BRASILEIROS ESTÃO MUITO PREOCUPADOS COM SITUAÇÃO NA AMAZÔNIA, DIZ PESQUISA



Estudo feito pela Febraban mostra que os brasileiros dão grande importância à preservação do meio ambiente e culpam governo e madeireiros pelo desmatamento

Por Rodrigo Caetano



Segundo pesquisa da Febraban com 1.500 pessoas, 90% dos entrevistados consideram preocupante a situação na Amazônia, com o aumento recente do desmatamento (Ueslei Marcelino/Reuters)

Uma pesquisa realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) aponta que o brasileiro é um defensor da preservação do meio ambiente. O trabalho entrevistou 1.500 pessoas, entre os dias 11 e 19 de agosto. Para 90% dos entrevistados, a situação na Amazônia, com o aumento recente do desmatamento, é preocupante. 

Mais da metade (55%) considera o cenário atual muito preocupante e 60% apontam a Floresta Amazônica como o ecossistema mais ameaçado do país. Esse percentual é especialmente relevante considerando que 94% dos entrevistados consideram que a preservação da Amazônia é essencial para a identidade nacional. 

As lideranças indígenas são encaradas positivamente, com 73% de aprovação, o maior índice entre os grupos e entidades que melhor defendem a floresta. Em seguida, aparecem os militares, com 69%. Mais de dois terços dos entrevistados são contra a redução das reservas índigenas na região. 

Já o governo e os madeireiros aparecem empatados como os maiores responsáveis pela alta no desmatamento. Fazendeiros e garimpeiros também são apontados como culpados pela destruição da floresta. A perda da diversidade é considerada a consequência mais grave do desmatamento. Também foram destacadas as mudanças climáticas e do regime de chuvas no Brasil. 

Ofensiva bancária

No último mês, os principais bancos brasileiros lançaram uma série de iniciativas de proteção à floresta. Ontem, Bradesco, Itaú e Santander anunciaram a criação de um conselho que vai ajudar a desenvolver a região, ação que está ligada à divulgação, no mês passado, de um documento com dez medidas para desenvolver a Amazônia, que foi entregue ao governo federal. 

A ideia é que os biólogos e cientistas que fazem parte do conselho trabalhem no detalhamento das medidas e no estabelecimento das metas. O grupo também será responsável por acompanhar os desdobramentos dos planos e por criar métricas e objetivos alinhados aos desafios locais. As ações — que estão previstas para começar ainda neste ano — serão coordenadas com o governo e implementadas em parceria com as iniciativas públicas.



Preocupação empresarial 

As grandes companhias também estão se mobilizando para defender a floresta. Em um evento online, realizado há dez dias, mais de 30 empresas com atuação no Brasil lançaram um manifesto em defesa da Amazônia e pela proteção da biodiversidade nacional. Assinam o documento Suzano, Natura, BRK Ambiental, Eletrobras, Danone, Carrefour, Anglo American, entre outras. 

O objetivo é conclamar o setor empresarial a aderir ao movimento, organizado pela Business for Nature, coalizão que reúne diversas organizações não governamentais pelo mundo, como The Nature Conservancy (TNC), Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), WWF e a Câmara de Comércio Internacional (ICC Brazil).

Queremos chamar a atenção para uma agenda fundamental para o desenvolvimento do país”, afirma Walter Schalka, CEO da Suzano. “É com a pressão da sociedade que o governo e as demais empresas irão se sensibilizar com a pauta ambiental.”

Suzano, Natura e BRK Ambiental são empresas que têm a ganhar com a chamada “retomada verde”, que é a inclusão de metas ambientais nos esforços de retomada econômica pós-covid. Segundo um estudo publicado com exclusividade pela EXAME, o Brasil pode adicionar 2,8 trilhões de reais ao PIB, na próxima década, se adotar uma série de princípios alinhados com esse conceito.



Fonte: https://bitlybr.com/KQF7cAsk