NO CHÃO EM QUE PISO, A HUMANIDADE QUE REVELO.

Cláudia Mariza Mattos Brandãoi


Resumo: O texto apresenta um ensaio visual autoral intitulado “No chão em que piso, a humanidade que revelo”, objetivando estimular o público leitor a refletir acerca das suas ações cotidianas, os vestígios deixados sobre o planeta, e as suas implicações simbólicas e reais.

Neste ano, o PhotoGraphein – Núcleo de Pesquisa em Fotografia e Educação (UFPel/CNPq)ii, sediado no Centro de Artes da UFPel, completa 20 anos de sua criação, sob a minha liderança. Ele objetiva problematizar, através das artes visuais, as relações humanas com o seu contexto vivencial, discutindo questões sobre as imagens e os papéis que elas assumem em seus contextos de geração. Nosso objetivo comum é o de aprofundar pesquisas que cercam a criação artística através de articulações entre a prática da fotografia, os processos (auto)formativos e a Educação Ambiental.

Na complexidade do cotidiano, dentre tantos modos de se ver o mundo, consideramos esta como uma maneira de aprisionar o tempo, de questionar a realidade, e de tentar reconstruí-la a partir de novos olhares. Através do exercício da linguagem fotográfica e do estudo das imagens extraímos matéria prima para reflexões acerca das formas, nuances e texturas das interações cotidianas com o mundo ao redor, dando a ver mentalidades e comportamentos.

Acreditamos que ver nos possibilita enquadrar o mundo e registrá-lo. Olhar representa uma percepção atenta aos detalhes, às marcas que o tempo histórico deixa em nossos trajetos cotidianos. E com isso somos capazes de avaliar o presente e planejar o futuro.

Dentre as diferentes atividades comemorativas dos 20 anos do PhotoGraphein, lançamos no dia nove de dezembro a II Convocatória Internacional de Arte Postal, objetivando incentivar uma prática artística que se fortaleceu no nosso país entre as décadas de 1960 e 1980, durante o período da Ditadura Civil Militar. A II CIAP tem o objetivo de amealhar dados concretos e imediatos sobre os viveres contemporâneos ao redor do planeta, resgatando os serviços institucionais dos Correios em um tempo histórico de predominância da correspondência eletrônica.

Nossa convocatória propõe a cada participante o envio de fotografia(s) no formato 10 x 15 cm, puras ou híbridasiii, em resposta ao tema “No chão em que piso, a humanidade que revelo”iv. Os postais podem estar envelopados ou não. Após o encerramento da convocatória, os postais serão organizados em um catálogo no formato e-book, com distribuição gratuita, como aconteceu na I CIPAv.

Inspirada pelo tema da nossa Convocatória, decidi apresentar nesta edição da REA um ensaio visual sobre o tema “No chão em que piso, a humanidade que revelo”. E faço isso com o intuito de estimular o público leitor a refletir sobre o tema, a pensar sobre os vestígios que deixamos sobre o planeta, suas implicações simbólicas e reais. Além disso, espero estimular todas e todos a participarem da II CIPA.



























i Artista/Professora/Pesquisadora. Doutora em Educação, com Pós-Doutorado em Criação Artística Contemporânea (UA, PT), é Mestre em Educação Ambiental. Professora associada da Universidade Federal de Pelotas, lotada no Centro de Artes, atuando no curso Artes Visuais – Licenciatura e no Programa de Pós-Graduação em Artes. Líder fundadora do PhotoGraphein - Núcleo de Pesquisa em Fotografia e Educação (UFPel/CNPq).

http://www.clamar-art.com

claummattos@gmail.com

ii Disponível em https://www.photographein-pesquisa.com.br

iii Fotografia híbrida se refere a imagens com intervenções, seja de pintura, desenho, colagem, etc., sobre a base fotográfica.

iv Os postais devem ser enviados para o endereço: II C.I. Arte Postal a/c Cláudia Brandão - Caixa Postal 51 - CEP 96.207-970 - Cassino, Rio Grande, RS, Brasil, até o dia 30 de junho de 2025.

v Material disponível em: https://photographeincanal.wixsite.com/1convocatoria