ENTREVISTA COM LOURDES BRAZIL SANTOS ARGUETA PARA A 81ª EDIÇÃO DA REVISTA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM AÇÃO
Por Bere Adams
Lourdes – foto: arquivo pessoal
Apresentação: Temos a honra de apresentar a entrevistada desta edição que é a Lourdes Brazil dos Santos Argueta. Ela é graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Fluminense (1982), fez especialização em Planejamento Ambiental, com ênfase em educação ambiental e Metodologia do ensino superior (UFF), tem mestrado em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000) e doutorado em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004). Tive o imenso prazer de conhecê-la através das redes sociais e fiquei encantada com tudo o que ela apresentava de forma alegre, aguerrida, descontraída, clara, o que para mim foi muito motivador e resolvi convidá-la para esta entrevista, para que mais pessoas pudessem sentir o que eu senti diante desta pessoa tão contagiante em relação às questões ambientais. Ela possui vasta experiência no campo da Educação, principalmente da Educação Ambiental, atuou em diversas frentes, e toda esta sua experiência está detalhada no final desta entrevista*. Agora, vamos saber dela como foi o percurso desta trajetória.
Bere Adams – Lourdes, muito obrigada por aceitar o nosso convite para esta entrevista. Para nós é uma honra e uma felicidade poder compartilhar um pouco das suas vivências e das suas experiências. Normalmente começo perguntando: Algo, em especial, aconteceu que determinou a sua dedicação pelas questões ambientais?
Lourdes – Quero começar falando das minhas experiências significativas de vida, vividas junto a rios, lagoas, matas em um contato permanente com a natureza, na Baixada Fluminense. Essas vivências contribuíram para minha sensibilização em relação ao meio ambiente com suas belezas, problemas e necessidades. Recentemente escrevi duas poesias que abordam minhas vivências em meio à natureza e ambas foram selecionadas e publicadas em antologias poéticas. Uma tem por título Encantamento e fala das minhas brincadeiras na rua e outra se chama Bananal: memórias e lembranças e fala do mundo maravilhoso do bananal do meu quintal.
Em 1978 me mudei para Niterói, para cursar Ciências Econômicas na UFF, passando a viver em outra natureza, que me assustava e me afastou de muitas coisas, principalmente alimentos. Deixei de comer muitas frutas, ovos, leite...
Em 1986 me mudei para São Gonçalo (SG), local em que vivo até hoje. Nessa cidade periférica, com mais de hum milhão de habitantes no bairro Água Mineral, descobri um fragmento de Mata Atlântica, com cerca de 60.000m2 degradado pelo lançamento de lixo, esgoto, queimadas, mas também muito bonito, devido a existência de quaresmeiras, alguns ipês e um riacho. Atraída pela beleza, me instalei no local, disposta a construir alguma coisa ligada ao meio ambiente. A escolha do Brasil para sediar a Rio 92, me aproximou mais das questões ambientais. Inicialmente, como militante no Movimento de Mulheres de SG e, depois, de forma profissional. Cursei especialização em planejamento ambiental, com ênfase em Educação Ambiental (EA) e mestrado e doutorado em ecologia social. Atuei em ensino, pesquisa e extensão no Brasil, Suécia Colômbia, Angola, México e me aposentei em 2019. Agora me dedico ao Centro Genesis, que passou a ser um Instituto, podendo ser classificado como um laboratório vivo, onde são desenvolvidas diversas atividades em interação com pesquisadores. Nossas principais atividades são: Visitação, Curso EA na Educação Infantil, Projeto Construindo Caminhos para a Sustentabilidade, Aprendendo a Cuidar do Planeta na Igreja, Recuperação da cobertura vegetal, Pesquisas sobre serviços ecossistêmicos, principalmente o enfrentamento e mitigação dos extremos climáticos. Atualmente trabalhamos com pesquisadores da Universidade Veracruzana do México -Universidade Nacional Autónoma do México e FUNDACION Grothendiech de Colômbia. Estamos em conversas para convênios com instituições brasileiras e angolanas.
Bere – Lourdes, que bela a sua trajetória e de todos os envolvidos, parabéns! Durante este percurso, quais foram as maiores dificuldades enfrentadas?
Lourdes – Em um país racista e sexista, a vida de uma mulher negra é marcada por dificuldades, considerando que nasci na baixada fluminense, região reconhecidamente pobre, minhas dificuldades foram multiplicadas.
Vou falar das dificuldades de transformar um fragmento de Mata Atlântica em um centro de EA que tivesse como missão educar para a sustentabilidade.
Tratava-se de uma área localizada em um município periférico, em um dos bairros, conhecido nos anos 90 como exemplo de violência urbana e com degradação provocada pelo lançamento de lixo, queimadas, retirada de areia e pastagem. Além disso, a questão ambiental não era considerada no município. Então, foi muito difícil interromper a degradação, começar um trabalho e desenvolver uma consciência ambiental entre a população.
O processo de conscientização vem sendo longo. Uma das estratégias foi o desenvolvimento de projetos com as crianças da comunidade, promoção de eventos e recebimento de visitas nacionais e internacionais. Antes eu era conhecida como a mulher, que vivia no mato, cuidando de mato. Hoje, sou a mulher do meio ambiente.
Á medida em que a questão ambiental se tornou mais conhecida, e o Centro Gênesis foi se consolidando, em termos estruturais, a degradação foi diminuindo. As queimadas ainda persistem, porque é uma prática em todo o município.
Hoje há um reconhecimento de que o Genesis é um local importante para o bairro, principalmente entre as crianças e as pessoas mais velhas.
UM DOS ASPECTOS MAIS IMPORTANTES DO TRABALHO REALIZADO NO CENTRO GÊNESIS** É O EMPODERAMENTO COMUNITÁRIO.
Bere – Ultrapassar tantas dificuldades requer muita coragem e persistência, e pelo que já posso perceber deste início da nossa conversa, nada te intimida, e desafios para você transformam-se em oportunidades para avançar sempre. E quais foram as experiências que te marcaram mais, e por quê?
Lourdes – Realmente nada me intimida. Passei por situações extremamente difíceis, mas superei todas. Várias experiências me marcaram: a participação no encontro da sociedade civil na Rio 92, tomando parte no processo elaboração do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Globais é uma das mais importantes.
O início das visitas de crianças das escolas do entorno ao Centro Gênesis; a decisão de criar um Centro de Educação Ambiental, seguindo as orientações teóricas e práticas de autores nacionais e internacionais; o primeiro contrato de prestação de serviço a uma grande empresa do setor energético; a implementação do projeto Construindo Caminhos para a Sustentabilidade - que foi premiado pela ONU HABITAT nacional e internacional, PETROBRAS e UNESCO; a elaboração do curso Educação Ambiental na Educação Infantil, contribuindo para a melhoria das atividades no Brasil, Angola e México; os convênios internacionais com instituições importantes, como a Universidade Veracruzana, Universidade Nacional Autônoma do México. Fundacion Grothendieck da Colômbia; os cursos de formação para jovens angolanos.
Fora do eixo da EA, me descobri escritora e poeta. Acabo de publicar, pela editora Nandyala, o livro TUDO O QUE FICOU PARA TRÁS. Tudo o que virá pela frente. Três poesias de minha autoria foram selecionadas em concursos e publicados em coletâneas.
Bere – Realmente, Lourdes, foram muitas as conquistas, muitos projetos marcantes, e parabéns pelo livro! E para quem tiver interesse em adquirir tua obra, como proceder?
Lourdes – Pode ser adquiri através do site da editora Nandyala
Bere – Sobre a EA, quais foram os avanços percebidos que você pode nos destacar, ao longo da sua caminhada?
Lourdes – Penso os avanços em termos do alcance dos objetivos da EA, elencados no documento da conferencia de Tbilisi que se constituiu em um ponto de partida de um programa internacional de EA contribuindo para precisar a natureza da EA, definindo seus objetivos e suas características.
As políticas de EA implementadas no decorrer dos anos 80 e 90 propiciaram muitos avanços teóricos, que, contudo não foram incorporados na práxis. Em muitas escolas ainda podem ser identificadas programas pontuais, comemorativos, que promovem tão somente a sensibilização, não avançando para a formação de novos valores e atitudes, que contribuam para a participação dos indivíduos no enfrentamento dos problemas socioambientais e construção de sociedades sustentáveis. Evidentemente há uma maior percepção da importância da EA, novas metodologias participativas foram construídas, porém são tímidas, considerando o aprofundamento da problemática ambiental, sobretudo no cenário das alterações climáticas.
Bere – Recentemente foi lançada a obra: ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL: AS CONTRIBUIÇÕES DO CENTRO GÊNESIS. Fale-nos um pouco sobre como a obra foi pensada, desenvolvida, e sobre o seu valor para a práxis da EA na infância.
Lourdes – Escrito por mim e pela Profª Maria Lindalva Fernandes, ambas com um histórico de atuação na EA, o livro traz possibilidades de atividades para o público da educação infantil, elaboradas no fazer pedagógico do Centro Gênesis, um LABORATÓRIO Vivo, com mais de 10 anos de atuação. As atividades vão além da sensibilização, proporcionando o desenvolvimento de valores e habilidades para que as crianças possam participar do processo de construção de sociedades sustentáveis.
O desejo de trabalhar EA na EI surgiu quando eu ministrava a disciplina Espaços Pedagógicos e Práticas de Educação Ambiental em um curso de Pedagogia. Por sugestão das estudantes, foi feito um levantamento sobre as práticas de EA na educação infantil.
Foram identificados três grupos: escolas que não realizavam quaisquer atividades de EA; escolas que realizavam atividades pontuais, comemorativas e escolas que queriam realizar, mas não possuíam informações em termos teóricos e metodológicos.
Diante desse cenário, me interessei em contribuir para a melhoria da situação e, durante as visitas de crianças no Centro Gênesis, foram observadas as situações e posteriormente, com o suporte teórico e metodológico de autores, foi possível pensar um leque de atividades ancoradas em alguns eixos: sensibilização afetiva, reaproximação consciente da natureza, experiências significativas de vida, com suporte teórico de Boff, Frijot Capra, Lia Tiriba, Sorrentino, Frederico Loureiro. Os cenários naturais e construídos do Centro Gênesis foram o laboratório para a criação das atividades, que englobam os principais problemas socioambientais e vão além da sensibilização, incentivando a mobilização e comprometimento
Bere – Este livro, sem dúvida, supre uma lacuna no que se refere à práxis da EA na EI! E como adquirir a obra?
Lourdes – Adquira o livro clicando na imagem:
Bere – Sei que você deve ter muitas, mas, quais são as suas principais referências para a EA?
Lourdes – Minha grande referência é o Leonardo Boff. Considero suas obras como o alicerce das atividades de EA. Utilizo muitos outros autores, mas o Boff é minha base.
Bere – Qual é, para você, a importância da EA na infância?
Lourdes – A EA pode ser entendida como um processo pelo qual o educando começa a obter conhecimentos acerca das questões ambientais. Dessa forma ele passa a ter uma nova visão sobre o meio ambiente, podendo vir a ser um agente transformador em relação à conservação ambiental. Trata-se de um processo longo que deve prolongar-se por toda a vida e ser realizada em distintos espaços, como a escola, empresas, comunidade, sindicatos, organizações não governamentais, instituições religiosas, no campo, na cidade, junto a mulheres, homens, jovens, crianças, idosos. Tendo em vista a importância da EA no processo de superação das questões socioambientais e construção de sociedades sustentáveis, a realização da mesma no espaço da educação infantil, adquire relevância, como expresso na citação abaixo:
“a criança na idade pré-escolar encontra-se em formação inicial de seus conceitos e valores [...], identificando-se e envolvendo-se com sua realidade. Nesse sentido, torna-se essencial que a educação ambiental crítica, dialógica, já faça parte da sua realidade, para que a criança possa criar e se expressar nessas relações, ampliando sua rede de relações e sua visão de mundo [...]”. (RODRIGUES, 2007). APUD
Ao ser praticada na educação infantil, a EA vai despertar na criança a consciência de preservação e de cidadania. Ela então pode entender, desde cedo, que precisa cuidar, preservar e que o futuro depende do equilíbrio entre homem e natureza e do uso racional dos recursos naturais.
Apesar da importância da EA na EI não há um trabalho efetivo de EA na maior parte dos estabelecimentos de ensino desse segmento. A maior parte somente desenvolve atividades em datas comemorativas, através de cartazes e atividades sem continuidade no decorrer do tempo. Muitos dos professores da EI possuem poucas informações sobre as questões socioambientais, bem como da EA: princípios, objetivos, metodologias. Porém a maior dificuldade é o não comprometimento da escola com a efetivação da EA, apesar da existência de legislação.
Bere – Agora, saindo um pouco dos aspectos teóricos e passando para ações práticas, quais são as atividades de EA desenvolvidas no Centro de Educação Ambiental Gênesis e quais os públicos atendidos?
Lourdes – São diversas atividades que visam:
A) sensibilizar as pessoas em relação ao meio ambiente como suas belezas e problemas, tendo o fragmento da Mata Atlântica como cenário.
Nesse sentido são realizadas atividades que propiciam o contato com a natureza, através de todos os sentidos. São visitas com 4h ou 8h de duração, com palestras, oficinas, caminhadas, sob a orientação de profissionais da Biologia. A programação atende da educação infantil ao ensino superior e também grupos de instituições religiosas, empresas. Tais visitas tem se mostrado importante para o desenvolvimento de novas atividades nas instituições visitantes
B) mobilizar as pessoas para o cuidado, sendo a atividade mais importante a campanha de recuperação da cobertura vegetal do fragmento, com a promoção de plantio e incentivo à identificação de novos fragmentos e realização de atividades de educação ambiental.
Em 2021 escrevemos o projeto FRAGMENOS FLORESTASI: identificar, cuidar e amar, selecionado pelo grupo Semillero de Colômbia para fazer parte de uma vitrine internacional. Também recebeu recursos financeiros da Linktreen da Australia e foi aprovado em um edital da Caixa Econômica Federal
C) Comprometer as pessoas e instituições com a incorporação da problemática ambiental. O destaque e a realização de atividades junto a instituições religiosas. Temos uma cartilha intitulada Aprendendo a Cuidar do Meio Ambiente na Igreja, voltadas para crianças e um curso sobre racismo ambiental, voltado para lideranças.
Realizamos palestras em instituições religiosas e produzimos materiais. Os mais importante são: PANDEMIA: TEMPO DAS IGREJAS ASSUMIREM NOVOS COMPROMISSOS e SUSTENTABILIDADE NUMA PERSPECTIVA BÍBLICA
Bere – No portal do Centro de Educação Ambiental Gênesis (http://www.centrogenesis.com.br) é possível conhecer muitas das práticas que desenvolvem, além de apresentarem diversos prêmios recebidos, entre eles, o prêmio de 2º Melhor trabalho da Semana do meio Ambiente de Niterói, RJ em 2019, com o PROJETO EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Tendo em vista a alta procura por projetos desenvolvidos para esta categoria da educação, gostaria que nos detalhasse mais sobre ele.
Lourdes - Nós do Centro Gênesis, trabalhamos com o conceito de sensibilização afetiva e buscando mobilizar e comprometer as crianças com o cuidado, atenção, carinho zelo. No Centro Gênesis construímos alguns equipamentos ambientais. Os mais importantes são: laguinhos, jardins, composteiras, trilhas, bosques, cantos e recantos
Nossa estratégia é a de colocar as crianças em contato com a natureza, promovendo experiências significativas de vida e sensibilização afetiva. Nesses equipamentos as situações socioambientais críticas podem ser trabalhadas.
Ha alguns projetos interessantes: Aprendendo Através das Cores do Jardim, com um ano de duração que inclui formação dos professores, montagem de um viveiro com a participação dos familiares, montagem de um jardim com as crianças e desenvolvimento de atividades, organizadas em uma cartilha, produzida no Genesis.
Também há o projeto Era uma Vez um Lixinho, que, através de contação de histórias, contribui para que as crianças aprendam manejar o lixo de forma sustentável. São realizadas pequenas trilhas de contemplação, e há uma série de pequenas histórias sobre a biodiversidade, que são contadas no viveiro.
Bere – Durante o período da pandemia, especificamente nos anos 2020 e 2021, como foi este período para o desenvolvimento das atividades?
Lourdes - Nos primeiros momentos da pandemia, as atividades foram interrompidas devido ao lockdow, como também pelo fato de que fiquei retida no México. Deveria voltar em abril, mas só consegui retornar em julho. Perdi meus pais, tios, primos, amigos e conhecidos.
Bere – Difícil imaginar a sua dor, diante de tantas perdas. Foi mesmo um período muito difícil...
Lourdes - Tive depressão e “abandonei” o trabalho por um tempo, retornando em 2022 com diversas atividades on-line, com destaque para: Formação para professores e estudantes da UNAM, cujos resultados serão publicados em um livro, com a participação de pesquisadores brasileiros, mexicanos e colombianos. O livro vai ser utilizado em cursos de formação. Oferecimento de atividade extracurricular para estudantes de Pedagogia na universidade Veracruzana, Cursos de formação para jovens angolanos, Cursos de formação ambiental para lideranças de instituições religiosas ( trabalho com crianças, curso sobre racismo ambiental, realização de fóruns), Elaboração de um capitulo sobre a importância do trabalho do Gênesis, que fará parte de um livro produzido pela Red Abia Ayla , Participação em inúmeros eventos on-line sobre as questões ambientais. Um dos mais importantes foi uma mesa redonda, dentro da programação da ONU HABITAT em parceria com a secretaria de meio ambiente de São Gonçalo, no qual os serviços ecossistêmicos da área verde do Gênesis foram destacados.
Bere – Então o período pós-pandemia está sendo de retomada e continuidade de muitas atividades importantes...
Lourdes – Está sendo de intensificação das atividades iniciadas em meio à pandemia. Estamos nos reunindo com novas instituições e grupos da comunidade para a realização de projetos integrados de pesquisa e extensão.
Bere – Fale-nos de projetos futuros...
Lourdes – Criar a universidade da Mata Atlântica! Desafio futuro, que deve se tornar realidade em 2025! A partir dev2023 queremos receber jovens pra cursos de curta duração, nos quais serão trabalhados aspectos do bairro Água Mineral, numa perspectiva de desenvolvimento local
Bere – Que projeto sensacional, um desafio e tanto! Tem algo importante que não foi abordado nas minhas perguntas que você queira falar?
Lourdes – Um aspecto importante é o recebimento de pesquisadores para realização de projetos. No momento estamos com uma pesquisadora cubana que esta realizando um estágio de posdoc na UFF com o tema de desenvolvimento local, tendo como referência as contribuições do Centro Genesis. Sou a co-orientadora e meu desejo é receber novos pesquisadores. O Genesis tem infraesteutura para hospedar pessoas por longos períodos, viabilizando a realização de pesquisa em varias áreas do conhecimento
Bere – Aponte uma frase, ou um poema, ou, ainda, uma citação que lhe inspira, para finalizarmos esta entrevista…
Lourdes – Quero finalizar com o tema do meu livro:
TUDO O QUE FICOU PARA TRAS. Tudo o que virá pela frente.
Essa tem sido minha inspiração!
Bere – Lourdes, parabéns por toda sua dedicação e por toda sua experiência que é uma grande referência para todos nós! Agradecemos pela sua disponibilidade em compartilhar tão exemplar trajetória e desejamos mais sucesso ainda na sequência desta trajetória. Muito obrigada!
Informações adicionais
* Lourdes Brazil Santos Argueta é graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Fluminense (1982), fez especialização em Planejamento Ambiental e Metodologia do ensino superior (UFF), tem mestrado em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000) e fez doutorado em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004). Possui experiência em docência, ensino e extensão, Atuou em instituições brasileiras e estrangeiras. Na Universidade Cândido Mendes, atuou como docente e foi integrante da comissão pedagógica dos cursos de pós-graduação, tendo orientado diversos trabalhos. No Centro Universitário Plínio Leite foi docente e subcoordenadora do Mestrado Profissional. Foi professora visitante na Universidade Nueva Granada, na Colômbia, ministrando aulas e participando de eventos internacionais. Realizou missões acadêmicas nas seguintes instituições: Wessex, Inglaterra, que resultou na assinatura de convênio, publicação de artigos em livros, participação em conferências internacionais. Lund University, Suécia, onde visitou o LUCSUS, o que resultou em assinatura de convênio com a UFF, orientação conjunta de trabalho de mestrado, publicação de 2 artigos em livros e realização de um seminário internacional. Universidade do Minho em Portugal, onde participou das discussões sobre a inserção da UFF no mestrado internacional. Tem participação eventos nacionais e internacionais com apresentação de trabalhos, Desde de 2014 é avaliadora de projetos na FETEC, feira regional de projetos , realizada no Mato Grosso do Sul. Faz parte de redes internacionais, sendo a Rede Latinoamericana de Meio Ambiente uma das mais importantes. Em 2009 idealizou o Centro de Educação Ambiental Gênesis, instituição que trabalha com educação para a sustentabilidade e tem reconhecimento no Brasil e exterior, tendo sido premiada pela ONU HABITAT Brasil e internacional. Pelos trabalhos realizados nessa instituição foi convidada pela UNESCO para participar da I Conferência Mundial de Educação para a Sustentabilidade, realizada em Bonn, Alemanha. Em 2019 passou a integrar o grupo de trabalho mulheres na UFF, criado para aumentar a presença das mulheres na produção científica e administração. Desde então vem realizando palestras sobre o tema em diversos eventos. Atualmente faz parte do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UFF, como pesquisadora, realizando as seguintes atividades: contatos com instituições, visando a ampliação da internacionalização do Programa, acolhimento e orientação dos estudantes angolanos e aulas de Metodologia Científica e a partir de fevereiro de 2020 passou a ser professora visitante no Colégio Veracruzano, México, ministrando aulas no mestrado em Engenharia Ecológica, graduação, orientando e integrando grupos de pesquisas. Áreas de interesse: ecologia social, planejamento urbano, desenvolvimento sustentável, educação para a sustentabilidade, cooperação internacional.
**Informações sobre o Instituto Genesis:
Publicaciones el Centro de Educação Ambiental Gênesis
• Micro fragmentos urbanos da mata atlântica e a organização de um núcleo de pesquisa: a experiência do Centro Gênesis
Disponible en: livro_iv_simposio_mata_atlantica.pdf (izma.org.br)
• Injusticias ambientales, espacios segregados y ciudadanía excluida: uma reflexión sobre los impactos de la pandemia del covid-19
Resumen: Condiciones de precariedad, falta de acceso a bienes y servicios e infraestructura de salubridad como agua potable y cloacas, hacinamiento urbano y saturación habitacional se suman a la ocupación de espacios de las megalópolis proclives a la contaminación que configuran el ámbito propicio para la expansión exponencial de enfermedades y consolidan la injusticia sanitaria para amplios sectores desfavorecidos de la población.
• La importancia de los centros de educación ambiental en la construcción de la sustentabilidade
Resumen: El trabajo presenta los resultados de una investigación cualitativa, cuyo objetivo fue identificar las contribuciones del Centro de Educación Ambiental Génesis, institución ubicada en el municipio de São Gonçalo, Río de Janeiro, Brasil, para La construcción de la sostenibilidad a nivel local. Mediante el examen de documentos, fotografías, observación y entrevistas, fue posible identificar que las actividades ofrecidas son de educación, capacitación y recuperación de la cobertura vegetal y que han contribuido a satisfacer las necesidades locales y promover un proceso de cambio endógeno basado en el Água Mineral. distrito. Las actividades de educación han sido importantes para dar a conocer la importancia histórica y ambiental del lugar y poco a poco van contribuyendo al cuidado y respeto del lugar por parte de la población. Las actividades de formación están contribuyendo a la formación de profesionales, que se convierten así en divulgadores en sus entornos de trabajo. La recuperación de La cobertura vegetal, además de los temas de cambio climático, trae aportes en cuanto a la participación comunitaria. Al inicio del Centro Génesis, la población no estaba muy interesada en discutir los problemas socioambientales del barrio. A medida que avanzaba la restauración de la cobertura vegetal y se promovía el embellecimiento local, algunos vecinos comenzaron a tener una relación más afectiva. Así podemos señalar que lo que está en marcha: La creación de una nueva imagen del lugar, Um proceso de superación de la estigmatización y fortalecimiento de la autoestima de lós vecinos, que es un aspecto importante para promover la participación. La combinación de estos resultados muestra que los CEA pueden jugar un papel relevante en La construcción de la sustentabilidad y también ser instituciones privilegiadas en La construcción de la sustentabilidad, principalmente desde los espacios urbanos, donde se agudizan las problemáticas socioambientales, como los municipios periféricos, como este. es el caso de São Gonçalo.
Disponible em: La importancia de los centros de educación ambiental en La construcción de la sustentabilidad | Brazil Dos Santos | RINDERESU
• Recuperação de fragmentos florestais urbanos: de enfrentamento e mitigação das alterações climáticas
Resumen: El artículo discute el proceso de restauración ecológica de los fragmentos. la silvicultura urbana como una estrategia de adaptación y mitigación para impactos del cambio climático. Usando aportes teóricos de varios autores y la experiencia de um fragmento en proceso de restauración en el municipio de São Gonçalo, Río de Janeiro, Brasil, muestra los resultados en términos de ablandamiento de la temperatura,
disminución de la contaminación atmosférica y apoyo al establecimiento de fauna, factores importante para reducir las vulnerabilidades de la población.
Eventos y entrevistas
• Como nacio el Centro Gênesis
Disponible en: https://www.youtube.com/watch?v=0hJ8xkdTa4E
• Reunirse el Centro de Educação Ambiental Gênesis
Dispnible en: Conheça o Centro de Educação Ambiental Gênesis | TV Win | A qualquer hora e em qualquer lugar
• ONU Habitat: 28/10/21 | Fragmentos de Bosque Urbano y Mitigación del
Cambio Climático
Disponible en: https://www.youtube.com/watch?v=Cjmu5CiDJEs
• Rede Escola | 19/01/2018 - Escuela de hoy y mañana
Disponible en: https://www.youtube.com/watch?v=kSJv86X4CTo
Contato com Lourdes: