DAS RAÍZES HISTÓRICAS ÀS FOLHAS E PRÁTICAS DOS FITOTERÁPICOS: A ETNOBOTÂNICA NO PROCESSO SAÚDE DOENÇA

Janaina Vital de Albuquerque1, Erlene Roberta Ribeiro dos Santos2, Gilberto Gonçalves Rodrigues1.3



1-Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Prof. Moraes Rego, s/n, 50740-465, Recife, Brasil

2- Departamento de Saúde Coletiva, Centro Acadêmico de Vitória, UFPE, Brasil

3- Departamento de Zoologia, Centro de Biociências, UFPE

jana_avital@hotmail.com

Resumo

Conservar a biodiversidade e proteger os ecossistemas naturais não significa necessariamente enfrentar o progresso humano. A luta social continua focada em reintegrar e empoderar a natureza e o poder que a sociedade deve seguir com intenções sustentáveis de reduzir ou pelo menos desacelerar a máquina capitalista, a luta social dá mais força para suavizar cada comunidade e sua cultura, conhecimento. Dessa maneira, busca-se como objetivo, integrar, combinar e resumir algumas das conclusões tiradas por pensadores no decorrer dos anos com relação a etnofarmacobotânica e seus usos na medicina tradicional. O uso de plantas medicinais já foi incentivado pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS), e o uso de plantas medicinais tem se tornado cada vez mais objeto de políticas públicas, principalmente na área da saúde. Diversas plantas são utilizadas em larga escala para fins medicinais. A fim de reduzir o número de pessoas excluídas dos sistemas de saúde governamentais, a OMS recomenda que os órgãos nacionais responsáveis ​​pela Saúde Pública recomendam o uso de fitoterápicos reconhecidos com aplicações científicas. O uso popular tradicional, apesar de amplamente difundido, tem pouco impacto negativo na vegetação nativa, pois, geralmente, as quantidades usadas são pequenas; grande parte do material vem de plantios domésticos, sendo que, para muitas espécies, apenas parte da planta é colhida, sem eliminá-la, e, quando a colheita envolve a eliminação de plantas, muitos dos coletores tradicionais têm o cuidado de não esgotar a população, onde, por outro lado, o uso pode ter um impacto positivo, por aumentar o interesse na preservação de áreas nativas.

Palavra-chave: Biodiversidade; Plantas medicinais; Farmacobotânica; Conhecimento Ecológico Local; SUS.



Introdução

O conhecimento popular sobre o uso e a eficácia das plantas contribui de forma relevante para a divulgação de suas propriedades, despertando o interesse de pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento podendo ser utilizadas não apenas como modelo para a síntese e obtenção de novos fármacos, mas também como uma possibilidade de intervenção terapêutica (COSTA e MAYWORM, 2011).

A natureza, sempre trouxe curiosidade na humanidade, suas belezas despertam no homem uma imensa vontade de aprender e desvendar, seja por descobrir suas belezas ou como bens de consumo para uso na sociedade como alimento, usado como produto, no seu uso paisagístico ou na saúde mitigando a degradação da terra, incentivando o uso sustentável dos bens de consumo (STANTURF et al., 2014).

As plantas medicinais são aquelas capazes de aliviar ou curar enfermidades e têm tradição de uso como remédio em uma população ou comunidade. Para usá-las, é preciso conhecer a planta e saber onde colhê-la, e como prepará-la. Normalmente são utilizadas na forma de chás e infusões. Quando a planta medicinal é industrializada para se obter um medicamento, tem-se como resultado o fitoterápico. O processo de industrialização evita contaminações por micro-organismos e substâncias estranhas, além de padronizar a quantidade e a forma certa que deve ser usada, permitindo uma maior segurança de uso. Os fitoterápicos industrializados devem ser regularizados na Anvisa antes de serem comercializados. Fitoterápicos também podem ser manipulados em farmácias de manipulação autorizadas pela vigilância sanitária e, neste caso, não precisam de registro sanitário, mas devem ser prescritos por profissionais habilitados (ANVISA, 2020).

A OMS (Organização Mundial da Saúde) (1998) define planta medicinal como “qualquer planta que contenha em um ou mais órgãos uma substância útil para fins terapêuticos ou como precursora de um medicamento semissintético” (WHO, 1998), ou seja, plantas medicinais são aquelas que podem aliviar ou curam doenças e têm tradição de serem usados como remédio em pessoas ou comunidades (VEIGA JUNIOR; PINTO ;MACIEL, 2005). Os responsáveis pelo efeito terapêutico que a planta medicinal possui são os princípios ativos (MONTANARI, 2002).

A modernidade sempre foi considerada como um dos pilares que minam a cultura tradicional porque não consegue integrar estruturalmente todas as modernizações, mas sob outra perspectiva, a cultura moderna é muitas vezes vendida pela desvalorização das normas tradicionais. Os saberes e tradições populares passados de geração em geração são muitas vezes os únicos recursos médicos para certas comunidades ou povos, mas esse conhecimento foi perdido com o uso de medicamentos alopáticos e a perda da flora local. A luta social continua focada em reintegrar e empoderar a natureza e o poder que a sociedade deve seguir com intenções sustentáveis de reduzir ou pelo menos desacelerar a máquina capitalista, a luta social dá mais força para suavizar cada comunidade e sua cultura, conhecimento.

Proteger a biodiversidade e proteger os ecossistemas naturais não significa necessariamente enfrentar o progresso humano. A biodiversidade não é apenas um conjunto de componentes segregados em vários níveis, mas principalmente como eles se organizam e interagem, até mesmo as interações e processos pelos quais organismos, populações e ecossistemas mantêm sua estrutura e função (BORSATO, 2011).

Sendo assim, a utilização de plantas medicinais no combate de doenças é de fundamental importância, não só quanto ao aspecto social, mas considerando as necessidades práticas e o resgate cultural quase perdido, a manutenção do habitat e processos vinculados à manutenção climática, aos processos hidrológicos e de saúde ambiental, englobando as quatro categorias apresentadas pelo Millennium Ecosystem Assessment (MEA)(MEA, 2005),bem como nos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS), nesta agenda estão previstas ações mundiais nas áreas de erradicação da pobreza, segurança alimentar, agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades e outras ações que impacto de forma direta a vida do homem na terra (ONU, 2017). O uso de plantas medicinais está diretamente ligado ao objetivo 3, que tem seu foco principal na saúde da população e de forma indireta o objetivo 12, que aborda a produção e o consumo sustentáveis, com foco em ações globais.

Dessa maneira, busca-se como objetivo, integrar, combinar e resumir conclusões fundamentadas por pensadores no decorrer dos anos com relação a etnofarmacobotânica e seus usos na medicina tradicional.

A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos: A garantia do acesso seguro e o uso racional de farmacobotânicos

Várias espécies vegetais são usadas em larga escala para fins medicinais. Com a divulgação das espécies indicadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no programa RENAFITO (Relação Nacional de Plantas Medicinal e Fitoterápico) algumas espécies sofreram uma ação de uso maior do que a esperada colocando-as em risco devido a seu interesse popular e político com a utilização aumentada pela ação farmacêutica (BRASIL, 2009).

Os dados sobre o mercado nacional e estrangeiro de fitoterápicos são crescentes, com uma taxa de crescimento anual de cerca de 15% (RODRIGUES e NOGUEIRA, 2008), o que indica a necessidade de organização do setor produtivo. Considerando que o principal objetivo da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterapia é "garantir ao povo brasileiro o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterapia, e promover o uso sustentável da diversidade biológica, o desenvolvimento de cadeias produtivas e indústrias nacionais" (Brasil, 2006).

O Brasil é o país que detém a maior parcela da biodiversidade, em torno de 15 a 20% do total mundial, com destaque para as plantas superiores, nas quais detém aproximadamente 24% da biodiversidade. Entre os elementos que compõem a biodiversidade, as plantas são a matéria-prima para a fabricação de fitoterápicos e outros medicamentos. Além de seu uso como substrato para a fabricação de medicamentos, as plantas são também utilizadas em práticas populares e tradicionais como remédios caseiros e comunitários, processo conhecido como medicina tradicional. Além desse acervo genético, o Brasil é detentor de rica diversidade cultural e étnica que resultou em um acúmulo considerável de conhecimentos e tecnologias tradicionais, passados de geração a geração, entre os quais se destaca o vasto acervo de conhecimentos sobre manejo e uso de plantas medicinais (BRASIL, 2016).

Rodrigues (2016), comenta que “o Brasil tem conhecimento científico sobre um percentual, ainda que baixo, das plantas destinadas ao uso medicinal, e as empresas brasileiras têm capacitação necessária para gerar processos tecnológicos” e ainda continua comentando dobre os desafios e suas perspectivas onde “com essa janela de oportunidade, o Brasil poderá avançar, e muito, no uso de sua biodiversidade com a geração de produtos de alto valor agregado”.

Considerando o objetivo principal da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos é “garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional” (BRASIL, 2016), tomando força e sendo cada vez mais objetos de políticas públicas, especialmente na área da saúde e políticas valorizando e incentivando do conhecimento empírico das comunidades, garantindo um ambiente saudável, que concilie desenvolvimento socioeconômico, tecnológico e preservação ambiental.

Para reduzir o impacto da degradação ambiental e proteger a natureza, o Estado adota estratégias como a criação de áreas protegidas legais para proteger os ecossistemas florestais e sua biodiversidade. Nos últimos anos, o Brasil tem formulado e implementado políticas valorizando e incentivando o investimento nessa área inclusive sobre o aspecto econômico e comercial se tendo um resgate do conhecimento tradicional. Programas como o RENISUS (Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS) e o RENAFITO vêm incentivando o uso de plantas com potencial de interesse do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Ministério da Saúde (BRASIL, 2016).

A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, quando aprovada em junho de 2006, tinha, dentre seus objetivos, estabelecer o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) (BRASIL, 2007; 2016), com prazos pré-determinados. Os princípios orientadores do processo de formulação do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos foram:

Ampliação das opções terapêuticas e melhoria da atenção à saúde aos usuários do Sistema Único de Saúde SUS; uso sustentável da biodiversidade brasileira; valorização, valoração e preservação do conhecimento tradicional das comunidades tradicionais e indígenas; fortalecimento da agricultura familiar; crescimento com geração de emprego e renda, redutor das desigualdades regionais; desenvolvimento industrial e tecnológico; inclusão social, redução das desigualdades sociais e participação popular e controle social (BRASIL, 2007).

Em 2006, foi criada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) após 10 anos, em 2017, foram incorporadas 14 atividades, chegando às 19 práticas, dentre elas as práticas ligadas a medicina tradicional chinesa, plantas medicinais/fitoterapia e às Terapias Florais utilizam insumos vegetais para a manutenção, mitigação e cuidados com a saúde Somando as atividades coletivas, a estimativa é que cerca de 5 milhões de pessoas por ano participem dessas práticas no SUS (BRASIL, 2018).

O serviço de Fitoterapia é ofertado em 1.108 municípios, segundo dados de 2017 do SISAB – Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica. Os produtos à base de plantas medicinais são seguros para a saúde, quando utilizados corretamente. Eles são testados para a confirmação da eficácia e dos riscos de seu uso, e também para garantir a qualidade do insumo. Cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa e às Vigilâncias Sanitárias Municipais e Estaduais o controle desses medicamentos. A utilização de fitoterápicos e plantas medicinais valoriza a cultura e o conhecimento tradicional e o popular, fortalece o desenvolvimento da cadeia produtiva e é uma opção terapêutica aos usuários do SUS (BRASIL, 2020).

O Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais (PPPM) da Central de Medicamentos (CEME, a Política Nacional de Medicamentos, Portaria no 3916, em meados de em 2001, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, aprovada pelo Decreto Presidencial n o 5.813, de 22/06/2006 e por fim o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos com a missão de monitorar e avaliar a implantação da Política Nacional (SANTOS et al, 2011).

As políticas que debatem a cerca do uso de plantas medicinais estão resumidas na linha do tempo (Figura 1), as essas políticas garantem o acesso seguro ao uso de plantas medicinais e fitoterápicos.



Figura 1- Linha do tempo das Políticas ambientais que envolvem o uso de plantas medicinais e Fitoterápicos até o ano de 2021.

Fonte: BRASIL. Exposição virtual 15 anos da Política Nacional de Plantas medicinais e Fitoterápicos. Ministério da Saúde, 2021.

A diversidade de espécies vegetais que são utilizadas na fitoterapia na forma de chás, garrafadas, lambedores, xaropes, entre outros, é bastante vasta e vendida como folhas, cascas, raízes e frutos nas feiras e ruas das cidades, portanto, é necessária a implantação de políticas públicas de conscientização, voltadas para o melhor manejo do extrativismo sustentável desse bioma, com vistas à preservação (MAIA, 2017).

O uso de fitoterápicos no mundo: Um relato sobre o uso de plantas medicinais

A vastidão de trabalhos que lidam com a temática garante as ciências bases científicas sólidas para criação e ou garantir melhorias nas Políticas de base, voltadas a Saúde Pública ou a melhoria do Meio Ambiente, garantindo o resgate cultural e o desenvolvimento de uma abordagem ambientalmente mais segura e ecologicamente mais viável para a população.

A biodiversidade é indispensável para a manutenção dos processos na evolução do mundo vivo. Além disso, representa um papel dentro da regulação dos grandes equilíbrios físico-químicos da biosfera como a produção e a reciclagem do carbono e do oxigênio, a fertilidade do solo e sua proteção, bem como a regulação do ciclo hidrológico. Os motivos éticos e patrimoniais tratam do dever moral de não eliminar as outras formas de vida, do princípio de igualdade entre as gerações (deve-se transmitir aos filhos a herança que se recebe) e ainda, de que os ecossistemas naturais e suas espécies constituem verdadeiros laboratórios para compreender os processos da evolução (OLIVEIRA, 2015)

O processo de expressar formas, tradições e relações específicas entre os povos possui identidade e valores culturais como fundamento de toda sociedade, por meio do qual podemos aprender mais sobre sua biodiversidade, a flexibilidade como uma nova ciência. descoberta, a transcendência da sofisticação vem da realização do conhecimento cotidiano cheio de virtudes das massas e contém maior valor devido à sua conexão com a tradição.

De acordo com a OMS, cerca de 80% da população mundial usa algum tipo de fitoterápico para aliviar dores ou desconfortos físicos, e menos de 30% deles têm indicações médicas (MACIEL et al., 2002). O uso de plantas medicinais já foi incentivado pela própria OMS, e o uso de plantas medicinais tem se tornado cada vez mais objeto de políticas públicas, principalmente na área da saúde. Diversas plantas são utilizadas em larga escala para fins medicinais. Com a disseminação das espécies sus identificadas no programa RENAFITO, algumas espécies estão sendo utilizadas mais do que o esperado, colocando-as em risco devido à sua prevalência e interesses políticos.

Os dados sobre o mercado interno e externo de fitoterápicos são crescentes demonstrando a necessidade de organização do setor produtivo. Estudos como os de Grandi e Siqueira, (1990), já mostravam a tendência no uso medicinal das plantas por famílias de condições socioeconômicas baixas, entretanto, na população da capital mineira, GRANDI et al., (1989) afirmam que a procura de ervas medicinais entre pessoas de classes sociais mais altas foi mais elevada. Esses resultados podem sugerir mudanças culturais ou de mentalidade das populações e/ou diferenças regionais, como também, alternativas pelas perdas econômicas entre as populações, em consequência das condições socioeconômicas e políticas presentes no país.

Como mostram os estudos de Grandi et al., (1989) e Grandi e Siqueira, (1990), todas as classes sociais fazem uso de plantas medicinais como alternativa de tratamento, podendo-se também considerar a influência do fluxo migratório que foi disseminando esses comportamentos, não só para as pequenas comunidades, mas para os grandes centros urbanos.

A fim de reduzir o número de pessoas excluídas dos sistemas de saúde governamentais, a OMS recomenda que os órgãos nacionais responsáveis ​​pela saúde pública: a) realizem levantamentos regionais de plantas usadas na medicina popular tradicional e determinem que são medicinais; b) incentivar e recomendar o uso de medicamentos com eficácia e segurança terapêutica comprovadas; c) desaconselhar o uso de práticas da medicina popular consideradas nocivas; d) desenvolver programas que permitam o cultivo e uso de preparações selecionadas na forma de eficácia, segurança e qualidade das plantas (LORENZI e MATOS, 2002).

De acordo com Matos (2006), 90% da população carente do Nordeste brasileiro utiliza plantas medicinais para cura de problemas de saúde. O uso massivo de produtos farmacêuticos causa vários tipos de males à sociedade. É de fundamental importância retomar a tradição e utilizar as “boutiques” que estão se tornando cada vez mais úteis.

Estudos de Grandi e Siqueira (1990) associam o uso de medicinal de plantas por famílias com baixas condições socioeconômicas, porém, na população da capital mineira (GRANDI et al., 1989), eles descobriram que o uso de ervas medicinais entre as pessoas de classes sociais de educação superior era maior, isso remete a buscas por formas de melhoria da saúde com menos dano ao corpo, melhores resultados e gerando menos males a outras partes do corpo, sendo mais saudável por não ter origem química. Esses resultados podem sugerir mudanças na cultura ou mentalidade populacional e / ou diferenças regionais não só para pequenas comunidades, mas também para grandes centros urbanos.

A pesquisa interdisciplinar envolvendo plantas que possuem propriedades terapêuticas torna-se fundamental para a construção do conhecimento científico, juntamente com o conhecimento tradicional, para subsidiar a produção dessas espécies, como forma de desenvolvimento local e sustentável (BORSATO, 2011).

O entendimento do assunto é complicado porque uma mesma planta pode ser recomendada para a cura de enfermidades diferentes, em distintos locais ou até em um mesmo local demonstrando os múltiplos usos pelos moradores (FLORENTINO ARAÚJO e ALBUQUERQUE 2007; ZENI e BOSIO, 2011; FERREIRA; PASA; NUNES, 2020.)

O potencial econômico das plantas medicinais pode ser relevante, embora seja uma questão complexa, provocando um amplo movimento de proteção da biodiversidade, incluindo debates e tentativa de estabelecimento de legislação em nível, inclusive, internacional.

Os estudos etnobotânicos e etnofarmacológicos podem proporcionar diversos avanços na ciência farmacêutica e no descobrimento de novos fármacos, além de promover a preservação da biodiversidade. Contribui para promover o uso local das plantas, em combinação com os fármacos conhecidos e outras tecnologias biomédicas, bem como fazer uso do conhecimento das comunidades locais, respeitando a propriedade intelectual (ALBUQUERQUE e HANAZAKI, 2006).

O estudo de plantas medicinais, a partir de seu emprego pelas comunidades, pode fornecer informações úteis para a elaboração de estudos farmacológicos, fitoquímicos e agronômicos sobre estas plantas, com grande economia de tempo e dinheiro. Desta forma, podemos planejar a pesquisa a partir de conhecimento empírico já existente, muitas vezes consagrado pelo uso contínuo, que deverá ser testado em bases científicas (BRASILEIRO et al, 2008).

Embora a literatura descreve numerosos compostos e extratos promissores para combater doenças, o aumento do uso popular das plantas medicinais tem crescido substancialmente devido à importância no tratamento de diversas patologias nas comunidades tradicionais (RIBEIRO et al., 2017), desempenhando um papel principal no estudo da medicina tradicional.

Estudos como os de Hasenclever et. al., (2017) comentam sobre as dificuldades na regulamentação e do mercado para o uso de plantas medicinais como fitoterápicos, no trabalho feito por eles, vemos que as empresas estudadas por eles “indica fragilidade da ação governamental, já que o sistema público de saúde deveria se configurar justamente numa “vitrine” para o programa de incentivo aos fitoterápicos”. O processo de regulamentação está resumido na figura 2.

Figura 2- Processos para a regulamentação de produtos fitoterápicos no Brasil.

Fonte: BRASIL. Exposição virtual 15 anos da Política Nacional de Plantas medicinais e Fitoterápicos. Ministério da Saúde, 2021.

Dentre as dificuldades de lidar com os recursos fitoterápicos, Hasenclever et. al., (2017) comentam que, “entre as razões apontadas pelas empresas para isso destaca-se a ausência de uma sinalização adequada para a demanda do SUS em termos de apresentações e dosagens dos produtos”.

Pessoa et al. (2006), informam que a vasta biodiversidade da flora brasileira gera um grande potencial de compostos biologicamente ativos, que tem contribuído para elucidar princípios ativos das plantas medicinais. Silva et al. (2015), afirmam que os produtos naturais utilizados na medicina tradicional fornecem uma fonte de moléculas para a identificação de novos fármacos.

Os conhecimentos tradicionais, em algumas regiões do país são os únicos recursos médicos, principalmente em comunidades tradicionais onde a entrada de profissionais de fora do contexto social e cultural não e aceito. As tradições passadas de geração em geração nessas comunidades ou grupos étnicos ensinam a população humana ao respeito e cuidado com o ambiente. Nas regiões mais antropizadas e com o uso de medicamentos alopáticos muitos desses conhecimentos estão se perdendo. As casas de chás, as curandeiras, os rezadeiros e benzedeiras, as mães de cura são alguns dos nomes onde os conhecedores dos usos das plantas medicinais vem tendo ao longo dos anos.

Ainda com foco na reintegração na natureza e empoderamento da natureza e do poder que a sociedade deve seguir, com intenções sustentáveis para reduzir ou pelo menos desacelerar a velocidade da máquina capitalista, as lutas sociais têm fortalecido as comunidade e sua cultura, conhecimento, o processo de expressando formas e tradições tomando a identidade cultural como base de cada sociedade, através deles podemos aprender mais sobre sua biodiversidade, complexidade que transcende as novas descobertas científicas, descobertas de verificação de conhecimento popular.

Dessa forma estudos etnobotânica informam não apenas os registros de uso dos recursos vegetais existentes em uma determinada área, mas também as formas de manejo utilizadas pelas comunidades tradicionais.

A variedade de plantas utilizadas na fitoterapia na forma de chás, garrafinhas, garrafadas, lambedores, xaropes, lidam com a busca de uma política de conscientização pública voltadas para uma melhor gestão do extrativismo sustentável com vistas à conservação (MAIA, 2017).

As plantas medicinais são vendidas desidratadas de diversas formas, elas geralmente são comercializadas desidratadas ou em formas de mudas, já em plantações de jardins caseiros conseguimos consumi-las ainda frescas. Algumas combinações de ervas já são utilizadas a muitos anos em formatos de lambedores e chás de formas geral, Simões (1998), no entanto, alerta para os riscos dessa prática, já cada espécie possuem uma forma específica de preparo e sua combinação pode causar danos e ou resultados imprevisíveis e só podem ser consumidas em dosagens baixas (FREITAS et. al., 2012).

O uso massivo de produtos farmacêuticos causa vários tipos de males à sociedade. Para usufruir plenamente das propriedades terapêuticas das plantas medicinais, é necessário seguir alguns passos básicos recomendados pelos autores, conforme recomendam os autores Simões (1995), Fernandes (2005), Lorenzi e Matos (2008) e EMATER (2008) orientando sobre a importância e forma de uso de plantas medicinas.

Simões (1995) explica que é melhor usar plantas frescas para preparar chá, cozinhar ou outras formas de uso e que só devem ser utilizadas se puderem ser obtidas de fontes especializadas e seguras, explica também que nunca colete plantas medicinais perto de locais contaminados e que acima de tudo, não se deve esperar curas milagrosas com plantas medicinais em doenças graves, que podem retardar o início de um tratamento eficaz e agravar a doença. Fernandes (2005), avisa que muitas ervas não devem ser misturadas, seja na produção de chá ou tintura sendo importante ter sempre uma bibliografia ou consultar alguém que tenha conhecimento e possa fornecer informações e instruções sobre o uso adequado das ervas. Lorenzi (2008) lembra que as plantas medicinais só são consideradas medicamentos quando usadas corretamente, e seu uso indevido pode ser perigoso. Nunca use plantas medicinais secas que apresentem sinais de mau preparo, mofo ou aparência diferente do normal. EMATER (2008), explica como ter boas práticas para o consumo de suas plantas medicinais sempre identificando-as com segurança, colhendo em dias secos e sempre buscar um bom local de secagem das plantas, sendo, seco, limpo, ventilado e sombreado.

A medicina em comunidades tradicionais medicinais no Brasil tem sido focalizada em comunidades as plantas medicinais são consideradas pelas populações de tradições de cura e religião favorecendo a perspectivas para a avaliação e o desenvolvimento de fitoterápicos eficazes e seguros criados a partir da biodiversidade local brasileira (PESSOA et. al., 2006).

No estudo de Ribeiro et al. (2017), foi evidenciado a importância etnofarmacologia em comunidades tradicionais, foi possível identificar e documentar espécies de plantas de uso medicinal usadas por especialistas da comunidade. Foram citadas 309 espécies de plantas sendo as mais citadas Bidens pilosa L. e Vernonia ferrugínea Less.

Este conhecimento precisa ser resgatado, valorizado e preservado. Nesse sentido, os raizeiros desempenham papel de destaque no comércio de plantas e produtos medicinais realizado em vários municípios do Brasil, sobretudo no Nordeste, apresentando-se como agentes fundamentais na manutenção, transmissão e divulgação do conhecimento popular sobre as plantas e seus respectivos usos (FREITAS et al., 2012).

Embora o atual sistema de saúde oficial gratuito tenha sido estendido às áreas rurais, ele não pode atender adequadamente à demanda e essas populações não têm poder de compra suficiente para pagar os profissionais de saúde. Além disso, os medicamentos industrializados são caros e as pessoas sucumbem à comodidade de obter plantas medicinais, muitas vezes cultivadas em seus próprios quintais.





Biodiversidade e uso sustentável da flora medicinal: Das boutiques para os quintais urbanos

Em países que possuem de alta biodiversidade, com grande território, como caso do Brasil, torna-se ainda mais relevante a importância estratégica ações como o uso e a ocupação do solo, avanço em áreas naturais, implicando diretamente na saúde e o bem-estar como um todo (ALHO, 2012), se agravando devido a poluição, explosão demográfica humana associada ao uso múltiplo dos recursos naturais (CHIVIAN e BERNSTEIN, 2008).

A intensa urbanização constatada no Brasil, nos últimos anos sobre os remanescentes florestais torna-se cada vez maior as ações antrópicas sendo necessário novas pesquisas e arranjos metodológicos afim de mitigar esses impactos das ações humanas sobre a natureza melhorando a qualidade de vida nas cidades (MELO e FURTADO, 2006). A proteção dos recursos naturais são uma via de duas mãos para a melhoria do bem estar do mundo como um todo.

As ações de mitigação ambiental vêm gerando impactos positivos no processo de recuperação de áreas degradadas. A infinitude de impactos gerados em áreas naturais é em muitos casos irreversível, a perda, em termos de diversidade, complexidade e originalidade, não é apenas maior que a de outros ecossistemas, é incalculável. Ações que venham a avaliar e entender os usos dos produtos vegetais vem demonstrando alternativas viáveis à agricultura para criar novas oportunidades de emprego e manter as tradições rurais, envolvendo questões de conservação ambiental e cultural (GUILHERMINO et al., 2012).

Os serviços ecossistêmicos, mesmo que disseminados com base na experiência, devem ser mais externalizados, demonstrando a complexidade da manutenção de habitats. A população deve entender as redes que conectam as espécies, bem como todo o ambiente do ecossistema e sua importância para a manutenção dos ciclos biológicos.

A principal estratégia adotada para a conservação da biodiversidade tem sido a criação de Unidades de Conservação (UCs), que excluem atividades humanas ou as tornam compatíveis com os objetivos de conservação. Apesar das UCs serem propostas globalmente, sabe-se que elas não são suficientes para garantir a conservação da biodiversidade remanescente. Primeiramente, as espécies não se limitam aos territórios demarcados por instrumentos de lei, ou seja, as áreas no entorno das UCs também são prioritárias para a conservação; e segundo por que não é observado um investimento significativo na gestão e manejo dessas áreas (SIMÕES e LINO; 2010).

A conservação da biodiversidade brasileira para as gerações presentes e futuras e a administração do conflito entre a conservação e o desenvolvimento não sustentável são, na atualidade, os maiores desafios do mundo.

Existe extensa literatura regional sobre o uso de plantas na medicina popular, com centenas de plantas utilizadas para os mais diversos fins. Além de promover a conservação da biodiversidade, a etnobotânica e a etnofarmacologia também podem levar a alguns avanços na farmácia e na descoberta de novos medicamentos. Também ajuda a promover a integração das plantas locais com medicamentos conhecidos e outras tecnologias biomédicas, e utilizar o conhecimento das comunidades locais, respeitando os direitos de propriedade intelectual das comunidades locais (ALBUQUERQUE e HANAZAKI, 2006). As plantas medicinais acabaram sendo a única opção dessas comunidades para combater doenças, o único recurso disponível.

No Nordeste do Brasil, apesar da influência da mídia e do crescente número de farmácias na região, o uso de plantas medicinais ainda é frequente, tanto no meio rural quanto no urbano, principalmente neste último, a presença de terapeutas estrategicamente em algumas cidades. De acordo com Matos (2006), 90% da população carente do Nordeste brasileiro utilizam plantas medicinais para cura de problemas de saúde.

A preparação de medicamentos a partir de espécies vegetais é realizada primeiramente por decocção e infusão (chá), engarrafado, xarope, infusão ou uso natural. O trabalho de Silva e Freire (2010) observa que as infusões e decocções são as formas predominantes de preparo medicinal, seguidas de lambedores (xaropes).

A diversidade de plantas medicinais conhecida é alta, e sua aquisição nas próprias comunidades sugere uma forte correlação entre o uso dessas plantas e o conhecimento tradicional. Na maioria das vezes, as comunidades obtêm esses materiais perto de casa, sugerindo que seu conhecimento é baseado em estratégias de manejo com foco nas espécies de maior interesse, que podem fundamentar o uso sustentável e a conservação da vegetação local.

O emprego correto de plantas para fins terapêuticos pela população em geral, requer o uso de plantas medicinais selecionadas por sua eficácia e segurança terapêuticas, baseadas na tradição popular ou cientificamente validadas como medicinais. No caso de programas de fitoterapia em saúde pública, é fundamental que as espécies usadas sejam cientificamente validadas e, ainda, a escolha das formas corretas de preparação e administração de seus produtos sejam destinados para uso ambulatorial, hospitalar ou caseiro (LORENZI, 2008, p.14).

Para Pessoa et al. (2006), a biodiversidade do Brasil gera grande potencial para compostos biologicamente ativos que têm contribuído para a elucidação dos princípios ativos das plantas medicinais. Silva et al. (2018) apontam que os produtos naturais utilizados na medicina tradicional fornecem uma fonte de moléculas para a identificação de novos fármacos, fornecendo uma rica fonte de novos produtos e compostos. Embora a literatura descreva muitos compostos e extratos que devem combater doenças, a popularidade das plantas medicinais tem aumentado significativamente devido à importância do uso de plantas medicinais no tratamento de diversas patologias em comunidades tradicionais (RIBEIRO et al., 2017).

CONCLUSÃO

Atualmente há um maior interesse na formulação de políticas e programas que vinculem saberes populares e saberes científicos, por isso, ao longo dos anos, foram desenvolvidos decretos e programas relacionados às plantas medicinais e fitoterápicas no Brasil através do SUS. Essas práticas em conjunto com estudos etnobotânicos garantem as informações terapêuticas que foram sendo acumuladas e repassadas pela oralidade durante gerações. Tomando força e incentivando o conhecimento empírico das comunidades tradicionais e/ou locais, garantindo um ambiente saudável, que concilie desenvolvimento socioeconômico, tecnológico e preservação ambiental. Embora o uso popular e tradicional seja comum, tem pouco impacto negativo na vegetação local, pois as quantidades normalmente utilizadas são pequenas e a maior parte do material vem de plantações domésticas. Para muitas espécies, apenas uma fração das plantas é colhida e não descartada quando a colheita envolve o abate de plantas, e muitos coletores tradicionais têm o cuidado de não esgotar a população. Por outro lado, seu uso pode ter um impacto positivo, pois aumenta o interesse em proteger as espécies nativas e ecossistemas naturais. Extrair o princípio ativo, fazer um medicamento a partir dele e testar seus efeitos imediatos e colaterais é um processo caro que exige investimento significativo em equipamentos e mão de obra qualificada. Quase todos recomendam o plantio de espécies selecionadas para minimizar o impacto na vegetação local. As espécies são selecionadas devido ao seu uso tradicional, ao seu quantitativo em termos de potencialidade química e toxicidade, ao acaso, a partir de estudos paralelos, ou por uma mistura de vários critérios; entretanto, a etnofarmacologia tem papel principal no estudo da medicina tradicional.

REFERÊNCIAS

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