EDUCAÇÃO AMBIENTAL: INTERDISCIPLINARIDADE E DESAFIOS PARA AS GERAÇÕES

Luciana Teixeira*

Quando falamos em educação ambiental trazemos um assunto importante para o desenvolvimento da sociedade e o meio ambiente, abordamos causas necessárias como a reflexão de como nos relacionamos com o planeta e as formas sustentáveis que podemos utilizar para proteger o futuro. Neste mês internacional do Meio Ambiente, temos a oportunidade de falar ainda mais sobre a relevância desse conteúdo em sala de aula para os alunos de todas as idades terem conhecimento das soluções e caminhos para garantir o respeito aos limites ambientais e em uma forma de pensar no futuro das novas gerações.

Ao longo dos anos escolares, é válido trabalhar o tema de maneira interdisciplinar, entendendo que esse conteúdo é essencial para a compreensão e o enfrentamento dos desafios ambientais. No Brasil, a Base Nacional Comum Curricular orienta que as escolas cumpram a Lei nº 9.795, que prevê a educação ambiental, isso se torna o primeiro passo para explorarmos o assunto e ir além do básico com temáticas essenciais em disciplinas como Ciências e Geografia ou atividades em que se estudam assuntos inovadores como biocombustíveis e bioenergia, além dos processos químicos básicos necessários para converter matéria orgânica em materiais úteis para o ser humano, sem agredir o meio ambiente. Ainda, essas aulas incluem também os problemas climáticos causados pelos humanos com combustíveis fósseis, desmatamento e descarte inadequado de lixo. 

Para impulsionar o ensino contemporâneo e inovador, também é fundamental integrar a educação ambiental nas escolas, incentivando projetos e atividades práticas como economia circular, transporte e arquitetura sustentável, reciclagem, consumo consciente e hortas escolares. Se pararmos para analisar as mudanças climáticas que acontecem com maior frequência a cada dia, vemos que os impactos sobre os padrões do clima e as consequências do aquecimento global são resultados da falta de informação, suporte e educação. Os 10 anos mais quentes da história foram registrados nos últimos 12 anos, segundo a agência meteorológica da ONU. No Brasil, a temperatura média anual durante o século XX aumentou em mais de 0,5ºC. 

Ainda nas ciências sociais e nas linguagens, explora-se como as mudanças climáticas afetam diferentes comunidades e como as políticas públicas podem aliviar esses efeitos, por exemplo nas comunidades ribeirinhas do Pará muitas famílias não têm acesso à água tratada, segundo a pesquisa realizada por alunos do Clube de Ciências de Abaetetuba, que apontou ainda que 64% das pessoas tiveram doenças relacionadas ao consumo dessa água. A poluição das águas acontece por esgotos domésticos, e o descarte de resíduos tóxicos procedente da indústria e da agricultura. 

Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Akatu, cerca de 20% dos habitantes mundiais consome 80% de todos os produtos e serviços do planeta. E, a cada ano, entram mais de 150 milhões de novos consumidores no mercado. Essa estimativa mostra que, nos próximos 20 anos, teremos três bilhões de pessoas desperdiçando alimentos e passando mais tempo no banho desperdiçando água. 

Dessa forma, a abordagem interdisciplinar das pautas ambientais permite uma visão completa do meio ambiente, combinando saberes de diversas áreas para promover experiências e aprendizagens com ênfase em um cidadão capaz de tomar decisões e propor soluções eficazes e sustentáveis, provocando nesse aluno reflexões e motivação para agir e fazer algo a partir do que foi ensinado. 

*Luciana Teixeira é diretora de Conteúdo do COC, plataforma de educação que impulsiona o ensino contemporâneo e inovador há mais de 60 anos, presente em 24 estados brasileiros e no Distrito Federal.

Fonte: https://saladanoticia.com.br/noticia/88604/educacao-ambiental-interdisciplinaridade-e-desafios-para-as-geracoes