POR UMA EDUCAÇÃO AMBIENTAL-SEXUAL PARA EMANCIPAÇÃO DO SER À LUZ DO PENSAMENTO DE PAULO FREIRE

For an Environmental-Sexual Education for Emancipation of Being in the light of Paulo Freire's thought



Ma. Aline Diniz Warken1, Prof. Dr. Lourival José Martins Filho2,

Profa. Dra. Sonia Maria Martins de Melo3



1Doutoranda e Mestra em Educação PPGE/UDESC, membra dos Grupos de Pesquisa Didática e Formação Docente (NAPE/UDESC) e Formação de Educadores e Educação Sexual (EDUSEX/UDESC), bolsista CAPES/DS, alinedw@hotmail.com .

2Doutor em Teologia pela Escola Superior de Teologia de São Leopoldo/ RS, realizou seu estágio pós-doutoral na Escola de Educação e Humanidades PUC/PR, Professor titular PPGE/FAED/UDESC, Coordenador do Laboratório e Grupo de Pesquisa Didática e Formação Docente (NAPE/UDESC), Presidente da Associação Brasileira de Alfabetização (ABAlf), lourivalfaed@gmail.com .

3 Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Professora titular FAED/UDESC, Docente permanente (Voluntária) do PPGE/UDESC, Líder do Grupo de Pesquisa Formação de Educadores e Educação Sexual (EDUSEX/UDESC), Vice-coordenadora do Laboratório Entrelaçando Saberes e Fazeres em Educação Sexual Emancipatória (LabTEIAS/UDESC), soniademelo@gmail.com .



Resumo

Este artigo tem como objetivo apresentar os fundamentos teóricos que conectam Paulo Freire à Meio Ambiente e Sexualidade. Desta maneira, destacam-se citações de sete obras paulofreireanas, do período de 1967 a 2000, e as convergências com a Carta da Terra e a Declaração dos Direitos Sexuais indicando as categorias que suscitaram do pensamento de Paulo Freire em consonância com a compreensão da inteireza do Ser, a importância da consciência crítica e a formação para cidadania como caminhos para transformação da realidade. Neste sentido, a base teórica que unifica Paulo Freire, Meio Ambiente, Sexualidade e interfaces é a relação Eu, Outro(s), Mundo sobre os preceitos, principalmente, das vivências de luta pelos direitos humanos, em perspectiva de igualdade e equidade. Percebe-se o quanto Paulo Freire enaltece as dimensões humanas, a importância de ser sujeito da história – começando pela sua própria -, a incompletude do ser humano que nos move para a busca por mudanças e da ação de luta pelos direitos humanos, a essencialidade das trocas múltiplas no coletivo e com o Meio Ambiente e a educação permanente como elemento base para conscientização crítica por meio do diálogo problematizador. Tem-se, deste modo, em Paulo Freire um verdadeiro conector de Meio Ambiente e Sexualidade.

Palavras-chave: Meio Ambiente e Sexualidade; Educação Ambiental-Sexual; Pensamento de Paulo Freire; Direitos humanos.



Abstract

This article aims to present the theoretical foundations that connect Paulo Freire to the Environment and Sexuality. In this way, we highlight citations of seven works by Paulo Freire, from 1967 to 2000, and the convergences with the Earth Charter and the Declaration of Sexual Rights, indicating the categories that arose from Paulo Freire's thought in line with the understanding of the wholeness of Being, the importance of critical awareness and formation for citizenship as ways to transform reality. In this sense, the theoretical basis that unifies Paulo Freire, Environment, Sexuality and interfaces is the relationship I, Other(s), World on the precepts, mainly, of the experiences of struggle for human rights, in a perspective of equality and equity. We can see how much Paulo Freire praises the human dimensions, the importance of being a subject of history - starting with his own -, the incompleteness of the human being that moves us towards the search for changes and the action to fight for human rights, the essentiality the multiple exchanges in the collective and with the environment and permanent education as a base element for critical awareness through the problematizing dialogue. Thus you have in Paulo Freire a true connection between the Environment and Sexuality.

Keywords: Environment and Sexuality; Environmental-Sexual Education; Paulo Freire’s thought; Human rights.



Introdução: olhares de inteireza e totalidade sobre Meio Ambiente, Sexualidade e interfaces com a luta pelos direitos humanos

Pautando-se no entendimento de que os temas Meio Ambiente e Sexualidade ainda seguem uma perspectiva dicotomizada na sociedade teve-se como problemática da pesquisa: como o pensamento de Paulo Freire, atrelado aos direitos ambientais e sexuais, contribui com fundamentos teóricos sobre os temas Meio Ambiente e Sexualidade, e suas interfaces?

Pesquisar sobre Educação Ambiental-Sexual com base de defesa dos direitos humanos abarca as urgências para seu alcance como missão global e também as possibilidades de vivência de uma comunidade global sustentável para as próximas gerações. Meio Ambiente e Sexualidade interligam-se via direitos ambientais e sexuais, pois visam o benefício da humanidade e a qualidade de vida para todas as pessoas.

Desta forma nos embasamos no conceito de Meio Ambiente como o espaço natural sendo também o espaço onde os seres humanos se modificaram e se modificam nas relações sociais que estabelecem. Partimos da conceituação de Sexualidade como uma dimensão presente em todos nós, humanos, desde nosso nascimento até a nossa morte, logo inseparável do existir humano. Ambos os conceitos interligados, Meio Ambiente e Sexualidade, são permeados por questões históricas, sociais, culturais, e também pelas nossas maneiras únicas e pessoais de ler o mundo. Assim sendo são temas que abarcam a riqueza da diversidade de Ser e de estarmos na Vida em movimento permanente de inteireza e totalidade.

Ressaltamos que compreendemos inteireza como a constituição do Ser por inteiro conectado à todas as dimensões da totalidade (aspectos ambientais, culturais, sociais, dentro outros) (POZATTI, 2012).

Entendemos que o ponto histórico em comum de Meio Ambiente e Sexualidade - com o avanço de vários estudos, pesquisas e discussões na sociedade e na educação sobre estas interfaces, expresso por meio das lutas dos movimentos sociais numa perspectiva emancipatória - remetem à luta via práxis (ação-reflexão-ação) - categoria tão defendida por Paulo Freire nas suas contribuições à luta pelos direitos humanos - numa abordagem político-pedagógica de subsidiar a libertação dos seres por meio da conscientização crítica.

A Educação Ambiental-Sexual para Emancipação do Ser (EASES), cunhada na dissertação de mestrado de Warken (2018), tem como base para a luta dos direitos ambientais e sexuais os documentos Carta da Terra (A CARTA DA TERRA INTERNACIONAL, 2000) e a Declaração dos Direitos Sexuais (WAS, 2014), onde ambos abordam a educação como um direito humano básico para os processos de conscientização e formação integral do Ser, em espaços de valorização das individualidades e das trocas no coletivo para subsidiar uma transformação social na superação deste atual modo de vida onde preponderam valores predadores do existir humano.

Frisamos que esta visão do contexto atual é que nos desafia cada vez mais a nos basearmos em vários pilares do pensamento paulofreireano. Portanto temos neste artigo o objetivo central de apresentar os fundamentos teóricos que conectam Paulo Freire à Meio Ambiente e Sexualidade, em suas profundas interfaces.

Para tal trazemos à luz neste texto algumas reflexões provocadas a partir do caminho investigativo realizado por Warken (2018) que teve como início um estudo bibliográfico exploratório de sete obras de Paulo Freire, do período de 1967 a 2000, seguido da identificação nestas obras das categorias sobre Educação, Meio Ambiente e Sexualidade, via análise de conteúdo, e posteriormente realizando movimentos de convergências à Carta da Terra e à Declaração dos Direitos Sexuais.

Este artigo está organizado apresentando-se primeiramente as/os cúmplices teóricas/os das interfaces de Meio Ambiente e Sexualidade, seguido por destaques de alguns dos movimentos metodológicos da investigação realizada. Posteriormente refletiremos os resultados e discussões e as considerações acerca do pensamento de Paulo Freire que fortalecem a perspectiva da Educação Ambiental-Sexual para Emancipação do Ser - EASES.



Referencial teórico: cúmplices da caminhada sobre as interfaces de Meio Ambiente e Sexualidade

Caminhamos, desta maneira com as bases conceituais que fundamentam a perspectiva de totalidade do Meio Ambiente e da Sexualidade como dimensão humana sob a concepção de inteireza.

Partimos do entendimento que “Meio Ambiente é tudo o que tem a ver com a vida de um ser ou de um grupo de seres vivos. Tudo o que tem a ver com a vida, sua manutenção e reprodução” (NEVES; TOSTES, 1992, p.17), ou seja, Meio Ambiente é mais do que o meio físico e biológico, sendo também estabelecido nas relações humanas (sociais, econômicas, históricas e culturais).

Compreendemos a Sexualidade como dimensão indissociável do humano e de que “somos todos seres sexuados no mundo, em permanente processo de educação, inclusive de Educação Sexual” (MELO; et al, 2011, p.20).

A preocupação com o diálogo sobre Meio Ambiente na Educação iniciou-se com os estudos e pesquisas sobre os problemas ambientais advindos da ação humana, sendo atualmente este um ponto de discussão fortemente debatido em eventos envolvendo as/os chefes de governo de boa parte dos países no planeta, mas também com o aumento do uso desta bandeira nos movimentos sociais ambientalistas/ecológicos que têm sua gênese na década de 1960.

Os movimentos sociais da década referida também interferem sobre a abordagem da Sexualidade na Educação que com as várias abordagens do feminismo e os novos estudos sobre métodos contraceptivos, além dos casos recorrentes de gravidez e infecções sexualmente transmissíveis na adolescência, levam os assuntos na busca de superar um discurso médico-biológico repressivo e redutor da dimensão Sexualidade para estudantes entre os 12 aos 18 anos de idade.

Já a Educação Ambiental e a Educação Sexual, na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio e Educação de Jovens e Adultos, numa perspectiva emancipatória foram e são abordadas no Brasil por meio de projetos pontuais. Os temas não possuem uma obrigatoriedade na demanda curricular, todavia compreende-se que há uma significativa “porta de entrada” para os diálogos sobre Meio Ambiente e Sexualidade nos diversos espaços de formação: os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs – BRASIL, 1997 e 1998), documento brasileiro norteador que sugere um trabalho pedagógico transversal destes temas a partir das disciplinas de base, como Língua Portuguesa e Matemática, sob o entendimento que são conceitos fundamentais para formação da/o cidadã/ão. Os conceitos de Meio Ambiente e Sexualidade neste documento foram e são indicadores de um olhar numa perspectiva de totalidade, mesmo não aprofundando suas interfaces.

Vale ressaltar que os PCNs orientaram e orientam com sugestões para a ação pedagógica, assim não são obrigados a serem praticados. Atualmente, com a vigência dos documentos Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs, 2013) e Base Nacional Curricular Comum (BNCC, 2015), os PCNs se tornaram documentos históricos, mas ainda com muitas contribuições teóricas positivas a serem consideradas. Mas reforçamos a relevância dos conhecimentos e conceitos apresentados nos PCNs a partir de os refletirmos numa perspectiva de totalidade, bem como no entendimento da inteireza, fruto das relações de pertencimento do Ser Humano no Planeta Terra. Os PCNs podem ser usados para a orientação de trabalhos intencionais sobre Meio Ambiente e Sexualidade, principalmente no que versa sobre o aporte teórico das práticas pedagógicas nos diferentes níveis de educação ( Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos, como também nas graduações e nas pós-graduações do Ensino Superior).

Sob esta perspectiva de totalidade, concordamos com o caderno de temas transversais sobre Meio Ambiente, dos PCNs, quando nos diz que:

A vida cresceu e se desenvolveu na Terra como uma trama, uma grande rede de seres interligados, interdependentes. Essa rede entrelaça de modo intenso e envolve conjuntos de seres vivos e elementos físicos. Para cada ser vivo que habita o planeta existe um espaço ao seu redor com todos os outros elementos e seres vivos que com ele interagem, por meio de relações de troca de energia: esse conjunto de elementos, seres e relações constitui o seu meio ambiente. (...) o ser humano faz parte do meio ambiente e as relações que são estabelecidas — relações sociais, econômicas e culturais (BRASIL, 1997, p. 27).

Esta afinidade com as interfaces de uma proposta de indivisibilidade entre Meio Ambiente e Sexualidade – numa perspectiva de totalidade e inteireza entre o Ser e a Terra, bem como das relações dialéticas Eu, Outro(s), Mundo -, também estão presentes no caderno de temas transversais sobre Orientação Sexual ao indicar que:

A sexualidade tem grande importância no desenvolvimento e na vida psíquica das pessoas, pois independentemente da potencialidade reprodutiva, relaciona-se com a busca do prazer, necessidade fundamental dos seres humanos. Nesse sentido, a sexualidade é entendida como algo inerente, que se manifesta desde o momento do nascimento até a morte, de formas diferentes a cada etapa do desenvolvimento. Além disso, sendo a sexualidade construída ao longo da vida, encontra-se necessariamente marcada pela história, cultura, ciência, assim como pelos afetos e sentimentos, expressando-se então com singularidade em cada sujeito (BRASIL, 1998, p.81).

Vale ressaltar que pontuamos nossa objeção ao termo Orientação Sexual expresso no caderno sobre Sexualidade dos PCNs, pois entendemos que a orientação sexual se refere à direção do desejo sexual humano, podendo ser reconhecida como homossexual, bissexual, heterossexual e outros. Logo, utilizamos em seu lugar os termos Sexualidade, como dimensão humana, e Educação Sexual, como processo permanente entre os seres humanos.

Sob esta ótica, os estudos sobre Sexualidade, como uma dimensão humana inseparável do Ser e portanto, como conceito político-social se faz essencial em todas as formações educativas regulares, desde a Educação Infantil à Pós-Graduação, pois além de abarcar a inteireza humana com seus reflexos em todos os âmbitos de nossas vidas (cultural, histórico, social, econômico, educacional, político), a história da humanidade e a atual sociedade das informações e comunicações, desvela-nos que os modelos de repressão e conservadorismo - impostos pelas igrejas, pelo capitalismo e pelo patriarcado - afetam sobremaneira os seres humanos e as relações Eu, Outro(s), Mundo. Assim vivenciamos naturalizando o feminicídio, a violência e morte de pessoas LGBT’s + , os inúmeros casos de violências sexuais e estupros contra crianças e mulheres, o aumento do número de infecções sexualmente transmissíveis, a problemática da gravidez na adolescência, as várias expressões de tratamento desigual entre os gêneros e o preconceito contra a riqueza da diversidade humana, dentre tantos vieses desumanos que resultam de uma visão redutora da dimensão Sexualidade.

Entendemos desta maneira ser fundamental e urgente uma Educação Sexual que abarque a Sexualidade como dimensão inerente a todos os seres humanos, sob uma perspectiva emancipatória, que possibilite o autoconhecimento e o respeito entre as diversas formas de ser humano (WARKEN, 2018).

Neste sentido é que foi estabelecida a proposta político-pedagógica da EASES - Educação Ambiental-Sexual para Emancipação do Ser (WARKEN, 2018), com o desafio de ser construída com urgência, ainda mais quando refletimos que estamos vivendo um processo de crise da humanidade.

Esta crise planetária e civilizatória que se apresenta em uma catástrofe anunciada é referente sobretudo ao uso indiscriminado dos recursos naturais onde o ser humano está em uma relação de dominação predadora com a Natureza e com o Meio Ambiente.

Sob esta compreensão, os estudos sobre Meio Ambiente são urgentes, pois viemos de séculos “sugando” os recursos do Planeta Terra e a maioria de nós não têm um sentimento de pertencimento – porque não somos educadas/os para tal – e não notamos a nítida relação da ação humana na degradação do Meio Ambiente, o que acaba afetando o próprio Ser, com o aprofundamento da problemática da fome, com a poluição das águas, ar e solos, o uso de diversos agrotóxicos em nossos alimentos, o desmatamento e extinção de espécies da fauna e flora, a alta produção de resíduos sólidos e as poucas soluções para o reuso dos materiais, as alterações climáticas e a destruição da camada de ozônio (WARKEN, 2018).

Assim, o micro – diversas ações do Ser Humano - se reproduz no macro – intervenções e impactos no Planeta Terra. Em um processo galopante de escassez de recursos naturais, os ciclos da Natureza pouco conseguem se renovar e sobreviver. Com a doença/morte da Vida (Planeta Terra) e das vidas (elementos naturais e seres vivos), o suicídio humano é fato.

Observamos, então, que a crise humana, deste século, tem um desafio maior: o ser humano deve perceber-se em sua inteireza (pleno por ter como parte sua inseparável dimensão Sexualidade) e conectado ao Meio Ambiente para assim proteger-se, e proteger o(s) outro(s) e o Planeta Terra, em sua totalidade.

Deste modo, refletindo sobre os direitos humanos e Meio Ambiente e Sexualidade, ressaltamos que a Constituição Brasileira (1988) prevê no seu artigo 225 que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Agregando ao exposto, a Organização das Nações Unidas (ONU) formulou, em 2000 e 2015, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) que demonstram a importância e urgência do diálogo intencional sobre Meio Ambiente e Sexualidade na educação nas diferentes formações educativas. Estes objetivos abarcam a necessidade de respeito ao Meio Ambiente, de assegurar uma vida sustentável, da valorização da mulher, da igualdade entre sexos, da educação básica para todas as pessoas, de deter e reverter a degradação da terra, bem como de deter a perda de biodiversidade, de promover sociedades pacíficas e inclusivas e o acesso à justiça para todas as pessoas (ONU, 2000, 2015).

Nesta direção a seguir extrairemos da investigação cujo estudo é o eixo destas reflexões alguns dos seus movimentos metodológicos.



Movimentos metodológicos: caminhos de convergências entre pensamento paulofreireano e direitos ambientais e sexuais

Partimos do princípio que para fazer Ciências na Educação, ainda mais nos dias atuais, deve-se fugir das amarras de perspectivas redutoras que não valorizam a pesquisa, a/o pesquisadora/or e os sujeitos (ou os objetos quando assim couber) em sua inteireza e totalidade, sob a máxima que não há neutralidade nas Ciências, tendo como motivação os processos de conhecimento da natureza das coisas e do universo, visando a contribuição e/ou transformação da (s) realidade (s) numa busca da emancipação humana.

Martins Filho (2019) alerta sobre a necessidade de repensar a educação e a prática pedagógica em uma abordagem onde se reconheça que todos somos seres em processo de aprendizagem. Não existe um pesquisar e um educar neutros. A intencionalidade é a marca do ser humano no mundo e com o mundo.

Desta maneira, entendemos que “a pesquisa é fruto de condições materiais, sociais, históricas e discursivas, e que a/o pesquisadora/or é peça fundamental nesta produção (já que é permeada/o por suas próprias condições de vida)” (WARKEN, 2018, p.59).

O estudo sobre o qual refletimos neste artigo foi balizado pelo paradigma do materialismo histórico como visão de mundo e do método dialético como caminho, onde “a realidade se constrói diante do pesquisador por meio das noções de totalidade, mudança e contradição” (DINIZ; SILVA, 2008, p.4). Logo o caminho de construção do saber científico se constrói e desconstrói nos processos de interações entre pesquisadora/or e sujeitos/objeto/fato/fenômeno e deles com o mundo.

Agregando ao exposto, como abordagem metodológica, fica desvelado o cunho qualitativo como aquele que eleva os processos de compreensão e interpretação dos conteúdos da pesquisa, e não tanto busca descrevê-los ou explicá-los (TOZONI-REIS, 2010).

Assim, a metodologia de procedimentos foi pautada em seu início, como já registramos, em pesquisas bibliográficas e documentais acerca da Educação Ambiental e Sexual, dos direitos ambientais e sexuais, bem como das legislações sobre Meio Ambiente e Sexualidade. Neste mote é que foram, após esta etapa, trazidas aos caminhos trilhados as obras de Paulo Freire, que foram também alvo de instrumento de coleta sob a técnica de análise de dados indicada por Bardin (1988).

Neste sentido, para resolução da problemática da pesquisa, foi realizada uma análise de conteúdo de sete obras de Paulo Freire, do período de 1967 a 2000 e estas cotejadas à Carta da Terra e à Declaração dos Direitos Sexuais.

A análise de conteúdo, basicamente, ocorreu com a seleção, leitura, fichamento e organização de citações mais profundas do pensamento paulofreireano que apontam reflexões acerca de Meio Ambiente e Sexualidade.

Registramos que a Carta da Terra (A CARTA DA TERRA INTERNACIONAL, 2000) é utilizada pelo Instituto Paulo Freire, principalmente por Moacir Gadotti, onde o teórico compreende que este documento é a Declaração dos Direitos Humanos do século XXI. Já a Declaração dos Direitos Sexuais (WAS, 2014) é um documento utilizado pelo Grupo de Pesquisa EDUSEX UDESC, principalmente, porque versa sobre o direito de uma Educação Sexual para emancipação. Os documentos sobre direitos ambientais e direitos sexuais, compreendidos como parte inseparável dos direitos humanos, foram selecionados para iluminar as obras paulofreireanas por compreendermos que Paulo Freire se baseia na luta pelos direitos humanos como essencial para a formação da/o cidadã/ão crítica/o.

As sete obras paulofreiranas foram lidas em ordem cronológica para compreender a evolução de seu pensamento e selecionadas pela consonância ali percebida em cada uma com os temas Meio Ambiente e Sexualidade. Também, após uma leitura mais aprofundada, foram delimitados na metodologia os itens mais representativos dos documentos Carta da Terra e Declaração dos Direitos Sexuais no entendimento de agregar o enfoque de cotejá-los com as obras de Paulo Freire selecionadas. Assim, na Carta da Terra (CT) que possui 16 itens dentro de 4 princípios, foram focados os 10 itens mais representativos:

Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade (item 1 da CT);

Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor (item 2 da CT);

Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas (item 3 da CT);

Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações (item 4 da CT);

Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário (item 7 da CT);

Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido (item 8 da CT);

Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável (item 10 da CT);

Afirmar a igualdade e a equidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas (item 11 da CT);

Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável (item 14 da CT);

Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz (item 16 da CT).

Já para o aporte da Declaração dos Direitos Sexuais (DDS), dos seus 16 itens foram selecionados 6:

Direito a igualdade (item 1 da DDS);

Direito a vida (item 2 da DDS);

Direito a autonomia e integridade corporal (item 3 da DDS);

Direito a alto padrão de saúde, incluindo saúde sexual (item 7 da DDS);

Direito à educação e o direito à educação sexual esclarecedora (item 10 da DDS);

Direito à liberdade de pensamento, opinião e expressão (item 13 da DDS).

A seguir, objetivando apresentar os fundamentos teóricos que conectam Paulo Freire às categorias Meio Ambiente, Sexualidade e suas interfaces, são pontuadas citações das obras de Paulo Freire e suas convergências com os documentos de direitos ambientais e sexuais.



Resultados e Discussões: Paulo Freire como aquele que conecta Meio Ambiente e Sexualidade

Sob as bases de estudo sobre Meio Ambiente e Sexualidade - buscando fundamentos para desvelar suas interfaces, com a premissa da compreensão do ser humano em sua inteireza sob a ótica de totalidade das relações dialéticas dos seres humanos uns com os outros e também com o Planeta Terra - somou-se o entendimento do pensamento paulofreireano como cúmplice teórico e foco do estudo exploratório, tendo Meio Ambiente e Sexualidade em suas interfaces como o ponto base comum, principalmente, os direitos humanos.

No quadro a seguir foram apresentados significativos encontros nas obras de Paulo Freire – com a exemplificação de uma citação de cada obra - em consonância com Meio Ambiente e Sexualidade em interfaces, bem como os movimentos de convergências com a Carta da Terra e a Declaração dos Direitos Sexuais.



Quadro 1 - Convergências da citação paulofreireana, da CT e da DDS em 7 obras de Paulo Freire

Obra de Paulo Freire

Citação de Paulo Freire

(grifo nas palavras-chave que remeteram à convergência)

Item(ns) da CT

Item(ns) da DDS

Educação como prática da liberdade (1967)

As relações que o homem trava no mundo com o mundo (pessoais, impessoais, corpóreas e incorpóreas) apresentam uma ordem tal de características que as distinguem totalmente dos puros contatos, típicos da outra esfera animal. Entendemos que, para o homem, o mundo é uma realidade objetiva, independente dele, possível de ser conhecida. É fundamental, contudo, partirmos de que o homem, ser de relações e não só de contatos, não apenas está no mundo, mas com o mundo. Estar com o mundo resulta de sua abertura à realidade, que o faz ser o ente de relações que é. Há uma pluralidade nas relações do homem com o mundo, na medida em que responde à ampla variedade dos seus desafios (p.47).

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Pedagogia do Oprimido (1970)

Os oprimidos que se "formam” no amor à morte, que caracteriza o clima da opressão, devem encontrar, na sua luta, o caminho do amor à vida, que não está apenas no comer mais, se bem que implique também nele e dele não possa prescindir. É como homens que os oprimidos têm de lutar e não como "coisas”. É precisamente porque reduzidos a quase “coisas”, na relação de opressão em que estão, que se encontram destruídos. Para reconstruir-se é importante que ultrapassem o estado de quase “coisas”. Não podem comparecer à luta como quase "coisas”, para depois ser homens. É radical esta exigência (p.31).

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Educação e Mudança (1979)

Se a vocação ontológica do homem é a de ser sujeito e não objeto, só poderá desenvolvê-la na medida em que, refletindo sobre suas condições espaço-temporais, introduz-se nelas, de maneira crítica. Quanto mais for levado a refletir sobre sua situacionalidade, sobre seu enraizamento espaço-temporal, mais “emergirá” dela conscientemente “carregado” de compromisso com sua realidade, da qual, porque é sujeito, não deve ser simples espectador, mas deve intervir cada vez mais (p.61).

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Conscientização (1980)

A conscientização não é uma varinha mágica para os revolucionários, mas uma dimensão de base de sua ação reflexiva. Se os homens não fossem “entidades conscientes”, capazes de atuar e perceber, de saber e recriar; se não fossem conscientes de si mesmos e do mundo, a ideia de conscientização não teria nenhum sentido e aconteceria o mesmo com a ideia de revolução. Empreendem-se revoluções para libertar os homens, precisamente porque os homens podem saber que são oprimidos e ser conscientes da realidade opressora na qual vivem (p.108).

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À sombra desta mangueira (1995)

A possibilidade de discernir, comparar, escolher, programar, atuar, avaliar, nos comprometer, nos arriscar, faz-nos seres da decisão, portanto, seres éticos. Por isso é um imperativo ético lutar contra a discriminação. Discriminados porque negros, mulheres, homossexuais, trabalhadores, brasileiros, árabes, judeus, não importa por quê, temos o dever de lutar contra a discriminação. A discriminação nos ofende a todos porque fere a substantividade de nosso ser. A nossa luta contra as discriminações, contra a negação de nosso ser só levará à vitória se realizarmos o óbvio: a unidade na diversidade (p.70).

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Pedagogia da Autonomia (1997)

O suporte veio fazendo-se mundo e a vida, existência, na proporção que o corpo humano vira corpo consciente, captador, apreendedor, transformador, criador de beleza e não “espaço” vazio a ser enchido por conteúdos. A invenção da existência envolve, repita-se, necessariamente, a linguagem, a cultura, a comunicação em níveis mais profundos e complexos do que o que ocorria e ocorre no domínio da vida, a “espiritualização” do mundo, a possibilidade de embelezar como de enfear o mundo e tudo isso inscreveria mulheres e homens como seres éticos. Capazes de intervir no mundo, de comparar, de ajuizar, de decidir, de romper, de escolher, capazes de grandes ações, de dignificantes testemunhos, mas capazes também de impensáveis exemplos de baixeza e de indignidade (p.51).

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Pedagogia da Indignação (2000)

A questão da violência não só física, direta, mas sub-reptícia, simbólica, violência e fome, violência e interesses econômicos das grandes potências, violência e religião, violência e política, violência e racismo, violência e sexismo, violência e classes sociais. A luta pela paz, que não significa a luta pela abolição, sequer pela negação dos conflitos, mas pela confrontação justa, crítica dos mesmos e a procura de soluções corretas para eles é uma exigência imperiosa de nossa época. A paz, porém, não precede a justiça. Por isso a melhor maneira de falar pela paz é fazer justiça (p.131).

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Item 16.

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Item 4,

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Fonte: Elaborado pelas autoras e pelo autor (2022) com base em Warken, 2018.



Assim, com os movimentos de convergências entre o pensamento paulofreireano e os documentos sobre direitos ambientais e sexuais, a caminhada investigativa resultou em apontar que

(...) a base teórica que unifica o pensamento paulofreireano às dimensões ambientais e sexuais são as relações Eu, Outro(s), Mundo e que Paulo Freire entendia as temáticas Meio Ambiente e Sexualidade em suas totalidades, exaltava a importância da consciência crítica, do diálogo problematizador e da formação para cidadania como caminhos de transformação de realidade, bem como de uma nova mudança paradigmática refletindo no autocuidado, cuidado com Outro(s) e com o Planeta Terra. Neste sentido, reconheceu-se nas obras do teórico o grande educador ambiental-sexual que Paulo Freire se constituía (WARKEN, 2018, p.12).

Neste fazer exaltam-se os pilares paulofreireanos que foram encontrados em suas obras do período de 1967 a 2000, compreendidos como conceitos fundantes de sua filosofia e assim definidos na investigação que provocou nossas reflexões neste artigo, como categorias base em Paulo Freire. Os pilares do pensamento paulofreireano nos levam a refletir sobre a condição humana apontando também para a base da proposta da EASES - Educação Ambiental-Sexual para Emancipação do Ser, pois fundamentam:

Com a realização do desvelamento das convergências entre os documentos e dos extratos registrados como resultados das movimentações de inter-relações desveladas pela análise dos conteúdos, foram encontradas destacadas possibilidades de convergências do pensamento paulofreireano, expresso em sete obras, com a Carta da Terra e a Declaração dos Direitos Sexuais, sendo que num primeiro momento foi ressaltada aquela por meio da categoria base de Paulo Freire “direitos humanos”, pois permeia todos os documentos, parecendo como um eixo a ligar todas as outras categorias, diretamente ligadas com a base das relações de Eu, Outro(s)no Mundo.

Destacaram-se, assim, seis pontos que nasceram da convergência dos itens selecionados da CT e DDS e representam os indicadores das categorias emancipatórias: respeito, cuidado, democracia, sustentabilidade, equidade e educação para a Vida.

Neste sentido, por meio desses seis indicadores de categorias observamos que há a possibilidade de diversas capilarizações para muitos outros conceitos que são importantes para a fundamentação de Meio Ambiente, Sexualidade e suas interfaces, à luz do pensamento paulofreireano, nestes caminhos que desvelaram a convergência do mesmo aos direitos ambientais e sexuais, expressos na Carta da Terra e na Declaração dos Direitos Sexuais.

Após nossas reflexões, chegamos à algumas considerações (sempre) provisórias: é possível sim construir e vivenciar uma Educação Ambiental-Sexual para Emancipação do Ser como caminho de esperança para práticas comprometidas à luz do legado de Paulo Freire.

Paulo Freire foi um ser teórico da vida, extremamente humano e ético que inspira às pessoas a serem pesquisadoras/es e estudantes para, com e da Vida, pensando em uma nova maneira de viver como cidadã/ão do, no e com o mundo, sob a relação dialética com o Eu, Outro(s)no Mundo refletindo as bases do cuidado amoroso, da conscientização crítica reflexivo, da fraternidade, da justiça e da paz.

Paulo Freire é cúmplice teórico preferencial como conector que é de Meio Ambiente e Sexualidade em suas ricas interfaces. Lembramos que Paulo Freire disse que mais do que um método de alfabetização, uma teoria educacional ou uma pedagogia, ele criou uma filosofia da educação. Por esta razão nunca quis seguidoras/es, logo propõe em suas obras o desafio de reinventá-lo. Assim, nos entendemos como estudiosas/os de seu pensamento, procurando estar em movimento permanente de criticidade, de problematização, de inspiração amorosa e de fundamentação consciente.

Nesta consonância como educadora/or-educanda/o, com um sentimento de vivência em busca de um propósito maior de vivermos em inteireza e totalidade emancipatórias, fazendo parte da história e da cultura ao desvelarmos o sentimento de pertencimento do Ser como parte indissociável do Planeta Terra, que acredita no poder humano de transformar e que se dispõe nas trincheiras da vida a lutar por uma educação crítica, por uma conscientização que proteja o Ser no mundo, em uma sociedade global sustentável e pacífica.

Reafirmamos que, como consequência do modo de produção de vida atual, vivemos um período de crise humana, logo de crise educacional, onde o pensamento paulofreireano se constata como muito necessário ao refletirmos sobre o contexto.

Deste modo, Paulo Freire nos desafia a pensar processos da construção de um novo projeto de humanidade quando nos diz que é preciso reinventar o mundo e esta transformação perpassa a educação. “Uma educação que proponha ou aproveite situações em que educandos experimentem a força e o valor da UNIDADE NA DIVERSIDADE” (FREIRE, 1995, p.72 – grifo nosso)”.

Com isto posto, compreendemos que “o caminho de retorno à visão de unificação do ser humano e o Planeta Terra acontece na integração de Meio Ambiente e Sexualidade, por meio da Educação” (WARKEN, 2018, p.149). Deste modo, propõe a caminhada investigativa que foi base de nossas reflexões neste artigo a EASES - Educação Ambiental-Sexual para Emancipação do Ser – como uma teoria de Educação pela, para e com a Vida e expressão de uma Educação do século XXI que reflete sobre uma nova perspectiva de Ser Humano em sentimento de pertencimento e conexão sob a base Eu, Outro(s), Mundo.

Logo, pontuamos nossa perspectiva de possibilidades de ser forjada no cotidiano uma Educação Ambiental-Sexual para Emancipação do Ser à luz de categorias do pensamento paulofreireano, sob o entendimento da urgência de uma formação integral que abarque as dimensões do Ser em sua totalidade e inteireza, como expressão viva de um diálogo crítico-amoroso, numa visão ampliada sobre a existência de uma cidadania planetária, a partir do nosso sentimento do pertencimento à uma comunidade global, em suas interfaces com o autocuidado, o cuidado para com o Outro e com o Mundo.



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