Educação Ambiental em Ação 25

Os Desafios da Educação Ambiental- um exercício através da Educação proposta por Paulo Freire

 

 

Marcio Vieira Oliveira, Jornalista, Mestre em Educação Ambiental pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande.

Endereço para correspondência: Pedro Bertoni, 35, Centro, Rio Grande – RS.

Email: marciovoliveira2000@yahoo.com.br Tel.: (53) 99458125

 

Resumo: O presente trabalho tem o objetivo de fazer um paralelo entre a Educação proposta por Paulo Freire e a Educação Ambiental e seus pressupostos. Nesse trabalho trazemos também os principais eventos da EA no mundo e um breve histórico no Brasil.

 

Onde vamos parar?

 

Pensar nos dias de hoje em guerras – não falo apenas do embate imperialista norte-americano, mas aqui sim, deste aqui bem perto, o da sobrevivência nos grandes centros brasileiros, a fome e miséria. Mas agora não vemos apenas aqueles infelizes miseráveis, lá no continente africano, mas atualmente assistimos pela televisão a morte diária de milhares de pessoas que não têm o que comer no nordeste, norte, sul e sudeste do Brasil, ou seja, o nosso vizinho pode não ter o que comer. Falta de moradia, exclusão social, falta de emprego, entre tantas outras coisas faz parte deste cenário caótico que o neoliberalismo promoveu nestes últimos tempos.

Entrelaçado a tudo isto, e não separado, como tanto discutimos, temos os problemas ambientais que esses fatores acarretam – como o excesso de elementos poluentes que se encontram presentes em nosso dia-a-dia, como o lixo, que cada vez mais são produzidos e não são reciclados, a poluição dos rios e mares, a falta de fiscalização por parte das autoridades competentes e que levam a desastres irrecuperáveis ao ambiente. Os desmatamentos de grandes áreas verdes, o uso irregular de pesticidas com o propósito de aumentar as fontes de lucros na produção de alimentos. Como se percebe, são muitos os fatores que levam à degradação em grandes escalas do ser humano no planeta.

E o planeta terra como está? E a espécie humana? O bicho homem, se não tomar consciência, logo entrará em extinção também. Tem-se que fazer um retorno às raízes e perceber, e logo, que muito está se fazendo de errado.

Dizia Stevenon e Fuller (In: Tanner, 1978): ”Não é possível voltar para abastecer; e não é possível descer e ir para um lugar melhor. A espaçonave Terra foi lançada, e nós somos a tripulação. A única tripulação que ela tem”.

A humanidade esqueceu que ela também faz parte desse imenso sistema, e que os recursos naturais não são renováveis, pelos menos sua maioria. E que se esquecermos de agir com responsabilidade esses recursos se esgotarão e não será mais possível a vida nesse planeta.

Hoje, assistimos diariamente e pelos meios de comunicação de massa, o homem destruindo o que lhe foi dado gratuitamente. Rios deixam de correr porque as suas nascentes foram totalmente desviadas para a irrigação de grandes propriedades, e o que restou dos poucos riachos? As indústrias tratam de poluir com os dejetos de suas produções. Nos grandes centros os esgotos são lançados a céu aberto.

 

Em 18 de janeiro de 2000, um vazamento em um duto da Refinaria de Duque de Caxias, da Petrobrás, despeja 1,3 milhão de litros de óleo na baía de Guanabara e atinge uma área de 50km2. Polui as famosas praias cariocas e impõe danos incalculáveis aos manguezais da régio e aos que vivem deles. Calcula-se em vinte anos o período mínimo de recuperação. Em 17 de julho, novo acidente. Dessa vez, rompe-se um duto da Refinaria Getúlio Vargas, em Araucária, região metropolitana de Curitiba, Paraná. Durante duas horas, são despejados 4 milhões de óleo cru nos rios Birigui e Iguaçu. Ameaça à captação de água nos municípios e impõe perdas ambientais incalculáveis. A Petrobrás é multada em 150 milhões de reais. No Congresso, há desconfiança de sabotagem à Petrobrás, visando a sua privatização. (Dias, 1991, p. 61)

 

 

Dias (1991) refere-se aos grandes desastres ambientais que são provocados pelo descaso e pela falta de fiscalização por parte das autoridades. Gerar lucro, esse é o único meio que as empresas vêem em seu futuro. E a responsabilidade social e ambiental fica onde? E o homem? Como fica nessa história toda? Mas na realidade ele é responsável por todos esses problemas? Será? Como está o panorama social do país e do mundo?

Essas são algumas perguntas levantadas para tentar responder tantos questionamentos. E percebe-se que o homem é o principal causador da maioria dos problemas ambientais. Ele tem o poder de autodestruição da espécie. Mas esse poder é gerado por um modelo de desenvolvimento que tanto conhecemos: o econômico. Esse modelo, gerado pelos países “detentores” dos poderes de decisões das políticas mundiais, o G7, têm acarretado influências e hábitos negativos nos sistemas políticos, de educação e informação.

Segundo Dias (1991), há por parte desses dominantes um incentivo ao consumo desenfreado de seus produtos e que assim haja um aumento maior em seus lucros, e usando dessa maneira os recursos ambientais de forma inadequada, sem um planejamento de suas reposições.

Com esse consumo desnecessário desencadeado pela grande mídia, como por exemplo, o consumo de bens desnecessários, aumenta o número de produtos que são desprezados, ou seja, lixo. Esse consumo desenfreado acarreta uma condição de recursos naturais limitados, ou seja, consumo de matérias-primas, água, energia elétrica, combustíveis fósseis, desflorestamento, etc.

A sociedade em que vivemos não está preparada para enfrentar os diversos problemas que são ocasionados pela degradação ambiental. O crescente aumento da população mundial é um clássico exemplo dessa selva de pedra que está se transformando nosso habitat. Com a falta de planejamento populacional aumentam os índices de falta de moradia, e pior do que a falta, são as condições inadequadas.

O aumento de doenças também é fator resultante do acréscimo da população. Doenças como a AIDS assolam milhares de vidas em hospitais públicos e de qualidade questionável. Aliás, o sistema de saúde no Brasil merece destaque: não pelas conquistas, mas sim pelo desrespeito ao ser humano. Falta de leitos, médicos e profissionais mal preparados, instalações inadequadas, infecções, falta de medicamentos, fazem desse Sistema Único de Saúde do país um verdadeiro caos.

Todo esse cenário faz pensar em onde irá parar o ser humano se continuar esse modelo econômico de desenvolvimento. É fácil fazer alguns prognósticos, e esses já estão feitos e são lamentáveis. Nunca se viu tamanha depredação da espécie como se vê hoje, na atual sociedade em que vivemos.

Deixo uma pergunta: Onde iremos chegar? Existe alguma solução?

 

A Educação Ambiental – uma solução?

 

Antes de entrar na fundamentação sobre Educação Ambiental trarei alguns conceitos que penso serem importantes para a elucidação do trabalho: Meio Ambiente e Educação.

 

Meio Ambiente

 

Antes de discorrermos sobre a Educação Ambiental é necessário definirmos um conceito sobre Meio Ambiente, que dentro da Educação Ambiental é bastante discutido.

A palavra Meio Ambiente, segundo alguns autores, significa apenas o meio onde vivemos, composto pela fauna e flora. Já para outros esse conceito é muito mais abrangente e complexo, pois inclui o homem. E é nesse que vamos nos ater, mas faremos um breve comentário sobre ambos, pois merecem destaque por divergirem em sua forma.

O ecólogo Belga Duvigneaud (In: Reigota, 1994, p. 20) diz que “é evidente que o meio ambiente é composto por dois aspectos: 1) o meio ambiente abiótico físico e químico e 2) o meio ambiente biótico”.

O autor mostra claramente que a sua visão é de que o homem não faz parte desse meio, e essa é a mesma compartilhada por vários outros autores que merecem destaque e amplia a ajuda no aumento da discussão.

Apresento o conceito de dois autores sobre Meio Ambiente, que representam à mesma reflexão que faço sobre o assunto:

Reigota (1994, pág. 21 O que é Ed. Ambiental) define Meio Ambiente como:

 

Um lugar determinado e/ou percebido onde estão em relações dinâmicas e em constante interação os aspectos naturais e sociais. Essas relações acarretam processos de criação cultural e tecnológica e processos históricos e políticos de transformação da natureza e da sociedade. (Reigota, 1994, p. 21)

A definição de meio ambiente para Velasco (1997) é a seguinte:

 

É o espaço-tempo ocupado pelos entes onde transcorre a vida dos seres humanos. Esse espaço tempo, à maneira do da física relativista, deve ser entendido como o produto da presença e das relações existentes entre os entes. Quando digo entes quero dar a entender que não me refiro tão somente a objetos físicos (como podem sê-lo uma pedra ou um animal), mas também estão abrangidos os objetos culturais não-físicos (como podem sê-lo uma divindade ou uma teoria mítica ou cientifica sobre o mundo ou algum fenômeno em especial que numa dada cultura dele faça parte). (Velasco, 1997, p. 107)

  

Assim como Reigota (1994) e Velasco (1997), afirmo que para existir meio ambiente é necessário existir o ser humano. Essa relação existente entre a natureza e o homem é evidenciada quando se descreve as analogias de transformação que são acarretadas entre ambos, como por exemplo, os movimentos sociais e ambientais, os acontecimentos históricos, os avanços tecnológicos que podem trazer tantos danos quanto benefícios para a natureza, e que são alienados pelo homem. Esses processos são evolutivos da espécie e estão em permanente interação com o homem e com a natureza, um depende do outro para acontecer, e como diz Velasco, não apenas o homem, como ser, mas também os fenômenos, as teorias míticas e ou científicas e que vêem a fazer parte da evolução da nossa espécie.

  

A Educação segundo Paulo Freire

 

Quanto mais analisamos as relações educado-educandos, na escola, em qualquer de seus níveis (ou fora dela), parece que mais nos podemos convencer de que estas relações apresentam um caráter especial e marcante – o de serem relações fundamentalmente narradoras, dissertadoras. Narração de conteúdos que, por isto mesmo, tendem a petrificar-se ou a fazer-se algo quase morto, sejam valores ou dimensões concretas da realidade. Narração ou dissertação que implica um sujeito – o narrador – e objetos pacientes, ouvintes – os educandos. Há uma quase enfermidade da narração. A tônica da educação é preponderantemente esta – narrar, sempre narrar. (Freire, 1987, p. 57)

  

Como diz Freire (1987) em seus escritos, a educação nos moldes como está organizada não ajuda a formar, e sim, apenas informa aos cidadãos e dessa forma cria-se um enorme abismo entre as classes que dominam e criam-se as dominadas. Com a estrutura atual os educadores não têm o objetivo de mostrar a realidade e a partir dela construir conceitos e formar cidadãos, e para tanto usam a narrativa como forma de construção.

Os conteúdos narrados não fazem parte do conviver dos educados, é uma fragmentação, um retalhamento de uma prática, pois são dispostos sem uma coerência, apenas como mais uma teoria, conteúdo a ser despejado aos alunos.

Espera-se com essa prática informar aos educandos uma realidade que existiu, apenas os enchendo com os conteúdos e não interessando se esses são compartilhados pela realidade que os educandos vivem ou não.

Paulo Freire (1987) relata que essa educação é baseada na “sonoridade” da sua palavra e não na força transformadora que ela traz em seu interior. Essa educação é a que o grande capital deseja, pois transforma a sociedade em apenas uma mera repetidora de conceitos e não questiona as decisões relacionadas à vida dos cidadãos, tomadas pelos donos do capital e do poder. Não se repensam os acontecimentos como eles foram e aconteceram realmente, e as suas correlações com o que acontece nos tempos atuais, tendo assim um enfrentamento da nossa realidade.

Velasco (1997, p. 109) tem uma visão de educação que vem ao encontro do pensamento de Paulo Freire, e afirma que:

 

(...) a educação é a ação transcorrida fundamentada numa pedagogia ploblematizadora ou pedagogia da libertação, que se caracteriza entre outros, pelos seguintes traços: a) coloca os instrumentos da cultura erudita a serviço da conscientização/ mobilização dos oprimidos em luta para superar o capitalismo e alcançar uma ordem comunitária constituída por indivíduos livremente associados e multilateralmente desenvolvidos. b) toma como ponto articulador da ação pedagógica as questões ligadas à vida diária e à luta dos oprimidos; c) estabelece vínculos de muito enriquecimento entre a cultura “erudita” e a chamada cultura “popular” (aquela que à margem da educação formal, os oprimidos constroem no dia-a-dia das suas vidas e das suas lutas); d) supera a contradição educador-educando, propiciando a construção dialógica do conhecimento vivo (ligado ao dia-a-dia e cimentado na pesquisa e na reflexão), numa dinâmica em que ambos são educandos-educadores, porque são investigadores críticos, isto é, sujeitos desveladores da realidade social e engajados na sua transformação libertadora; e) combate, pela crítica e a auto-reflexão, o fatalismo e o assistencialismo, e aposta na capacidade de luta dos e com os oprimidos para melhorar as nossas vidas e para, em última instância, superar o capitalismo; f) defende (e busca aplicar no dia-a-dia) a tomada democrática das decisões e visa a superação da disciplina verticalmente imposta pela autodisciplina consensualmente estabelecida e avaliada.

  

O que diz respeito à educação problematizadora ou à pedagogia da libertação é a mudança que esta é capaz de produzir nos cidadãos, na sua forma de agir e repensar a sociedade como um todo, pois faz dos cidadãos, oprimidos pelo atual sistema capitalista que estamos empenhados, articuladores de suas reivindicações. Os educandos deixam de ser apenas ouvintes e minimiza o abismo existente entre esses e os educadores. O conhecimento passa a ser troca entre os seres e não apenas uma forma de distribuir conteúdo. O educador e o educando estão juntos no transformar e não mais unilateralmente como acontece, devendo os dois participar juntos do processo.

Não basta como conclui Velasco (1997), superar a opressão: é preciso mudar a concepção de mundo para que a causa também seja eliminada e superada, e não apenas as suas conseqüências. Essa leitura deve ser vista pelos educadores como o cerne da questão, pois o dia-a-dia do agente, cidadão, que tenta superar as diferenças e desigualdades no seu cotidiano, deve ser encarado como uma questão a ser vencida. Essa luta diária deve ser vista com maior amplitude no que diz respeito no embate à eliminação das diferenças que transformam esse cidadão em oprimido. A causa dessa questão está no sistema que nos envolve e que nos transforma em meros consumidores de seus produtos.

Esse consumismo exagerado que é embutido para a sociedade, as grandes empresa transnacionais que lucram milhões e milhões de dólares no Brasil, e que auxiliam no aumento da desigualdade social que assola tanto o país quanto o resto do mundo, também deve ser visto e repensado, pois está aí a questão chave.

Mas o que acontece é que a construção dialógica que deveria ser construída pela relação dos educandos-educadores é tida como distante, não é objetivo criar essa transformação, pois é só através da realidade de cada indivíduo que será construída uma educação libertadora.

 Paulo Freire (1987), em sua Pedagogia do Oprimido, traz uma concepção de educação que é feita no Brasil, que traduz o atual conflito existente na sociedade atual e que se denomina “Educação Bancária”. Essa concepção diz respeito à falta de comunicação existente entre os principais interlocutores da educação, que são os educandos e os educadores.

Com o ato de “depositar” conteúdos resume-se o conceito de Educação Bancária, pois nele o educando é um mero receptor de conteúdos e o educador é o ditador dessa regra, que registra todos os conhecimentos da maneira que ele pensa ser correta. E onde ficam os conhecimentos e as reflexões dos educandos? Eles não são, também, importantes? Para a Educação Bancária, não.  A sociedade opressora não permite essa realização, pois se ela assim fizer, irá acabar com o poder de neutralizar as forças dos oprimidos: “O educador é o que educa; os educandos, os que são educados” (Paulo Freire, 1987), essa frase é um instrumento de opressão com a sociedade.

Mas Paulo Freire (1987, p. 68) contraria e diz “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. Esse conceito descreve o respeito que deve existir entre os entes, e que deve ser mais um instrumento para a eliminação dos oprimidos. Os educandos não são mais fiéis depositários, e sim construtores dessa nova realidade. São chamados ao conhecimento e não mais a memorizar o conhecimento.

Os educandos começam a pensar e ter consciência crítica da realidade em que vivem. Eles se sentiram desafiados a desvelarem o conhecimento crítico, tornando o homem inserido no mundo, e não mais alheio a essa realidade.

Então o que se percebe é que a educação que se almeja é aquela que não exista mais o educando oprimido, alienado à sociedade, mas sim questionador e crítico da realidade em que está inserido, e esse conceito confunde-se com a própria “Educação Ambiental”, que prepara o cidadão para ser questionador político, pela justiça social, relacionamento ético com as relações sociais e com a natureza.

  

Breve histórico da Educação Ambiental

 

Os documentos provam que os estudos sobre a Educação Ambiental vêem de longos tempos. Genebaldo Freire Dias, em “Educação Ambiental - princípios e práticas” (2001, p. 75) mostra que já em 1864 o diplomata George Perkin Marsh publicava o livro “O homem e a natureza: ou geografia física modificada pela ação do homem”, que trazia um estudo sobre os recursos naturais que estavam sendo esgotados pelo homem no planeta terra e que se não houvesse um cuidado excessivo com esses recursos, logo nossa civilização iria sumir como aconteceu com outras civilizações mais antigas.

Dias (2001) faz uma reflexão sobre as grandes catástrofes que abalaram o planeta e que a partir delas algumas decisões começaram a ser tomadas pelas autoridades. Em Londres, 1952, a cidade enfrentaria o que se tornaria o começo da retomada das questões ambientais naquele país, uma das suas maiores crises ambientais: o ar da cidade se tornou tão denso devido à poluição, que cerca de 1.600 pessoas morreram. Ironia dizer que foi na Inglaterra que surgiu a Revolução Industrial, e que gerou tantos desastres em nome do progresso e da tecnologia. Depois dessa tragédia, houve uma sensibilização com as questões ambientais e com a qualidade de vida, sendo aprovada a lei do Ar Puro, pelo Parlamento Inglês, gerando vários questionamentos em tantos outros países, inclusive fazendo surgir nos Estados Unidos, na década de 1960, os movimentos ambientalistas.

As questões ambientais foram enfatizadas e o mundo começava, durante a década de 1960, a sentir as conseqüências do desenvolvimento econômico que os países ricos estavam se submetendo, e com isso houve um grande aumento dos índices de poluição atmosférica, rios envenenados com pesticidas e resíduos oriundos das grandes indústrias, erosão dos solos e perda da fertilidade da terra. Nessa época a imprensa mundial começava a divulgar com manchetes catastróficas os danos ambientais que estavam se consolidando.

Foi denunciando esses desmandos e as nefastas causas das grandes indústrias ao meio ambiente, que a jornalista americana Rachel Carson, em 1962, publicou a obra “Primavera Silenciosa”, que originou grandes questionamentos sobre a problemática ambiental, gerando debates com os principais organismos internacionais.

O termo Educação Ambiental (Environmental Education) surgiu pela primeira vez durante a Conferência em Educação na Universidade de Keele, na Grã-Bretanha.

No Brasil, ainda sem a preocupação com a degradação ambiental, surgiam grandes projetos condenados pelos ambientalistas, como era o projeto Carajás e a Usina Hidrelétrica de Tucuruí, que trariam grande impacto ambiental. Enquanto o mundo começava a se preocupar com os grandes índices de poluição, o Brasil abria espaço para as grandes indústrias virem a se instalar no país, pois assim teríamos o avanço tecnológico tão sonhado e o país receberia grandes investimentos. Um exemplo claro disso foi o caso da cidade de Cubatão, em São Paulo, pois os governos afirmavam que estariam dispostos a pagar o preço pelo progresso.

Em 1968 foi realizada em Roma uma reunião que seria chamada de “Clube de Roma”, que era composto por economistas, pedagogos, humanistas, industriais, entre outros, para discutir o consumo e as reservas de recursos naturais não renováveis e o crescimento da população.

 

As conclusões do “Clube de Roma”’ deixam clara a necessidade urgente de se buscar meios para a conservação dos recursos naturais e controlar o crescimento da população, além de se investir numa mudança radical na mentalidade de consumo e procriação. Seus participantes observam que: ‘O homem deve examinar a si próprio, seus objetivos e valores. O ponto essencial da questão não é somente a sobrevivência da espécie humana, porém, ainda mais, a sua possibilidade de sobreviver sem cair em estado inútil de existência. (Reigota, 1994, p. 13)

  

Dessa reunião, segundo Reigota (1994), publicou-se o livro “Limites do Crescimento”, que estabelecia, segundo as teorias dos sistemas, que o se o nível de crescimento e busca pelo material continuasse daquela forma, não haveria futuro para o planeta terra.

  

Grandes eventos da Educação Ambiental

 

Conferência de Estocolmo

A ONU – Organização das Nações Unidas realizou em 1972, em Estocolmo, na Suécia, a que viria ser o primeiro grande evento sobre Meio Ambiente Humano, a “Conferência de Estocolmo”, e que teve a participação de 113 países. O grande tema foi o de se estabelecer uma visão holística da realidade e princípios comuns que servissem como orientação para a conservação da humanidade. (Dias, 2001)

A Conferência iria chamar a atenção do mundo para os problemas que o homem estava causando para o ambiente com o consumo exagerado de recursos naturais. Mas essas deliberações causaram pensamentos contrários, principalmente por parte dos países mais pobres, pois acusavam os mais ricos de impedirem o seu crescimento, usando as políticas ambientais como forma de inibirem a sua capacidade de competir no mercado internacional com os seus produtos.

Reigota (1994) afirma que com a conferência de Estocolmo é que surge o termo Educação Ambiental. “Uma resolução importante da Conferência de Estocolmo foi a de que se deve educar o cidadão para a solução dos problemas ambientais. Podemos então considerar que aí surge o que se convencionou chamar de Educação Ambiental”.

No Brasil, uma das conseqüências gerada pela Conferência de Estocolmo foi a criação da SEMA – Secretaria Especial do Meio Ambiente, que segundo Dias (2001, p. 80) “Foi o primeiro organismo brasileiro de ação nacional, orientado para a gestão integrada do ambiente”.

Mas, como tudo no Brasil, a criação dessa secretaria foi pressionada pelo Banco Mundial e pelas instituições ambientais, e como na época estava instaurada no país a ditadura militar, a SEMA era composta por apenas três funcionários, e tinha tudo para não dar certo (por isso foi criada). Mas o que se viu foi exatamente o contrário, pois ela foi reconhecida internacionalmente e deixou grandes contribuições no que diz respeito à legislação ambiental.

 

Conferência de Belgrado

Realizou-se em 1975, na cidade de Belgrado na antiga Iugoslávia, e tinha como objetivo definir as diretrizes para um programa internacional para Educação Ambiental, em que a mesma deveria ser ”(...) contínua, multidisciplinar, integrada às diferenças regionais e voltada para os interesses nacionais.” (Dias, 2001, p. 80)

Desse encontro foi redigida a “Carta de Belgrado”, um documento que questionava os grandes avanços econômicos e o retrocesso das questões sociais e reivindicava o fim da pobreza, da fome, das desigualdades entre ricos e pobres, que não deveria haver crescimento em cima da fragilidade de outros.

Trago um trecho da “Carta de Belgrado”:

 

Nossa geração tem testemunhado um crescimento econômico e um progresso tecnológico sem precedentes, os quais, ao tempo em que trouxeram benefícios para muitas pessoas, produziram também sérias conseqüências ambientais e sociais. As desigualdades entre pobres e ricos, nos países e entre países, estão crescendo, e há evidências de crescente deterioração do ambiente físico, numa escala mundial. Essas condições, embora primariamente causadas por um número relativamente pequeno de países, afetam toda a humanidade.

A recente declaração das Nações Unidas para uma Nova Ordem Econômica Internacional atenta para um novo conceito de desenvolvimento - o que leva em conta a satisfação das necessidades e desejos de todos os cidadãos da terra, do pluralismo de sociedades e do balanço e harmonia entre humanidade e meio ambiente. O que se busca é a erradicação das causas básicas da pobreza, da fome, do analfabetismo, da poluição, da exploração e dominação.

Não é mais aceitável lidar com esses problemas cruciais de uma forma fragmentada. (Dias, 2001, p.101)

  

Na Carta de Belgrado foram definidos seis objetivos da Educação Ambiental, que são os seguintes: Conscientização, Conhecimento, Comportamento, Competência, Capacidade de Avaliação e Participação.

 

Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental de Tiblisi

A Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental de Tiblisi foi realizada em 1977, na Geórgia, antiga URSS, e tinha como objetivo dar uma continuidade aos encontros realizados em vários países anteriormente, organizados pela ONU. O encontro serviu para reafirmar os princípios da natureza da Educação Ambiental e definir os objetivos, princípios e características, formular recomendações e estratégias pertinentes aos planos regional, nacional e internacional das Nações Unidas.

Segundo Reigota (1994) o evento serviu também para apresentar ao mundo quais eram os projetos que já estavam sendo executados pelos países, então participantes, estimulando a troca de experiências, pesquisas, documentos e serviços para os docentes de outros países.

A Conferência de Tiblisi afirmou que a Educação Ambiental não fosse mais vista de forma reducionista e fragmentada, até como queriam os países industrializados, e sim de uma forma onde todos os entes têm que estar envolvidos com os seus paradigmas e com o compromisso do social. Não é mais concebível que a Educação Ambiental seja vista como parte integrante do ensino das disciplinas de ciências, mas que permeassem todas as outras do componente curricular. Os cidadãos, a partir de sua realidade, deveriam perceber como gerir e administrar os recursos ambientais de forma a não esgotar-se e que poderiam contribuir para a sua renovação, tendo assim uma visão integrada com o ambiente e dialogando com o mesmo para que a sua conservação seja plena e não mais se tornando à margem, e sim parte do ambiente.

 

Para o desenvolvimento da Educação Ambiental, foi recomendado que se considerassem todos os aspectos que compõem a questão ambiental, ou seja, os aspectos políticos, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos, culturais, ecológicos e éticos (...) (Dias, 2001, p. 82)

 

Rio 92

De 3 a 14 de junho de 1992, realizou-se na cidade do Rio de Janeiro a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida como Rio-92, e teve como um dos grandes objetivos a verificação dos modelos de desenvolvimento e a sua ineficiência, sugerindo a mudança para um desenvolvimento “sustentável”.

Outra proposta da Rio-92 foi a de aumentar os esforços para proporcionar informações sobre o meio ambiente que possam promover a conscientização popular, além de promover um treinamento cada vez maior de profissionais, a fim de ampliar essa rede de informações. Segundo Dias (2001) a Rio-92 foi o evento mais importante desde que o ser humano se organizou em sociedades.

Segundo Pedrini (1997) durante a Conferência foi promovido pelo governo federal um workshop no qual foi aprovado um documento denominado ”Carta Brasileira para a Educação Ambiental”, onde uma das prioridades dos governos seria a de implantar em todos os níveis da educação a Educação Ambiental.

Durante o evento milhares de Organizações Não-Governamentais e participantes da sociedade civil, reuniram-se para discutir as questões ambientais.

 

Agenda XXI

É um plano de ação para o século XXI, visando a sustentabilidade da vida na terra; esse é o conceito que Dias (2001) afirma sobre a Agenda XXI e que trata em seus 40 capítulos sobre dimensões econômicas e sociais, conservação e manejo de recursos naturais, fortalecimento da comunidade e meios de implementação.

A Agenda XXI foi fomentada durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada no Brasil, e é o principal documento do evento.

É o documento mais consistente que existe de como alcançar o “Desenvolvimento Sustentável”, isto é, de como podemos continuar desenvolvendo nosso país e nossas comunidades sem destruir o meio ambiente e com maior justiça social.

Suas ações são a longo, médio e curto prazo, ou seja, em todos os âmbitos onde ela pode alcançar. Isto, na realidade, mostra a preocupação com as nossas futuras gerações. Trata-se de um roteiro de ações concretas, com metas, recursos e responsabilidade definidas. Ela deve ser um plano obtido pelo consenso, ou seja, com todos os grupos sociais, opinando e se comprometendo com eles.

A Agenda XXI deve servir de guia para as ações do governo e de toda a sociedade organizada que procuram o desenvolvimento sem com isso destruir o meio ambiente.

 

O que esperamos da Educação Ambiental

 

Assim Educação Ambiental teria como finalidade promover a compreensão da existência e da importância da interdependência econômica, política, social e ecológica da sociedade; proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de adquirir conhecimentos, o sentido dos valores, o interesse ativo, e as atitudes necessárias para proteger e melhorar a qualidade ambiental; induzir novas formas de conduta nos indivíduos, nos grupos sociais e na sociedade em seu conjunto, tornando-a apta a agir em busca de alternativas de soluções para os seus problemas ambientais, como forma de elevação da sua qualidade de vida.

Dessa forma, a Educação Ambiental acabara de estabelecer um conjunto de elementos que seriam capazes de compor um processo através do qual o ser humano pudesse perceber, de forma nítida, reflexiva e crítica. Os mecanismos sociais, políticos e econômicos que estavam estabelecendo uma nova dinâmica global, preparando-os para o exercício pleno, responsável e consciente, dos direitos de cidadão, por meio dos diversos canais de participação comunitária, em busca da melhoria de sua qualidade de vida e, em última análise, da qualidade da experiência humana. (Dias, 2001, p. 83)

  

Essa citação é uma das premissas da Conferência de Tiblisi e mostra claramente onde se pretende chegar através da Educação Ambiental. Por meio dessa participação, dessa transformação da sociedade, em torná-la também responsável pelo ambiente que fazemos parte integrante e não apenas como um espectador, é que irá se chegar ao denominador comum que há tanto tempo vem se discutindo.

É através dessa educação que conseguiremos ter uma sociedade mais justa, com recursos igualitários para todos. Por meio dessa compreensão é que se irá contrapor aos modelos vigentes, tanto sociais como econômicos e que acabam levando à degradação do meio em que se vive. Através dessa Educação, e somente através dela, é que o homem irá perceber o quanto ele é parte desse projeto de mudança, mas é necessária uma mudança de visão, de atitudes, pois só com a conscientização é que se conseguirá chegar aos objetivos propostos.

E onde podemos fazer Educação Ambiental? Reigota (1994) diz que a Educação Ambiental pode ser realizada em todos os níveis da sociedade, nas escolas, nas reservas ecológicas, nas associações de bairros, nos sindicatos, nas universidades e nos meios de comunicação de massa, que é o objeto dessa pesquisa, pois a Educação Ambiental é ampla e está presente em nossas ações diárias.

O todo, preocupado com as questões ambientais, como é preconizado pela Educação Ambiental, está permeado de questões sociais, pois são através dessas ações que é transformado o meio ambiente. Não é possível separar as questões sociais, econômicas, culturais e tecnológicas das ambientais, todas estão entrelaçadas. Se o meu bairro não tem uma política definida para as ações sociais, não há escola, postos de saúde, empregos, como é que ficará o desenvolvimento do ser humano? Isso é Educação Ambiental.

Como Dias (2001) cita que não se pode deixar de lados questões como o desemprego mundial, a fome, as condições de miséria que vivem grande parte da população, as epidemias como AIDS, Gripe Asiática, entre outras, a falta de saneamento, corrupção em todos os níveis, injustiça social, a violência, a grande concentração de renda, falta de moradias, crianças abandonadas que irão gerar possíveis bandidos, falta de escola, entre tantas outras, e como se essas questões não estariam interligadas às ambientais, se fosse possível separá-las. Será possível separar o homem do meio ambiente? Este não faz parte também do mesmo sistema? Então, se ele está inserido no ambiente, os problemas que o entrelaçam também têm ressonância ambiental.

Não é possível separá-los, essa foi uma das grandes contribuições da Conferência de Tiblisi, segundo Dias (2001). A busca por uma melhor qualidade de vida é o que a Educação Ambiental preconiza e que ela deve estar disponibilizada a todos os cidadãos, em todos os ambientes. Chegando a todas as instâncias a sociedade poderá exigir através da elaboração de uma legislação eficaz e que realmente funcione, exigindo assim justiça social.

Outra questão abordada por Dias (2001), sobre as recomendações de Tiblisi, é que nos tempos atuais não é mais permitido qualificar uma ação danosa ao meio ambiente ou social como que se os praticantes não soubessem das suas conseqüências e os possíveis impactos que essa ação irá promover. Os cidadãos são responsáveis pelos atos que a sociedade pratica e que a coletividade deve ser levada como uma maneira de se ater a atos responsáveis.

E que respostas procuramos para todos esses questionamentos? Um novo modelo de desenvolvimento para nossa sociedade?

 

A Educação Ambiental no Brasil

Sempre na vanguarda na discussão das questões ambientais no Brasil, o Rio Grande do Sul foi o primeiro estado da Federação a criar um órgão com o propósito de promover a proteção ao meio ambiente. Em 1971 foi criada a Agapan – Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural.

Já em nível nacional alguns discursos colocam o país na contramão do que o mundo vinha discutindo em relação à degradação ambiental, na época, durante a Conferência de Estocolmo, em 1972. (Dias, 2001)

São externadas as vontades de que empresas multinacionais possam investir no Brasil, sem que tenham a preocupação com o meio ambiente e com os índices de poluição que esse crescimento possa acarretar. Mesmo com todo esse discurso negativo, foi criada em 1973 a SEMA – Secretaria Especial do Meio Ambiente. O titular dessa secretaria foi o professor Paulo Nogueira Neto, o qual deixou, praticamente, as bases para as leis ambientais, muitas existentes até hoje.

A SEMA foi cunhada, como se diz, “uma obra para inglês ver”, pois funcionava em apenas duas salas e com apenas três funcionários, mas a sua coordenação conseguiu, mesmo frente às dificuldades existentes, criar políticas para a preservação do ambiente, e que fossem através de vários projetos implementados reconhecidos pela comunidade ambiental internacional. (Dias, 2001)

 

Segundo Reigota (1994, p. 51):

A Educação Ambiental, oficial, desse período, é importante somente como referência histórica. Independente do governo da época, uma consciência ambiental crítica surge no Brasil, acompanhando o que estava acontecendo em outros países. Como conseqüência, a EA começa a ser realizada timidamente por pequenos grupos e pessoas isoladamente, em escolas, parques, clubes e associações de bairro.

 

A maioria das iniciativas não tinha o objetivo de promover a educação da sociedade para se obter uma melhor qualidade de vida, e sim apenas de se ter a industrialização do país, custasse o que custasse.

 

Ainda na década de 1970 começam a serem criados cursos com o objetivo de promover a Educação Ambiental, todos com iniciativa apenas de entidades e escolas. São criados os cursos de pós-graduação em Ecologia, nas universidades do Amazonas, Brasília, Campinas, INPA e São Carlos. Nessa época, diz Dias (2001, p. 39), a inclusão dos temas ambientais nos currículos escolares eram meramente reducionistas e só implicavam a fauna e a flora, e ignoravam-se os aspectos econômicos, sociais e culturais.

Em 31 de agosto de 1981, o então Presidente João Figueiredo, sanciona a Lei que dispõe sobre a política nacional do meio ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Em contrapartida, o governo, em 1984, começa o processo de desenvolvimento do estado de Rondônia e do Mato Grosso, o que, para Dias (2001, p. 41), ocasionou um desastre de dois milhões de hectares de área devastada de florestas nativas e, além de tudo isso, os conflitos sociais e fundiários foram muito graves.

A Educação Ambiental e as questões ambientais só começam a ter alguma relevância na década de 1980. Em 1987 o plenário do Conselho Federal de Educação aprova o parecer que faz com que a Educação Ambiental seja explorada como conteúdo curricular em todas as escolas de 1º e 2º graus: isso mostra o quanto tardia essas questões vieram a fazer parte das iniciativas do governo federal.

Quando a Constituição Federal foi promulgada em 1988, foi considerada uma das que estava na vanguarda em relação a leis que tinham como objetivo a preservação ambiental. A partir dessa década são levantadas várias bandeiras em defesa do meio ambiente. São realizados vários seminários, todos com o objetivo de promover a discussão em relação às questões ambientais.

Em 1989 é criado o IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, e que tem a finalidade de:

(...) formular, coordenar e executar a política nacional do meio ambiente. Compete-lhe a preservação, conservação, fomento e controle dos recursos naturais renováveis em todo o território federal, proteção dos bancos genéticos da flora e fauna brasileiras e estímulo a Educação Ambiental, nas suas diferentes formas. (Dias, 2001, p. 47)

 Na década de 1990 consolida-se a realização de políticas públicas em relação à Educação Ambiental. São formados protocolos com o Ministério da Educação em que a mesma esteja nas bases curriculares do ensino formal.

Em 1994 o Presidente Fernando Henrique Cardoso aprova o Pronea – Programa Nacional de Educação Ambiental, que tem como objetivo instrumentalizar politicamente o processo de Educação Ambiental no Brasil.

 

Conclusão

Como se percebe o caminho da Educação Ambiental no Brasil foi longo, ou melhor, ainda esta em acontecimento, pois muitos são os percalços que a EA enfrenta. Tem-se que enfrentar políticas cruéis e que visam apenas manter o interesse econômico de um pequeno grupo de pessoas.

Ainda falta um extenso caminho a ser percorrido pela Educação Ambiental no Brasil. Alguns projetos, e bons projetos, já são executados e visam à melhoria da qualidade de vida em nosso planeta, mas, certamente, ainda existe muito a ser feito.

E é através de uma educação problematizadora, como a proclamada por Paulo Freire, que conseguiremos chegar a um denominador comum, tornando nossa sociedade sustentável, sem comprometermos o futuro de gerações à frente. Nosso planeta tem que ser preservado, a vida humana tem que ser preservada, a ecologia tem que ser preservada, para que assim, todos tenham uma vida harmônica, sem precisar se preocupar com aquelas afirmações mencionadas no inicio dessa conclusão.

 

 

Referências

 

 

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