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"Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados." (Mahatma Gandhi)
ISSN 1678-0701 · Volume VIII, Número 31 · Março-Maio/2010
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A Importância da Ecologia Denise Godoi Ribeiro*
I. Introdução. II. O Desenrolar da Ecologia. III. A Ecologia Moderna do Final do Século XX. IV. A Ecologia em outras áreas de estudo. V. Ações humanas.VI. Sugestão para leitura. VII. Bibliografia.Introdução Nasceu junto com o mundo, criada ao lado dos seres vivos e, durante muito tempo desconhecida do grande público do planeta Terra sendo relegada a segundo plano por muitos cientistas, a ecologia surgiu no século XX como um dos mais populares aspectos da biologia onde a principal preocupação é conciliar crescimento econômico com a preservação ambiental. Isso devido aos problemas que o homem vem enfrentando, como crescimento populacional, poluição ambiental, fome e todos os problemas sociológicos e políticos atuais, são em grande parte ecológicos.A palavra ecologia (do grego oikos: habitat; e logos: ciência) foi cunhada inicialmente em 1869, pelo zoólogo alemão Ernest Haeckel, para designar a "relação dos animais com seu meio ambiente orgânico e inorgânico", ou seja, a relação entre o ser vivo e o meio ambiente em que ele se encontra.A expressão meio ambiente inclui tanto outros organismos quanto o meio físico circundante. Envolve relações entre indivíduos de uma mesma população e entre indivíduos de diferentes populações. Essas interações entre os indivíduos, as populações e os organismos e seu ambiente formam sistemas ecológicos, ou ecossistemas. A ecologia também já foi definida como "o estudo das inter-relações dos organismos e seu ambiente, e vice-versa", como "a economia da natureza", e como "a biologia dos ecossistemas".No início, o estudo da ecologia não levava em consideração a presença da humanidade habitando desde o eixo principal, do Círculo Polar Ártico ao Círculo Polar Antártico, até os locais mais extremos da “biosfera” (região do planeta ocupada pelos seres vivos), uma vez que ainda era possível encontrar áreas longínquas e relativamente pequenas sem nenhuma interferência humana. Hoje os estudos ecológicos buscam novos princípios para os ambientes alterados ou destruídos pelo homem sendo uma questão de sobrevivência de sua espécie. O Desenrolar da Ecologia A origem da ecologia está intimamente ligada a criação do mundo por um ser soberano “Deus” citada na Bíblia Sagrada dos Cristãos, segundo o seu primeiro livro, Gêneses ou defendido pelos cientistas como a grande explosão “Big Bang” que deu origem ao universo.A ecologia empenha – se nos relacionamentos dos seres vivos de mesma espécie, de espécie diferente e com os seres não vivos. Desde a origem da vida no planeta Terra a ciência já era de fundamental importância para a sobrevivência dos animais. O homem primitivo praticava a ciência da ecologia, parou para observar os animais e vegetais, interagiu – se com outros homens, eram nômades, aprenderam a viver em grupos, onde tinham uma harmoniosa interação com a natureza, registravam suas vidas em forma de “pinturas rupestres”, desenhos estes que demonstravam além de luta entre bisontes machos, fêmeas prenhes de diversos mamíferos, as estratégias utilizadas para capturar suas presas, sendo notável a disparidade de força entre o predador (homem) e sua presa.Com a descoberta do fogo, inicia – se um dos maiores avanços da humanidade, o homem passa a cozer seu próprio alimento, todavia este mesmo fogo que trouxe o beneficiou também causou a cobiça e a disputa pelo seu domínio. No princípio, a função do fogo era de cozimento de alimentos, aquecimento do corpo e proteção perante alguns animais silvestres. Com atitudes impensantes sobre os perigos que o fogo podia causar, o homem conhece o lado “avassalador” deste elemento da natureza, sua capacidade de destruir em curto espaço de tempo o que seus olhos jamais viu nascer, posteriormente, o homem utilizou o fogo como uma autentica maneira de devolver à terra os nutrientes necessários para sobrevivência dos vegetais, sem contudo observar o mau que estaria prestes a enfrentar após alguns anos.Causando inquietação desde os primórdios da antiguidade, o fogo foi durante muito tempo, a única preocupação em relação ao meio ambiente. O homem evoluiu a passos largos, a ecologia veio sorrateiramente ao seu lado, sem este perceber, preocupou – se em domesticar animais, plantando, colhendo, criando, reformando e como registrou Lavoisier “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, o meio ambiente foi sendo modificado pelos períodos de glaciações, aquecimentos, alterações dos níveis dos mares e oceanos, estando em constante mutação que não só tem efeito sobre a distribuição das espécies de animais e vegetais como também porque estes possuem limites definidos de tolerância em relação a temperatura, precipitação, umidade e pressão atmosférica, fatores que provavelmente quando alterados, modificam o meio ambiente tornando – o inadequado para algumas espécies, ocasionando a extinção de muitos seres vivos e o surgimento de outros.Nos séculos seguintes, muitos dos grandes nomes do conhecimento biológico contribuíram para o desenvolvimento da “ciência da natureza”, embora a denominação de ecologia foi surgir séculos mais tarde. Um dos primeiros registros de obras sobre a ecologia é na história natural dos gregos com Aristóteles e seu discípulo Teofrasto que foi o primeiro a descrever as relações dos organismos entre si e com o meio. As bases posteriores para a ecologia moderna foram lançadas nos primeiros trabalhos dos fisiologistas sobre plantas e animais.Em 1798, o economista e demógrafo britânico Thomas Malthus publicou anonimamente seu Essay on Population (Ensaio sobre a população), no qual afirmava que a população crescia em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos aumentava em progressão aritmética. Malthus despertou o interesse pela dinâmica das populações em muitos economistas e cientistas da época. Segundo sua teoria: “o crescimento da população tende sempre a superar a produção de alimentos, o que torna necessário o controle da natalidade”. A solução para evitar epidemias e até pandemias (epidemias que alcançam dimensões continentais, como a peste bubônica na Europa, no século XIV), guerras e outros acontecimentos lastimosos provocados pelo excesso de população, consistiria, segundo ele, na restrição dos programas assistenciais públicos de caráter caritativo e na abstinência sexual dos membros das camadas menos favorecidas da sociedade.A Dinâmica de Populações ou “Demoecologia” como foi proposta atualmente contou com o apoio de Raymond Pearl (1920), zoólogo americano, um dos fundadores da biometria, aplicação das leis da estatística à medicina e à biologia, A. J. Lotka (1925), e Vito Volterra (1926) que desenvolveram as bases matemáticas para os estudos das populações; analisando o comportamento, o crescimento e a distribuição de uma espécie ou de uma biocenose (comunidade) em seu nicho ecológico, o que levaram as experiências sobre a interação de predadores e presas, as relações competitivas entre espécies e o controle populacional destacando os conflitos entre as populações em expansão e a capacidade da Terra de fornecer alimento.O século XX é o palco principal para a ecologia, muitos ecologistas empenharam – se em concretizar a importância das relações entre os diferentes seres vivos e não vivos (seres bióticos e abióticos) no meio ambiente.Um dos maiores discípulos de Charles Darwin, o biólogo Haeckel, publica em sua obra Morfologia geral dos organismos, o termo recém criado por ele próprio, Ecologia, onde a define como “ciência das relações do organismo com o meio ambiente, compreendendo, no sentido amplo, todas as condições de existência”. Os cientistas estavam mais focados em pesquisas isoladas não acatando as idéias de Haeckel. Isto apenas tornou – se possível após dois grupos de botânicos, um na Europa e outro nos Estados Unidos, estudaram comunidades vegetais de dois diferentes pontos de vista. Os botânicos europeus se preocuparam em estudar a composição, a estrutura e a distribuição das comunidades vegetais, enquanto os americanos estudaram o desenvolvimento dessas comunidades, ou seja, sua sucessão ecológica que correspondem ao conjunto de processos nos quais as comunidades biológicas de um ecossistema se substituem numa seqüência ordenada e gradual até ser completamente implantada uma comunidade final (clímax), ocorrendo equilíbrio entre os seres vivos e o maio ambiente. Assim os biólogos americanos deram ênfase à inter-relação de comunidades vegetais e animais como um todo biótico.Alguns ecologistas se detiveram na dinâmica das comunidades e populações, influências de seus comportamentos instintivos e agressivos, bem como suas atitudes sociais, enquanto outros se preocuparam com as reservas de energia. Em 1920, o biólogo alemão August Thienemann introduziu o conceito de níveis tróficos ou de alimentação, destacando que a manutenção da vida de um organismo é conseguida a partir da energia química acumulada nos compostos orgânicos que constituem seus alimentos, isso ficou conhecido por cadeia e teia alimentar, onde a energia dos alimentos é transferida, por uma série de organismos, das plantas verdes (produtores, autótrofos) aos vários níveis de animais (consumidores, heterótrofos) completando o ciclo nos decompositores.Em 1927 Charles Sutherland Elton, ecologista inglês, especializado em animais, avançou nessa abordagem com o conceito de nichos ecológicos correspondendo ao papel desempenhado pelas espécies em seu habitat e, conceitos sobre pirâmides de números baseando – se na quantidade de organismos envolvidos numa determinada cadeia alimentar, como o número de indivíduos geralmente diminui ao longo dos sucessivos elos de uma cadeia alimentar, a pirâmide de uma cadeia alimentar, a pirâmide de números é representada com o vértice voltado para cima.Existem cadeias alimentares em todos os habitats, por menores que sejam esses conjuntos específicos de condições físicas que cercam um grupo de espécies. As cadeias alimentares costumam ser complexas, e várias cadeias se entrecruzam de diversas maneiras, formando uma teia alimentar que reproduz o equilíbrio natural entre plantas, herbívoros e carnívoros.A importância da fotossíntese ficou registrada, na década de 1930, pelas pesquisas do zoólogo americano, Edward Asahel Birge, que juntamente com Chancey Juday, biólogo, empenharam – se nos estudos de limnologia (água doce) que ao medirem a reserva energética de lagos, desenvolveram a idéia da produção primária, ou seja, a proporção na qual a energia é gerada, ou fixada, pela fotossíntese que transformam a energia luminosa em energia química, armazenada na matéria orgânica. Mencionaram a despreocupação dohomem em relação as suas ações sobre a água. A ecologia moderna atingiu a maioridade em 1942 com o desenvolvimento, pelo cientista americano Raymond Laurel Lindeman, do conceito trófico – dinâmico de ecologia, que detalha o fluxo de energia no ecossistema. A energia tem fluxo unidirecional, decrescente e acíclico ao longo de uma cadeia alimentar, adentrando nos seres vivos em forma de luz solar (energia luminosa) e sendo devolvida ao meio ambiente em forma de calor, não podendo ser reutilizada pelos seres vivos, por esse motivo o ciclo é considerado aberto. Esses estudos quantitativos foram aprofundados pelos americanos Eugene e Howard Odum.O estudo do fluxo de energia e do ciclo de nutrientes foi estimulado pelo desenvolvimento de novas técnicas radioisótopos, microcalorimetria, computação e matemática aplicada que permitiram aos ecologistas registrar, rastrear e medir o movimento dos nutrientes e energias específicas através dos ecossistemas.Na década de 1960, a ciência da ecologia ganha espaço e popularidade à nível mundial, sendo integrada como tema principal em convenções, palestras, encontros, jornais, revistas e em foco nas propagandas de televisão.Os meios de comunicação deram a ecologia amplitude em sua divulgação, despertando no homem um novo estágio de desenvolvimento dessa ciência, a ecologia da população, preocupada com a quantidade e qualidade de vida da humanidade.A Ecologia Moderna do Final do Século XX A ecologia evolui a partir de alguns alertas que o meio ambiente foi demonstrando a toda a humanidade e, principalmente quando a população começou a ter acesso aos meios de comunicação, as noticias eram divulgadas não só entre os chefes de estados, também as comunidades mais longínquas passaram a receber as informações de várias partes do mundo.No passado foram registrados alguns acontecimentos que teriam causado danos no meio ambiente, contudo, o período pós – guerra foi um marco para o despertar da ecologia. Quando iniciou a onda de grandes petroleiros deixarem rastos pelo mar onde passavam com seus vazamentos e degradando os seres vivos que habitavam a imensidão das águas, as aves que se alimentavam dos peixes e a saúde do homem; queimadas de florestas; desnudamento de vastas áreas virgens; imensas chaminés industriais liberando à atmosfera nuvens escuras ricas em gases tóxicos, milhares de pessoas puderam acompanhar, pelos seus aparelhos de TVs, o que o homem era capaz de fazer com o ecossistema para que ocorresse o desenvolvimento industrial, gerando mais força na economia.A industrialização acelerou o desenvolvimento, passando a produzir em grande escala, a cultivar em grandes áreas e a consumir cada vez mais. A tecnologia e o conhecimento passado de geração em geração, auxiliaram o homem a descobertas grandiosas, porem nada disso seria possível se o meio ambiente não fornecesse a matéria – prima para seu funcionamento. Essa matéria é retirada de um ecossistema sendo considerado uma unidade funcional composta de organismos integrados, e em todos os aspectos do meio ambiente em qualquer área específica. Envolve tanto os componentes abióticos quanto os bióticos, através dos quais ocorrem o ciclo de nutrientes e os fluxos de energia. Para que ocorra a realização dos ciclos e dos fluxos, os ecossistemas precisam conter algumas inter-relações estruturadas entre temperatura, água, luz, solo e disponibilidade de nutrientes; interagindo com produtores, consumidores e decomponentes.O ecossistema é considerado a unidade ecológica básica mantenedora do fluxo de energia e do ciclo de materiais, desdobrado numa série de processos e relações energéticas, que agrupam membros de uma comunidade natural; com aspectos históricos: o presente está relacionado com o passado, e o futuro com o presente. As ações do homem sobre o ecossistema e conseqüentemente sobre a biosfera, são notáveis em se tratando de alterações ambientais.A humanidade está inserida na natureza e, desta forma não é capaz de cria – la, porem possui alta capacidade de transformação e alteração.O planeta vem enfrentando problemas ambientais desde o início da civilização humana, contudo apenas após a Revolução Industrial é que se pôde observar a quantidade de matéria, principalmente das fábricas, sendo inutilizada, descartada ou desperdiçada, no meio ambiente, onde este recebia de presente os resíduos industriais, sem nenhuma preocupação com seus destinos. Os locais a serem despejados eram sempre próximos a lagos, rios ou mares, com a certeza de que a natureza teria condições de eliminá – los.Os grandes conflitos mundiais e até mesmo regionais contribuíram para a propagação e acúmulo de materiais bélicos em locais inadequados, visto que muitos foram abandonados à mercê do tempo e do espaço, próximos a casas, cidades e, a água. Muitos paises já estão enfrentando problemas graves pela falta de água e, próximos ou distantes, todos os seres vivos, habitantes do planeta Terra, estão sendo prejudicados de alguma maneira pelos reflexos da degradação do ecossistema.Os graves acidentes ecológicos que vem ocorrendo nas ultimas décadas está na lista dos maiores desequilíbrios ambientais, trazendo conseqüências drásticas à todos os seres vivos do local e, muitas vezes afetando regiões mais distantes que se podiam imaginar, algumas que nem ousam saber o porquê de determinadas espécies desaparecerem, migrarem ao morrerem, sendo que aparentemente não houve problema algum registrado na região e, próximos ou distantes, todos os seres vivos, habitantes do planeta Terra, estão sendo prejudicados de alguma maneira pelos reflexos da degradação do ecossistema.A humanidade despertou para a manutenção de sua própria vida, preocupados com o meio ambiente, iniciou – se um processo de socialização entre a natureza e o homem, que começava a acrescentar ao seu vocabulário termos comuns como reciclagem, estações de tratamento, redes de esgotos, com muito mais freqüência do que em décadas passadas, merecendo destaques desde campanhas escolares até como marketing para grandes empresas.O estado do Rio Grande do Sul foi o precursor dos movimentos ambientalistas no Brasil. Um dos grupos, procurou despertar na população de Porto Alegre, a defesa da fauna e da flora, o combate à poluição das industrias e de veículos auto – motores, o uso indiscriminado de agrotóxicos e a difusão de uma nova consciência ecológica. Surgiram diversas entidades no estado e após espalharam – se pelo território brasileiro, alcançando muitos dos objetivos, lutando e persistindo na qualidade de vida da humanidade para sua subsistência.A Ecologia em outras áreas de estudo A ecologia é uma ciência interdisciplinar, envolvendo a botânica, biologia molecular, zoologia, taxonomia, fisiologia, genética, antropologia, sociologia, meteorologia, geologia, física, química, matemática e informática.Rotineiramente torna – se difícil delimitar a fronteira entre a ecologia e qualquer uma dessas ciências citadas, pois todas têm influência sobre ela, estão interligadas. A mesma situação existe dentro da própria ecologia. Na compreensão das interações entre as mesmas espécies e o meio ambiente ou entre as espécies diferentes que habitam um dado local no ecossistema, ocorre sempre uma dependência entre comportamento de dinâmica das populações, de fisiologia, adaptação de evolução e genética, ecologia animal de ecologia vegetal.Assim, o ecossistema é o conceito que unifica a botânica com a zoologia, o comportamento com a evolução das espécies. A ecologia se desenvolveu ao longo das ciências da botânica e da zoologia, onde a botânica aborda as relações dos vegetais entre si e com seu meio ambiente sendo altamente descritiva da composição vegetal de uma área e normalmente ignora a influência dos animais sobre as plantas, merecendo destaque apenas na questão da polinização pelos insetos, morcegos, pássaros e outros animais. A zoologia envolve o estudo da dinâmica, distribuição, comportamento das populações e das inter-relações de animais com seu meio ambiente. Como alguns animais são considerados consumidores primários em relação às plantas (alimentação) e os vegetais possuem a capacidade de fornecer abrigo para os animais, a zoologia não pode ser totalmente compreendida sem um conhecimento considerável de botânica.A zoologia e a botânica podem ser vistas como “Auto – Ecologia”, um termo criado por Shöeter em 1896, responsável pelo estudo das relações entre uma única espécie e seu nicho ecológico, suas necessidades alimentares, reprodutivas, comportamentais, entre outros; ou ainda como “Sinecologia”, o estudo das relações entre seres de várias espécies e seus nichos ecológicos.A sinecologia é dedutiva e filosófica, não se limita a quantidades, porém apenas após a evolução da informática e energia atômica pode desenvolver os instrumentos para estudar sistemas mais complexos e dar início a sua fase experimental possuindo estreitas ligações com as áreas geológicas, meteorológicas e com a antropologia cultural. Os conceitos importantes desenvolvidos pela sinecologia são aqueles ligados aos ciclos de nutrientes, reservas energéticas e desenvolvimento dos ecossistemas; sendo subdividida conforme os tipos de ambientes, como aquático ou terrestre.O ecossistema aquático é influenciado pelas condições da água possuindo uma maior resistência às variações ambientais; suas características físicas são alvos de atenção pela limnologia, que estuda a vida em cursos de água correntes e águas relativamente estáveis. (As formas de vidas existentes em mares, oceanos e estuários são objetivos da ecologia marinha.)O ecossistema terrestre recebe principal influencia das espécies e está exposto a flutuações ambientais mais amplas do que os ecossistemas aquáticos se subdividindo em estudos de microclimas, produtividade, química dos solos, ciclos hidrológicos, fauna dos solos e ecogenética. Existem também outras abordagens ecológicas que concentram – se em áreas especializadas, como: as investigações de interações entre o meio ambiente físico e as espécies incluem - se na ecoclimatologia e na ecologia fisiológica; os estudos das distribuições geográficas de animais e vegetais são integrantes da geografia ecológica animal e vegetal; a natalidade, o crescimento populacional, a competição e a mortalidade são abordados na ecologia populacional; o comportamento dos animais em seu meio ambiente e suas interações sociais que afetam a dinâmica das populações é estudada pela ecologia comportamental; o estudo da genética, a ecologia das raças locais e espécies distintas é função da ecologia genética. As ciências exatas contribuem para o desenvolvimento da ecologia, que analisam e estudam as estruturas e funções dos ecossistemas através da matemática aplicada, dos modelos matemáticos e análise de sistemas recebendo a denominação de ecologia dos sistemas. Todas as subdivisões da ecologia desempenham um único e principal papel, aplicação de princípios ecológicos para o desenvolvimento sustentável sem parar de progredir para conseguir preservar a natureza. Ações humanas A radicalização do impacto destrutivo do homem sobre a natureza, provocada pelo desenvolvimento da economia mundial, inspirou, ao longo do século XX, uma série de iniciativas e lutas em prol da conservação do meio ambiente natural contra as ações destrutivas da humanidade.Recentemente, a poluição ambiental vem, progressivamente, afetando a vida no planeta, afetando a existência dos seres bióticos e contaminando os seres abióticos. Para se evitar que maiores catástrofes ocorram, surgiram em diversos paises, “homens” com intuito de agirem em beneficio do meio ambiente. Em principio, alertas, e após, denúncias feitas em congressos nacionais e internacionais pelos movimentos ecológicos, criaram algumas campanhas em favor de garantir a sobrevivência de muitas espécies ameaçadas de extinção e áreas de reservas de vegetação nativa.Em território brasileiro, no ano de 1934, foi realizada no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, a “I Conferência Brasileira de Proteção à Natureza”, que além dos grupos conservacionistas, surgiram os ecologistas. A linha divisória entre eles nem sempre está bem demarcada, pois muitas vezes, os dois grupos confundem – se em algumas lutas específicas comuns, todavia, os ecologistas, são possuidores de marcos políticos cada vez maiores. Os principais objetivos dos movimentos ecológicos são mudanças globais nas estruturas sociais, econômicas e culturais, que foram percebidas através de crises ecológicas em conseqüências de modelos de civilização insustentável.Um dos primeiros passos a nível mundial em relação à ecologia ocorreu em 1972 e está registrada como a “I Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano”, organizada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em Estocolmo. Com objetivos preciosos de avaliar o estado do meio ambiente no planeta, dando ênfase para a capacidade limitada da natureza de absorver a expansão da humanidade e que o crescimento econômico estava situado em lado oposto à preservação ambiental. Assim, produziram – se relatórios sobre esgotamento das reservas minerais, aumento da população e diversos outros assuntos entre progresso econômico e meio ambiente.Em 1992, 178 países participaram do evento mais famoso em assunto de ecologia no Brasil, a ECO – 92. Sediada no Rio de Janeiro, a ONU organizou a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, de marco histórico para a sobrevivência do planeta aprovando cinco documentos importantes sobre a conservação da natureza, como a Convenção da Biodiversidade e a do Clima, a Declaração de Princípios das Florestas e a Agenda 21.A Agenda 21 é talvez o mais polêmico desses documentos, pois destaca a importância da mudança dos padrões de consumo, confirmando o quadro em desigualdade social, ressalta a ecologia e progresso num ambicioso modelo de desenvolvimento sustentável ou compatível com a capacidade de sustentação do crescimento econômico, sem exaustão dos recursos naturais, com soluções comportamentais e sociais.A ecologia é uma ciência que está presente em nosso dia – a – dia, fazendo – se fundamental na busca de novos caminhos que alcancem uma gestão – sustentável, que sem dúvida, é o melhor caminho para a sobrevivência da humanidade.Sugestão para leitura O trabalho de ecologia que encerrou sua leitura lhe despertou muitas incógnitas que ainda não havia “parado” para pensar. Com intuito de abrir novos horizontes, em relação ao meio ambiente, algumas sugestões de leituras podem auxilia – los nas descobertas das principais essências da vida na natureza. Um exemplo está na obra: Em Busca do Conhecimento Ecológico. (São Paulo: Edgard Blücher, 1983.) de R. Gervertz. Existem algumas publicações de entidades não governamentais que empenham cada vez mais na proteção do meio ambiente como Cuidando do Planeta Terra: Uma Estratégia para o Futuro da Vida. (São Paulo. 1991.) do IUCN/PNUMA/WWF e sob a coordenação de Vera Regina Rodrigues um livro intitulado de Muda o Mundo, Raimundo! Educação Ambiental no Ensino Básico do Brasil. (Brasília: WWF. 1997.). A preocupação com o futuro é enquête de Lutzenberger na obra Fim do Futuro? Manifesto Ecológico Brasileiro. (Porto Alegre: Movimento, 1980.). A poluição ambiental é tema de Biologia da Poluição. (São Paulo: EPU/Edusp, 1982) publicada por Mellanby. A obra de Branco O Meio Ambiente em Debate. (São Paulo: Moderna. 1994.) contribui para a difusão de idéias sobre os problemas da Floresta Amazônica e do Pantanal, bem como inseticidas, chuva ácida e tantos outros assuntos relevantes.Não poderia deixar de citar sites na internet, que hoje está ao alcance de milhões de pessoas, disseminando informações diversas. A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental fornece páginas que valem a pena serem espiados, os assuntos são variados em relação à ecologia como tecnologia ambiental, legislação e recursos hídricos.Referências AGUIAR, R. A. R. Direito do Meio Ambiente e Participação Popular. Brasília:Ibama, 1994. CLEFFI, N. M. Curso de Ecologia. São Paulo: Harbra. 1986CURTIS, H. Biologia, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1977.GAIANOTTI, A. & MODELLI, A. Biologia para o Ensino Médio. São Paulo:Scipione. 2002. GUATTARI, F. As Três Ecologias. Campinas: Papirus. 1990.MCKIBBEN, B. O Fim da Natureza. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1991.MERCADANTE, C. & FAVARETTO, J. A. Biologia. São Paulo: Moderna. 1999ORR, R. T. Biologia dos Vertebrados. São Paulo: Roca. 5ª edição, s.d.PAULINO, W. R. Biologia. São Paulo: Ática. 2003.RODRIGUES, R. M. Vida na Terra. São Paulo: Moderna, 1995.SARIEGO, J. C. Educação Ambiental: As Ameaças ao Planeta Azul. SãoPaulo: Scipione. 1994 SCHWARZ, D. & SCHWARZ, W. Ecologia: Alternativa para o Futuro. Rio deJaneiro: Paz e Terra, 1990. SOARES, J. L. Biologia. São Paulo: Scipione. 5ª Edição.1993 * Professora da Rede Publica de Ensino – SEED/PR - Membro da revista Espaço da Sophia: Publicado em: http://revista.espacodasophia.com.br/lista-de-membros/parte-1/d/userprofile/denisego.html
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