|  | Renunciar ao supérfluo coloca ainda mais em evidência o necessário e o indispensável. - Pierre Rabhi  ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 81 · Dezembro-Fevereiro 2022/2023  Início  Cadastre-se!  Procurar  Área de autores  Contato
Apresentação(4)
Normas de Publicação(1)
Artigos(4)
Arte e Ambiente(1)
Entrevistas(1)
Educação(1)
O Eco das Vozes(1)
Saber do Fazer(1)
Reflexão(6)
Para Sensibilizar(2)
Do Linear ao Complexo(1)
A Natureza Inspira(1)
Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(2)
Divulgação de Eventos(9)
O que fazer para melhorar o meio ambiente(1)
Sugestões bibliográficas(2)
Você sabia que...(1)
Plantas medicinais(3)
Folclore(1)
Dicas e Curiosidades(3)
Ações e projetos inspiradores(3)
Gestão Ambiental(1)
Notícias(16)
Dúvidas(1)
Doações(1)
  |  Números | 
| Conteúdo educacional sem propagandas 
        Esta publicação é um projeto educacional elaborado de forma voluntária. Doando qualquer quantia,
        você estará criando uma conexão genuína com esta publicação,
        minimizando custos de confecção e manutenção da revista.
        Ajude-nos a continuar transformando vidas.
        Muito obrigada!
      Plantas medicinais 
 RESGATE E VALORIZAÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS E DO CONHECIMENTO TRADICIONAL Cibele Lana 05 dez 2022 Que a região do Peruaçu (MG) é rica em atrativos naturais e culturais é um consenso. Agora, você sabia que por lá são encontradas inúmeras folhas, cascas, resinas e raízes com valores medicinais? Com o intuito de conservar e resgatar essa cultura tradicional ao lado dos povos originários e população local da região, profissionais do Instituto Ekos Brasil decidiram utilizar plantas medicinais para recuperar áreas degradadas do Peruaçu. Murilo Mendes e Antônio Carlos Ribeiro são da equipe do Instituto Ekos Brasil e ficam no escritório do Instituto na comunidade Fabião II, em Itacarambi (MG). “O conhecimento das plantas medicinais está se perdendo. Às vezes, temos que ir para a farmácia e encontrar um remédio que está no nosso jardim”, comenta Murilo sobre o impacto que o projeto pode trazer na região. Primeiros passos O primeiro passo de articulação para a definição do futuro projeto foi a ida à campo para conhecer, principalmente, plantas medicinais originárias da região, algumas raras de ser encontradas e ameaçadas pelo desmatamento e degradação ambiental. Para isso, contaram com o apoio da mestrando do ESCAS, IPÊ, Lara Zamparo Franco, e do Seu Norinho, como é carinhosamente conhecido, que mora há mais de 30 anos na área, antes mesmo de se tornar o PNCP. “Há cavernas do parque que só ele conhece”, relata o também viveirista do Ekos Antônio. 
 Por sua expertise, Seu Norinho hoje reside no Centro de Pesquisas e convive costumeiramente com pesquisadores e pesquisadoras que escolhem o Peruaçu como ponto de estudo. Além de Norinho, o Pajé Vicente de uma das aldeias, abriu as portas da tribo para compartilhar seus conhecimentos sobre a vegetação nativa e se colocou à disposição para coletar sementes que servirão para recuperar as áreas degradadas do Parque. “Seu Norinho não conhecia o Pajé Vicente e os dois tinham os mesmos conhecimentos. Isso é mais um impulso para preservarmos essa expertise que pertence aos povos originários”, contam. Uma das atividades realizadas para valorização e disseminação desse conhecimento sobre plantas medicinais envolveu os alunos e as alunas da Escola Estadual Saturnino Ângelo Da Silva. As turmas participaram de um oficina no Ekos sobre plantas medicinais e preparam mudas para serem futuramente plantas nas dependências do Escritório do Instituto Ekos Brasil e na escola, para que os grupos visitantes possam conhecer mais uma riqueza do Peruaçu. Impacto de recuperar plantas medicinais 
 Identificar, coletar e produzir as mudas requer dedicação e empenho de toda uma comunidade, isso porque o encontro de três biomas no Parque e na APA (Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica) faz com que num raio de 50Km sejam encontradas impressionante diversidade de plantas medicinais. Um exemplo é o Pacari, uma planta com propriedades benéficas para o estômago que é encontrada em abundância apenas nos arredores da aldeia de Pajé Vicente. “É de grande importância trazer a recuperação não somente das plantas, mas deste conhecimento, para que a comunidade valorize cada dia mais o que lhe pertence”, acredita Antônio. A dupla narra que na região ainda encontram-se famílias com a cultura de desmatar a terra para o gado e que esse fogo corre o risco de atingir locais onde os povos indígenas coletam suas plantas medicinais. “Se eles perderem essa terra, eles perdem sua farmácia natural.” Até o mês de novembro, Murilo e Antonio coletaram nove amostras de plantas com propriedades diferentes que melhoram desde dor de dente até a recuperação de gripe. Ao mesmo tempo forma coletadas sementes e forma produzida mudas para serem plantadas onde é necessária a recuperação da vegetação da Terra Indígena e da APA. 
 Tanto Murilo como Antônio não sabem até onde este trabalho pode chegar, mas ambos carregam a certeza de que se conseguirem recolher os conhecimentos existentes na região do Peruaçu e mostrar para os alunos e para a comunidade sua relevância, já sentirão enorme satisfação de saber que este rico conhecimento não será perdido: será replantado. Acompanhe os desdobramentos dessa ideia conosco. 
 |