PLANTIO DE ÁRVORES COMO INSTRUMENTO DE SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL EM ESCOLA MUNICIPAL DE INCONFIDENTES/MG



Talita Nazareth de Roma1, Diogo Lopes Gonçalves2,Regiane Aparecida Negri3, Daniela Rocha Teixeira Riondet-Costa4, Sandra do Carmo Garcia da Silva5, Henzo Luiz de Roma Cantuária Goçalves6



1Laboratório de Educação Ambiental e Sustentabilidade, Universidade Federal de Itajubá. Minas Gerais. E-mail: tnroma@gmail.com

2IFSULDEMINAS campus Inconfidentes. Minas Gerais. E-mail: diogolopesg@gmail.com

3IFSULDEMINAS campus Inconfidentes. Minas Gerais. E-mail: rebionegri@gmail.com

4Instituto de Recursos Naturais, Universidade Federal de Itajubá. Minas Gerais. E-mail: daniela.unifei@gmail.com.

5Centro de Educação Infantil Municipal Reino Encantado "Irineu Doná". Minas Gerais. E-mail: reinoencantado@inconfidentes.mg.gov.br

6 IFSULDEMINAS campus Inconfidentes. Minas Gerais. E-mail: henzoroma@gmail.com



Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo a busca da sensibilização ambiental de alunos do ensino infantil e assim sentirem parte integrante do meio ambiente e para a responsabilidade e cuidado com o mesmo. As atividades foram desenvolvidas no Centro de Educação Infantil Municipal Reino Encantado "Irineu Doná", localizada no Município de Inconfidentes – MG. No período entre 22 e 23 de março do ano de 2017 e 2018 e 22 e 25 de março de 2019. A primeira atividade a palestra buscou o diálogo entre os alunos e estímulos a identificar, valorizar a vegetação e o meio em si. Na sequência, foi realizado o plantio de mudas, sendo que todos os alunos obtiveram a oportunidade de plantar as mudas. A avaliação ambiental das atividades identificou que os alunos não se viam como parte do meio ambiente e responsáveis por ele e ao término da pesquisa percebemos a associação que os alunos estavam interligados ao meio ambiente, pois as atividades de sensibilização ambiental despertou o exercício da cidadania e o despertar para a responsabilidade e cuidado com o meio ambiente.



Abstract: This research had as objective the search of environmental sensitization of students of infant education and thus feel an integral part of the environment and for the responsibility and care with the same. The activities were carried out at the Centro de Educação Infantil Municipal Reino Encantado "Irineu Doná", located in the Municipality of Inconfidentes - MG. In the period between March 22 and 23 of the year 2017 and 2018 and March 22 and 25, 2019. The first activity of the lecture sought dialogue between students and incentives to identify, value the vegetation and the environment itself. Subsequently, seedlings were planted, and all students obtained an opportunity to plant as seedlings. The environmental aspect of the activities identified that the students did not see themselves as part of the environment and were responsible for it. At the end of the research, we realized the association that the students were interconnected to the environment, because the environmental awareness activities awoke the exercise of citizenship. and awakening to responsibility and care for the environment.

Introdução

As intervenções antrópicas acarretam desequilíbrio no meio ambiente, pois os recursos naturais são utilizados de maneira inadequada, ou seja, de forma insustentável. Sabe-se que a sustentabilidade é a maneira mais adequada para o uso desses recursos, para que estes não faltem para as gerações futuras. Diante dessa situação, se faz necessária uma educação ambiental que, pelo menos, sensibilize as pessoas em relação ao mundo em que vivem para que possam ter acesso a uma melhor qualidade de vida, mas sem desrespeitar o meio ambiente, tentando estabelecer o equilíbrio entre o homem e o meio (SATO, 1997).

A Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988, em seu Capítulo VI, que trata das questões relacionadas ao meio ambiente, o Artigo 225, estabelece que:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (BRASIL, 1988).

Educação ambiental é aquela destinada a desenvolver, nas pessoas, conhecimentos, habilidades e atitudes voltadas para a preservação do meio ambiente. As problemáticas ambientais surgem a partir de novos paradigmas, como as discussões sobre educação ambiental surgidas na escola, em um processo de reconhecimento de valores, em que as novas práticas pedagógicas devem ser responsáveis pela formação dos sujeitos de ação e de cidadãos conscientes de seu papel no mundo (GRÜN, 1996).

A educação ambiental pode ocorrer dentro das escolas e, ainda, em outros órgãos públicos (BRASIL, 1999). Segundo a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9795/1999).

Atribui-se a âmbito escolar um lugar de aprender, se relacionar, discutir, criar, comparar, rever, construir, perguntar e ampliar ideias. Para que todos esses objetivos sejam alcançados com sucesso há necessidade que este lugar, de tantas perspectivas, seja um ambiente agradável. Nada mais justificável à busca de um espaço de lazer que traga inspiração, conforto e um cantinho dedicado aos integrantes que ocupam a área (LEÃO, 2005).

A Educação Ambiental é um componente significativo para retomar as teorias e práticas que fundamentam as ações educativas e, portanto, deve ser interdisciplinar, orientando para solução dos problemas voltados para realidade, adequando-os ao público alvo e a realidade deste (DIAS, 2004), pois os problemas ambientais, de acordo com o autor, devem ser compreendidos primeiramente em seu contexto local, e em seguida em seu contexto global. É imprescindível que ocorra um processo participativo constante, de maneira que não seja apenas e exclusivamente informativo, e sim prático, de modo a desenvolver e sensibilizar sobre as consequências da problemática ambiental (DIAS, 2004).

A arborização atua na amenização climática, interceptando os raios solares, criando áreas de sombra onde as pessoas se sentem mais à vontade, reduzindo a temperatura ambiente umidificando o ar devido à evapotranspiração, processo através do qual as plantas eliminam água para o ambiente (BOTELHO; DAVIDE, 2002). Segundo Carvalho et al. (2010), as vegetações auxiliam a evitar um dos problemas ecológicos mais graves que o mundo enfrentará nos próximos anos, a elevação global da temperatura da terra causada pelo excesso de gás carbônico na atmosfera, conhecido como “efeito estufa”.

As plantas frutíferas, especificamente, melhoram o visual, embelezam o espaço, exibem o seu verde intenso, folhagem, flores e frutos, e também proporcionam um microclima agradável e harmonioso. Além disso, trazem grandes contribuições em termos nutricionais, pois produzem frutos saborosos e nutritivos que são de suma importância para o desenvolvimento saudável das crianças e a manutenção da saúde dos adultos (ÁVILA, 2008).

A Educação Ambiental deve ser um constante exercício para a cidadania. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi realizar o plantio de árvores nativas e frutíferas na escola municipal de Inconfidentes/MG, como elemento motivador para atividades de educação ambiental. Tendo em vista que os educandos são bastante curiosos e abertos ao conhecimento, aprendem com facilidade e tendem a levar as informações adquiridas aos familiares e demais indivíduos de sua convivência, sensibilizando a comunidade e contribuindo para a educação ambiental (JABOBI, 2003).



Metodologia

Área de Estudo

Este estudo foi realizado nas dependências do Centro de Educação Infantil Municipal Reino Encantado "Irineu Doná", localizada no Município de Inconfidentes – MG.

A primeira etapa da pesquisa consistiu em uma visita a escola para fazer um levantamento da situação em que se encontrava, para que pudéssemos elaborar o projeto e, consecutivamente, executá-lo.



Procedimentos

As atividades da pesquisa contaram com a participação e apoio de um Técnico em Agropecuária, duas Biólogas, um Engenheiro Agrônomo e uma Doutora em Educação ambiental alunos da pré-escola, Diretora, professores e funcionário da Escola.

A pesquisa foi desenvolvida no período entre 22 e 23 de março do ano de 2017 e 2018 e 22 e 25 de março de 2019, tendo sido feito um orçamento de aproximadamente, R$75,00 (setenta e cinco reais), sendo que foram compradas 18 unidades de mudas nativas para plantio, sendo seis mudas para cada ano, custando, cada uma, R$4,00, mais adubo de plantio e cobertura.

As ações foram executadas no Centro de Educação Infantil Municipal Reino Encantado "Irineu Doná", esta unidade educacional atende cerca de 120 crianças provenientes da zona urbana e rural, nos turnos matutino e vespertino.

O trabalho incluiu todos os alunos. As atividades de sensibilização em sala de aula foram planejadas em parceria com a professora titular da turma.

A presente palestra e posterior pratica de todos estes anos teve como objetivo a construção junto aos alunos de uma reflexão sobre a sustentabilidade ambiental, tendo como referência o espaço escolar e a importância da vegetação pontualmente e globalmente. Posteriormente, foi feita uma roda de conversa sobre a importância da vegetação com os alunos.

A etapa de plantio foi feita com a colaboração das crianças, que auxiliaram na abertura das covas (Figura 1), incorporação do adubo ao solo e plantio, (Figura2), propriamente dito; também foi combinada uma escala para a rega. Foram plantadas seis mudas (uma) Cedro Rosa (Cedrela fissilis); (uma) Guaçatunga (Casearia sylvestris); (uma) Guaçatunga (Casearia sylvestris); (duas) Graviola – (Annona muricata L.); (uma) pitangueira (Eugenia uniflora L.).

Figura 1: Alunos do Centro de Educação Infantil Municipal Reino Encantado "Irineu Doná participaram da abertura de cova para o plantio.

Figura 2: Alunos do Centro de Educação Infantil Municipal Reino Encantado "Irineu Doná participaram do plantio das espécies arbóreas.

Resultados e Discussão



Um total de 120 crianças participou das atividades pedagógicas de educação ambiental (Figura 3a, 3b, 3c e 3d). Nas rodas de conversas todos os alunos participaram e expressaram suas contribuições, pois os mesmos tinham muito conhecimento sobre a importância da vegetação como pontos positivos: melhoria no micro clima, as árvores frutíferas fornecem os frutos e até mesmo na manutenção da água.

Algumas mudas plantadas com o auxílio das crianças e da professora da sala sobreviveram e atualmente encontra-se no parque da Escola 4. A arborização escolar é um dos meios para viabilizar a educação ambiental. Nesse sentido, afirma Berna (2004, p. 30):

O educador ambiental deve procurar colocar os alunos em situações que sejam formadoras como, por exemplo, diante de uma agressão ambiental ou conservação ambiental, apresentando os meios de compreensão do meio ambiente. Em termos ambientais isso não constitui dificuldades, uma vez que o meio ambiente está em toda a nossa volta. Dissociada dessa realidade a educação ambiental não teria razão de ser., entretanto, mais importante que dominar informações sobre um rio ou ecossistema da região é usar o meio ambiente local como motivador.

O plantio de árvores na escola permite o uso das plantas em atividades de educação ambiental em curto, médio e longo prazo. Aproveitando-se para o estudo das diferentes fases da vida do vegetal, além de outras utilidades das plantas, tal como a produção de sombra, flores e frutos. As árvores também podem servir de abrigo para os pássaros e amenização da sensação térmica.



Considerações Finais

Conclui-se destacando a importância de se conscientizar as crianças quanto às questões ambientais. Os alunos já estão se tornando cidadãos responsáveis pela preservação do meio ambiente por meio das atividades realizadas, observado, por exemplo, pela preocupação no cuidado das mudas de espécies arbóreas plantadas no dia da árvore. O projeto está sendo um método eficaz de aprendizagem para todas as pessoas envolvidas no âmbito escolar, principalmente pela internalização da importância da utilização dos frutos na dieta e o plantio de espécies nativas na escola.



Bibliografia



ÁVILA, A.L. A arborização como instrumento de educação ambiental no ensino fundamental. Santa Maria. Monografia (Especialização em Educação Ambiental). Universidade Federal de Santa Maria. Centro de Ciências Rurais. 48p. 2008.

BERNA, V. Como fazer educação ambiental. 2.ed. São Paulo: Paulus, 2004. 142 p. COSTA, J. R. et al. A percepção ambiental do corpo docente de uma escola pública rural em Manaus (Amazonas). Revbea, Rio Grande, v. 7, p. 63-67, 2012.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1998.

_______. Política Nacional de Educação Ambiental. Lei 9795/99. Brasília, 1999.

BOTELHO, S. A.; DAVIDE, A. C. Métodos silviculturais para recuperação de nascentes e recomposição de matas ciliares. In: Simpósio Nacional sobre recuperação de Áreas Degradadas, 5., 2002, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: 2002. p. 123-145.

CARVALHO, J. L. N; AVANZI, J. C.; SILVA, M. L. N.; MELLO, C. R.; CERRI, C. E. P. Potencial de sequestro de carbono em diferentes biomas do Brasil. Rev. Bras. Ciênc. Solo, Viçosa, v. 34, n. 2, p. 277-290, 2010.

DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9a ed. São Paulo. Gaia, 2004.

GRÜN, M. Ética e educação ambiental: a conexão necessária. 13ª ed. São Paulo: Papirus, 1996.

JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, n. 118, p.189/-205, março/ 2003.

LEÃO, J. A. C. Considerações sobre o projeto escola aberta: perspectivas para uma agenda de lazer. RECIFE, 2005.

SATO, M. Educação para o ambiente amazônico. São Carlos: Tese (Doutorado em Ciências). PPG-ERN/UFSCar. 245p. 1997.