ATIVIDADES EM ÁREAS NATURAIS: EXPERIÊNCIAS NO PARQUE ECOLÓGICO ÁGUAS DO LAJEADO

Keila Camila da Silva1

1Engenheira ambiental. Mestra em ciências da engenharia ambiental (EESC/USP). Especializando em ecologia e monitoramento ambiental pela Universidade de Araraquara (UNIARA). keila_ambiental@hotmail.com



Resumo: O presente trabalho trata-se de uma ação contínua de educação ambiental do projeto “Ser Natureza” iniciado em 2018 no Centro de Educação Ambiental (CEA), Polo Educa Verde do Parque Ecológico Águas do Lajeado no município de Dois Córregos, São Paulo. O projeto propõe aos alunos da rede de ensino da cidade atividades monitoradas visando a ligação e contato direto com o meio ambiente. Com enfoque em atividades práticas vivenciadas, foram realizadas trilhas interpretativas, dinâmicas educativas e plantio de espécies vegetais no viveiro de mudas visando estreitar a relação entre as crianças e a natureza. Tomando por base que as atividades foram realizadas entre os meses de dezembro de 2018 a março de 2020 e envolveu 09 escolas e instituições: a EMEF Benedito dos Santos Guerreiro, a EMEF Profº Valdomiro Casagrande, a EMEFEI Profª Laura Rebouças de Abreu, a EMEF Francisco Simões, a EMEFEI Oscar Novakoski, o Projeto Coragem, a EMEI Maria José Scarpim, a CEMEI Profª Maria Lúcia Altimari Dante e CEMEI Profª Maria Helena Capelini Rodrigues com um total de 18 encontros, abrangendo 28 turmas de diversas faixas etárias, analisamos que o projeto possibilitou a abertura de um diálogo entre os participantes, onde o Parque funcionou como um espaço educador com grande potencial para a aprendizagem e aproximação do meio ambiente natural.

Palavras-chave: Natureza; Parque Ecológico; Educação Ambiental.



Abstract: The present work is a continuous action of environmental education of the project “Ser Natureza” started in 2018 at the Center for Environmental Education (CEA), Polo Educa Verde of the Águas do Lajeado Ecological Park in the municipality of Dois Córregos, São Paulo. The project proposes monitored activities to students in the city's education network in order to connect and directly contact the environment. With a focus on experienced practical activities, interpretive trails, educational dynamics and planting of plant species were carried out in the seedling nursery in order to strengthen the relationship between children and nature. Based on the fact that the activities were carried out between December 2018 and March 2020 and involved 9 schools and institutions: EMEF Benedito dos Santos Guerreiro, EMEF Profº Valdomiro Casagrande, EMEFEI Profª Laura Rebouças de Abreu, EMEF Francisco Simões, EMEFEI Oscar Novakoski, Projeto Coragem, EMEI Maria José Scarpim, CEMEI Profª Maria Lúcia Altimari Dante and CEMEI Profª Maria Helena Capelini Rodrigues with a total of 18 meetings, covering 28 classes of different age groups, we analyzed that the project made it possible to open a dialogue between the participants, where the Park functioned as an educational space with great potential for learning and approaching the natural environment.

Keywords: Nature; Echologic Park; Environmental Education.



Introdução

Os parques urbanos atualmente integram a categoria de áreas verdes, regulado como domínio público no art. 8°, §1º, da Resolução CONAMA nº 369/2006, estes espaços têm por finalidade desempenhar função ecológica, paisagística, recreativa e educativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade.

Esses parques têm acompanhado as transformações urbanísticas das cidades e se tornado, de acordo com Macedo e Sakata (2010), testemunhos importantes dos valores sociais e culturais das populações urbanas.

Segundo Pereira e Pato (2015) em diferentes contextos, os parques representam elementos codificadores da importância da questão ambiental nas cidades.

Assim, Macedo e Sakata (2010) entendem ser através dos parques urbanos que se alcança o caminho para caracterizar os parques como elementos típicos da cidade moderna e em constante processo de ressignificação da ação humana com a natureza.

Peres e Barbosa (2011) indagam que a natureza nos ensina a trabalhar com elementos diversos que se adaptam de acordo com cada lugar e suas respectivas características ambientais, geográficas e ecológicas.

Nesse contexto, Leff (2011) afirmou que o meio ambiente precisa ser compreendido como uma rede complexa de fenômenos naturais, sociais, econômicos, culturais e ecológicos. Para tanto, faz-se necessária uma metodologia capaz de mediar a busca de um saber que problematize o real percebido, ou seja, que contribua com a construção um campo de conhecimento teórico e prático orientado para rearticulações críticas entre sociedade e natureza.

Partindo do princípio que a predisposição para brincar é parte essencial da natureza infantil, concluímos que o uso dos parques urbanos com abordagens metodológicas lúdicas possibilita transformar aulas tradicionais em momentos de sensibilização.

Nesse sentido o Projeto Ser Natureza busca proporcionar educação ambiental para alunos da rede de ensino do município de Dois Córregos, tendo o Parque Ecológico Águas do Lajeado como uma ferramenta para alcançar a sensibilização e reflexões acerca da problemática ambiental.

Além disso, de forma a incentivar a relação ser humano e natureza no município, foi criada a Comissão Interinstitucional Municipal de Educação Ambiental regida pelo decreto nº 4.702 de 26 de agosto de 2019. A comissão tem caráter paritário e participativo, além disso é composta por membros titulares e suplentes indicados pelos órgãos e entidades governamentais e não-governamentais.

Seu objetivo é promover a discussão, criação, revisão, acompanhamento e avaliação do Programa Municipal de Educação Ambiental de Dois Córregos, o qual define as ações de educação ambiental no município e onde o Projeto Ser Natureza está inserido.

Esse estudo justifica-se pelo fato que no município de Dois Córregos percebe-se o desconhecimento da existência do Parque Ecológico Águas do Lajeado por grande parcela da população, nesse sentido, o Projeto Ser Natureza servirá como uma ferramenta de visibilidade do Parque e seus atrativos, além de ser um chamariz para o contato com o meio ambiente.



Metodologia

A metodologia da pesquisa pode ser definida, segundo Minayo (2007), como “o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade”.

Assim sendo, esta pesquisa efetuou-se por meio da experiência (TRIVIÑOS, 1987), com interesse na investigação vivenciada, em que o objeto de estudo foram visitas escolares agendadas e monitoradas no Parque Ecológico Águas do Lajeado, com intuito de estreitar a relação ser humano-natureza.



Área de estudo

A área de estudo do presente trabalho compreendeu o Parque Ecológico Águas do Lajeado, localizado na Avenida Gofredo Schelini, nº 245, Vila Bandeirantes no município de Dois Córregos, estado de São Paulo, figura 1:

Figura 1 – Parque Ecológico Águas do Lajeado

Fonte: Ortofoto, 2017, modificada.



O Parque foi instituído pela Lei nº 2.817 de 27 de maio de 2003, em área da municipalidade, com aproximadamente dois alqueires, localizado na cabeceira do córrego Lajeado.

Apresenta um centro de educação ambiental e de vivências, onde são realizadas ações monitoradas de educação ambiental. O Parque também procura conservar o meio ambiente, possui uma lagoa, nascentes do córrego Lajeado, matas nativas e protegidas, animais, além do viveiro de produção de mudas.

O CEA – Centro de Educação Ambiental de Dois Córregos possui horário de funcionamento de segunda a sexta-feira em período integral onde realiza em fluxo contínuo atividades monitoradas de educação ambiental. Além disso, possui um folder de divulgação e boletins informativos mensais das ações ocorridas disponível no website da Prefeitura Municipal.

Todas as atividades são guiadas e acompanhadas por servidores e educadores ambientais do Departamento de Agricultura e Meio Ambiente.



Projeto Ser Natureza

Idealizado em 2018 pelo Departamento de Agricultura e Meio Ambiente, o Projeto Ser Natureza visa a inserção da educação ambiental não formal no Parque Ecológico Águas do Lajeado, Centro de Educação Ambiental – Polo Educa Verde.

Durante o ano ocorre a visitação de escolas e associações assistenciais no Centro de Educação Ambiental, com diversas atividades monitoradas e contínuas, programadas para todos os meses possíveis do ano, permitindo o contato e vivências com a natureza. Essas atividades possuem duração média de uma hora e trinta minutos (1h30min). A relação das principais ações é descrita a seguir:



Dinâmicas como instrumento de educação ambiental

As dinâmicas em educação ambiental consistem em atividades que visam à sensibilização de forma lúdica e são facilmente assimiladas por crianças, além de desenvolver várias habilidades cognitivas e motoras. As atividades são selecionadas com base no tamanho da turma e idade de forma a adequá-los aos conceitos.

Durante as visitações é realizada uma gama de opções de dinâmicas adequadas e selecionadas conforme o perfil da turma envolvida.

A figura 2 demonstra algumas das dinâmicas realizadas:

Figura 2 – (1) Dinâmica Encontre sua árvore; (2) Dinâmica Presa e Predador.

Fonte: a autora.

Biblioteca especializada

O Centro de Educação Ambiental possui uma biblioteca especializada na área ambiental com aproximadamente 184 livros, cartilhas e revistinhas disponíveis para consultas, ficando aberto ao público para utilização e atividades como rodas de leitura e troca de conhecimentos (figura 3).

Figura 3 – Rodas de leitura e conhecimento.

Fonte: a autora.



Plantio

Essa atividade permite que o aluno conheça o viveiro de mudas municipal e tenha a oportunidade de praticar passo a passo desde o preparo do solo até o plantio de sementes, como demonstrado na figura 4:

Figura 4 – (1) Plantio no viveiro; (2) Entrega de sementes.

Fonte: a autora.



Trilha ecológica

Consiste em realizar uma trilha monitorada nas dependências do Parque Ecológico com o intuito de permitir o contato das crianças com a natureza, aguçar os sentidos e a imaginação no meio dos fragmentos vegetais, como demonstrado na figura 5:

Figura 5 – Trilha no Centro de Educação Ambiental – Parque Ecológico Águas do Lajeado

Fonte: a autora.



Outras ações

Ações de cunho ambiental, voltadas a comemoração de datas ecológicas e ambientais também ocorrem no CEA, além da observação de aves, alimentação de peixes presentes na lagoa e piqueniques.

Figura 6 – (1) Alimentação de peixes; (2) piquenique no CEA.

Fonte: a autora.



Amostra do estudo – visitações

As atividades de visitação monitoradas no Parque Ecológico Águas do Lajeado ocorrem mediante agendamento prévio junto ao Departamento de Agricultura e Meio Ambiente, interesse das instituições e convites informais, abrangendo todas as faixas etárias, sendo aberta a escolas municipais, públicas e particulares, estaduais, projetos sociais e educacionais, entidades assistenciais e associações.

Ocorrem em todos os meses do ano (conforme disponibilidade e interesse de turmas e conforme os períodos de manutenção do parque e férias escolares).

As ações no Parque são planejadas de forma que atendam desde a pré-escola até o 9º ano de ensino, adequando os conceitos para os envolvidos sempre que necessário.



Resultados e discussão

Quando se fala em educação, a primeira imagem que nos vem à cabeça é a sala de aula, o professor e os alunos. Entretanto, segundo Baumgratz (2014) essa é, apenas a ideia usual da educação formal que acontece no ambiente escolar com conteúdos previamente demarcados e horários estipulados.

As práticas educativas ambientais do Projeto Ser Natureza que objetivam sensibilizar crianças através do contato e da vivência levam à frente o lema clássico da tradicional forma de se fazer educação ambiental: “conhecer para amar, amar para preservar” (LAYRARGUES; LIMA, 2011).

Conforme Gohn (2006), a relação humana com o saber se dá de inúmeras formas e em vários locais, podendo ser classificadas em duas categorias: formal e não formal.

A categoria de ensino formal está vinculada à escola. Já a educação não formal é aquela que se aprende via os processos de compartilhamento de experiências, principalmente em espaços e ações coletivas cotidianas, como museus, teatros, bibliotecas, parques, entre outros.

O Parque Ecológico Águas do Lajeado tem foco na educação não formal por meio de atividades culturais e educativas, dando aos alunos uma opção de visitar uma área com a presença de paisagens naturais, fauna e flora, dentro do perímetro urbano do município de Dois Córregos, sem a necessidade de percorrer grandes distâncias.

É nele que o Projeto Ser Natureza desenvolve uma relação educativa, principalmente com os alunos das escolas municipais, de redescoberta e proximidade com a natureza, o que vem o tornando uma importante ferramenta para a percepção e interpretação ambiental.

Esse espaço territorialmente protegido pelo poder público se caracteriza como um relevante local para se “(re)descobrir a natureza na cidade”, permitindo conexões e vivências significativas no que se refere à sensibilização e conscientização das pessoas.

Nesse sentido, as atividades do Projeto Ser Natureza foram iniciadas no mês de dezembro de 2018 sendo contínuas durante os anos. As ações no CEA de Dois Córregos possuem duração de aproximadamente 1h30 (uma hora e trinta minutos) por encontro.

No presente artigo as atividades foram realizadas até o mês de novembro de 2019 envolvendo 09 escolas e instituições com um total de 18 encontros, abrangendo 28 turmas de diversas faixas etárias e em períodos matutinos e vespertinos, como demonstrado na tabela 1:

Tabela 1 – Relação das turmas participantes do projeto Ser Natureza

PARTICIPANTES

TURMA

DATA

EMEF Benedito dos Santos Guerreiro

3º ano A

10/12/2018

EMEF Profo Valdomiro Casagrande

4º ano A e B

21/02/2019

EMEF Profo Valdomiro Casagrande

4º ano C

21/02/2019

EMEF Benedito dos Santos Guerreiro

3º ano A

25/03/2019

EMEFEI Profª Laura Rebouças de Abreu

6º e 7º anos

16/04/2019

EMEF Francisco Simões

4º ano A e B

09/05/2019

EMEF Francisco Simões

4º ano C, D e E

09/05/2019

EMEFEI Oscar Novakoski

3º ano A

26/06/2019

Projeto coragem

Mista

10/07/2019

EMEFEI Oscar Novakoski

4º ano A

21/08/2019

EMEF Benedito dos Santos Guerreiro

2º ano B e C

23/08/2019

EMEI Maria José Scarpim

Pré-escola I, II e III

18/09/2019

CEMEI Profª Maria Lúcia Altimari Dante

Pré-escola

20/09/2019

Projeto Coragem

Mista

23/10/2019

CEMEI Profª Maria Helena Capelini Rodrigues

Pré-escola I e II

05/11/2019

EMEFEI Profª Laura Rebouças de Abreu

8º e 9º anos

31/01/2020

EMEF Francisco Simões

5º ano

20/02/2020

EMEFEI Oscar Novakoski

3º ano A

17/03/2020

Fonte: a autora.

O contato direto com a natureza do Parque Ecológico Águas do Lajeado atuou, principalmente nas crianças, na reflexão de reconhecer a si mesmos como parte do meio ambiente que os cerca. Salienta-se que quanto mais intensificadas estas relações, mais desenvolvida será a consciência ecológica das crianças, que são a geração futura.

Nesse sentido é importante que ocorra a valorização dos ambientes naturais como espaços educadores, pois vivenciar a natureza é um convite à restauração das relações humanas com o meio.

Participar, compartilhar e sentir a natureza é uma oportunidade de reflexão sobre a necessidade de estreitarmos a relação ser humano e natureza, e faz com que o processo educativo se torne mais aprazível, proporcionando transformações pessoais e interpessoais, segundo relatos dos professores envolvidos.

Notou-se que crianças das faixas etárias que vão da pré-escola até os 5º anos possuem maior encantamento nas atividades relacionadas a prática de educação ambiental. Já alunos dos 6º aos 9º anos tendem a ter um menor interesse quando sujeitos a atividades ambientais.

De forma geral, os estudantes reconheceram que estão no Parque, mas não sua importância e função ecológica, porém, gostariam de retornar e realizar novamente as atividades, tendo aqueles que gostariam de repetir as dinâmicas no mesmo dia.

O encantamento pelos atrativos ambientais surgiu nas crianças através do contato direto, onde foi permitido a aproximação com flores, folhas, frutas, solos e sementes além da observação da fauna presente.

O despertar para a problemática ambiental entre os estudantes deve ser trabalhado desde os primeiros anos de estudo, para que assim, com maior facilidade, os mesmos possam entender e repassar o conhecimento aprendido aos pais, irmãos, familiares e amigos, assim como ocorre no Parque Ecológico Águas do Lajeado.

Atividades simples, como a alimentação de aves e peixes, além do plantio de sementes cativou e prendeu a atenção dos envolvidos. Isso porque, segundo Fonseca (2011) transcender a maneira tradicional de ensino significa aproximar a realidade e dar espaço para os alunos se afirmarem como sujeitos de seu aprendizado.

Os alunos, através do centro de educação ambiental, participaram de uma aula prática rica em conhecimentos e atividades voltadas a fauna e a flora proporcionando o contato com o meio ambiente.

Além disso, as atividades extraclasse promoveram a vivência, que é uma importante ferramenta de sensibilização.

Baumgratz et. al. (2013) mostraram em seu estudo que parques urbanos, enquanto espaço não formal de ensino, se caracteriza, também, como espaço lúdico, com possibilidades de exercício dos sentidos, das funções sensório motoras para desenvolvimento da reflexão, da participação, da socialização, ampliando o contato dos educandos com a natureza e potencializando a aprendizagem.

Nos parques urbanos, como o Parque Ecológico Águas do Lajeado, a educação ambiental tem a dupla função: de agregar os objetivos de conservação de seus recursos ao ensino não formal, previsto nesses ambientes, tendo como elemento motivador a ludicidade, mas que esta leve à reflexão e a ação numa perspectiva crítica.

Associado ao parque, percebe-se nos alunos a ideia da preservação da natureza entendidas em seus imaginários como paisagens a serem contempladas, buscadas e desejadas.

As visitas orientadas possibilitaram tanto o estudo do patrimônio natural que o Parque dispõe, quanto do meio e suas múltiplas interfaces na vertente humana.

Permitiu também estabelecer relações ativas e interpretativas nos envolvidos para produção de conhecimentos e incorporações de novas representações, comprometidas com a complexidade que o meio exige.



Considerações finais

O projeto Ser Natureza resultou em um maior envolvimento das escolas da rede de ensino do município e em escalas de participação cada vez mais abrangentes no Parque Ecológico, levando a um sentido de redescoberta do ambiente, este que não é só biótico ou abiótico, mas também cultural e natural.

A atividade de visitação monitorada no Parque Ecológico Águas do Lajeado deve ser vista como uma proposta viabilizadora da promoção da educação ambiental. O meio natural como forma de aprendizagem, permite através do contato e da experiência que a sensibilização sobre as questões ambientais se torne táticas, através da didática pela vivência.

O despertar para os destinos naturais faz com que esta tendência possa ser otimizada para a captação de visitantes nos parques urbanos, utilizando a educação ambiental como ferramenta na conduta da sensibilização para a conservação da biodiversidade local como do melhor envolvimento deste local com a população do município.

A metodologia de trabalho apresentado no Parque Ecológico Águas do Lajeado, através do Projeto Ser Natureza, pode servir de orientação para aplicabilidade aos demais parques urbanos de outras cidades.

O presente artigo sugere um caminho que efetive a aprendizagem dos alunos, que são as gerações futuras, de forma dinâmica e prazerosa, reforçando os conteúdos trabalhados em sala de aula, utilizando a visita orientada em um ambiente de mata atlântica e cerrado como recurso pedagógico.

Por esse motivo, essa pesquisa vai ao encontro de propostas de trabalho que realmente possam ultrapassar os muros da escola, rompendo barreiras disciplinares e buscando formas inter e transdisciplinares de construção de conhecimentos.

Almeja-se assim que a educação ambiental seja exercitada no ambiente do Parque e fora dele como processo contínuo que deve ser, que permite dialogar com o ensino formal e o não formal levando os sujeitos a questionar sempre e intervir em sua realidade de forma ativa percebendo-se como parte deste meio, não se conformando com respostas prontas e acabadas, mas acima de tudo buscando respostas suas, fruto da reflexão do interno com o externo e do individual com o coletivo a fim de estreitar relações consigo mesmo, com os outros e com o ambiente que os cerca.

A necessidade de atividades em contato com o meio ambiente é evidente, desse modo, as áreas públicas como parques municipais são ferramentas fundamentais para a prática de ações que desenvolvem a educação ambiental.

Considerou-se nesse artigo que as crianças que mais absorveram os temas durante as vivências serão pessoas mais sensibilizadas, passíveis de proporcionar uma melhor qualidade ambiental para a sociedade tornando-se multiplicadores ambientais.



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