A PRÁXIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O ESTUDO EM UMA CRECHE NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM, PARÁ, BRASIL



The praxis of Environmental Education: the study in a Nursery in the Municipality of Santarém, Pará, Brazil



Lucas Filipe Echer Araújo - lucas.echer3@gmail.com

Maria Mirtes Cortinhas dos Santos - mmcortinhas@gmail.com

Rodolfo Maduro Almeida - rodolfomaduroalmeida@gmail.com



Integrantes do Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação Ambiental

Universidade Federal do Oeste do Pará

Av. Mal. Rondon, s/n - Caranazal, Santarém - PA, 68040-070



RESUMO

A Educação Ambiental é um instrumento capaz de auxilias as pessoas na busca de alternativas para a melhoria do meio ambiente. O artigo envolveu uma pesquisa de campo realizada em uma Creche, no município de Santarém – Pará – Brasil , e teve como objetivo principal saber a práxis dos educadores no desenvolvimento da educação ambiental, já que esta educação está embasada na atual Constituição Federal Brasileira, que determina a aplicabilidade desta educação em todos os níveis de ensino. O público alvo foram dez educadores, escolhidos de forma aleatória. O método embasou-se no Estudo de Caso, com abordagem quanti/qualitativa. Os resultados foram: existem práxis de educação ambiental no espaço da Creche, embora precise de um aprimoramento por parte dos educadores; há necessidade de alargar os conceitos de meio ambiente e educação ambiental, dentre outros.

Palavras-chave: Práxis de educadores; Meio ambiente; Educação ambiental.



ABSTRACT

Environmental Education is an instrument capable of helping people in the search for alternatives to improve the environment. The article involved a field research carried out in a Creche, in the municipality of Santarém - Pará - Brazil, and had as main objective to know the praxis of educators in the development of environmental education, since this education is based on the current Brazilian Federal Constitution, which determines the applicability of this education at all levels of education. The target audience was 10 (ten) educators, chosen at random. The method was based on the Case Study, with a quantitative / qualitative approach. The results were: there are environmental education praxis in the Creche space, although it needs to be improved by educators; there is a need to broaden the concepts of the environment and environmental education, among others.

Keywords: educational practice; Environment; Environmental education.



  1. INTRODUÇÃO

A Constituição Federal Brasileira (1988), em seu artigo 225, § 1º, inciso VI – enfatiza que deve haver a promoção da educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente. Além da Constituição em evidência, a Lei 9795 de 27 de abril de 1999, que trata da Política Nacional de Educação Ambiental no Brasil, em seu artigo 9º, inciso I, ressalta que, a educação ambiental pode ser estendida na educação escolar e desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas, englobando a educação básica.

E no ensino infantil, especificamente, a educação ambiental precisa ser desencadeada, uma vez que é nesta fase de educação que a criança inicia o seu processo de socialização, portanto, ações de educação ambiental nas vivências das crianças desta faixa etária precisam ser desenvolvidas, por mais simples que sejam, a exemplo citamos: o cuidado na hora do lanche, onde os educadores devem ensinar estas crianças no cuidado com o seu espaço, a questão de participação em jogos para despertar o senso do convívio em grupo.

Destacamos que a Base Nacional Curricular Comum - BNCC, em seu guia prático para a Educação Infantil (s⁄d. p. 4), apresenta para a questão dos jogos na infância, o que destacamos:

Uma ideia é criar jogos para eles aprenderem a lidar com regras de convivência. Outra é incentivar que eles participem das tarefas que organizam o convívio do grupo: Ajudar a organizar as atividades do cotidiano permite que elas pensem em como conviver com os colegas pensando sempre no outro. Também, deve-se buscar o conhecimento de outras culturas despertando o respeito às crenças e diferenças. Afinal, essa é a essência de “Conviver”.

Logo, os jogos como uma das atividades nas creches, são importantes, haja vista que nestas atividades as crianças tem oportunidade de conviver com outras crianças, despertando o senso de aprendizagem, o saber lidar com as regras de convivência e aprender que o momento de aguardar sua participação é necessário.

Ressaltamos o momento de socialização da criança, no processo de aprendizagem, consequentemente faz a diferença no mundo adulto, onde terão oportunidade de aprender as regras de convivência, ajuda ao próximo, o respeito pelo outro (a), dentre outros.

E, acreditamos sem sombra de dúvida, que um trabalho que envolva a educação ambiental desenvolvido na primeira etapa de aprendizagem da criança poderá ser um aditivo, frente o processo de construção de conhecimentos para a formação de futuros cidadãos sensíveis, conscientes e responsáveis com as questões do meio.

Frisamos que a Educação Ambiental na Lei 9795 de 27 de abril de 1999, que direciona a Política Nacional de Educação Ambiental no Brasil, em seu Artigo 1°, acena que esta educação são “processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”.

Desta forma, a educação ambiental é uma responsabilidade individual e coletiva das pessoas, no sentido de apoderar-se de processos adequados para a busca da qualidade do ambiente, consequentemente da vida de todos.

A educação ambiental tem o papel fundamental em orientar e direcionar os seres humanos sobre os problemas ambientais que podem ser evitados. Uma educação que priorize a participação das pessoas nas ações e que deve ser contínua, transformadora, política, dentre outras, no sentido de se buscar mudanças e preparar os seres humanos para serem ativos no local onde habitam e serem responsáveis se e envolverem nas questões de sua localidade, quando se trata para a melhoria do meio ambiente.

Tozoni-Reis (2003, p.12) apresenta a educação ambiental, aliada à visão política e destaca:

A educação ambiental é também educação, educação ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social que imprime ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, com o objetivo de potencializa essa atividade humana, tornando-a a mais plena de prática social e de ética ambiental. [...].

Asseveramos que para o desenvolvimento de uma educação ambiental política precisa de uma articulação com diferentes segmentos da sociedade, e que a as pessoas se envolvam nas diferentes atividades desta educação de sua localidade (reforçamos este compromisso), no sentido de mudanças transformadoras em benefício de “todos”.

É importante acenarmos que o presente artigo originou-se nas bases de estudo do Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação Ambiental (GEPEEA), da Universidade Federal do oeste do Pará (UFOPA), com o devido apoio da Pro-reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Tecnológica (PROPPIT), desta universidade, e da Fundação Amazônia Paraense de Amparo à Pesquisa (FAPESPA).

E que o estudo, foi realizado nos anos de 2028 e 2019, numa Creche do município de Santarém, no estado do Pará, e teve como objetivo principal “saber a práxis dos educadores no desenvolvimento da educação ambiental, já que esta educação está embasada na atual Constituição Federal Brasileira, que determina a aplicabilidade desta educação em todos os níveis de ensino”. Já a questão norteadora central se apresentou da seguinte forma: existe práxis educativas para o desenvolvimento da educação ambiental no espaço da Creche? E se existe, quais são estas práxis?

Acreditamos de qualquer forma, que os dados revelados pelos participantes do estudo possam ser um aditivo de informações a outros (as) pesquisadores (as), que possa ser associado ao Banco da Capes, além para o gerenciamento de políticas mais aprimoradas para o espaço das creches no município.

  1. O PERCURSO METODOLÓGICO

A priori realizamos o levantamento do acervo bibliográfico para subsidiar o estudo, e o método aplicado se embasou no Estudo de Caso, com abordagem quanti/qualitativa. É importante destacarmos que, a palavra qualitativa, implica:

Em uma ênfase sobre as qualidades da entidade e sobre os processos e os significados que não são examinados ou medidos experimentalmente (se é que são medidos de alguma forma) em termos de quantidade volume, (intensidade e volume). Os pesquisadores qualitativos ressaltam a natureza socialmente construída da realidade, a íntima relação entre o pesquisador e o que é estudado, e as limitações situacionais que influenciam as investigações. Buscam soluções para questões que realçam o modo como a experiência social e criada e adquire significado. Já os estudos quantitativos enfatizam o ato de medir e analisar as relações causais entre variáveis, e não processos. (DENZIN & LINCOLN, 2006, p. 23).



Quanto à abordagem exploramos a quanti/qualitativo e que pesquisadores enfatizam que estas abordagens, não estão em lugares opostos na pesquisa, pelo contrário, elas podem processar informações bem próximas, chegando até uma completar a outra. Assim, os dados quantitativos, podem ter utilizações convencionais em investigações qualitativas.

A pesquisa qualitativa, foi historicamente definida dentro do paradigma positivista, no qual os pesquisadores qualitativos tentavam realizar uma pesquisa positivista de boa qualidade, utilizando métodos e procedimentos menos rigorosos. (DENZIN & LINCOLN, 2006, p. 23).

Yin (1993, p. 32), afirma que, “[...] não implica nenhuma forma particular de recolha de dados, os quais podem ser quantitativo-qualitativos, mas sim, os usos de múltiplas fontes de evidências convergem para o mesmo conjunto de questões.”. Logo, entendemos que os recursos utilizados no decorrer do estudo, tanto método quanto abordagens quanti/qualitativa, foram relevantes para se chegar ao objetivo final do respectivo estudo.

Sobre o público alvo escolhemos de forma aleatória 10 (dez) educadores e aplicamos questionários subjetivos, contendo 04 (quatro) questões. Ressaltamos que antes de se aplicarmos os questionários, utilizamos um pré-teste, com intuito de verificar se as perguntas se encontravam em fiéis condições de serem trabalhadas. Sobre os pré-testes Martins (2008, p. 22), destaca:

Antes de iniciar a construção de um instrumento para coleta de dados, é interessante avaliar a possibilidade do uso de um instrumento já desenvolvido, no caso, um pré-teste, aplicado que se adapte às necessidades do estudo. O uso de instrumentos já testado poderá garantir confiabilidade e validade às medidas a serem obtidas.

Os participantes do pré-teste foram pessoas que se enquadravam no mesmo perfil do público alvo da pesquisa. Para as análises dos dados utilizamos os critérios de Travassos (2004), expressa da seguinte maneira:

A priori as falas dos participantes foram registradas uma a uma, depois se fez uma leitura criteriosa, agruparam-se as ideias que coincidiam, separando-se aquelas mais originais e aquelas que fugiam do tema, prevalecendo a ideia principal.



E, que após os dados já tabulados foram transformados em porcentagens com auxílio do Programa Excel, para gerar gráficos e poder melhor analisá-los e discuti-los.

  1. RESULTADOS & DISCUSSÕES

Sobre a informação dos educadores quanto a obrigatoriedade da práxis de Educação Ambiental na Creche, os dados revelaram que 90% se deu a partir da exigência da Lei 9.795/1999, que define a política nacional da Educação Ambiental, enquanto 10% não atenderam o questionamento. Estes dados são apresentados no gráfico da Figura 1.



Figura 1: Visão dos educadores quanto a obrigatoriedade da práxis da educação ambiental na creche.

Fonte: Os autores.

A vista disso, notamos que grande maioria dos educadores sabem da obrigatoriedade de se abordar práxis de Educação Ambiental Creche, além de que reconhecem que o desenvolvimento desta educação se deu a partir da exigência da 9795/1999, e que os 10% precisam ainda tomar ciência da exigência de práxis no ensino infantil (espaço da creche), conforme a determinação da Lei 9795⁄1999, em seu Artigo 9º, Inciso I, (a):  Entende-se por educação ambiental na educação escolar a desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas[...].

Desta maneira, é importante que os educadores promovam ações de educação ambiental na Creche, como forma de incentivo às crianças, para que possam tomar conhecimento dos primeiros indícios desta educação, embora seja importante ter sempre o cuidado de saber respeitar a idade de cada criança, favorecendo o conhecimento e a transformação do ambiente.

E que muitas ações de educação ambiental podem auxiliar os educadores no desenvolvimento das práxis junto as crianças, mas precisa ser contínua e permanente, como exemplo podemos citar: passeios no Parque da Cidade, na Escola da Floresta, Visita ao Zoológico e ao Bosque, Caminhada na Trilha (com poucas horas para não cansar as crianças), dentre outras, todas muito bem planejadas, que podem ser despertar na criança o gosto pela natureza, e são considerados momentos de estímulos e do cuidados com o meio ambiente.

A Lei 9795⁄1999 em seu artigo 10, faz alusão que “a educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal”. Prontamente, entendemos que esta educação deve estar em sintonia com o Projeto Político Pedagógico (PPP) da Instituição, desenvolvida a partir das necessidades das crianças, e que precisa estar no cotidiano da Creche, numa práxis conjunta, favorecendo a aprendizagem de cada criança.

Ao analisarmos a segunda pergunta que se refere o entendimento dos educadores sobre meio ambiente, os percentuais assim se apresentaram: para 60% é o meio em que vivemos, 30% são os ecossistemas, toda forma de vida, e apenas 10% acenaram que é todo espaço e relação entre seres vivos. Estes dados podem ser vistos no gráfico da Figura 2.



Figura 2: O entendimento de meio ambiente na visão dos educadores da creche.

Fonte: Os autores.

Com os dados acima notamos que meio ambiente para grande maioria 60% está muito ligado a lugar de morada, havendo necessidade de ampliar o conhecimento, perpassando pelos fatores bióticos e abióticos e sua inteira relação no meio ambiente.

Quanto os 30% dos educadores que limitaram o meio ambiente aos ecossitemas e toda forma de vida, entedemos que a questão da relação dos elementos que integram os ecossistemas não ficou bem lítido, enquanto que os 10% enfatizaram a relação dos seres vivos no espaço. Dada compreensão dos percentuias para a questão do meio ambiente entendemos que há ainda carência de uma certa discussão entre os educadores, para se discutir e ampliar tal conceito.

Destacamos que o meio ambiente perpassa por diferentes entendimentos e que Santos (2016, p. 143 ) diz que é “importante lembrar que a expressão meio ambiente (milieu ambiance, em francês) foi utilizada pela primeira vez pelo naturalista francês Geoffrey de Saint-Hilaire em sua obra Études Progressives d´un Naturaliste, de 1835 [...]”.

Reigota (20012, p.33 ) exibe o conceito de meio ambiente da seguinte forma:

Um lugar determinado e/ou percebido onde estão em relações dinâmicas e em constante interação os aspectos naturais e sociais. Estas relações acarretam processos de criação cultural e tecnológica e processos históricos e politicos de transformação da natureza e da sociedade.

Tomamos ainda para a definição de meio ambiente, o pensamento de Steven (2001. p. 183-184) que expressa o termo da seguinte forma: “são todos os componentes vivos ou não, assim como a todos os fatores, tais como clima, que existem no local em que um organismo vive. As plantas e os animais, as montanhas e os oceanos, a temperatura e a precipitação tudo faz parte do meio ambiente do organismo. [...]”.

Desse jeito, em meio ambiente, e em sua amplitude conceitual é pensar também na questão social, na cultural, na política, no de trabalho, etc., e a interações de todos os seres vivos, que estão no Planeta Terra, quer sejam bióticos e abióticos e suas mudanças e seus efeitos.

Alguns autores acenam que para trabalhar atividades de educação ambiental é necessário antes de tudo conhecer o que seja “meio ambiente”, o que concordamos, pois esta educação está completamente relacionada com os problemas ambientais e socioambientais que se estabeleceram entre a humanidade e indubitavelmente, vem se tornando dia a dia mais um instrumento de necessidade para se atingir um meio ambiente de qualidade a todos.

A respeito do entendimento de Educação Ambiental dos educadores, os dados assim se revelaram: num percentual de 20% é para o indivíduo e a coletividade construírem valores sociais, 20% é o processo de ensino e aprendizagem, 20% uma educação para formar indivíduos preocupados com problemas ambientais, enquanto que 40% concentram a ideia nos ensinamentos passados para uso e preservação do meio ambiente. Tais dados podem ser vistos na Figura 3.



Figura 3: Conceito de educação ambiental na visão dos educadores da creche.

Fonte: Os autores.

O cenário acima nos demostrou que os educadores já percebem que a tônica da educação ambiental perpassa por diferentes caminhos quer seja pelos valores sociais, quer seja pela preocupação dos problemas ambientais, pela preservação do meio ambiente, e que também é um processo de ensino aprendizagem, embora seja preciso assegurar que que a sensibilidade e a consciência ambiental das pessoas seja necessário neste processo, na busca incessante de comportamentos corretos para com o meio ambiente.

De acordo com Brasil, em os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN’s (1997, p. 29), comportamentos “ambientalmente corretos” serão aprendidos na prática do dia a dia na escola: gestos de solidariedade, hábitos de higiene pessoal e dos diversos ambientes, participação em pequenas negociações podem ser exemplos dos constituintes acima relatados.

É importante que as pessoas vivenciem a Educação Ambiental em seu cotidiano, levando em consideração o viés político, promovendo ações de forma conjunta, fazer valer o processo interdisciplinar, motivando a comunidade escolar a se interessarem pelos problemas ambientais de sua realidade, e também que haja o envolvimento das famílias e da comunidade no entorno das instituições.

Sob o enfoque interdisciplinar da educação ambiental, Reigota (2001, p. 25), acena que esta educação “pode ser vista como perspectiva educativa e pode estar presente em todas as disciplinas, quando analisados temas que permitem enfocar as relações entre a humanidade e o meio natural, e as relações sociais, sem deixar de lado as suas especificidades”.

Silva e Carvalho (2017. p. 98) ao enfatizarem a interdisciplinaridade sob a prática ambiental destacam:

Em prática ambiental, além da interdisciplinaridade, são ainda características apontadas por autores como Guimarães (1995) e Dias (2004) a vivência do educando, pois a prática pedagógica deve considerar os hábitos culturais, assim como a realidade socioeconômica e ambiental do aluno. Além do planejamento participativo, uma vez que ele possibilita a troca de experiência entre os sujeitos e o surgimento das contradições, contribuindo para a formulação de um projeto mais coeso.

Lembramos que é indispensável na (s) creche (s) práxis de educação ambiental, desenvolvida sob a ótica da interdisciplinaridade, mas atendendo a faixa etária de cada criança, além de que os educadores precisam inserir nesta práxis o desenvolvimento de hábitos culturais, que os educadores possam contribuir com diferentes olhares com diferentes temas ambientais, que possam promover um trabalho compartilhado desenvolverem suas atividades didáticas rotineiramente com as crianças, favorecendo-as uma aprendizagem e o despertar da preocupação com o meio ambiente.

Sobre as práxis de educação ambiental desenvolvida na Creche, os resultados mostraram que 30% dos participantes desenvolvem no formato da coleta seletiva, e reaproveitamento de resíduos sólidos, enquanto 70% acenaram que são práxis de uso de conservação para o meio ambiente. Os percentuais podem ser vistos na Figura 4.



Figura 4: Tipos de da práxis de educação ambiental exercidas na creche.

Fonte: Os autores.

Notamos que práxis de educação ambiental desenvolvida pelos educadores às crianças da Creche, como o reaproveitamento de resíduos sólidos, no primeiro momento de aprendizagem da criança, muito pode fazer a diferença no mundo adulto, uma vez que vivemos num sistema capitalista, num país de pleno consumo, onde a cada dia surge novos produtos ao alcance das pessoas, fazendo-os com que haja um quantitativo de resíduos sólidos ou não nas residências e em qualquer outro lugar; onde as pessoas precisam estar preparadas para consumirem apenas o necessário, tendo inteiro compromisso com os recursos que têm na frente.

Dizemos que qualquer práxis educativa que ajudem as crianças a cuidarem de seus resíduos sólidos é de grande importância, neste momento de gigantesco consumismo, pois é sem sombra de dúvida, mesmo que sejam crianças, mas ajudará na responsabilidade e no cuidado com aquilo que os consomem.

Quanto o uso da conservação do meio ambiente refletido no cuidado, revelados por 70% dos integrantes do estudo, compreendemos que estes dados vão direto ao encontro da responsabilidade das crianças com os materiais que seus pais e⁄ou responsáveis compram e as que a instituição oferece.

Na (s) Creche (s) os educadores podem fazer uso de distintas práxis de educação ambiental, as quais destacamos: a construção de pequena horta, ensinamento com seus objetos em lugares adequados, a promoção do espírito de solidariedade, utilização de jogos educativos compartilhados (já mencionados), aprendem a conviver com os adultos, dentre outras práxis, que podem auxiliar as crianças na busca de mudanças de atitudes coerentes para a transformação do meio físico e social, embora seja preciso que os educadores façam valer tais ensinamentos de forma contínua, conjunta e participativa nas vivências do dia a dia das crianças.



4. CONCLUSÃO

Sintetizando os resultados sobre a práxis de educação ambiental no espaço da Creche, entendemos que as que já existem muito podem contribuir com o mundo de aprendizagem das crianças, mas é preciso que os educadores aprimorem tais práxis favorecendo o espírito de participação e solidariedade;

Há necessidade da promoção e da discussão acerca dos conceitos “meio ambiente e educação ambiental” por parte dos educadores, no sentido do favorecimento de suas práxis educativas;

Entendemos que toda e qualquer práxis de Educação Ambiental apresentadas pelos educadores na (s) Creche (s) precisam ser ainda mais ampliadas, fortalecendo o momento de aprendizagem das crianças, oportunizando-as a inteira convivência, não somente com outras crianças, mas também com os adultos, saberem a aprender com os ocasiões que lhes é permitido, aprendendo que o cuidado com toda forma de vida é necessário e que ações urgentes para com o meio ambiente deve ser aprendidas no primeiro momento de sua educação,

Finalmente os educadores, precisam desenvolver práxis de educação ambiental de forma contínua, participativa com a família e comunidade no entorno, onde todos possam discutir e trabalhar harmonicamente na melhoria do meio ambiente local.



REFERÊNCIAS

BNCC - Para Educação infantil. Guia prático. Disponível em: < https://materiais.sponte.com.br/bncc-para-educacao infantil?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=BNCC&gclid=EAIaIQobChMI8uO2v8nM6AIVkIKRCh1tSgfuEAAYAiAAEgKHrvD_BwE >. Acesso em: 03 de abr. de 2020.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm >. Acesso em 01 de out. de 2018.

______. LEI No 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9795.htm>. Acesso em 01 de out. de 2018.

DENZIN, N. K & LINCOLN, Y. S. O Planejamento da Pesquisa Qualitativa: teorias e abordagens. Tradução: Sandra Regina Netz. - Porto Alegre: Artmed, 2006.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. 9ª ed. São Paulo: Gaia, 2004.

GUIMARÃES, Mauro. A dimensão ambiental na educação. Campinas, SP: Papirus, 1995.

STEVEN, D. H. Dicionário de Educação Ambiental: um guia de A a Z. 2ª. Edição. Tradução Eloisa Elena Torres. São Paulo. Gaia, 2001.

SILVA, J. S & CARVALHO, M. E. S. Um Olhar Sobre a Práxis de Educação Ambiental: Os Projetos de Educação Ambiental Formal no Município de São Cristóvão/Sergipe. Disponível em: < https://periodicos.ufsm.br/geografia/article/view/16777/pdf >. Acesso em: 05 de abr. de 2020.

MARTINS, G.de A. Estudo de Caso: uma estratégia de pesquisa. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 2008.

MILARÉ, E. Direito do Ambiente: doutrina, jurisprudência, glossário. 4 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.

MORALES, A. G. Educação Ambiental em Busca de uma Sociedade Sustentável. 2004. Disponível em:< www.amigosdanatureza.org.br >. Acesso em: 19 de abr. de 2019.

REIGOTA, M. O que é educação Ambiental? 1.ed. São Paulo: Brasiliense, 2001. (Coleção Primeiros Passos).

____________. O que é Educação Ambiental? São Paulo: Brasiliense, 2006. (Coleção Primeiros Passos).

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: meio ambiente e Saúde. Temas Transversais. Brasília, 1997.

SANTOS, M. M. C. dos. Educação Ambiental e Políticas Públicas: vivências nas escolas municipais. Curitiba, CRV, v. 11, 2016.

TRAVASSOS, E. G. A prática da educação ambiental nas escolas. Porto Alegre-RS: Mediações, 2004.

TRISTÃO, M. 2005.Tecendo os fios da educação ambiental: o subjetivo e o coletivo, o pensado e o vivido. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n2/a08v31n2.pdf >. Acesso em: 29 de abr. de 2019.

TOZONI-REIS, M. F. Pesquisa em educação ambiental na universidade: produção de conhecimentos e ação educativa. In: Educação Ambiental da pratica pedagógica à cidadania. Jandira. L.B. Talamoni, Aloisio Costa Sampaio, organizadores. - São Paulo: Escrituras Editora, 2003.

YIN, K. Applications of case study research. Thousand Oaks, California: Sage Publications, 1993.