APÓS A COP-30, EDUCADORES LANÇAM LIVRO AMBIENTAL E REFORÇAM LEGADO CLIMÁTICO PARA AS NOVAS GERAÇÕES
Obra reúne cartas escritas por estudantes brasileiros a líderes mundiais e surge como continuidade das discussões que marcaram a conferência internacional realizada na capital paraense.
Foto: Arquivo Pessoal
Após sediar a histórica COP-30, Belém continua respirando debates e iniciativas relacionadas ao clima e ao futuro da Amazônia. Entre elas está o lançamento do livro “A Correspondência de Cidadãos Mirins pelo Planeta em Risco”, obra que reúne cartas escritas por estudantes do Ensino Fundamental abordando a crise climática, a proteção da biodiversidade e a responsabilidade ambiental das nações.
A cidade, que se tornou o grande palco mundial das discussões ambientais em 2025, agora recebe projetos que buscam manter viva a mobilização social despertada pela conferência.
Com 65 cartas escritas por estudantes, projeto sobre a Amazônia integrou ações durante a COP-30. Foto: Acervo Pessoal/organizadores
Um livro que nasce no Sul, mas floresce na Amazônia
O projeto tem como organizador o jornalista, físico, pesquisador e professor paraense Luann Guarany, natural de Belém e radicado há 12 anos no Rio Grande do Sul. Para ele, trazer o livro após a COP-30 é um gesto de continuidade:
“A COP já terminou, mas o compromisso precisa permanecer. Trazer este livro à minha terra é dar sequência ao movimento que Belém iniciou diante do mundo.”
A coorganização é assinada por Bruna Simon, física e jornalista gaúcha que viveu dois anos em Belém e mantém forte vínculo com a cultura e a realidade socioambiental da região:
“Belém ensinou ao mundo a importância do território amazônico. Agora, são as crianças que lembram aos líderes o que precisa continuar sendo feito.”
Cartas que ecoam após a conferência
As cartas escritas pelos estudantes abordam temas urgentes que foram debatidos durante a COP-30 — e que seguem desafiando governos e sociedades:
desmatamento na Amazônia
preservação de rios, igarapés e oceanos
queimadas e impactos em comunidades tradicionais
biodiversidade ameaçada
responsabilidade dos países desenvolvidos
educação ambiental como política de Estado
O livro funciona como uma espécie de legado estudantil, mantendo viva a sensibilidade e a pressão social necessárias para que os acordos firmados na COP não se percam ao longo dos anos.
Belém e o pós-COP: continuidade e responsabilidade
O evento internacional reforçou a visibilidade mundial da Amazônia e deixou compromissos que ultrapassam a diplomacia. Para os organizadores do livro, o momento agora é de fortalecimento da educação ambiental:
“Belém mostrou ao mundo que a solução climática passa pela Amazônia. Agora precisamos garantir que essa consciência chegue às escolas, às famílias e aos territórios,” afirma Luann.
A entrega do livro na capital paraense inclui visitas simbólicas a espaços como a Estação das Docas, a Ilha do Combu e áreas urbanas que se tornaram cartões-postais da COP-30.
Volume 2 em andamento
Com o sucesso do primeiro volume, já está em produção o Volume 2, que contará com novas escolas participantes e ampliará a circulação do projeto. A proposta é transformar a escrita das cartas em um movimento permanente de mobilização jovem.
Quem são os professores
Luann Guarany — Paraense, físico, jornalista, especialista em engenharia de produção e mestre em Ciências. Atua no Rio Grande do Sul como professor de Física, Robótica e Ciências e desenvolve projetos educacionais voltados à educação do campo.
Bruna Simon — Gaúcha, física, jornalista e mestra em Ensino de Ciências. Atua na rede pública e desenvolve projetos voltados à inovação educacional.
Serviço
Obra: A Correspondência de Cidadãos Mirins pelo Planeta em Risco
Organização: Luann Guarany e Bruna Simon
Formato: Digital e impresso
Acesso: https://estudematematica.my.canva.site/livro-cartas
Fonte: Organizadores Bruna Simon e Luann Guarany