Por B RUNA MATTANA
Duas escolas de educação infantil de Novo Hamburgo, Ernest Sarlet e Arca de Noé, são destaque no documentário internacional da Netflix "O Começo da Vida 2: Lá fora", idealizado e produzido pela Maria Farinha Filmes, e patrocinado pelo Instituto Alana e Fundação Boticário. A produção é uma viagem pelo mundo, com o objetivo de sensibilizar famílias, iniciativas, empresas e poder público com uma mensagem urgente: uma vida de maior conexão com a natureza traz benefícios para saúde física e emocional das populações nos grandes centros urbanos do planeta e pode revolucionar o nosso futuro.
O documentário dá continuidade a um projeto audiovisual lançado há dois anos. Neste segundo filme, o debate gira em torno das conexões entre crianças e a natureza, ao questionar se essa descoberta ainda é possível nos grandes centros urbanos do mundo. Dentro desse contexto, as duas escolas do Município atraíram os olhares da diretora do documentário, Renata Terra.
A diretora
de Educação do Município, Neide Vargas, destaca
que o convite para participar da produção veio do
Instituto Alana, uma organização de impacto
socioambiental que promove o direito e o desenvolvimento integral da
criança e fomenta novas formas de bem viver. "Somos
referência quando se trata de uma proposta que conecta a
criança à natureza, por isso fomos procurados em 2018
pelo Instituto Alana para participarmos do documentário. A
Smed vem capacitando professores, equipes diretivas e investindo em
espaços potentes para o desenvolvimento integral de nossas
crianças e adolescentes. Assim sensibilizando e contribuindo
para uma vida física e emocionalmente mais saudável e
feliz."
Segundo a diretora do documentário,
Renata Terra, a ideia da produção começou com o
primeiro filme, intitulado 'O começo da vida', que foi
dirigido por Estela Renner. "Esse primeiro filme falava sobre a
importância dos primeiros anos de vida das crianças para
o seu desenvolvimento futuro e também como as relações
afetivas que a criança estabelece nesse primeiro ano são
importantes para o seu desenvolvimento integral."
Conforme Renata, quando a produtora começou a pensar, em parceira com o Instituto Alana, através do Criança e Natureza, no segundo filme, ficou claro que o contato com outros seres vivos é fundamental para o desenvolvimento integral da criança. "Realizamos uma pesquisa no Brasil e na América Latina, por quatro meses, buscando iniciativas nesse sentido. A ideia de filmar em Novo Hamburgo surgiu porque a gente queria mostrar iniciativas do poder público."
Ela destaca a sólida experiência do município quando o assunto é contato da criança com a natureza. "São dez anos de formação de professores e qualificação de pátios. Vimos na prática o comprometimento de toda a equipe de educação, secretaria, coordenadoras de escolas, professoras, com um entendimento muito grande sobre o que estava sendo proposto, o que se comprovava pelas crianças, ativas, saudáveis."
Como assistir
Além de Novo Hamburgo, entrevistas foram realizadas em outras cidades brasileiras e em países como México, Estados Unidos, Chile, Colômbia e Peru. O filme tem classificação livre, duração de 90 minutos e direção de Renata Terra.
Lançado globalmente com todos os recursos de acessibilidade em português, inglês e espanhol, o filme está disponível desde o dia 12 de novembro na Netflix e em outras plataformas digitais. O site da produção também disponibiliza materiais de apoio para trabalhar a temática com crianças e famílias. O filme chega a mais de 190 países.
A diretora da escola Ernest Sarlet, Janaína Ramos, diz que crianças de 0 a três anos participaram da gravação, que ocorreu em julho de 2018. A instituição fica no bairro Rincão. "Nossa proposta como escola sempre foi proporcionar para a criança o brincar na natureza. Temos um pátio bastante privilegiado. Além disso, abrimos um muro da escola e construímos um portão que dá acesso à Praça Pública Ruder Brum, que fica ao lado da escola."
Ela salienta que a proposta iniciou com a diretora anterior, Lêda Beatriz Koehler. "Ela está aposentada já, mas foi uma visionária. Ela olhou para este espaço público que estava sendo mal utilizado e, junto com a comunidade, transformou nesta praça maravilhosa, um espaço cheio de possibilidades para as crianças brincarem e interagirem na natureza."
Já a diretora da Emei Arca de Noé, Naira de Souza, diz que os pequenos, também de 0 a três anos, se divertem na área verde da escola, que eles chamam de "floresta". Ela destaca que o contato direto com a natureza é constante, inclusive em dias de chuva. "Não temos muitos brinquedos nesse local. É um momento realmente deles interagirem com os elementos naturais. Isso ocorre mesmo no inverno. Quando a equipe da gravação esteve em nossa escola, em julho, mesmo assim as crianças foram para o pátio brincar. É uma prática nossa. Quando chove eles vão com seus guarda-chuvas e galochas."
Fonte:
https://url.gratis/GuIuZ