EDITORIAL DA 74ª EDIÇÃO DA REVISTA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM AÇÃO

Há poucos dias, o outono chegou. É tempo de amenizar o calor e receber as brisas perfumadas desta estação de renovação. E junto com a chegada do outono, chega, renovada, mais uma edição da revista Educação Ambiental em Ação, concretizando um desejo antigo dos editores e de toda a equipe: o de dar uma nova “roupagem” para esta publicação. Quase vinte anos se passaram antes desta mudança acontecer, mas, valeu muito a pena esperar. A estrutura do site permanece, porque compreendemos que, embora antiga, a estrutura favorece uma boa leitura a todos e todas que chegam ao site em busca de novidades, artigos, relatos, informações sobre Educação Ambiental e assuntos relacionados, dispersas nas suas mais variadas seções.

A forma como a revista se apresenta, em sua 74ª edição, representa o intenso trabalho do editor Julio Trevisan e da artista plástica Silvana Santos, que se entregou de corpo e alma à feitura de cada detalhe do novo design da revista. Esta renovação simboliza, também, a importância da Arte em nossa vida e o quanto ela pode nos ensinar e nos sensibilizar. Agora, a partir desta edição, será possível saborear também com o olhar, um novo cardápio que é o das imagens, além do menu dos textos disponibilizados. Assim, neste outono que se inicia, a revista Educação Ambiental em Ação refloresce para encantar a cada leitor e leitora, bem como uma flor encanta cada abelha e outros insetos e animais que por ela passam.

A frase que nos inspirou, nesta edição, foi a de Thomas Fuller: “Nós nunca sabemos o valor da água até que o poço está seco”. Apesar de ser uma frase, digamos simples, ela reflete o quanto a falta de cuidado, para tudo o que promove a vida, pode desencadear os mais diversos problemas, em todas as áreas. Há um ditado popular que diz: “Todo cuidado é pouco!”, isto porque, num pequeno deslize nosso, por desatenção, podemos causar sérios e irreparáveis problemas. Dada a atual situação planetária, que desencadeou a pandemia, por certo andamos pouco cautelosos, e nos resta arcar com as consequências dessa irresponsabilidade, das ações predatórias, reparando-as, minimizando-as e não repetir erros. Os erros são grandes mestres, pois indicam que tal ação provocou determinado problema, sendo assim, o mais lógico seria não repeti-los, porém, em não aceitando os erros, a tendência é repeti-los num modo continuum. É preciso aceitar os nossos erros e aprender com eles para que seja possível repará-los e evitá-los.

Partindo desta inspiração, o tema escolhido para permear a presente edição foi: “Educação Ambiental para repensar sobre a nossa responsabilidade”. O que significa a palavra RESPONSABILIDADE e qual é a sua etimologia? Segundo o site Origem da Palavra, Responsabilidade vem do Latim RESPONSUS, particípio passado de RESPONDERE, “responder, prometer em troca”, de RE-, “de volta, para trás”, mais SPONDERE, “garantir, prometer”. O - dade é um sufixo formador de substantivos abstratos derivados de adjetivos.

Pensamos que a primeira lição a ser aprendida, neste ano de pandemia, é a do senso de responsabilidade diante a coletividade, uma vez que são as ações irresponsáveis, muitas vezes individuais, que promovem grandes danos à coletividade, quer seja por egoísmo, por falta de vontade, ou ainda por deixar-se facilmente levar pelo que anda contaminando as tão frequentadas redes sociais, as notícias falsas. A disseminação destas falsas informações parece que se tornou a principal diversão da atualidade e se revela como a maior irresponsabilidade dos tempos atuais, uma vez que, basta estar sentado diante de um computador ou com um telefone celular nas mãos para provocar grandes danos a pessoas e instituições. Um exemplo disto são as Organizações não Governamentais (ONG), que viraram alvo de inúmeras críticas, na maioria, infundadas, porque inverídicas. E o que são estas ONG’s, sérias e responsáveis, se não o esforço da sociedade civil em suprir lacunas que nem o setor público, muito menos o privado, dão conta? Elas compõem o Terceiro Setor, que é fundamental para a manutenção da vida! E sim, há as ONG’s que atuam sem escrúpulos, são corruptas, são falsas – como existe nos demais setores. Vemos pessoas que criticam e demonizam as ONG’s sem saber, ao menos, o que elas são!

Por outro lado, deve-se destacar, também, neste cenário, a importância das atitudes individuais que desencadeiam verdadeiras ondas de boas ações. São pessoas que plantam árvores, doam seu tempo, educam, aprendem, ensinam, se mobilizam para auxiliar a quem precisa, arregaçam as mangas - entre outras inúmeras ações - e nos chamam: “Vamos lá, gente!”, pessoas que dão exemplo, que renovam as nossas esperanças e que, mesmo sozinhas promovem grandes ondas de boas mudanças. Algumas delas estão aqui, compondo esta edição.

E é com este espírito, de união, de responsabilidade, de coletividade, de esperança, que a revista segue a sua caminhada iniciada lá em 2002. Desde 2003, quando se ativou o contador de visitas da revista, já tivemos mais de 18.000.000 acessos. Somos muito gratos a cada um de vocês que vem contribuir, colaborar ou prestigiar e disseminar este trabalho. Muito obrigada!

A todos e todas, uma ótima leitura,



Bere Adams e Equipe da revista Educação Ambiental em Ação.

Edição – Março/Maio-2021