CONTRIBUIÇÕES DA REVISTA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM AÇÃO PARA DIFUSÃO DO AUDIOVISUAL, COMO INSTRUMENTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: EDIÇÕES DE NÚMERO 39 A 58
Suzana Carla da Silva Bittencourt1; Márcia Francineli da Cunha Bezerra2;Luiza Nakayama3
1Doutora em Ciência Animal.Integrante da Sala Verde Pororoca/ICB-CEABIO/UFPA. E-mail: suzy_bitt@yahoo.com.br.
2Doutora em Ciência Animal.Integrante da Sala Verde Pororoca/ICB-CEABIO/UFPA. E-mail: m.francineli36@gmail.com.
3Doutora em Genética Bioquímica e Molecular,professora titular e coordenadora da Sala Verde Pororoca: espaço socioambiental Paulo Freire. Av. Augusto Correa, 01 – Campus Universitário do Guamá, Instituto de Ciência Biológicas - Centro de Estudos Avançados da Biodiversidade (ICB-CEABIO). CEP. 66075-110. Belém-PA. E-mail: lunaka@ufpa.br.
RESUMO: Verificamos no contexto da Revista Educação Ambiental em Ação como foi trabalhada as palavras-chave: “cinema”, “audiovisual”, “vídeo”, “filme”, “documentário” e “desenho animado”.
Palavras-chave: Filme.Documentário. Educação Ambiental.Cidadania.
ABSTRACT:We used the Revista Educação Ambiental em Ação to verify how the keywords: “movie theater”,“audio-visual”, “video”, “movie”, “documentary”and “cartoon” are worked, in the context of this Journal.
Keywords: Movie.Documentary.Environmental Education.Citizenship.
INTRODUÇÃO
Realizamos buscas sistemáticas, para a revisão da literatura a partir das bases de dados on-line da Revista Educação Ambiental em Ação, desde a primeira edição (n. 1, em 2002) até a atual (n. 72, Setembro a Novembro de 2020).
Colocamos a palavra-chave “cinema” ou “audiovisual” ou “vídeo” ou “filme” ou “documentário” ou “desenho animado” na opção “Procurar” do site da revista, para a busca, em um ou mais dos campos da base de dados (como: título, abstract, palavras-chave, corpo de texto ou referências bibliográficas).
Encontramos desde a primeira edição até a atual: 248 produções com a palavra vídeo; 65 com cinema; 43 com audiovisual; 28 com filme, 24 com documentário e 13 com desenho animado. Em seguida, tentamos agrupar, em ordem cronológica, os trabalhos obtidos nas buscas com palavras-chave e verificamos que vários, evidentemente, se sobrepuseram, havendo três artigos (mesmos títulos e autores) os quais foram publicados em duas edições consecutivas.
Em uma primeira etapa, publicamos o artigo sobre como foram trabalhadas as palavras-chave: “cinema”, “audiovisual”, “vídeo”, “filme”, “documentário” e “desenho animado”, desde a primeira edição (Junho-Agosto/2002) até a edição 38 (Dezembro 2011/Fevereiro 2012) na Revista Educação Ambiental em Ação (BEZERRA et al., 2020).
Neste contexto, fizemos um recorte a partir da edição 39, para o presente artigo. A primeira providência foi verificarmos como a palavra-chave mais ampla “cinema” se insere no contexto da Revista Educação Ambiental em Ação, imaginando o cinema como espaço físico e não como um instrumento de ação em EA, por esta razão seria interessante colocá-lo no item “INTRODUÇÃO” e não no “RESULTADOS E DISCUSSÃO”. Mas constatamos que vários autores tratavam as palavras-chave “filme” e “audiovisual” como sinônimos de “cinema”, assim como verificamos que é bastante comum tratarem, no mesmo artigo, filme e documentário como palavras sinônimas; também encontramos a expressão “vídeo documentário”. Assim, no item “INTRODUÇÃO” trabalhamos como essas palavras-chave se inserem na Revista, mas sem conotação/informação de como são utilizadas, para e em atividades práticas em EA, de acordo com as recomendações de Bezerra et al. (2020).
Excluímos todas as produções nas quais referendam autores da literatura que tratam diferentes formas de trabalhar a EA, por meio de manifestações artísticas, dentre elas o cinema, além de artigos nos quais as palavras-chave podem ser encontradas apenas nas referências bibliográficas.
A grande maioria dos artigos não selecionados foi artigos genéricos, nos quais os próprios autores do artigo ou professores ou alunos de graduação entrevistados citam que entre as fontes de informação e ou recurso didático sobre meio ambiente/sobre EA estão os vídeos, os audiovisuais e os documentários, ou seja, em palestras interativas utilizam materiais audiovisuais, sem especificar o nome/título do recurso didático para posterior busca, nos meios cabíveis, e nem indício de um conteúdo mais específico.
Retiramos também artigos, nos quais os autores entrevistaram, por exemplo, comerciantes dentre eles trabalhadores de vídeo locadoras, a fim de verificar percepções acerca da poluição sonora ou no item “Saber do Fazer” citação de algumas atividades realizadas, dentre elas a “confecção de pufes de garrafas pet para mobiliar a sala do vídeo”. Também descartamos produções nas quais citam que a escola ou outras instituições públicas e privadas possuíam um acervo de filmes ou filmoteca, para consulta, ou sala de vídeo ou sala de audiovisual, para desenvolvimento de atividades em EA. Cabe destacar que alguns autores consideram como alguns recursos audiovisuais: o data show e o vídeo, a caixa de som, o notebook, os quais são muito utilizados em palestras e em oficinas, por exemplo, usando gravação audiovisual previamente consentida pelos professores responsáveis, pelos próprios alunos e ou seus familiares.
Também desconsideramos os autores que afirmam que atualmente os alunos das metrópoles, quando estão fora das escolas normalmente estão em frente a vídeo games, computadores e televisores, por esta razão é necessário que as instituições de ensino propiciem atividades práticas, em contato com a natureza, mesmo sendo uma simples horta escolar ou visita ao entorno da escola.
Não computamos na sessão “Divulgação de Eventos” chamadas para participar de mostra de cinema ou enviar contribuição de filmes, de audiovisuais, de documentários/web-documentários e de vídeos/web-vídeos.
Das treze produções com a palavra-chave “desenho animado”, verificamos que em nenhuma delas era sobre o uso desse instrumento para ensino e aprendizagem em EA.Alguns artigos continham apenas a palavra animado ou desenho. Ressaltamos o artigo de Costa et al. (2014/2015), no qual foi utilizada a expressão “esquema animado”, para simular o processo de tratamento de água, desde a captação até a distribuição nas residências e nas indústrias, bem como as reações químicas existentes nesse processo.
É pertinente citar o trabalho de Castro; Alves (2013/2014), no qual consideram que o senso percepção é uma atividade complementar em EA, pois conjuga movimentos físicos e atividades que buscam resgatar a percepção integral do corpo e do meio ambiente, através dos sentidos, da facilitação do diálogo e da participação. Foram sugeridos exercícios de yoga com foco no revigoramento da visão, antecedendo três roteiros de atividades de sensopercepção, para melhorar a compreensão de nossa responsabilidade para com a sustentabilidade ambiental. As autoras afirmam que é necessário um bom exercício para renovar nossa visão de mundo, trocando as lentes velhas por novas, uma vez que vemos o mundo por um ângulo particular e parcial, como o Mister Magôo, do desenho animado, que vê através da pesada lente dos óculos um mundo todo seu e, por isso, comete enganos sucessivos.
No item “Dicas e Curiosidades”, Pappon (2013) afirma que dezoito variantes de milho transgênicos foram autorizadas pelo CTNBio, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, o qual aprova os pedidos de comercialização de organismos geneticamente modificados. Neste contexto, considera que como as variantes transgênicas respondem por mais de 85% das atuais lavouras do produto no Brasil e nos Estados Unidos, não é de se espantar que a pipoca consumida no cinema, por exemplo, venha de um tipo de milho que recebeu, em laboratório, um gene para torná-lo tolerante a herbicida, ou um gene para deixá-lo resistente a insetos, ou ambos. No mesmo item, Ribeiro (2013) conta o caso da Escola Verde, cujo fundador, John Hardy, depois de assistir ao filme do Al Gore "Uma verdade inconveniente" funda a Escola que fica em Bali, na Indonésia, e recebe alunos de todas as partes domundo, no intuito de formar cidadãos mais cientes e responsáveis pelos problemas do Planeta.
Achamos pertinente inserir as afirmativas de Lamim-Guedes (2012/2013) sobre o uso de vídeos, na atualidade:
A produção de vídeos até cerca de cinco anos atrás era muito trabalhosa e dependia de equipamentos, como uma filmadora, ou uma câmera digital. No entanto, como muitos alunos tem celulares que gravam vídeos, tornou-se muito simples criar pequenos documentários, com entrevistas e filmagens de locais, por exemplo. Além disto, pode-se “hospedar” o vídeo no Youtube ou postá-lo no blogue da turma. Esta integração de diferentes mídias com a web 2.0 são atividades naturais para quem é nativo digital.(LAMIM-GUEDES, 2012/2013, s.p.)
Ele complementa:
Ações educativas não-escolares são facilmente acessadas por vídeos no Youtube ou em blogues, assim como no Veduca. Neste sentido, podemos obter informações sobre os problemas socioambientais ou participar de campanhas através da internet. Quando se trata de educação ambiental, isto torna-se essencial. (LAMIM-GUEDES, 2012/2013, s.p.).
Oliveira et al. (2016/2017) sugerem a produção de um vídeo curto (duração de cerca 10 minutos), o qual poderá ser disponibilizado em ambiente virtual com o objetivo de concretizar ações em EA, porém, que todo o processo de execução deverá ser gravado, sendo as câmeras de celular uma alternativa, sugerindo que o vídeo poderá ser publicado em ferramentas on-line como Youtube(https://www.youtube.com/) ou Vimeo (https://vimeo.com/) e divulgado em redes sociais, alcançando, assim, um maior número de pessoas, de todas as idades e classes sociais, levando o tema a ser discutido dentro de casa e nas instituições de ensino. A divulgação também pode contar com pequenos cartazes (flyers), contendo o título da ação, link para o vídeo on-line ou um QR-Code.
O vídeo da campanha “Espécies da Mata Atlântica”, da Fundação SOS Mata Atlântica, traz casos reais de cidadãos que se mobilizam, cada um à sua maneira, em favor da preservação do meio ambiente e da Mata Atlântica (canal do Youtube da Fundação SOS Mata Atlântica). A campanha conta com o portal “GPS Mata Atlântica” (encurtador.com.br/qIQ01), que mapeia onde estão as boas iniciativas que contribuem para a causa ambiental.
No item “Notícias” vale citar o trabalho de Moura (2016/2017, s.p.) da UFAM, sobre a construção de forno utilizando materiais reciclados, para captar energia solar. O objetivo foi voltado às comunidades mais necessitadas, principalmente as comunidades tradicionais ou ribeirinhas da Amazônia. “Ao invés de essas pessoas utilizarem a botija de gás, elas podem construir, a partir de material considerado ‘sucata’, seu forno solar em que a temperatura pode chegar a 185 graus no horário de pico de energia solar”. Links para matéria e reportagem em vídeo: encurtador.com.br/qvKQT; encurtador.com.br/djOZ2; encurtador.com.br/xMVX2. Fogão solar utiliza sucata para energia renovável: encurtador.com.br/eqP69.
Em instituições de ensino, Lamim-Guedes (2012/2013) apresenta sugestões do uso da internet em atividades de EA, tais como: criação de um blogue ou página no Facebook e ouparticipar de uma campanha vinculada pela internet, com incentivo do professor.
Siqueira; Zanatti (2013) afirmam que o blog Biosfera MS, além de informar o público interessado em educação, com postagens elaboradas pelos integrantes do grupo, permite aos professores da rede estadual de ensino e a outros profissionais o espaço para se tornarem colaboradores, compartilhando suas experiências exitosas em sala de aula e auxiliando os professores com pouca experiência pedagógica. Nessa perspectiva, podem ser apresentados conteúdos em EA, com base nos pressupostos teóricos dos Parâmetros Curriculares Nacionais, abordando os principais documentos e os movimentos governamentais e não governamentais que promovem a sustentabilidade, além de demonstrar práticas sustentáveis e formas alternativas para a redução e reutilização de resíduos. O endereço www.biosferams.tumblr.com destina-se, principalmente, para agrupar charges, imagens e vídeos.
Marques; Abegg (2013) desenvolveram um blog em uma escola pública estadual, na região do extremo oeste do estado de Santa Catarina,contando com a participação de estudantes do ensino fundamental e do ensino médio. O bullying foi o recorte feito sobre a temática ambiental. As autoras afirmaram que os participantes utilizaram de estratégias que cooperam para ações coletivas e participativas, demonstrando que o blog é uma ferramenta que problematiza o processo de interação mediada por computador, com produção de textos colaborativos e cominserção de vídeos, que pode contribuir para uma educação transformadora, crítica, emancipatória e participativa.
Lamim-Guedes (2013) focou a Pegada Hídrica (PH), definida como a quantidade de água (geralmente em metros cúbicos), a qual pode ser um indicador que expressa o consumo de água envolvido na produção dos bens e serviços consumidos. Citou, por exemplo: indivíduos, empresas e nações e energia gasta para produzir os produtos que consumimos, portanto, aabordagem da PH seria uma forma de se discutir consumo, problemas ambientais e pensar em formas de resolver tais problemas. Neste contexto, sugeriu práticas para serem utilizada, em sala de aula, dentre elas: 1. Calculadora:O site Water Footprint (parte do site está em português) disponibiliza um questionário em inglês para calcular a PH, acessando o link: encurtador.com.br/ltxB8; 2. Campanha “Virtual Water” da FAO, sugerindo o arquivo PDF que pode ser acessado pelo link: http://www.fao.org/nr/water/docs/virtual/virtual_a4.pdf; 3. Debates, por exemplo, sobre as escolhas alimentares e a consequência disto sobre o consumo de água, ou utilizar alguns dos dados apresentados no WATER FOOTPRINT, 2013. A lista de evento e de material educativo para divulgação pode ser obtida no site: encurtador.com.br/chD48; 4. Fotografias do relato da expedição, realizada pelo repórter Leonencio Nossa e pelo repórter fotográfico Celso Junior,“Da nascente à foz do Amazonas”, link: encurtador.com.br/egMUV e 5. Material didático “Água para a vida, água para todos: Guia de atividades” produzido pelo WWFBrasil. Disponível em: encurtador.com.br/kIY15. Enfatizamos que os vídeos sugeridos por este autor, para o ensino básico, estão discriminados no item N05, dos Quadros 1 e 2, referente aos “RESULTADOS E DISCUSSÃO”, desta revisão bibliográfica.
No item “Para Sensibilizar”, Ribeiro (2015/2016) conta sobre sua palestra “Ecologizar” na qual realça a importância da ecologia cósmica. O vídeo do astrônomo Carl Sagan “Pálido Ponto Azul”, encurtador.com.br/fhmr2, insere a questão ecológica na escala do cosmos. Também aplicou um exercício prático para calcular a pegada ecológica individual, o indicador de sustentabilidade que estima a área necessária para sustentar nosso estilo de vida. Por meio de um questionário simples, cada um pode verificar quais os itens de seu estilo de vida – alojamento, transporte, alimentação, consumo, produção de resíduos - mais contribuem para tornar pesada a sua pegada ecológica. Sugere o site com exercícios da internet: www. encurtador.com.br/ajuQ3.
O item “Saber do Fazer”, encurtador.com.br/kJRW8, disponibiliza os vídeos “Aprenda como fazer uma horta em casa em 10 lições”( encurtador.com.br/jrvX6; Fonte: encurtador.com.br/xzELV).
No item “Sugestões Bibliográficas”, enfatizamos os resumosde Stahnke (2012) dos livros: “Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro (Região Sul)”, cuja obra pode ser acessado gratuitamente pelo link: encurtador.com.br/aruW4; “Pagamentos por serviços ambientais na mata atlântica: lições aprendidas e desafios”, que pode ser acessado gratuitamente pelo link: encurtador.com.br/wzEFJ e do “Vídeos consciente coletivo”, os quais podem ser assistido no site: encurtador.com.br/gpwH1.
Destacamos Nogueira (2012/2013) que propõe um programa de EA, via televisão, denominado Programa de Educação Ambiental Minuto Ecológico, para integrar o Parque Ecológico Quedas do Rio Bonito (PEQRB) à comunidade de Lavras e região, comentando que apesar da estrutura já existente para atendimento ao público em geral, a interação do PEQRB com a comunidade de Lavras e região poderia ser otimizada utilizando a TV Universitária da Universidade Federal de Lavras (TV UFLA). Após coletas de dados em diferentes fontes, concluiu: Lavras é privilegiada em termos de instituições com o potencial intelectual para contribuir com o Programa Minuto Ecológico; a oferta de produção de vídeos em Lavras e região é pequena; o custo de implantação do Programa Minuto Ecológico é viável e compatível com as possibilidades de financiamento da região; a divisão do custo de produção do programa, em função da população das cidades que recebem o sinal da TV UFLA, é uma forma justa e racional de implementá-lo e as opções de conteúdo para a diversificação de temas para compor o programa é proporcional ao potencial intelectual oferecido pela cidade de Lavras.
Há outra proposta de atividades práticas em EA (NAKAMURA et al., 2012/2013), mas foi inserida nos “RESULTADOS E DISCUSSÃO”, deste artigo, (N 04, Quadros 1 e 2) uma vez que detalha as etapas para realização da metodologia pedagógica a serem utilizadas.Já Godinho et al. (2013) apenas citam que apresentaram, como atividade motivadora, o vídeo “Cuidando do Meio Ambiente com a Turma da Mônica”, mas nesse artigo enfatizam o uso do desenho, produzidos pelos alunos, como instrumento de análise.
Vale pontuar, no entanto, no item “Dinâmicas e Recursos Pedagógicos” a colaboração de Strachman (2013) a qual sugere dinâmica para auxiliar no desenvolvimento do senso crítico em relação ao exercício pleno da cidadania, uma vez que o voto tem se revelado um potente recurso para mudar o quadro político do Brasil, que está caótico. Propõe também, como complemento, o filme “Billy Elliot” e o artigo do Wikipedia encurtador.com.br/iuxQ2. Nesse contexto, sugere frases primordiais para ensinar os alunos a respeitarem a opinião dos outros: “Você pode estar certo, mas esta não é a minha opinião”; “Aceito sua opinião, apesar de discordar”; “Não faria deste jeito, mas posso te ajudar, se não der certo, vamos tentar do meu jeito”.
No item “Saber do Fazer”, Adams (2014/2015) comenta que muitos jovens estão dando exemplos de ações para a sustentabilidade ambiental, colocando a mão na massa e a criatividade em ação para solucionar problemas ambientais. Dentre os exemplos cita: 1. Alunos de Novo Hamburgo constroem casa de garrafas pet na escola (Fonte: encurtador.com.br/twGQ0); 2. Estudante gaúcha vai a Harvard apresentar projeto ambiental (Fonte: encurtador.com.br/coGQ5); 3. Jovem cria máquina capaz de limpar todo o plástico dos oceanos em 5 anos (Fonte: encurtador.com.br/iwADZ); 4. Jovem egípcia cria maneira de transformar plásticos em biocombustível (Fonte: encurtador.com.br/nrLMQ); 5. Invenção purifica água e gera eletricidade com ajuda do sol (vídeo que explica o funcionamento do aparelho: encurtador.com.br/nrLMQ; Fonte: encurtador.com.br/ELNYZ); 6. Menino de 13 anos revoluciona método de captação de energia solar (Fonte: encurtador.com.br/fhmP8).
No item “Reflexão” (encurtador.com.br/lmsBM), o vídeo “Como os lobos mudam os rios” produzidos pela ONG Sustainable Human, exemplifica a importância de cada animal, em seu respectivo ecossistema.
No item “Sementes”, Monteiro (2016) propõe a reflexão sobre os benefícios proporcionados pela prática da compostagem doméstica de resíduos orgânicos e fornece informações necessárias à instalação de uma unidade de compostagem domiciliar em pequeno espaço. Sugere vídeos curtos que podem auxiliar na escolha da composteira mais adequada a cada necessidade: “Como fazer uma composteira doméstica”; “Como construir minhocário caseiro”; “Montagem da composteira” e “Compostagem dentro de casa” (no You Tube). No mesmo item, Kux et al. (2016) convidam a assistirem ao vídeo da I Feira Eco-Cultural do Cerrado 2015 (encurtador.com.br/agkI2), cujo tema foi Educação Ambiental e Criatividade, propondo a interpretação da feira como cena social comum, capaz de motivar o ser humano a se expressar em múltiplas habilidades.
Achamos curioso o artigo de Moraes et al. (2014) realizado no campus da UFSCar de Araras-SP, onde os alunos de graduação observaram algumas áreas. As salas de aulas apresentavam cestos de lixos separados para papel, recicláveis e não-recicláveis, mas os alunos não praticaram a separação adequadamente e os funcionários juntavam os diferentes tipos de lixos como prática cotidiana. Nos laboratórios a separação e destinação de resíduos eram dificultadas por obstáculos que perpassavam pelo próprio sistema utilizado pela Unidade de Gerenciamento de Resíduos e/ou, muitas vezes, também pela falta de um sistema mais eficiente de coleta e de tratamento, e limitações burocráticas da UFSCar. Na biblioteca, os graduandos constataram: pichação de mesas e acúmulo de lixo deixado no local; as funcionárias comentaram que é encontrado, chiclete colado na mesa; garrafas PET e embalagens de alimentos industrializados (embora beber e comer fossemproibidos); panfletos de propagandas (das chapas do DCE, de festas, entre outros); rebarba de folha de caderno espiral, etc. Nessa situação, as funcionárias comentaram que resolveram fazer uma campanha para mostrar para a comunidade do campus a situação em que a biblioteca é deixada e desenvolveram um vídeo contendo fotos dos lixos que são deixados, principalmente nas salas de estudos.
No item “Entrevista”, Adams (2015) entrevistou a pedagoga e especialista em EA Adriana Backes. Ela é professora em Novo Hamburgo-RS e atua no Projeto de Ciências da Natureza e Educação Ambiental, atendendo crianças da Educação Infantil ao 5º Ano. Adriana cita que trabalha em uma comunidade que convive com dois arroios e, pelas entrevistas, a grande maioria definiuarroio como um buraco, um valo ou um lugar onde tem água suja, esgoto e lugar onde se larga o lixo. Após exibir um vídeo de um arroio preservado, onde puderam ver o barulho da água límpida correndo entre as pedras, os pássaros cantando e a mata preservada, os alunos comentaram maravilhados, assombrados e de olhinhos arregalados: “Nossa profe, não imaginava que um arroio poderia ser tão lindo!!”;“Nossa dá uma sensação de paz...”;“Uau! ....”. Foi realizado o documentário “Vozes do Arroio Pampa e Peri”, devido ao pedido dos pais, para que fossem estudados os arroios, visto que estavam convivendo diretamente com eles e enfrentando a problemática dos alagamentos, sofrendo com perdas e traumas.
Também Adams (2018) entrevistouMoises Lobos, o qual está à frente do CINEMAGIA 3D, que utiliza o cinema como ferramenta para desenvolver a EA (site cinema3d.com.br), sendo o primeiro cinema 3D itinerante no Brasil com sistema 3D polarizado, o mesmo usado nos grandes cinemas pelo mundo. Segundo o entrevistado, o carro chefe é o filme "O planeta pede socorro", de cunho ambiental e conclui que este recurso pedagógico contribui de forma significativa para a EA, pela reação dos alunos e crianças que veem o filme: “O resultado nos trabalhos realizados pelos professores, após as sessões, e pelos comentários deles, ao saírem do cinema. Alguns já saem recolhendo o lixo do chão. Muito legal!”
Neste contexto, o objetivo do presente artigo foi realizarmos a continuação do estado da arte sobre o tema, na Revista Educação Ambiental em Ação (a partir da edição 39 - Março/Maio de 2012 até a edição 58 - Dezembro/2016-Fevereiro/2017), tendo como palavras-chave: audiovisual, vídeo, documentário, filmee desenho animado, verificando os conteúdos abordados, público-alvo e metodologia pedagógica empregada, em e para EA.
CAMINHOS METODOLÓGICOS
Em Bezerra et al. (2020), na INTRODUÇÃO, realizamos um breve histórico da Sala Verde Pororoca: espaço socioambiental Paulo Freire e como a Revista Educação Ambiental em Ação se tornou um referencial teórico básico para os nossos artigos, principalmente a dois Projetos ligados à Pró-Reitoria de Extensão (PROEX-UFPA): “Filmes como instrumento para a inclusão social de alunos com necessidades especiais e para evitar o bullying na escola” e “EACINE como instrumento de aprendizagem em escolas de Belém – PA”.Assim, seguindo esse raciocínio, nos CAMINHOS METODOLÓGICOS realizamos “nossa garimpagem”, na qual referenciamos produções, em sua maioria, encontradas nos itens: “Eventos sobre Meio Ambiente e Educação Ambiental”, “Divulgação de Eventos” “Notícias”, “Dicas para uma Vida Melhor”, “Dicas e Curiosidades” e “Entrevistas”, na Revista Educação Ambiental em Ação.
Neste artigo, optamos por colocar a “nossa garimpagem” inicial,na INTRODUÇÃO, na qual referenciamos artigos de interesse geral, curiosidades e informaçõesqueencontramos nos itens: “Saber do fazer”; “Divulgação de Eventos”; “Dicas e curiosidades”; “Notícias”; “Sugestões bibliográficas”; “Dinâmicas e recursos pedagógicos”; “Reflexão”; “Sementes” e “Entrevista”, da Revista.
Já a maioria dos trabalhos que compõe os Quadros 1 e 2,foram da seção“Artigos”e “Relatos de Experiências” da Revista Educação Ambiental em Ação e compõem a “nossa filtragem” do item “RESULTADOS E DISCUSSÃO”.
Este artigo tem cunho quali-quantitativo. Para as análises quantitativas utilizamos o Programa EXCEL 2013 for Windows e para a qualitativa utilizamos a análise de conteúdo de Bardin (2011).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a leitura minuciosa de todos os trabalhos encontrados,com os diferentes processos de seleção, fechamos este artigo com 37 trabalhos (Quadros 1 e 2), desde a edição 39 (2012) até a edição58 (2016/2017).
Cabe informar que, na “nossa filtragem”,as palavras-chave “cinema”, por exemplo, em Pappon (2013) e “desenho animado”, por exemplo, em Castro; Alves (2013/2014), estão no item INTRODUÇÃO deste artigo, por não atenderam às recomendações de Bezerra et al. (2020), não se encontram nos Quadros 1 e 2.
Além disso, chamamos atenção para o fato de que no artigo de Godinho et al. (2013) apenas citam que apresentaram, como atividade motivadora, o vídeo “Cuidando do Meio Ambiente com a Turma da Mônica” (item INTRODUÇÃO deste artigo). Já Andrade et al. (2016) (N34, Quadros 1 e 2) denominaram de vídeo “Turma da Mônica”, de maneira que computamos os dois trabalhos como “vídeo” e não “desenho animado”, porque foram selecionados, dessa forma,em “Procurar” na Revista Educação Ambiental em Ação.
Quadro 1. Artigos publicados na revista Educação Ambiental em Ação obtidos, usando as palavras-chave: audiovisual, vídeo, filme e documentário.
N |
Título |
Autores |
01 |
Educação e apropriação local: o caso do sítio paisagístico e histórico do Morro de Santana |
Lamim-Guedes et al. (2012) |
02 |
Educação Ambiental desenvolvida pela Sala Verde Frei Paulino em Divinópolis - MG: Projeto Reciclando |
Fonseca; Frenedozo (2012) |
03 |
Práticas da arte/educação ambiental traduzidas em visões estéticas da cegueira |
Brandão; Corrêa (2012/2013) |
04 |
Nakamura et al. (2012/2013) |
|
05 |
A pegada hídrica: conceito e uso em atividades de educação ambiental |
Lamim-Guedes (2013) |
06 |
Atitudes pró-ambientais: intervenção através de oficinas pedagógicas |
Córdula; Fonseca (2013) |
07 |
Análise da percepção ambiental de estudantes do ensino médio em visitação a uma trilha na área da OG Pangea no Parque Metropolitano de Pituaçu, Salvador-Bahia |
Matos; Oliva (2013) |
08 |
Atividades práticas em sala de aula sobre consumo e geração de resíduo |
Alkimin; Dornfeld (2013) |
09 |
Educação ambiental e espaços não - formais de ensino: uma experiência com gincana estudantil no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil- PETI/Mãe do Rio – PA |
Souza; Silva (2013) |
10 |
O letramento e a inclusão digital: a linguagem e a construção de significados através de um contexto ambiental e social |
Medeiros; Miranda (2013) |
11 |
Educação ambiental como ferramenta para o manejo de resíduos sólidos |
Souza et al. (2013/2014) |
12 |
As ações extensionistas de educação ambiental no combate ao cativeiro ilegal de fauna silvestre |
Behling; Islas (2013/2014) |
13 |
Produção de recurso audiovisual, como ferramenta pedagógica na educação ambiental aplicada |
Albuquerque (2014) |
14 |
Práticas de incentivo à sustentabilidade através da educação ambiental na Escola Estadual Mercedes Nery Machado em Juiz de Fora – MG |
Esteves et al. (2014) |
15 |
Caixa da biodiversidade: uma proposta educativa para abordar a conservação da biodiversidade no contexto escolar |
Martins; Oliveira (2014) |
16 |
A educação ambiental como uma possível solução para o problema do resíduo sólido na escola |
Gusson et al. (2014) |
17 |
Atividades lúdicas como meio de sensibilização ambiental na escola |
Nardy; Freiria (2015) |
18 |
Educação ambiental como prática pedagógica utilizando o lixo de forma interdisciplinar: um relato de experiência |
Souza et al. (2015) |
19 |
Evolução biológica no ensino fundamental de uma escola confessional: uma possibilidade |
Machado; Fofonka (2015) |
20 |
A educação ambiental como componente curricular no curso Técnico Integrado em Informática do IFBA/Campus Eunápolis |
Gonçalves; Silva (2015) |
21 |
Educação ambiental: uma prática interdisciplinar entre universidade e escola |
Begname (2015) |
22 |
A questão da coleta seletiva no Centro de Convivência da Universidade Federal de Itajubá |
Minami et al. (2015) |
23 |
Educação ambiental e mudanças climáticas em sala de aula |
Lamim-Guedes (2015) |
24 |
Kievel et al.(2015/2016) |
|
25 |
Ilha do Fogo: a percepção da comunidade dos municípios de Petrolina-PE e Jauazeiro–BA |
Nascimento (2015/2016) |
26 |
Educação ambiental em escolas paraenses: Projeto EACINE |
Lima et al. (2016) |
27 |
Santos et al. (2016) |
|
28 |
Oliveira (2016) |
|
29 |
O processo metodológico de formação das juventudes: uma oficina que dialoga com paradigmas e concepções |
Oliveira (2016) |
30 |
Projeto de extensão comunitária busca amenizar humilhações típicas do bullying |
Ribeiro; Pires (2016) |
31 |
Nascimento et al. (2016) |
|
32 |
Ferreira et al. (2016) |
|
33 |
Gomes et al. (2016) |
|
34 |
Andrade et al. (2016) |
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35 |
Práticas de educação ambiental aplicadas à agricultura sustentável na Escola Municipal Noruega – Lagarto/SE |
Santos et al. (2016/2017) |
36 |
Educação ambiental: teoria e prática – um estudo de caso sobre os resíduos eletrônicos no Município de Medianeira - Paraná |
|
37 |
Educação ambiental e formação de professores no meio educacional |
Santos (2016/2017) |
A partir do Quadro 1, criamos a categoria “Assunto” para resumir o conteúdo dos trabalhos (Quadro 2), procurando embasar no resumo proposto no próprio artigo, sendo que o N de ambos os quadros corresponde ao mesmo artigo.
No entanto, o trabalho por não apresentar um resumo e, se tendo, não citar as quatro palavras-chave, analisamos o corpo do artigo e em que contexto as palavras-chave se inseriam. Assim, demos a nossa visão, de modo que o “Assunto” é de livre interpretação das autoras deste artigo.
Cabe destacar que percebemos que com o passar das edições, gradativamente, os autores foram melhorando a qualidade, em se tratando de melhor descrição/narração dos conteúdos apresentados nos artigos.
Neste contexto, alguns artigos descrevem tão bem o conteúdo/aplicação das atividades utilizando vídeo, audiovisual, filme e documentário, assim comosua metodologia de trabalho, que tivemos dificuldade de fazer o resumo no Quadro 2, na categoria “Assunto”. Consideramos, no entanto, importante este esforço, para expor o conteúdo em um espaço pequeno (Arial, tamanho 10, espaçamento 1) porque esperamos que este artigo seja utilizado como estado da arte sobre o uso desses recursos audiovisuais, para ensino e aprendizagem em EA, dentro da conceituada Revista Educação Ambiente em Ação.
Pensamos em fazer um levantamento dos assuntos tratados nos artigos com as palavras-chave, e, posteriormente, fazer uma análise quantitativa, mas percebemos ser inviável, pois muitos assuntos se entrelaçam e se embricam. No entanto, foi interessante constatar que vão de problemas ambientais, sendo que a maioria trata de: lixo, coleta seletiva, compostagem, redução e reciclagem, preservação do meio ambiente, consumismo, poluição, desmatamento, seguido de outros temas: EA e cidadania, políticas públicas em EA, cidadania e sustentabilidade, aquecimento global, bullying, uso consciente da água e de energia elétrica, interculturalidade e identidade, educação patrimonial, Criacionismo e Evolucionismo, cadeia e teia alimentar, biodiversidade, conservação da fauna silvestre, inclusão digital, questões éticas com seres vivos não humanos, dentre outros.
Dividimos didaticamente o público-alvo em Ensino: Infantil, Fundamental e Superior. Os trabalhos também se ampliaram para: Comunidade, Comunidade Escolar e Comunidade Universitária.
No único artigo encontrado em Ensino Infantil (N34, dos Quadros 1 e 2, e na Figura 1), foram atividades de EA direcionadas especificamente para esse público-alvo, no Centro Municipal de Educação Infantil de Manaus – AM.
A expressão “Ensino Fundamental” abrange, principalmente, alunos e ou professores de rede pública e particular de Ensino Básico em espaço formal (escolas) e informal (ONG, Unidades de Conservação, associação de bairros, eventos, etc.), atuando como protagonistas e ou como plateia de audiovisuais.
A expressão “Ensino Médio” compreende atividades em EA, executadas por alunos dessa categoria de análise, incluindo elaboração e execução de atividades, com apoio de professores da instituição e, às vezes, professores universitários.
É pertinente destacar que em alguns artigos o público-alvo poderia ser o ensino fundamental e médio, no entanto, optamos por adicionar na categoria ensino fundamental, uma vez que temas que alcançam o nível fundamental, em termos de conteúdo e idade, atinge também o ensino médio, mas a condição inversa, nem sempre é verdadeira.
Neste contexto, as expressões “Ensino Fundamental” e “Ensino Médio” podem abranger: alunos e ou professores de rede pública e particular de ensino básico em espaço formal, em informal e em não formal, atuando como protagonistas e ou como plateia da atividade audiovisual. Aqui também pode incluir alunos e professores de graduação (por exemplo, bolsistas de ensino ou de extensão e ou de pesquisa ou em estágio curricular obrigatório) e de pós-graduação, que organizaram e ou promoveram e ou mediaram os projetos e as atividades, para serem apresentadas em escolas, principalmente, direcionadas a crianças e a adolescentes. Neste contexto, os professores e seus alunos em nível superior atuaram no ensino básico e ou em comunidade, no sentido de promover uma EA holística, por esta razão, os incluímos nas categorias: Ensino Fundamental ou Ensino Médio.
No caso das atividades desenvolvidas no âmbito universitário, o público-alvo foi considerado “Ensino Superior”, ou seja, a organização e o desenvolvimento dos projetos e das atividades foram realizados pelos e para os alunos de graduação de diferentes universidades e de cursos (Biologia – licenciatura e bacharelado, Biomedicina, Bioquímica, Química-licenciatura, Educação Física, Farmácia, Geografia, Oceanografia, Pedagogia, Artes Visuais – Licenciatura, Psicologia, Engenharia Florestal...) e docentes e alunos de pós-graduação (Meio Ambiente e Recursos Hídricos; Engenharia Agrícola; Ecologia; Ciências da Educação, Educação, Educação Ambiental, Ciências do Movimento Humano...).
No caso específico do artigo N37 (Quadros 1 e 2),trata de professores da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Marta Nóbrega Rodrigues, que são também estudantes de Pedagogia. Não incluímos como público-alvo o “Ensino Fundamental”, porque as atividades deEA foram realizadas, no âmbito da formação em “Ensino Superior”.
Destacamos as diversas ações extensionistas de EA do Núcleo de Reabilitação da Fauna Silvestre e o Centro de Triagem de Animais Silvestres (NURFS/CETAS) da UFPEL, direcionados a diferentes públicos-alvo: escolas (N 12, Quadros 1 e 2) e em espaços não formais, direcionados à comunidade, mas sem uso de audiovisual para esse público-alvo (BEHLING; ISLAS, 2013/2014).
Neste sentido, pensamos o termo “Comunidade”, inicialmente, como os alunos do ensino básico e seus familiares, os professores e os funcionários, principalmente quando ocorre um evento na escola, para apresentações das atividades desenvolvidas pelos alunos, usando vídeos e slides, exibição de desenhos, murais, maquetes e painéis, dentre outros meios. Entretanto, em sentido mais amplo, englobaria a comunidade do entorno da escola, que poderia ter ou não parentes nessa escola. Assim, a maioria do público-alvo definido como “Comunidade”, seria aquele que participasse de atividades em ambientes formais, não formais e informais. Chamamos atenção, porém, ao artigo N. 24 (Quadros 1 e 2) no qual mostra por meio de um vídeo, o método do círculo de bananeiras usado para o tratamento biológico de águas cinzas provenientes do uso doméstico, o qual seria uma alternativa sustentável para o tratamento adequado do esgoto doméstico, em comunidades em áreas rurais ou em comunidades onde não há um sistema de esgotamento sanitário.
Definimos como “Comunidade escolar” quando as atividades foram desenvolvidas em ambiente formal, com a participação direta de alunos, de professores e de funcionários da instituição.
A expressão “Comunidade Universitária” compreende alunos de graduação e de pós-graduação, funcionários e outras pessoas que frequentam cotidianamente o campus, sendo que a coleta de dados foi realizada pelos alunos, com apoio de docentes universitários.
É gratificante perceber, por meio dos assuntos e das metodologias abordados nos artigos, que a maioria dos autores tem uma visão holística de meio ambiente, como um espaço relacional dinâmico e em constante interação do homem com a natureza, de acordo com diversos autores (REIGOTA, 1995; SORRENTINO, 1998; GOMES et al., 2016, 2017), em um contexto mais amplo da EA para cidadania.
Quadro 2. Assunto e público-alvo dos artigos publicados na Revista Educação Ambiental em Ação, usando as palavras-chave: audiovisual, vídeo, filme e documentário.
Baseado nos 37artigos presentes nos dois quadros, sumarizamos “Assuntos” em dez períodos de coleta de trabalhos e em sete “Público-alvo” (Figura 1).
Figura 1. Distribuição de artigos usando as palavras-chave: audiovisual, vídeo, filme e documentário, das edições 39 a 58, da revista Educação Ambiental em Ação, relacionada ao público-alvo.
Na Revista Educação Ambiental em Ação, evidenciamos o papel da mídia enfatizando a prática educativa em EA no ensino básico, a partir de 2008 (BEZERRA et al., 2020) e esta tendência se manteve no presente artigo, com a maioria dos trabalhos direcionados ao ensino fundamental. No entanto, verificamos que a presença da comunidade também foi muito valorizada aqui, indicando que os autores estão atuando também na educação informal e na não formal, como forma de aprendizado, que pode acontecer por meio das vivências individuais e das coletivas, tão essenciais para a formação de um ser humano cidadão quanto à educação formal ensinada nas escolas.
Cabe destacar que: 2012/2013; 2013/2014; 2014/2015 e 2015/2016 representam publicações referentes apenas ao período de Dezembro a Fevereiro, (respectivamente, n. 42; n. 46; n. 50 e n. 54) enquanto os anos 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016 representam trabalhos referentes aos meses de: Março a Maio; Junho a Agosto e Setembro a Novembro.
Encontramos em Bezerra et al. (2020):22 artigos (Quadros 1 e 2), no período de 2004 (n. 1) a 2011/2012(n. 38), abrangendo 8 anos de publicações. No presente artigo, abrangemos quatro anos de publicações e com 38 edições, demonstrando que, embora no período de 2006 e de 2007 não tenha havido nenhuma publicação com o tema audiovisual, a Revista Educação Ambiental em Ação manteve a sua regularidade trimestral.
No presente artigo, compreendendo o período de2012 (n. 39) a 2015/2016 (n. 58), que representa 19 edições, encontramos mais publicações com o tema audiovisual e essa tendência se acentua, no terceiro artigo do estado da arte, que cobrirá o período de 2016 (n. 59) até a edição atual (conforme levantamento prévio), inclusive com uma maior inclusão da comunidade nesse processo, mostrando cada vez mais o uso da TICs (Tecnologia da Informação e Comunicação) no contexto globalizado em que vivemos ainda mais nesse período de pandemia do Covid- 19, que estamos enfrentando.
CONCLUSÃO
Após a leitura de todos os trabalhos da Revista Educação Ambiental em Ação, os quais continham como palavras-chave cinema, audiovisual, vídeo, filme, documentário e desenho animado, nós constatamos que, de modo geral, os trabalhos podem representar a realidade cotidiana, vivida e ou imaginada, servindo para conhecer e ou para avaliar as possibilidades para resolução de problemas ambientais.
Com o passar das edições, gradativamente, os autores foram melhorando a qualidade dos seus trabalhos, em se tratando de melhor descrição/narração dos conteúdos apresentados nos artigos.
Vale lembrar que embora muitos artigos não tenham entrado nos Quadros 1 e 2, propiciaram boas dicas de filmes, de documentários/web-documentários, de vídeos/web-vídeos, de audiovisual e de desenhos animados, disponíveis nas mídias.
Sabemos que o ser humano está em contínua construção do conhecimento, portanto, cinema, audiovisual, vídeo, filme, documentário e desenho animado podem ser instrumentos para o aprendizado constante, envolvendo diferentes públicos, principalmente quando se enfatiza os alunos do ensino fundamental e ensino médio, como foram os trabalhos da Revista Educação Ambiental em Ação. Neste contexto, da maioria do público-alvo ser de ensino básico, sugerimos a confecção de roteiros para documentário/vídeo/filme/desenho animado, para e pelos próprios alunos, como forma de expressão e de criatividade, propiciando o fortalecimento e a elevação da autoestima, a socialização dos nossos discentes, para a construção de seres humanos, capazes de pensar e agir no mundo de forma responsável e significativa. Nesse contexto, o professor precisa repensar suas práticas pedagógicas, conhecer novos métodos e integrar várias tecnologias.
Pelos 37 artigos selecionados, consideramos que as seis palavras-chave representam instrumentos de ensino e aprendizagem que possibilita a promoção de uma sensibilização ambiental positiva dentro da perspectiva pedagógica, educativa e ambiental, principalmente para o ensino básico, em ambiente formal, informal e não formal (ONG, encontros comunitários e acadêmicos, projetos extensionistas, etc).
AGRADECIMENTOS
À PROEX-UFPA pela concessão de bolsas Eixo Transversal, para o projeto: “Filmes como instrumento para a inclusão social de alunos com necessidades especiais e para evitar o bullying na escola” e Navega Saberes/INFOCENTRO, para o projeto: “EACINE como instrumento de aprendizagem em escolas de Belém – PA”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Informamos que inicialmente pensamos em anexar todos os 37 artigos referendados nos Quadros 1 e 2, os quais podem facilmente ser encontrados na Revista Educação Ambiental em Ação, pelo título ou pelos autores ou pelo assunto. Por esta razão, devido ao problema de espaço, resolvemos nos deter apenas nas referências que se encontravam no corpo do texto, sejam elas da própria revista, objeto deste estudo, ou de outras fontes.
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