DIRETRIZES ASSERTIVAS DE COMUNICAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL PARA O SANEAMENTO: UM ESTUDO COM ESPECIALISTAS BRASILEIROS E PORTUGUESES



Beatriz de Deus Grotto1, Vinicius Perez Dictoro², Frederico Yuri Hanai³, Sandra Sofia Caeiro4



1Gestora e Analista Ambiental, Universidade Federal de São Carlos. E-mail: be_grotto@hotmail.com

2Doutorando em Ciências Ambientais, Universidade Federal de São Carlos. E-mail: vinicius.dictoro@gmail.com

³Departamento de Ciências Ambientais, Universidade Federal de São Carlos. E-mail: fredyuri@ufscar.br

4Departamento de Ciências e Tecnologia, Universidade Aberta de Lisboa e Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade da Universidade NOVA de Lisboa. E-mail: scaeiro@uab.pt



Mini resumo: Esta pesquisa propõe diretrizes para a comunicação e sensibilização ambiental assertivas sobre o saneamento, direcionadas ao planejamento, aos meios a serem utilizados e aos conteúdos a serem trabalhados na ação comunicativa brasileira.



Resumo: O saneamento básico é essencial para a vida das pessoas, porém o conhecimento sobre este sistema ainda não é difundido. Por isso, a comunicação e a sensibilização ambientais assertivas são relevantes, para que proporcionem maior reconhecimento sobre a importância de suas vertentes e a urgência em se alcançar a distribuição universalizada destas. Esta pesquisa estudou, identificou, analisou e propôs diretrizes para a comunicação e sensibilização ambiental assertivas sobre o saneamento, a partir da colaboração de especialistas brasileiras/os e portuguesas/es, para de fato subsidiar a produção de materiais comunicativos, acessíveis e assertivos. Para construção destas diretrizes, utilizou-se de entrevistas abertas com pessoas que trabalham com comunicação social na cidade de São Carlos-SP (realizando ações próximas à população por meio de ONGs, coletivos, dentre outros movimentos) observando as particularidades da região. E, em complemento, realizou-se uma investigação com especialistas portugueses, primeiramente com um grupo focal (virtual) composto por pesquisadores portugueses, e, no segundo momento, com entrevistas e questionários junto a especialistas que trabalham com a vertente de resíduos sólidos, fazendo-se um apanhado dos métodos de comunicação que são bem sucedidos e se tornaram referência para as sugestões deste trabalho. Desenhou-se três diretrizes a serem levadas em consideração para promoção de um maior engajamento da população brasileira nas discussões envoltas ao tema, buscando ampliar a distribuição do sistema, atendendo-se aos direitos básicos de todo cidadão, sendo estas diretrizes direcionadas ao planejamento, aos meios a serem utilizados e aos conteúdos a serem produzidos na ação comunicativa. Este trabalho contribui, então, à gestão participativa no âmbito do saneamento e da melhoria das condições de vida das pessoas, bem como à gestão ambiental colaborativa.



Palavras-chave: comunicação assertiva; sensibilização ambiental; assertividade; engajamento social.



Abstract: Basic sanitation is essential for people's lives, but knowledge about this system is still not widespread. For this reason, assertive environmental communication and awareness are relevant, so that they provide greater recognition of the importance of their aspects and the urgency of achieving universal distribution of these. This research studied, identified, analyzed and proposed guidelines for assertive communication and environmental awareness about sanitation, based on the collaboration of Brazilian and Portuguese specialists, to actually subsidize the production of communicative, accessible and assertive materials. For the construction of these guidelines, open interviews were used with people who work with social communication in the city of São Carlos-SP (carrying out actions close to the population through NGOs, collectives, among other movements) observing the particularities of the region. In addition, an investigation was carried out with Portuguese scholars and specialists, first with a (virtual) focus group composed of Portuguese researchers, and, secondly, with interviews and questionnaires with specialists who work with the solid waste aspect, making an overview of the communication methods that are successful and have become a reference for the suggestions of this work. Three guidelines were designed to be taken into account to promote greater engagement of the population in discussions surrounding the theme, seeking to expand the distribution of the system, taking into account the basic rights of every citizen, these guidelines being directed to planning, means to be used and the content to be produced in the communicative action. This work contributes, then, to participatory management in the field of sanitation and improvement of people's living conditions, as well as to collaborative environmental management.



Keywords: assertive communication; environmental awareness; assertiveness; social engagement.



1. Introdução e contextualização da pesquisa

O saneamento básico é um importante sistema para manutenção da qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente, compreendendo quatro vertentes: a captação, tratamento e distribuição das águas para consumo; coleta e destinação ambientalmente adequadas de resíduos sólidos; manejo e drenagem de águas pluviais; e tratamento e disposição de esgotos (BRASIL, 2007).

Este sistema proporciona fortes externalidades positivas para o meio ambiente e para a saúde humana, além de potencializar o desenvolvimento e crescimento econômico no país. Embora seja um sistema institucionalizado e com substancial importância reconhecida, este está ausente em aproximadamente 58% das cidades brasileiras (ESTADÃO, 2018), sendo, então, imprescindível que o assunto seja discutido e disseminado, tornado público, problematizado e, principalmente, solucionado.

A natureza das ações de saneamento básico coloca o sistema como essencial à vida humana e à proteção ambiental, sendo esta uma ação eminentemente coletiva, uma meta social, em face da repercussão de sua ausência (MORAES, 2009).

Para que este assunto seja melhor discutido e disseminado, tornado público, problematizado, e, principalmente, solucionado, a educação e a comunicação ambiental devem estar mais presentes, e devem ser reflexivas, possibilitando às pessoas que conheçam sobre o sistema, as suas vertentes e as formas de participação neste, bem como os benefícios que são promovidos por estes serviços públicos (SAUVÉ, 2005).

A população, no entanto, não conta com acesso adequado à esta base, mas anseia em obter maior conhecimento, e até mesmo em saber como atuar de maneira diferente (GROTTO; HANAI, 2020a; GROTTO; HANAI, 2020b). Por isso, a disponibilização de oportunidades, meios e conteúdos para a sensibilização ambiental sobre saneamento torna-se relevante e primordial.

A conscientização ambiental envolve um processo individual de incorporação do conhecimento a respeito das questões que afetam a natureza, por meio do saber das atitudes positivas. Por outro lado, a sensibilização envolve os sentimentos em relação às necessidades dos outros indivíduos do planeta, assim como do ambiente em si, por meio de uma visão empática, com apreço, preocupação, cuidado e valorização. Desta forma, não é possível que uma pessoa conscientize a outra, já que se trata de um processo individual, de crescimento próprio. A sensibilização sim pode ser realizada para com o próximo, despertando sentimentos, visando até mesmo à conscientização, para uma mudança positiva de atitudes (MEDALLON; GALLARDO, 2014; MARIA, 2017).

Para que exista sensibilização de fato, é preciso que as ações comunicacionais, e até mesmo de educação ambiental, estejam presentes cotidianamente, de forma persistente. É preciso criar mecanismos de continuidade e promoção de reflexão a cada dia, de forma intrínseca ao dia a dia.

A comunicação, atenta aos fundamentos e concepções do meio ambiente, tem o potencial de agir nas três fases relacionadas aos problemas socioambientais: prevenção (para evitar problemas); mitigação (para redução dos problemas); e a adaptação (o que pode ser feito depois que o problema já aconteceu e não pôde ser mitigado). Verifica-se, então, o seu importante papel na base das resoluções políticas, administrativas e de participação cidadã (LIMA, et al. 2015).

Contudo, frequentemente, a comunicação é realizada de maneira unidirecional (da/o especialista para a população – como esta/e sendo dona/o da verdade), de forma que não há canal de “retroalimentação”, sem direito à negociação ou entendimento entre as partes. No entanto, por possuírem este caráter unidirecional, acabam contendo informações superficiais e desencorajando possíveis novas questões a serem levantadas, que poderiam instigar a participação social (HELLER; REZENDE; HELLER, 2007).

A comunicação assertiva vai direto ao ponto, melhorando e otimizando o diálogo, é carregada de objetividade, estabelece relações respeitosas e harmônicas, permitindo que os interlocutores expressem sua opinião (GELIS FILHO; BLIKSTEIN, 2013). Produz consequências variadas, geralmente positivas, garantindo a produção, manutenção ou aumento de reforçadores, promovendo compreensão e aprovação do que está sendo dito. A assertividade deve levar em conta a cultura social de seus interlocutores, deve-se adequar a linguagem para que a fala não seja considerada (de forma errônea) agressiva, desrespeitosa ou desnecessária, promovendo assim os efeitos desejados (CHAN, 1993; MARCHEZINI-CUNHA; TOURINHO, 2010; FURNHAM, 1979). A assertividade na comunicação ambiental, então, é a prática de se estabelecer vínculos na ação comunicativa, que permitem o entendimento e o engajamento no diálogo (não somente presencial), transmitindo-se ideias com serenidade, de uma forma construtiva, com sinceridade, honestidade e transparência (MADLOCK, 2008; SOUSA, 2014).

Sendo assim, a assertividade referida nesta pesquisa diz respeito à comunicação e sensibilização que de fato alcancem o objetivo proposto com a ação realizada, alcançando-se o entendimento e a compreensão que se busca, promovendo possibilidade de resposta às pessoas envolvidas, construindo-se diálogos que permeiem a convivência civilizada nas sociedades, reconhecendo-se os direitos e deveres envoltos ao indivíduo e ao coletivo, evitando-se conflitos e reforçando-se atitudes em prol do meio ambiente e do saneamento básico, para promoção da qualidade de vida e bem-viver de todas/os de maneira justa e equilibrada.

Portanto, os materiais comunicacionais devem promover o despertar no olhar de cada cidadã e cada cidadão, demonstrando que a cidade e as pessoas são natureza, e que são interligadas. Deve-se alcançar de fato a reciprocidade nas ações, para que surtam respostas e interações, entre o objeto construído para a comunicação, e os comunicadores.

Considera-se necessário, então, que o material informativo e comunicacional fornecido para a população seja assertivo, levando a esta o conhecimento a respeito dos serviços públicos e ambientais (dentre eles, o saneamento básico) fornecidos próximos de si, e, ainda, das formas de ações participativas e cotidianas, as quais podem ser adotadas em prol destes sistemas (GROTTO; HANAI, 2020a).

A presente pesquisa estudou, identificou, analisou e propôs diretrizes para a comunicação e sensibilização ambiental assertivas sobre o saneamento, com a participação de especialistas brasileiros e portugueses, a fim de promover diretrizes para de fato subsidiar a produção de materiais comunicativos, acessíveis e assertivos.



2. Metodologia

2.1 Procedimentos adotados para conversa com especialistas em comunicação social brasileiros

A presente pesquisa consistiu na obtenção de relatos de especialistas em comunicação social na cidade de São Carlos-SP/BR, em diferentes setores, não somente ou necessariamente relacionados ao saneamento básico. A demanda surgiu de forma natural a partir de conversas entre a pesquisadora e órgãos e instituições relacionadas com o saneamento básico no município. O fenômeno observado nesta situação é a metodologia de “bola de neve” (VINUTO, 2014), por meio de indicações com contribuições muito bem-vindas aos resultados da presente pesquisa.

Nestas conversas não se aplicou questionários previamente formulados, sendo então conversas livres, com o objetivo de obter sugestões para construção de princípios e diretrizes à comunicação e sensibilização ambientais assertivas, que de fato promovam o envolvimento da população. No entanto, foram seguidos alguns roteiros para garantia da obtenção de dados a serem pareados entre as conversas realizadas, principalmente voltados às formas de comunicação que são atualmente mais assertivas, de acordo com a percepção da/o especialista.

A lista das entidades pesquisadas não será aqui citada para garantia de anonimato às/aos convidadas/os. Sendo assim, são adotados códigos para citação dos relatos, conforme se descreve: as pessoas serão mencionadas pelo código CxP3, em que: C = Contribuinte; x = ordem da conversa; e P3 = “Parte 3” da pesquisa. Foram consultadas, ao todo, 7 entidades, as quais realizam trabalhos próximos à população, como por exemplo: associação de bairro; ONG de interesse ambiental; órgãos de divulgação de conhecimento científico; dentre outras.



2.2 Procedimentos adotados para realização de grupo focal com especialistas portugueses

A metodologia de grupo focal se constitui com trabalho em equipe sob uma perspectiva dialética, possibilitando a geração de novas concepções, por meio da análise e problematização de uma ideia em profundidade (BACKES et al., 2011).

Nesta atividade, além da geração de novas concepções na busca de soluções para os problemas identificados, foram verificados, ao mesmo tempo, métodos de comunicação e sensibilização ambiental existentes, atualmente empregados e bem-sucedidos, a fim de trazê-los para a realidade estudada.

Foram debatidas várias questões, porém, neste artigo, são apresentados e discutidos os resultados das seguintes perguntas:

  1. Como são construídas, realizadas e programadas as formas de comunicação e sensibilização ambiental sobre saneamento básico (abrangendo suas 4 vertentes), que você tem conhecimento?

  2. Que meios, formas, estratégias e ideias inovadoras podem ser adotadas para efetividade de ações de comunicação ambiental sobre saneamento básico e sustentabilidade?



Os especialistas portugueses que participaram do grupo focal são estudiosos do assunto (professoras/es, estudantes de pós-graduação e integrantes de grupos de pesquisas renomados, dentre outras/os), sendo pessoas que pesquisam temas relacionados ao saneamento básico e suas vertentes, em grupos de pesquisa de universidades na cidade de Lisboa, Portugal.

A oficina de grupo focal empregou abordagem participativa de especialistas na temática, pesquisadoras/es e estudiosas/os sobre comunicação e sensibilização ambiental para saneamento básico e suas vertentes, educação para o desenvolvimento sustentável, dentre outros assuntos correlatos, de maneira a diversificar e incorporar a discussão e levantamento de soluções acerca da problemática identificada na ausência de soluções integradas e de fato eficazes, verificada por meio dos resultados da pesquisa.

2.3. Procedimentos aplicados à coleta de dados com especialistas portugueses

Em complemento, foram realizadas entrevistas (à distância) aplicando-se questionários com especialistas e/ou estudiosos em comunicação (acerca de meio ambiente e resíduos sólidos) em Portugal, buscando investigar os materiais e métodos bem-sucedidos, investigando-se os critérios sugeridos para comunicação ambiental assertiva.

Os investigadores responderam ao questionário de forma on-line, sem participação da pesquisadora. No entanto, também houve participação por meio da aplicação de entrevistas em reuniões virtuais (com participação da pesquisadora), junto às pessoas que trabalham com a vertente dos resíduos sólidos em Portugal (representando as pessoas que trabalham com saneamento básico), de forma a obter os relatos de especialistas que trabalham diretamente com a população. Para garantia de anonimato, os relatos das/os participantes são identificadas/os por PX, sendo P = Participante e X = Ordem da resposta (ao questionário via e-mail ou via entrevista on-line).

A escolha do local de estudo se justifica pelo fato destes dois países (Brasil e Portugal) possuírem passado histórico em comum, sendo a influência portuguesa notadamente presente na formação cultural brasileira (HOFSTEDE, 1980; SILVA et al., 2008).

Além disso, Portugal, ao contrário do Brasil, está com ações de saneamento básico avançadas, não sendo este sistema nem mesmo apresentado na Constituição do país, devido à clara evidência de sua distribuição universalizada (praticamente atendida) (MORAES; BORJA, 2014). Em Portugal, os níveis do saneamento são muito satisfatórios, e justamente por esta razão se faz a relevante inserção destes participantes no presente estudo, intencionando conhecer e adaptar as práticas adotadas sobre a comunicação e sensibilização para o saneamento básico nas cidades portuguesas, transpondo os meios e métodos utilizados, trazendo-os para a realidade estudada em São Carlos-SP/BR.



2.4. Procedimentos adotados para análise dos resultados

Os relatos obtidos nesta pesquisa foram organizados, padronizados, e posteriormente codificados e tabulados para melhor representação e análise. Desta forma, proporcionou-se facilidade para interpretações e comparações, podendo ser sintetizados e representados graficamente (LAKATOS; MARKONI, 2010).

A codificação, segundo Gibbs (2009), é a forma com que é definido do que se tratam os dados em análise, estabelecendo uma estrutura de ideias. Esta codificação possibilita que os dados sejam sintetizados, comparados e interpretados, de maneira que os pesquisadores interpretem com mais facilidade as informações relatadas pelos entrevistados, além de evitar repetição de dados e demonstrar ordenação, padronização, tornando o processo de análise mais fluido.

Os dados obtidos na presente pesquisa foram categorizados em quantitativos e qualitativos, conforme possibilidades, para melhor apresentação e interpretação. Para representar os relatos de forma sucinta, a análise de conteúdo proposta por Oliveira (2008), foi utilizada. Desta forma, foi possível obter inferências sobre o conhecimento e percepção das pessoas entrevistadas e questionadas acerca do tema.

Para maior aprofundamento das discussões provenientes dos relatos obtidos na pesquisa, a metodologia do DSC (Discurso do Sujeito Coletivo), descrita por Lefevre e Lefevre (2006) e discutida por Gondim e Fischer (2009) também foi utilizada, em alguns casos pertinentes (conforme se observa nos resultados), de maneira que esta análise incorpora os resultados e (re)afirma as diretrizes a serem propostas ao final da presente pesquisa.

Esta metodologia propõe expressar empiricamente a opinião ou pensamento coletivo, elencando e articulando uma série de operações sobre os depoimentos coletados por meio de questões abertas, resultando, ao final do processo, em depoimentos coletivos confeccionados com extratos de diferentes depoimentos individuais, redigidos em primeira pessoa do singular para se produzir o efeito de uma opinião coletiva sendo expressa como fato empírico por um sujeito (LEFEVRE; LEFEVRE, 2006).

O objeto da análise é, então, o próprio discurso de cada participante da pesquisa, os quais se mesclam e se complementam em afirmações, tornando-se, assim, o pensamento coletivo por meio da subjetividade do social interiorizado (GONDIM; FISCHER, 2009).

Os resultados do grupo focal foram obtidos por meio de formulários preenchidos coletiva e individualmente pelas/os participantes. Os dados primários obtidos foram quadros preenchidos com post-its na plataforma jamboard (JAMBOARD, 2020). Posteriormente, estes post-its foram transformados em textos corridos, sendo organizados e padronizados, codificados e tabulados (GIBBS, 2009).

Para os questionários on-line (sem participação da pesquisadora) utilizou-se a plataforma do Google Forms (GOOGLE FORMS, 2020), as respostas foram descritas, organizadas e analisadas conforme a metodologia descrita anteriormente neste mesmo tópico.

Para as entrevistas (com participação da pesquisadora) utilizou-se a plataforma Google Meet (GOOGLE MEET, 2020), sendo as respostas transcritas, organizadas e analisadas conforme a metodologia descrita anteriormente.



3. Resultados e Discussões

3.1. Principais resultados e sugestões de especialistas brasileiras/os em comunicação social

Foram obtidas sete participações nesta etapa da pesquisa. A seguir são apresentadas as análises, por categoria, das conversas realizadas com pessoas especialistas em comunicação social na cidade de São Carlos-SP/BR, em órgãos ou instituições não necessariamente relacionadas/os com saneamento básico, apontando-se os principais resultados obtidos na pesquisa, os quais compõem as diretrizes elaboradas para a comunicação e sensibilização ambiental assertivas.

As respostas obtidas em relação aos meios comunicacionais que podem ser mais assertivas para se alcançar a população foram: Rádio; WhatsApp®; Facebook®; Canal do Youtube®; Oficinas e Palestras.

As respostas apresentam a diversidade de meios que podem ser utilizados para se alcançar a população, os quais podem ser aproveitados até mesmo em conjunto, para se conseguir conversar com diferentes públicos, conforme discutido anteriormente.

No entanto, os meios presenciais, com oficinas e palestras se sobressaem com os resultados, sendo os mais apontados como eficazes. Os resultados dos tópicos “Resultados da oficina de grupo focal com especialistas portuguesas/es” e “Resultados do questionário com especialistas portuguesas/es” também apontam para estes meios como um dos mais importantes.

As sugestões das/os especialistas em comunicação social a respeito das formas de se realizar uma comunicação assertiva foram: Mostrando a realidade; Contação de histórias; Proporcionando protagonismo.

A grande parte das/os especialistas afirma que é necessário proporcionar protagonismo às pessoas, personificando a fala, envolvendo-as. Estas afirmações vão ao encontro das sugestões discutidas nos tópicos “Resultados da oficina de grupo focal com especialistas portuguesas/es” e “Resultados do questionário com especialistas portuguesas/es”, em que se aponta a necessidade de se adequar a comunicação realizada, proporcionando à pessoa que se identifica com a causa discutida.

Nesse mesmo sentido, reforça-se também que as pessoas responsáveis pela comunicação ambiental de campanhas, projetos e ações pró-ambientais devam considerar o uso de imagens visuais que representem conteúdos locais e que sejam familiares para o público dessas atividades, pois assim pode-se gerar uma maior relevância e engajamento ambiental (SCHULTZ et al., 2018).

Da mesma forma, esta personificação concorda com o que é defendido pela comunicação e sensibilização ambiental assertiva, conforme discutido anteriormente.

Em seguida, a categoria que mais se destaca é a que reforça a importância de se mostrar a realidade, o que está intrinsecamente relacionado com o protagonismo, uma vez que se proporciona discussões e reflexões do cotidiano das pessoas, fazendo-se assimilações diretas com o ambiente que se vive.

A contação de histórias é apresentada como uma ação importante por 43% (três) das/os especialistas, e esta pode facilitar o entendimento, por exemplo, de casos que podem não ser diretamente relacionados com o cotidiano das pessoas, fazendo-se assimilações, ampliando o olhar e a empatia das/os envolvidos com a ação, enfatizando-se que a contação de histórias pode produzir mais efeito quando contada dentro de um ambiente que proporcione esta ampliação do olhar, como uma APP (Área de Preservação Permanente) inserida na cidade, ou mesmo um parque urbano, por exemplo.

Os aspectos e critérios que as/os especialistas consideram relevantes a serem trabalhados com as ações de educação e comunicação ambiental são principalmente visuais e chamativos, com poucos textos e de fácil leitura e compreensão.

Destaca-se que os aspectos visuais e chamativos devem ser alvo para a construção de um bom material de comunicação ambiental. Assim, fica evidente que as ações comunicacionais devem se esbaldar em imagens, desenhos, gráficos, se utilizando de poucos textos, trazendo aspectos que chamam a atenção do público, principalmente discutindo assuntos que estão ao seu alcance, que sejam de fácil compreensão e assimilação.

Segundo Schultz et al. (2018) as imagens e os aspectos visuais utilizados para a comunicação ambiental devem ter a capacidade de criar conexões emocionais, serem aderentes ao tema especificado e ter relevância pessoal, com isso aumenta-se a probabilidade de ocorrer um maior engajamento socioambiental e gerar comportamentos pró-ambientais, pois as pessoas que não se relacionam pessoalmente com as imagens incluídas em campanhas e/ou cartazes pró-ambientais são menos propensas a agir sobre a mensagem, ou seja, ter uma mudança comportamental devido àquela mensagem.

Um especialista enfatiza a importância das intervenções artísticas neste sentido, as quais podem promover profundas reflexões, trazendo protagonismo e muito conhecimento, ao mesmo tempo que podem proporcionar entretenimento.

A seguir são apresentados alguns discursos do sujeito coletivo (DSC), construídos a partir dos relatos em comum das/os especialistas em comunicação social na cidade de São Carlos.



DSC com diretrizes para a comunicação ambiental assertiva:

É imprescindível que as pessoas enxerguem valor no que está sendo dito a elas, o material precisa ser elaborado pensando-se principalmente nas pessoas envolvidas e em sua realidade. A ação deve ser sempre contínua e próxima à comunidade, você precisa mostrar que se interessa, que está ali para ajudar. As pessoas devem estar interessadas e envolvidas com o tema, oferecer-lhe determinada capacitação técnica é ainda melhor, pois promove pessoas multiplicadoras do conhecimento. ‘A chave é o convencimento, você precisa mostrar que aquilo dá certo, e é melhor do que a pessoa faz no momento’. A questão do saneamento básico não é trivial, é importante formar as gerações e não se deve pregar para a/o convertida/o, se deve procurar alcançar quem ainda não está sensibilizada/o (grifo dos autores).

(Ideia da importância de se planejar a comunicação, 2 relatos: C2P3; C3P3)



Às vezes pode faltar coragem nas pessoas atuantes na comunicação por se sentirem sozinhas, mas o importante é não desistir. Precisa criar alguma coisa que tenha continuidade e seja mantido ao longo do tempo. A questão de manutenção é um problema, precisa ser interessante ter alguém dedicado a isso. A continuidade dos projetos é difícil, isso que “dificulta”.

(Ideia de fortalecimento da/o comunicadora/r, 2 relatos: C4P3; C7P3).



A partir da análise dos dois discursos apresentados acima, fica evidente que se deve planejar a ação comunicativa, fortalecendo também o comunicador, sendo estas sugestões reforçadas nas oficinas de grupo focal e questionário com especialistas portugueses bem como pelos autores Buarque (1999), Cunha (2011) e Pereira (2012), por exemplo.

Envolver as pessoas a ponto de fornecer capacitação técnica a estas é algo que pode proporcionar resultados muito positivos, pois o conhecimento fortalece a participação nos diálogos, sendo as/os participantes deste, então, conhecedoras/es do assunto e motivadas/os a discuti-lo. Da mesma forma, é preciso prestar treinamentos, dar apoio e suporte para quem está realizando a ação comunicativa, para que esta pessoa esteja preparada para realizar devidamente as ações comunicativas que forem necessárias.

Ainda, os DSC apresentados evidenciam a dificuldade de se sensibilizar e motivar as pessoas, uma vez que cada uma possui sua determinada visão de mundo e suas experiências, o que reforça a importância de se planejar a ação comunicativa e se estabelecer muito bem o seu direcionamento, quais os objetivos a serem alcançados, e o público alvo a ser envolvido, construindo-se e fornecendo-se espaços para feedbacks, avaliação e aplicação de melhorias constantemente.



3.2. Resultados da oficina de grupo focal com especialistas portugueses

Após a realização de uma breve apresentação dos principais resultados obtidos com a pesquisa no Brasil, as/os participantes do grupo focal foram convidadas/os a responder às duas perguntas apontadas na metodologia. Participaram deste grupo focal cinco pessoas.

Inicialmente, as respostas foram colocadas no quadro branco (Jamboard) de forma livre, sendo que cada participante deveria fazer ao menos uma colaboração em cada seção do quadro. Posteriormente, todas as respostas foram revisitadas, a fim de provocar um brainstorming entre as/os participantes, que foram então convocadas/os a agrupar as ideias que se complementariam e a votar em três ou duas ideias principais, a depender da quantidade de post-its, para se obter um consenso das sugestões que sairiam da reunião.

A primeira pergunta estava dividida em três aspectos (sobre as formas e conhecimentos de comunicação e sensibilização ambiental sobre saneamento):

1. Como são construídas;

2. Como são realizadas;

3. Como são programadas.



A Figura 1 a seguir apresenta os aspectos discutidos, bem como o resultado final obtido.



Figura 1 – Quadro (jamboard) com os post-its em resposta às formas e conhecimentos de comunicação e sensibilização ambiental sobre saneamento.

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).



Para o aspecto 1, o grupo enfatizou as seguintes ideias:

  1. Sensibilização por meio de problemas concretos, com base nas necessidades encontradas, como falta de separação de resíduos, por exemplo. Podendo esta sensibilização ser por meio de pequenos filmes;

  2. Adequação ao público alvo.



Estas ideias reforçam a importância de se especificar a comunicação a ser realizada, adequando-a ao público a quem se destina a ação comunicativa.

Para o aspecto 2, as ideias mais votadas foram:

  1. Páginas da internet, TV, rádio, ações nas escolas e comunidades, campanhas televisivas e spots publicitários na televisão;

  2. Pelas redes sociais, vídeos com celebridades (por exemplo atores, apresentadores).



Estas ideias corroboram com os resultados obtidos por meio da pesquisa realizada previamente com a população são-carlense (GROTTO; HANAI, 2020 e 2021), apontando para as preferências das pessoas em se fazer comunicação por meio de ações televisivas e nas redes sociais.

Para o interesse 3, as ideias mais indicadas foram a existência de planos de comunicação de diversas entidades, bem como iniciativas avulsas das organizações e da sociedade civil, e até mesmo plano de aulas nas escolas.

Esta ideia aponta para a necessidade de se planejar as comunicações por meio das mais diversas entidades dos municípios, seja a prefeitura, a escola, ou demais órgãos e instituições relacionadas com o tema.

Este planejamento foi destacado como essencial no tópico “Principais resultados e sugestões de especialistas brasileiras/os em comunicação social”, por meio das conversas com especialistas em comunicação social.

Buscou-se, por meio da segunda pergunta, investigar os casos concretos de comunicação que podem ser apontados como exemplo, por meio da pergunta: “Que meios, formas, estratégias e ideias inovadoras podem ser adotadas para efetividade de ações de comunicação ambiental sobre saneamento básico e sustentabilidade?”. A Figura 2 a seguir apresenta as respostas obtidas para esta pergunta.



Figura 2 – Quadro (jamboard) com os post-its em resposta às formas de se efetivar as ações de comunicação ambiental desejadas.

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).



Os participantes do grupo consideram que não se deve exigir grandes alterações de comportamentos, trazendo sempre meios próximos e fáceis de se usar para a população, utilizando-se meios comunicacionais pelos quais esta já esteja acostumada. Esta sugestão aponta para uma aproximação estratégica, à qual não resultaria em forte resistência, uma vez que poderia ser realizada aos poucos, continuamente, sem grandes mudanças “bruscas” (grifos dos autores, destacando as principais contribuições que estão sendo consideradas como diretrizes).

Em relação à inovação, foram sugeridos aplicativos para o celular que demonstrem como os bairros seriam se não houvesse a coleta dos resíduos sólidos e do esgoto, por exemplo. Também foi sugerido um aplicativo para simular maus comportamentos, próximo a um jogo. Esta ideia é interessante pois promove a reflexão das pessoas em relação a como são outras realidades que não contem com o saneamento básico, ao mesmo tempo que reforça uma valorização dos serviços prestados, podendo impulsionar maior participação.

Por fim, as redes sociais foram novamente citadas, reforçando-se a importância das/os influencers, sendo pessoas famosas, geralmente seguidas e ouvidas pela população, as quais poderiam fazer este papel de influenciar bons comportamentos em prol do meio ambiente. Esta sugestão coincide com a primeira, sendo que, desta forma, seria possível aproximar o tema das pessoas cotidianamente, de forma suave e persistente, por meio da qual as pessoas poderiam começar a fazer a diferença sem sentir grandes pesos ou grandes esforços, por exemplo.

Estas sugestões são também apresentadas e discutidas no tópico seguinte.



3.3. Resultados do questionário com especialistas portugueses

Obteve-se, ao todo, oito colaborações, sendo três respostas ao questionário via e-mail, sem a participação direta da pesquisadora, e cinco aplicações de entrevistas utilizando-se o questionário como base, com as perguntas sendo feitas diretamente pela pesquisadora.

As seguintes sugestões de formas de comunicação foram apontadas: Pessoalmente; Por redes sociais e internet; Outdoors ou placas; Brindes; Com as escolas; Por campanhas televisivas; Meios impressos; e Voltada a um público em especial.

Observa-se que os meios impressos quase não são citados (foram apontados por apenas uma pessoa), destacando-se principalmente: 1. Contato pessoal; 2. Redes sociais e internet; 3. Outdoors.

Os Outdoors e placas não são formatos comuns de se fazer a comunicação em São Carlos, mas são meios pelos quais a população sugeriu que exista sim ações, pois são chamativos e convidam para a reflexão em vários ambientes da cidade.

Reforçando-se a negatividade dos meios impressos, construiu-se o DSC a seguir, com relatos das/os participantes P5 e P6:



Panfletos e folhetos não são muito eficazes. Deixou de fazer sentido produzir resíduo para falar com a pessoa”.

(Ideia de negatividade dos meios impressos, 2 relatos: P5 e P6).



A/o participante P6 reforça que: “Campanhas precisam ser feitas sempre, não é assunto que interessa e não há fórmula mágica, mas é preciso ser persistente” (P6). O que reforça a necessidade de se realizar ações contínuas, que sejam sempre marcantes no cotidiano das pessoas.

Por fim, a/o participante P5 reforça a importância da capacitação para as pessoas: “Ainda temos workshops com guia de compostagem, distribuindo um livro para ficar guardado, sendo peça de maior durabilidade que não se torna um resíduo para ser descartado logo em seguida, como um folder ou panfleto” (P5). Sendo esta capacitação muito importante para fortalecer o diálogo e a participação das pessoas, conforme discutido principalmente por Silveira; Heller e Rezende (2013).

Os brindes são citados por 3 participantes e são sugestões que podem chamar a atenção das pessoas, fornecendo lembretes da separação dos resíduos no local onde a maior parte deles é gerado: na cozinha. Lembrando que se pode fazer assimilação desta vertente às outras vertentes, com brindes que lembrem da economia da água ou do despejo adequado do esgoto (lembrando do prejuízo do óleo na rede de esgoto, por exemplo), dentre outros aspectos.

Em relação às propostas para inovação e engajamento nas ações de comunicação e sensibilização ambientais sobre saneamento, as principais respostas foram: Gamificação; Competição; Sistemas de doação; Contato pessoal; Colocando-se metas; Regras com penalizações e bonificações; Transparência e humanização; Testando e aprimorando; Relação com a saúde; Influencers; Com humor; e Campanhas chamativas.

Nota-se que as categorias “Gameficação” e “Competição” podem ser complementares, sendo estas as mais indicadas, juntamente com a categoria “Contato pessoal”. Embora o contato pessoal não seja considerado inovador per si, as/os participantes optaram por reforçar a importância de se realizar uma comunicação próxima, “cara a cara”, “olho no olho”, trazendo o diálogo para a prática, com um sentimento de transmissão de atenção e dedicação por parte das pessoas que trabalham nas entidades para a população, que se sente, então, ouvida e valorizada.

Em relação à “Gameficação” e à “Competição”, os seus efeitos positivos são de que, ao mesmo tempo que se ensina e se realiza comunicação, se proporcionar também entretenimento e diversão, promovendo-se conhecimento para mudanças de atitudes de forma suave, realizando-se uma aproximação estratégica (grifo dos autores).

O contato pessoal permite que sejam trabalhados diferentes argumentos, ouvindo-se as pessoas e respondendo-se suas dúvidas, argumentando-se da forma que seja mais compreensível para cada uma, conforme apontado nos DSC a seguir.



Deve-se chegar em vários tipos de público a motivação, que não é igual para todos. Não existem então soluções inovadoras generalizadas. É preciso ter um mix para os diferentes públicos alvo. Precisa definir muito bem o público alvo e direcionar as matérias, assim haverá maior alcance e motivação.”

(Ideia de que não se deve generalizar a comunicação, 3 relatos: P5, P7 e P8).



A/o participante P6 complementa: “Resíduos não são matéria sexy, e nunca serão. Parte humana é mais importante, é mais custoso, é feito e precisamos dar valor. As pessoas gostam só de descartar fora e não de falar sobre o assunto. É preciso trazer mais proximidade, explicar que custa, em uma ótica de humanização e permanência” (P6).

Ainda, a/o participante P5 traz a ideia de que as pessoas não são tão facilmente sensibilizadas quando se fala sobre o meio ambiente, e sim quando se faz associação do saneamento básico com a saúde: “As pessoas não separam o lixo porque é bom para o meio ambiente, e sim porque pode afetar na saúde, com consequências, e estamos a comer microplástico, por exemplo” (P5).

Neste sentido, pode-se afirmar que comunicações que estejam voltadas à assimilação do saneamento básico com a saúde, mostrando-se a importância em participar das ações em prol do meio ambiente e a relação destas com a saúde e qualidade de vida tendem a serem mais eficazes, proporcionando maior relação do assunto com o cotidiano, e até mesmo uma apelação em fazer sua parte de forma adequada.

Por fim, a/o participante P5 destaca a importância de se realizar comunicações descontraídas, que chamem a atenção fazendo-se brincadeiras: “Deve-se ter gosto em ler e compartilhar a matéria”. “Às vezes um vídeo brincando com a situação dá certo” (P5). O humor produz o efeito de ensinar ao mesmo tempo em que se brinca, tendo uma força maior de compartilhamento, podendo-se assimilar este humor com os papeis das/os influencers, sugeridos para se fazer parte das ações e estratégias de comunicação, justamente por proporcionarem este sentimento de descontração e divertimento.



4. DIRETRIZES PARA A COMUNICAÇÃO AMBIENTAL ASSERTIVA

Devido à constatação de conhecimento incompleto e insuficiente dos moradores e comerciais urbanas/os da cidade de São Carlos sobre saneamento básico e suas vertentes, bem como a ausência de materiais de comunicação eficientes e eficazes (identificados e estudados por GROTTO; HANAI, 2020 e 2021), há evidente necessidade de desenvolvimento de estratégias alternativas e inovadoras que sejam compatíveis às/aos diferentes receptoras/es da informação e comunicação, nos mais diversos meios comunicacionais, de maneira a tornar o conteúdo entendível e impulsionador à mudança de atitude, de fato comunicável a ponto de provocar resposta à/ao receptora/r da mensagem, proporcionando meios para tal.

Segundo Heller; Rezende e Heller (2007), o terceiro grau da escada de Arnstein (1969), a qual representa os níveis de participação social (caracterizando a ascensão do poder de influência dos cidadãos até o pleno exercício da cidadania, quando as políticas públicas serão fundamentadas no trabalho conjunto dos cidadãos, comunidade científica e poder público), é composto pela informação. No âmbito deste terceiro degrau, a sociedade é informada sobre seus direitos, responsabilidade e opções, legitimando os passos para a construção de sua participação social.

Porém, frequentemente, a informação é realizada de maneira unidirecional (do especialista para a população – como este sendo dono da verdade), de forma com que não há canal de “retroalimentação”, sem direito à negociação ou entendimento entre as partes. As ferramentas mais utilizadas nesse processo são panfletos, pôsteres, cartilhas e respostas às questões levantadas pelos cidadãos, além de algumas reuniões. No entanto, por possuírem este caráter unidirecional, acabam contendo informações superficiais e desencorajando possíveis novas questões a serem levantadas, que poderiam instigar a participação social (HELLER; REZENDE; HELLER, 2007).

A população, em geral, associa água e esgoto ao tema saneamento básico, com maior ênfase aos serviços de esgotamento sanitário (PITERMAN; HELLER; REZENDE, 2013).

Rubinger (2008) destaca que é necessário fazer-se reflexão em relação à real acepção do conceito de saneamento básico, assim como de seus serviços, pelos vários setores da sociedade, no intuito de verificar as verdadeiras metas a serem estabelecidas, vislumbrando os benefícios desejados. Contudo, há muitas definições diferentes, identificadas em leis estaduais, municipais, glossários e enciclopédias, cada qual com sua interpretação, muitas vezes limitada e voltada ao esgotamento sanitário, o que torna complexo o processo de difusão do entendimento abrangente a respeito do sistema. Isto ocorre com frequência na mídia brasileira (RUBINGER, 2008).

Segundo Piterman, Heller e Rezende (2013), tomadas de decisão acerca de saneamento básico, atualmente, podem ser pouco efetivas se desconsiderem a inter-relação do saneamento com a saúde, manejo dos recursos hídricos, dos resíduos sólidos, demais aspectos e políticas públicas, quando realizadas de forma não participativa e abrangente.

Assim, a seguir são estabelecidas e sugeridas diretrizes para a adequada comunicação e sensibilização ambiental sobre o tema, a partir dos principais resultados obtidos com as conversas e entrevistas com as/os especialistas brasileiras/os e portuguesas/es. As diretrizes construídas possuem três focos principais, sendo voltadas para o planejamento, os meios e os conteúdos que podem ser utilizados para a ação comunicativa.



4.1. Diretrizes para o planejamento da ação comunicativa

Antes mesmo de se colocar em prática a comunicação e a sensibilização ambiental, é necessário se refletir quais os objetivos a serem alcançados com estas ações e atividades, desenhando-se muito bem o seu planejamento.

Assim, é necessário que se tenha em mente qual o público alvo a ser atingido, conhecendo suas preferências e particularidades, sabendo-se quais são os anseios e as motivações destas pessoas, bem como a visão de mundo delas, entendendo qual o seu ponto de vista e o que a cativa. Os públicos-alvo podem se diferenciar por gênero, etnia, faixa etária, classe social, localização geográfica, dentre outros aspectos que podem influenciar na forma com que se deve realizar as ações.

Do mesmo modo, se faz igualmente necessário que a entidade que realizará a comunicação tenha muito bem estruturado e divulgado quais são as suas missões, visão e valores, tornando públicas as suas intenções, de modo transparente e aberto.

Com estes requisitos cumpridos, a ação comunicativa se tornará consistente e reconhecida, podendo se perdurar ao longo do tempo, sendo cada vez mais popularizada, podendo estar inserida no cotidiano das pessoas de forma natural.

O planejamento da ação comunicativa é muito importante porque permite a reflexão dos propósitos desta, bem como a posterior avaliação e monitoramento das atividades, com indicadores e metas a serem verificadas, as quais auxiliarão na identificação de falhas e pontos a melhorar em cada aspecto envolvido no planejamento, possibilitando a melhoria contínua da ação comunicativa, o que favorece ainda mais a sua permanência e capilaridade.

A priorização das ações comunicativas também deve ser reconhecida e colocada em prática, uma vez que há urgência em dedicar recursos a estas de maneira concreta e incisiva, pois, quando a comunicação é feita de forma adequada, se conseguem resultados efetivos, proporcionando melhorias nas próprias prestações de serviços, refletindo-se em melhorias na qualidade de vida das pessoas e do ambiente.

Vale destacar que as ações realizadas devem ser constantemente avaliadas e adaptadas para serem trabalhadas e retroalimentadas, em um sistema de melhoria contínua, buscando sempre adequar o conteúdo e a linguagem da comunicação, para que esta se torne a mais assertiva possível.



4.2. Diretrizes para os meios de disponibilização da ação comunicativa

Os meios de disponibilização da ação comunicativa podem ser diversos, a depender do público alvo. No entanto, aqui é possível estabelecer algumas diretrizes para se nortear as escolhas a serem feitas.

É necessário que se possibilite à interlocutora e ao interlocutor da ação comunicativa condições para se responder ao que está sendo dito, portanto, se deve evitar meios unidirecionais, que valorizem mais a fala determinante do que construtiva.

Assim, meios como o contato pessoal, redes sociais, sistemas de coleta de feedbacks, reportagens em ambientes diversos (com a população), aplicativos de conversa em dispositivos móveis, workshops, bem como programas de gameficação e competição saudável, promovem e incentivam o retorno da pessoa contatada, possibilitando a ela o poder de voz, podendo este ser utilizado para cobranças, indagações e questionamentos, ou mesmo para elogios e sugestões.

Quando o poder da fala é compartilhado, as pessoas se sentem protagonistas da ação comunicativa, e isso as motiva a participar da ação, e ao menos experimentar mudar de atitude para “sentir” a diferença do que está sendo dito. A comunicação, entendida como uma via dupla (de se ouvir e ser ouvida/o) estimula as negociações e o aprendizado, torna as/os envolvidas/os iguais, e possibilita que a entidade que está realizando a ação aprenda com a pessoa que a está recebendo, e vice-versa.



4.3. Diretrizes para os conteúdos da ação comunicativa

Os conteúdos para a ação comunicativa podem variar de acordo com a demanda, necessidade e o público alvo, sendo possível estabelecer algumas diretrizes norteadoras para as futuras produções de comunicação.

O tema ambiental não é trivial e nem palatável para todas as pessoas, uma vez que, muitas vezes, são carregados de cobranças e incentivos negativos, que parecem trabalhosos e cansativos de se fazer. Portanto, é preciso que o conteúdo da ação comunicativa seja atraente e chame a atenção da pessoa que a receberá, mudando o foco do desagradável para o descontraído e suave.

Poucos textos, muitas imagens e desenhos são, na maior parte das vezes, bem sucedidos. Não necessariamente desenhos infantis e imagens de tragédias, mas sim desenhos e imagens que ilustrem alguma situação ou algum pensamento que se quer passar de maneira não convencional.

Quando se fala com as pessoas “apontando-se o dedo” às suas atitudes, de forma não compreensiva, sendo apenas e estritamente crítica, a tendência é de que a/o interlocutora/r da mensagem ignore, rejeite e não considere o seu conteúdo. Assim, é preciso que seja realizada uma ação comunicativa de igual para igual, mostrando compreensão do que se é feito cotidianamente de maneira não desejada (muitas vezes por ser mais fácil), apontando-se com cautela e sutileza o que deve ser mudado, sem julgamentos, demonstrando-se os benefícios a serem atingidos se assim o fizer, com esforço e dedicação.

Humanizar as entidades prestadoras de serviços são apelos muito positivos, que proporcionam empatia às pessoas que podem entender melhor sobre o sistema de saneamento básico quando se aprende o que se é feito por alguém que trabalha na sustentação dos serviços cotidianamente. Ou seja, mostrando-se os desafios e dificuldades superadas por funcionárias/os ao separar os resíduos ou se tratar o esgoto, por exemplo. Trazer sentimento às ações também proporcionam bons resultados, uma vez que estimulam a sensibilização das pessoas, como quando se demonstra que “os rios estão vivos ou mortos” por tais motivos, ou os “ecopontos estão felizes ou tristes” por tais motivos.

O humor e o divertimento devem estar presentes sempre que possível, possibilitando à pessoa que se descontraia enquanto aprende, o que com certeza vai gerar prazer e motivação para se replicar a postura desejada com a ação comunicativa realizada. Neste sentido, assimilações do conteúdo com aspectos do cotidiano de forma cômica podem ser muito bem sucedidos.



5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O saneamento básico consiste em um importante sistema para a sadia qualidade de vida das pessoas, e para a conservação do meio ambiente. No entanto, não é adequadamente distribuído pelo Brasil, sendo que muitas cidades brasileiras não contam com estes serviços.

Esta realidade precisa mudar, e uma das formas disto acontecer é trazendo o assunto para conhecimento e debate público, por meio da comunicação e sensibilização ambientais assertivas, para que as pessoas saibam a importância do sistema e passem a exigi-lo.

Os especialistas em comunicação social da cidade de São Carlos reforçam que, para que estas comunicações e sensibilizações ambientais assertivas ocorram, é necessário proporcionar protagonismo às pessoas, tornando-as parte intrínseca do processo comunicativo, sendo essencial planejar e mensurar a ação comunicativa.

As/os estudiosas/os portuguesas/os reforçam que é necessário definir qual o público alvo das ações comunicativas a serem realizadas, fazendo-se as diferenciações e adequações necessárias em cada caso, sendo importante que as ações sejam continuadas, sempre se aproximando da população, de forma suave e estratégica, dialogando-se com as pessoas.

Os especialistas portugueses/os concluem que estabelecimentos de regras e metas a serem alcançadas em conjunto envolvem as pessoas em busca de se atingir um objetivo em comum, pois motivam a participação e o trabalho em equipe. Elas/es acreditam que as parcerias promovem uma comunicação mais consistente e integrada, a qual impulsiona as ações da população em prol do saneamento básico.

Sendo assim, as ações comunicativas devem estimular o diálogo e a participação de todas/os envolvidas/os, sendo carregadas de falas sinceras, de igual para igual, estimulando-se a compreensão e convidando-se a fazer a diferença aos poucos, mas continuamente, um passo de cada vez, incentivando-se a mudança de hábitos e culturas para atitudes cada vez mais positivas ao meio ambiente, intrinsecamente relacionado com o bem viver de todas e todos.

Portanto, ressalta-se a importância de iniciativas de comunicação e sensibilização ambientais para o saneamento, as quais podem ocorrer baseando-se nos resultados da presente pesquisa, cujas diretrizes identificadas, estudadas e sugeridas propiciam o planejamento, os meios de disponibilização e os conteúdos para melhores ações comunicativas assertivas.

Agradecimentos

À FAPESP¹ pelo substancial apoio à pesquisa de iniciação científica que me proporcionou frutos de aprendizados constantes. À UFSCar e ao DCAm pela formação que me encanta e me motiva. Ao Prof. Dr. Frederico, por todos os ensinamentos dedicados, à Profa. Dra. Sandra por toda a orientação e suporte que foram substanciais para a pesquisa em Portugal, e à todas e todos especialistas que contribuíram sobremaneira aos resultados da pesquisa.

¹Processo nº 2018/07585-8, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

As opiniões, hipóteses e conclusões ou recomendações expressas neste material são de responsabilidade do(s) autor(es) e não necessariamente refletem a visão da FAPESP”.



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