EDITORIAL

88ª edição da revista Educação Ambiental em Ação

“Não venci todas as vezes que lutei, mas perdi todas as vezes que deixei de lutar.”

Cecília Meireles

Apresentamos com muita alegria, porém, com apreensão – pelo que estamos vivenciando neste momento –, a 88ª edição da revista Educação Ambiental em Ação.

Esta é uma edição especial, pois temos uma novidade! Apresentamos o projeto Podcast Educação Ambiental em Ação que inaugura mais um espaço de reflexão e comunicação com o público. Pretende-se apresentar uma temporada de 10 episódios a cada nova edição da revista, que serão disponibilizados ao longo de três meses, entre uma edição e outra.

Nós, da equipe da revista, temos cada vez mais ciência de que somente através da Educação Ambiental é que será possível promover uma verdadeira transformação socioambiental, mas, para que se possa alcançar este objetivo fundamental é preciso o engajamento da sociedade como um todo. E no atual contexto que vivenciamos, destacamos a relevância das nossas escolhas, e do exercício de cidadania ambiental e planetária através daqueles que nós elegemos para nos representar no ambiente político. Que tenhamos consciência da necessidade de elegermos, como representantes, pessoas que tenham objetivos claros, e que abracem as questões socioambientais em suas pautas, para incentivar mais e mais ações que levem em conta o meio ambiente em sua totalidade.

E em meio a chamas e fumaça, é que lançamos a 88ª edição da revista Educação Ambiental em Ação, neste momento assustador e devastador, quando a imprudência, a ganância e a falta de consciência encarregam-se de devastar uma imensidão de vidas pelo País afora.

A imagem de satélite, processada pelo Laboratório Lapis, mostra a situação dos focos de incêndios florestais ativos, no dia 25 de agosto.

A cada dia fica mais difícil compreender o que acontece com a humanidade, principalmente quando acompanhamos as ações criminosas para a dispersão do fogo no Brasil. Sim, há ocorrências pontuais de incêndios provocados pelo calor excessivo e pela falta de chuva, porém, é inegável que o fogo que se espalha (as queimadas), neste exato momento, seja posto de forma proposital, lamentavelmente, causando enormes prejuízos à saúde, à economia e ao meio ambiente. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), “a fumaça das queimadas já cobre cerca de 60% do território nacional. As regiões mais afetadas incluem a Amazônia e o Pantanal, onde o fogo tem se espalhado rapidamente devido às altas temperaturas e à baixa umidade do ar”.

As queimadas no Brasil são um problema complexo e multifacetado. Elas podem ser causadas por diversos fatores, incluindo práticas agrícolas, desmatamento ilegal, e ações criminosas. Muitas vezes, agricultores e pecuaristas utilizam o fogo para limpar áreas de pastagem ou preparar o solo para o plantio. No entanto, essas práticas podem sair de controle e resultar em grandes incêndios florestais. Há, também, muitos relatos de queimadas que são promovidas por grileiros e madeireiros ilegais, que buscam expandir suas áreas de exploração. Essas atividades ilegais são difíceis de monitorar e controlar, especialmente em regiões remotas da Amazônia.

Matérias jornalísticas apontam que “a Polícia Federal já identificou que a maioria das queimadas no país é provocada intencionalmente. Em Novo Progresso, no Pará, o mesmo grupo que foi responsável pelo ‘Dia do Fogo’ de 2019 organizou novas queimadas para expandir áreas de grilagem”. Apontam, também, que o fogo se alastra facilmente, principalmente porque o Brasil enfrenta a sua pior seca já registrada. O número de dias secos consecutivos ultrapassou 120 em 2024, gerando expectativas negativas para os próximos meses, conforme o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). O boletim de monitoramento de agosto, do Cemaden, aponta 3.978 municípios com algum grau de seca, sendo que 201 estão em condição de seca extrema. A previsão é de que o número suba para 4.583, com 232 em seca severa agora em setembro. O boletim aponta, também, que no mês passado, 45 terras indígenas foram classificadas na condição de seca extrema e 161 com seca severa, a maior parte localizada nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Os estados brasileiros mais afetados pelas queimadas incluem Mato Grosso, Pará, Amazonas, Rondônia, e Mato Grosso do Sul. Essas regiões têm registrado um número significativo de focos de incêndio. Para visualizar um mapa atualizado dos focos de fogo, você pode acessar o Painel de Monitoramento de Queimadas do INPE. Este painel oferece dados em tempo real sobre a localização e a intensidade das queimadas em todo o Brasil.

“Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente” Carlos Moraes Queiros

Sigamos na luta pela transformação desta triste realidade...

Equipe da revista Educação Ambiental em Ação

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