COP30: COMO A EDUCAÇÃO AMBIENTAL AJUDA A ENFRENTAR A CRISE CLIMÁTICA NAS ESCOLASi
Guias e projetos escolares apresentados na COP30 reforçam como algumas escolas se preparam para fortalecer a resiliência no currículo
por
Ana Luísa D'Maschio
11
de novembro de 2025
Durante
a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre
Mudança do Clima (COP30), que acontece até 21 de
novembro em Belém (PA), a educação também
assume papel central no enfrentamento da crise climática.
Em
um cenário global de emergências socioambientais cada
vez mais frequentes e intensas, as escolas brasileiras também
vivenciam os impactos diretos de enchentes, secas prolongadas, ondas
de calor, queimadas e deslizamentos de encostas, o que compromete a
frequência, a permanência e a segurança de
estudantes e educadores.
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Como
mostramos na série
de reportagens Escolas
Resilientes,
esses desafios exigem uma preparação urgente das redes
de ensino para agir. E
diferentes iniciativas têm
buscado fortalecer a capacidade de resposta das comunidades
escolares.
Uma
delas é a parceria entre o Instituto Unibanco, o Consórcio
Amazônia Legal, o Unicef (Fundo das Nações Unidas
para a Infância) e o Vozes da Educação, que
resultou na criação de cinco Guias sobre Educação
e Emergências Climáticas voltados a apoiar redes e
escolas na construção de planos e protocolos de
resiliência.
O
objetivo do material é oferecer diretrizes que orientem redes
e escolas em seus processos de preparação e resposta
frente aos impactos das mudanças climáticas Três
desses guias foram lançados durante a COP-30, no dia 13 de
novembro.
O
primeiro volume, Educação e Emergências
Climáticas – Fundamentos Conceituais, já está
disponível para download (clique aqui para baixar). O
e-book apresenta orientações práticas sobre como
prevenir e mitigar riscos, preparar e organizar equipes, planejar
rotinas e registrar aprendizados anteriores. Os outros dois guias
abordam o cuidado emocional e a reorganização física
das escolas em situações de calamidade.
O
segundo caderno, Logística
e Infraestrutura, apoia
gestores da Amazônia Legal na criação de
diretrizes para fortalecer a infraestrutura escolar e garantir o
direito à educação em cenários de eventos
climáticos extremos, assegurando ambientes seguros e a
continuidade das atividades mesmo em situações de
exceção.
O
terceiro volume, Acolhimento
e Apoio Psicológico, oferece
diretrizes contextualizadas que orientam redes e escolas na promoção
do cuidado, da convivência e da articulação
intersetorial, valorizando saberes e práticas dos territórios.
EduCOP30 reforça protagonismo das escolas
Enquanto as instituições parceiras trabalham na construção de referências, algumas escolas públicas mostram, na prática, como a educação já contribui para ampliar a atuação das escolas resilientes.
O
MEC (Ministério da Educação) realizou no começo
de novembro a EduCOP30.
O evento foi uma das ações preparatórias da
pasta para a COP-30.
As
escolas convidadas apresentaram práticas pedagógicas
que uniram conhecimento científico, cultura local e
compromisso com o meio ambiente. A fala de um dos estudantes da
Escola Estadual Domingos Briante, de Mato Grosso (MT), resumiu o
espírito da ação: “Cuidar do Pantanal é
cuidar da nossa própria estrada. E tudo começa com
pequenos gestos na escola”.
Confira
os projetos:
Escola
Maria Ivone de Menezes, Macapá (AP)
O
projeto uniu arte, ciência e educação ambiental
ao usar a fotografia como instrumento de sensibilização.
Estudantes registraram os problemas ambientais do bairro Cidade Nova,
como o descarte de lixo e o esgoto a céu aberto, e imprimiram
as imagens em folhas de plantas da região, criando uma
exposição que despertou a comunidade para o cuidado com
o território.
Escola
Municipal Raymundo Gravito, Sete Lagoas (MG)
Com
foco na preservação das nascentes e da biodiversidade,
os alunos realizaram pesquisas e ações de campo para
compreender o papel da vegetação na manutenção
dos rios do Cerrado. O trabalho envolveu entrevistas com moradores e
campanhas educativas que reforçaram a importância de
cuidar das águas e das florestas.
Escola
Estadual Domingos Briante, São José do Rio Claro (MT)
A
proposta integrou estudantes das zonas urbana e rural por meio de
metodologias híbridas. As turmas estudaram a fauna, a flora e
os impactos das queimadas, do desmatamento e do garimpo ilegal,
desenvolvendo atividades colaborativas que ampliaram o sentimento de
pertencimento e consciência ambiental.
Escola
Estadual Osvaldo Aranha, Rio Grande do Sul (RS)
Inspirado
na trajetória da ativista
queniana Wangari Maathai,
vencedora do Prêmio Nobel da Paz, o projeto levou os estudantes
a refletirem sobre o papel das comunidades na preservação
ambiental. Galhos secos e resíduos coletados no ambiente
escolar foram transformados em esculturas de árvores,
simbolizando o equilíbrio entre natureza e humanidade.
Escola
Estadual Doutor Edino Jales, Patu (RN)
Com
foco na vegetação do semiárido, os alunos
exploraram as estratégias de sobrevivência das plantas e
discutiram as adaptações necessárias para
resistir à seca. O projeto reforçou que preservar a
Caatinga é cuidar do futuro e da identidade do povo
nordestino.
Escola
Municipal Dr. Antônio Gomes de Barros, União dos
Palmares (AL)
O
projeto envolveu a construção de uma árvore
simbólica dividida em raízes, tronco e galhos,
representando o equilíbrio ambiental, as ações
inspiradoras e os compromissos individuais de preservação.
A atividade integrou arte, ciência e valores humanos,
reafirmando o papel da escola como espaço de aprendizagem e
cuidado com o meio ambiente.
Fonte: https://porvir.org/educacao-ambiental-crise-climatica-escolas/