responsável pela eutrofização de uma grande variedade de ambientes aquáticos, gerando preocupação crescente pelo alto grau de poluição e contaminação em que se encontram, atualmente, lagos e outros ambientes continentais (TUNDISI, 2003).

O tratamento do esgoto e a redução do uso de fertilizantes são passos importantes na redução da eutrofização, o manejo das macrófitas são medidas paliativas, mas que devem ser feitas para evitar maiores problemas aos ecossistemas aquáticos.

Sobre a fauna não foi possível fazer grandes inferências, durante as visitas só foi observada uma espécie de um caramujo (Figura 9) conhecido como aruá, que alguns banhistas muitas vezes ficam com medo e atribuem a um vetor de doenças. Porém, trata-se do caramujo límnico, operculado, da família Ampullariidae, espécie Pomacea lineata (Spix, 1827) que não está ligada a transmissão da esquistossomose, a doença mais comum atribuída aos caramujos de água doce.

Figura 9– Caramujo Pomacea lineata avistado na Ilha do Fogo.

Fonte: Mauricio de Oliveira, 2019

Para finalizar, a cidade de Juazeiro conta o Projeto Escola Verde, que desenvolve ações de Educação Ambiental, inclusive na Ilha do Fogo. Segundo o próprio projeto

O objetivo central do Projeto Escola Verde (PEV) é investigar estas dificuldades e promover ações no sentido de minimizar os problemas identificados, a partir da participação das comunidades escolares. Trata-se de uma Pesquisa Aplicada, do tipo Pesquisa-Ação, de caráter qualiquantitativo, que está sendo desenvolvida nas escolas de ensino fundamental, médio e superior da região do Vale do São Francisco. As atividades de pesquisa servem de embasamento e direcionamento das ações extensivas” (PEV, 2011, on-line).



Projetos-ação como esse são importantes para educação das pessoas para o desenvolvimento de ações sustentáveis e promoção de justiça ambiental. A definição da categoria de luta “justiça ambiental” designa o conjunto de princípios e práticas que:

a – asseguram que nenhum grupo social, seja ele étnico, racial ou de classe, suporte uma parcela desproporcional das consequências ambientais negativas de operações econômicas, de decisões de políticas e de programas federais, estaduais, locais, assim como da ausência ou omissão de tais políticas;

b – asseguram acesso justo e equitativo, direto e indireto, aos recursos ambientais do país;

c – asseguram amplo acesso às informações relevantes sobre o uso dos recursos ambientais e a destinação de rejeitos e localização de fontes de riscos ambientais, bem como processos democráticos e participativos na definição de políticas, planos, programas e projetos que lhes dizem respeito;

d – favorecem a constituição de sujeitos coletivos de direitos, movimentos sociais e organizações populares para serem protagonistas na construção de modelos alternativos de desenvolvimento, que assegurem a democratização do acesso aos recursos ambientais e a sustentabilidade do seu uso. (ACSELRAD, 2004, p.13-20)



As noções de justiça ambiental são aplicadas diretamente ao espaço em questão, ao ser frequentado por pessoas de classes econômicas baixas é normatizado que não merecem a devida atenção na promoção de seus direitos, muitas vezes este investimento é negado, a população quanto mais pobre tende a pagar por negação dos seus direitos e sofrer com as problemáticas ambientais. Mudanças sobre esta realidade necessita de ações propositivas e protagonismo dessas pessoas em busca de melhorias junto aos governos.



Ações de Limpeza e Educação Ambiental



Devido ao movimento de pessoas, banhistas e os próprios moradores, do entorno da área do Rio São Francisco, situada entre as cidades de Juazeiro-BA e Petrolina-PE, há um grande acúmulo de lixos, tanto no próprio rio quanto na faixa de areia. Contudo há uma iniciativa da população, por meio de ação voluntária, em fazer o recolhimento deste lixo, onde mergulhadores fazem a coleta no leito do rio, na área da Ilha do Fogo e outras pessoas fazem ao seu entorno, na faixa de areia, onde os mesmos já procuram fazer a conscientização da população dos ribeirinhos e visitantes da ilha, enfatizando a necessidade de cuidar do rio e das áreas ao seu entorno, preservando a fauna e flora local.

Segundo uma reportagem do telejornal BATV (2018), relatos dos voluntários que retiram os lixos, na denominada ação #Salveochico, do rio e entorno da ilha, chegaram a ser coletado mais de uma tonelada de resíduos apenas em um único dia, incluindo pneus, garrafas pet, aparelhos de som, bicicletas e até vasos sanitários, como pode ser visto nas figuras 10 e 11.

Segundo Souza et al. (2013), o desmatamento ciliar para ocupação irregular, o mau uso do solo, exploração dos recursos naturais, acúmulo de lixos no leito do rio causam diversos problemas para fauna e flora do corpo hídrico, desencadeando a instabilidade ecológica e assoreamento do rio.



Figura 10-Mergulhadores retirando o lixo do Rio São Francisco no entorno da Ilha do Fogo.

Fonte: Zé Carlos Borges, 2018.



Figura 11- Voluntários ajudando na retirada de lixo do leito do Rio São Francisco.

Fonte: Zé Carlos Borges, 2018.



Considerações Finais

A Ilha do Fogo é um local de grande riqueza natural, cultural, histórica e paisagística, envolta pelo Rio São Francisco, um rio repleto de lendas e histórias de antigos navegantes da região, dispõe também de uma bela área de lazer, esporte, descanso e socialização para os moradores das cidades ao redor e para os turistas.

Tem-se que a Ilha do Fogo é um parque urbano e desempenha funções essenciais ecológicas, abrigando grande riqueza de fauna e flora. Contudo, se observa que não há a devida preocupação na conservação das mesmas, tanto por parte dos órgãos responsáveis quanto pela própria população que usufrui da área, onde muitas vezes, mesmo havendo ações pontuais de conscientização e educação quanto ao cuidado, preservação e conservação da fauna e flora nativas, há o despejo de resíduos sólidos e líquidos no Rio São Francisco e em seu entorno.

Outro aspecto que exprime atenção é a arte do grafite no local, pois apesar de sua importância social, não há um cuidado em preservá-las, tem sido deteriorada pelo tempo e falta de cuidados. São artes que estão estampadas em muros e nas paredes da construção no centro da Ilha do Fogo, uma forma de chamar a atenção da sociedade sobre os problemas, cada vez maiores, uma diversidade cultural que remete a críticas à sociedade, ao preconceito, a resistência dos LGBTQAI+, levanta o debate de problemas enfrentados pela sociedade como um todo, uma forma de liberdade de expressão e denúncia frente as mazelas e exclusões. Afinal, toda arte é uma manifestação política, e, apesar da democracia das artes em grafite, pouco se percebe quanto a sua conservação.

Nota-se que apesar de ser uma área de lazer e turismo, não existe uma efetiva preocupação e políticas públicas para a melhoria e conservação do espaço, muito possível devido a atribuição do espaço a pessoas de baixa renda. Mesmo com todas as manifestações presentes nas obras de resistência, da ameaça folclórica da serpente prestes a engolir as cidades [...] não parece que a sociedade tenha entendido o recado.

Este relato não é apenas para apontar erros ou apontar culpados, mas serve como um apontamento as necessidades de políticas públicas que visem a melhor condição desse espaço público, da saúde dos seus frequentadores, do meio ambiente e de todas as questões socioambientais que envolvem a Ilha do Fogo, este belo cartão-postal das cidades irmãs Juazeiro e Petrolina.



Bibliografia

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