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ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 87 · Junho-Agosto/2024
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15/12/2023 (Nº 85) COMPORTAMENTOS E PRÁTICAS ECOLÓGICAS E DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ENTRE ESTUDANTES DE MEDICINA: REFLEXÕES APÓS O CONTEXTO DA PANDEMIA POR COVID-19
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COMPORTAMENTOS E PRÁTICAS ECOLÓGICAS E DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ENTRE ESTUDANTES DE MEDICINA: REFLEXÕES APÓS O CONTEXTO DA PANDEMIA POR COVID-19

Péricles Bezerra de Freitas Júnior1, Wanderson dos Santos Sousa2, Eduardo Antônio Maia lins2, Daniele de Castro Pessoa de Melo2

1Mestrado em Tecnologia Ambiental pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco – ITEPE/OS

2 Docentes do Instituto de Tecnologia de Pernambuco – ITEPE/OS



Resumo:



O novo coronavírus (SARS-CoV2) trouxe à tona uma ameaça ambiental além dos efeitos da doença na população. Assim, torna-se crucial a demanda por pesquisas que essa questão. Diante disso o estudo tem como objetivo descrever os comportamentos e práticas ecológicas e de gestão de resíduos sólidos entre estudantes de medicina após o contexto da pandemia de COVID-19.Trata-se de um estudo descritivo observacional transversal conduzido de forma remota com uma amostra calculada de jovens estudantes de medicina de uma Faculdade privada. Na coleta foi criado um questionário sociodemográfico e utilizada a Escala de Comportamento Ecológico (ECE). Os dados foram analisados descritivamente. Os 78 estudantes apresentaram idade média de 23,4 anos (+1,41), eram em sua maioria do gênero feminino (69,2%) e solteiras (84,6%). 56,4% relataram ter tido COVID-19 nos últimos 24 meses. Dos comportamentos e práticas sobre o uso de máscaras e a gestão dos resíduos, a maioria afirmou que fazia uso de máscaras tanto em atividades laborais como de lazer e utilizam quatro ou mais unidades por dia. Sobre os comportamentos e práticas ecológicas e sustentáveis percebeu-se grande preocupação relacionada à limpeza urbana, economia de energia e recursos naturais, uso de estratégias sustentáveis para alimentação e baixa preocupação com a qualidade dos alimentos ingeridos. Conclui-se que os universitários apresentaram conhecimentos e práticas satisfatórias relacionadas a gestão de resíduos sólidos, apesar disso, as práticas ecológicas e sustentáveis ainda precisam ser mais compreendidos e exercidos pelos jovens. Acredita-se que esses dados possam contribuir na discussão sobre a necessidade da implementação de ações de educação ambiental no cenário universitário.



Palavras-chave: Doença por Vírus COVID-19; Saúde do Estudante;
Conservação dos Recursos Naturais
; Gerenciamento de Resíduos; Meio ambiente

Abstract:

The new coronavirus (SARS-CoV2) has brought to light an environmental threat beyond the effects of the disease on the population. Thus, the demand for research on this issue becomes crucial. In view of this, the study aims to describe the behaviors and ecological practices and solid waste management among medical students after the context of the COVID-19 pandemic. of young medical students at a private college. In the collection, a sociodemographic questionnaire was created and the Ecological Behavior Scale (ECE) was used. Data were analyzed descriptively. The 78 students had an average age of 23.4 years (+1.41), were mostly female (69.2%) and single (84.6%). 56.4% reported having had COVID-19 in the last 24 months. Of the behaviors and practices regarding the use of masks and waste management, the majority stated that they used masks both in work and leisure activities and use four or more units per day. Regarding ecological and sustainable behaviors and practices, there was a great concern related to urban cleanliness, saving energy and natural resources, using sustainable strategies for eating and low concern for the quality of food consumed. It is concluded that university students had satisfactory knowledge and practices related to solid waste management, despite this, ecological and sustainable practices still need to be better understood and exercised by young people. It is believed that these data can contribute to the discussion about the need to implement environmental education actions in the university setting.

Keywords: COVID-19 Virus Disease; Student Health; Conservation of Natural Resources; Waste management; Environment



Introdução

A estrutura aqui apresentada (Introdução, Metodologia, Resultados, Discussão) é apenas uma sugestão para organização do texto. No entanto, Bibliografia é obrigatória.

Desde dezembro de 2019, o mundo tem sido afetado pela pandemia por COVID-19. O rápido aumento no número de pacientes infectados e a natureza altamente transmissível da doença levaram a elaboração de medidas rígidas de controle em todo o mundo. Como forma de reduzir a curva epidêmica, os governos implementaram várias medidas de precaução (SAADAT, RAWTANI, HUSSAIN, 2020).

Algumas incluíram o bloqueio parcial ou total de cidades, regiões e municípios adotando a redução de atividades econômicas, mobilidade de mercadorias e passageiros e impondo restrições de contato e manutenção do distanciamento social.

Assim, o período de bloqueio, a princípio, minimizou a poluição ambiental, o que melhorou a qualidade da água e do ar e trouxe redução da poluição sonora devido à paralisação do processo industrial. Em contrapartida, observou-se em todo o mundo um aumento expressivo na quantidade de resíduos e outros contaminantes, bem como nos equipamentos de proteção individual (EPI) usados durante a pandemia, em comparação com as circunstâncias normais (SILVA, PRATA, WALKER, 2021).

Nesse sentido, pode-se dizer que o que começou como uma crise de saúde rapidamente evoluiu para uma ameaça econômica, social e ambiental. Com a saúde pública agora sendo a prioridade máxima, juntamente com o monitoramento dos próximos impactos econômicos e sociais, as implicações da COVID-19 no meio ambiente parecem ser subestimadas (SILVA et al., 2021).

Como exemplo, percebe-se que as publicações sobre a pandemia de COVID-19 aumentaram nos últimos três meses, ao passo que o número de estudos em ciências ambientais tem representado apenas 3% da totalidade das pesquisas, sendo consideravelmente menor do que em outras áreas, como a medicina que detém um total de 65% de todas as evidências relacionadas a pandemia. Além disso, apenas 20% das poucas pesquisas em saúde ambiental abordam o efeito da COVID-19 no tocante a gestão dos resíduos e sobre as ações de sustentabilidade no cenário pandêmico (SAADAT, RAWTANI, HUSSAIN, 2020).

Dessa forma, diante do exposto e na tentativa de ampliar o corpo de evidencias científicas sobre a temática, se justifica a realização do referido projeto que por sua vez objetiva descrever os conhecimentos e práticas de estudantes de medicina sobre a gestão de resíduos sólidos e sustentabilidade durante a pandemia de COVID-19, por acreditar que o levantamento gerado pode corroborar no processo de implementação de ações de educação ambiental entre populações específicas como os adultos jovens, a partir da compreensão do impacto da pandemia sobre o meio ambiente.



Metodologia

Este estudo é caracterizado por uma pesquisa descritiva observacional de corte transversal, desenvolvido na Faculdade privada de ensino de medicina, situada em Jaboatão dos Guararapes – PE.

O referido estudo foi criado de acordo com as diretrizes e normas regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos, atendendo a resolução número 466/12, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde – Brasília – DF. Decreto 2021 24/02/2021. A pesquisa foi iniciada somente após a análise e a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FITS (parecer nº 5.669.476).

A população do estudo incluiu o quantitativo total de acadêmicos devidamente matriculados no curso de Medicina em 2021 (624 alunos). Optou-se por trabalhar com uma amostra probabilística de 38 estudantes, devidamente calculada a partir do quantitativo de acadêmicos matriculados (624) com uma margem de erro de 10% e proporção esperada de casos de 18,35% de casos confirmados de infecção por COVID-19 na faixa etária de 20 a 29 anos segundo Informe Epidemiológico 19/05/2021 (SECRETARIA ESTADUAL DE SAPUDE DE PERNAMBUCO, 2021).

No estudo foram incluídos os alunos devidamente matriculados no curso de Medicina da que apresentassem frequência mínima de 75% em cada disciplina cursada. E excluídos aqueles afastados das aulas/disciplinas por questões de problemas de saúde e estudantes com idade inferior a 20 anos completos e superior a 29 anos.

Os dados foram coletados de forma remota a partir do encaminhamento por mala direta (e-mail) dos alunos, obtidos a partir da secretaria acadêmica do curso. Na fase de coleta de dados, a autorização por parte dos estudantes foi expressa mediante leitura, compreensão e concordância expressa no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido modelo online para Maiores de 18 anos ou emancipados que foi ofertado na forma de convite, sendo o documento elaborado com base nos dados fornecidos pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres Humanos da FITS, de acordo com as diretrizes e normas regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos, atendendo a resolução número 466/12, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde – Brasília – DF e disponibilizado em formato digital através, do serviço gratuito de criação de formulários do Google (G Forms).

O referido termo foi disponibilizado por mala direta em formulário eletrônico sendo sua concordância necessária e obrigatória para participação na pesquisa, assim os indivíduos que, porventura, discordarem do referido termo não conseguirão realizar acesso ao formulário, não constituindo base para análise de dados.

O questionário (Apêndice B) foi criado pelo pesquisador de forma semiestruturada, sendo composto por perguntas fechadas de múltipla e abertas distribuídas em duas seções. A primeira seção foi destinada a coleta de informações sociodemográficas (Idade, sexo, período do curso, tipo de moradia etc.).

A segunda seção foi composta por questões que visassem explorar os conhecimentos, práticas e medidas de sustentabilidade cotidianas dos alunos, abordando desde o entendimento que eles tinham sobre reciclagem e destinação apropriada (descarte) dos diferentes resíduos utilizados tanto em casa quanto na faculdade (resíduos sólidos domésticos, recicláveis e perigosos como medicamentosos, equipamentos de proteção, produtos químicos etc.).

Além disso foi foco de análise também a percepção clara da importância da prática sustentável, bem como a investigação sobre as principais atividades de sustentabilidade desenvolvidas diariamente pelos alunos durante o período em que vivenciaram a pandemia incluindo a participação ativa individual na separação e destinação correta dos resíduos gerados. Para essa análise, foi utilizada a Escala de Comportamento Ecológico (ECE) de Pato e Tamayo (2006), buscando-se verificar os comportamentos que mais se evidenciaram no grupo pesquisado, assim como os comportamentos que menos se destacaram, no qual as médias mais altas corresponderam aos comportamentos mais frequentes e as mais baixas representam que os indivíduos não possuem o comportamento pró-ecológico. Os escores para composição da média das respostas foi elencado de acordo com o nível de concordância do respondente em relação ao questionamento presente na questão foi considerado da seguinte forma: 1 - Discordo Totalmente, 2 – Discordo Parcialmente, 3 – Não Concordo nem Discordo, 4 – Concordo Parcialmente e 5 – Concordo Totalmente.

Os dados foram tabulados no programa Excel para Windows e foram analisados segundo técnicas estatística descritiva, com obtenção das medidas de frequência, percentual e absoluta, médias e desvio padrão, não foram realizadas análises inferenciais sobre os dados.



Resultados

Este estudo teve como objetivo descrever os conhecimentos e práticas de estudantes de medicina sobre gestão de resíduos sólidos e os comportamentos ecológicos relacionados a sustentabilidade durante a pandemia de COVID-19. Dos dados sociodemográficos, foi possível confirmar que a amostra final apresentou idade média de 23,4 anos e desvio padrão de 1,41 anos. Estes dados corroboram com o estudo de Alves e colaboradores (2010) que pesquisaram o perfil sociodemográfico de universitários do curso de Medicina na cidade de Recife, no qual a média foi de 21,1 anos.

No presente estudo a amostra final foi composta por 78 estudantes do curso de Medicina, com idade média de 23,4 anos e desvio padrão de 1,41 anos. A tabela 1 apresenta os dados relacionadas as variáveis sociodemográficas, da qual percebe-se que a maioria dos estudantes era do gênero feminino (69,2%) solteiras (84,6%) e que já apresentavam outra profissão (74,4%).

Na tabela 1 ainda é possível verificar a distribuição dos estudantes quanto a infecção prévia por COVID-19, no qual pouco mais da metade (56,4%) relatou ter sido diagnosticada nos últimos 24 meses. Já em relação ao quantitativo de infecções pelo vírus nos últimos 24 meses, 33,3% afirmaram ter sido infectados uma única vez.



Tabela 1- Distribuição dos dados da amostra em relação as variáveis sociodemográficas

Variáveis

Frequência

%

Gênero



Feminino

54

69,2

Masculino

24

30,8




Estado civil



Solteiro

66

84,6

Casado

8

10,3

Viúvo

4

5,1




Tem outra graduação?



Sim

58

74,4

Não

20

25,6




Apresentou infecção diagnosticada por exame para COVID-19 nos últimos 24 meses?



Sim

44

56,4

não

34

43,6




Quantas vezes já foi infectado pelo SARS-COV-2 nos últimos 24 meses?



Uma única vez

26

33,3

Duas vezes

13

16,7

Mais de duas vezes

5

6,4

Nenhuma vez

34

43,6




Total

78

100%

Fonte: Dados da pesquisa



O perfil etário dos estudantes se assemelha a outros estudos como o de Veras e colaboradores (2020), desenvolvido com estudantes do curso de medicina da Bahia, que também apresentaram em seu perfil etário média de 23 anos.

Os dados também estão de acordo com os resultados obtidos por Pereira e colaboradores (2017) e Rego e colaboradores (2019) que, ao estudarem uma amostra de universitários nordestinos do curso de Medicina, também confirmaram que a faixa etária destes varia de 18 e 24 anos.

Particularmente esse cenário composto por estudantes ainda muito jovens corroboram como os dados do estudo “Demografia médica no Brasil 2018” que revelaram um panorama importante, no qual houve um rejuvenescimento da Medicina no Brasil, no qual a média de idade dos profissionais tem caído longo dos anos. Essa tendência é atribuída a alguns fatores como a entrada no mercado de trabalho de novos médicos em consequência da abertura de novos cursos nos últimos anos (SCHEFFER et al., 2018).

Ainda no que diz respeito as variáveis sociodemográficas, observou-se neste estudo que maioria dos estudantes pertenceu ao gênero feminino (69,2%) e eram solteiras (84,6%). Este resultado auxilia na confirmação de que no Brasil há um processo de aumento marcante de mulheres na profissão médica, e corroboram com os resultados obtidos por Silva e Colaboradores (2019) que ao entrevistarem jovens universitárias de Medicina, verificaram que 62,7% da sua amostra era de mulheres e, 95% destas eram também solteiras. Outros resultados semelhantes são citados por Moutinho e colaboradores (2017), que também evidenciaram uma amostra predominantemente formada por mulheres (55.8%).

Como possíveis explicações para esse fenômeno, Scheffer e Cassenote (2013), citam que o perfil demográfico dos estudantes e profissionais da medicina no Brasil está passando por uma mudança histórica importante no qual, embora ainda seja uma profissão predominantemente masculina, os novos registros reportam um aumento expressivo no quantitativo de mulheres, confirmando a tendência consistente de feminização da medicina no país, situação que segundo os autores, poderá moldar o futuro da profissão médica e influir no modelo de cuidados de pacientes e na organização do sistema de saúde, o que ratifica os resultados encontrados no presente estudo.

Sobre possuir outra e que profissão, neste estudo foi visto que a grande maioria dos jovens (74,4%), já era formado em outra graduação, esse dado diverge de outros estudos conduzidos com estudantes de medicina que em sua maioria citam que estes não apresentam outra formação (DINI, BATISTA, 2004; VERAS et al., 2020). Esse achado de fato, é bem particular, uma vez que se sabe que a maior parte dos discentes de Medicina dedicam-se integralmente aos “estudos” e normalmente contem com o suporte financeiro familiar ou por meio de algum auxílio-permanência concedido pela faculdade.

Adicionalmente é importante refletir que o fato de ter outra formação acadêmica e possivelmente atuar no mercado de trabalho possa dificultar a rotina de estudos, de acordo ainda com os autores supracitados, a formação médica, possui alta carga horária curricular e aulas em mais de um turno, e nesse sentido, os estudantes por trabalharem podem ter seu desempenho acadêmico reduzido pela dificuldade de conciliar as rotinas de estudo e trabalho. Em contrapartida, em outras profissões da saúde, como o caso da enfermagem, a presença de estudantes-trabalhadores é uma realidade (COSTA, MERIGHI, JESUS, 2008).

Sobre os resultados relacionados a pandemia, verificou-se que pouco mais da metade dos estudantes (56,4%) foi infectado pela por COVID-19 e que destes, 33,3% afirmaram ter sido infectados uma única vez nos últimos 24 meses.

Estes dados corroboram com outras pesquisas realizadas sobre a prevalência de diagnóstico de COVID-19 entre universitários de medicina como o estudo de Canale e colaboradores (2022) no qual dos 206 estudantes, cerca de 31,5% tiveram diagnóstico positivo para COVID-19 e destes 2,9% destes relataram ter COVID-19 após alguma dose do esquema vacinal.

Estes achados também encontram-se em consonância com o momento epidemiológico retratado atualmente no qual se viu que após 18 meses de pandemia no Brasil que as unidades da federação com as maiores taxas de incidência de COVID-19 foram Roraima, Amapá, Rondônia e Rio Grande do Norte, ao passo que as maiores taxas de mortalidade ocorreram em Rondônia e no Amazonas, dessa forma o estado de Pernambuco não apresentou tantos casos, o que se reflete no quantitativo de estudantes que declararam ter sido infectados (SIQUEIRA et al., 2022).

Quanto aos comportamentos e práticas dos estudantes em relação ao uso de máscaras após a pandemia por COVID-19. Na Figura 2 verifica-se que a grande maioria faz uso de máscaras boa parte do tempo tanto em atividades laborais como de lazer.



Figura 2- Situações relacionadas ao uso de máscaras pelos estudantes.

Fonte: Autores, 2023.



Adicionalmente quase metade relatou utilizar quatro ou mais unidades por dia o que revela que mesmo após a pandemia, os jovens parecem fazer grandes esforços para manter as medidas protetivas pelo menos em espaços coletivos (Figura 3).

Em contrapartida, na literatura, há um quantitativo importante de estudo que citam que dentre os principais motivos que tem dificultado a adesão e o manejo de práticas adequadas encontram-se a dificuldade de respirar e o ajuste frouxo, sendo essas diferenças muitas vezes relacionadas com outros fatores como a renda do público, condições de saúde prévia, baixa consciência coletiva e baixa percepção de suscetibilidade à doença (BARCELÓ, SHEEN, 2021; HEARNE, NIÑO, 2021; XU, CHENG, 2021).

Ademais, outros aspectos parecem influenciar a conduta adequada ao uso das máscaras como a inquietação durante o uso, julgar as máscaras feias e a sensação de superaquecimento. (BARILE, 2021; HAISCHER et al., 2020).





Figura 3- Quantitativo de máscaras utilizadas por dia pelos estudantes.

Fonte: Autores, 2023.



Cerca de 74% se sentem orientados quanto ao uso (Figura 4).Sobre este resultado, de fato aguardava-se que os jovens já apresentassem conhecimentos mínimos relacionadas a como e quando usar as máscaras dado o período intenso em que estas foram utilizadas e mediante a necessidade de manter essas práticas mesmo após a pandemia.

Além disso é importante destacar que estudos apontam que as máscaras faciais, quando adaptadas adequadamente, interrompem efetivamente a dispersão das partículas expelidas por meio da tosse ou espirro, impedindo a transmissão de doenças respiratórias. Mesmo máscaras que não se adaptam perfeitamente, bem como máscaras de fabricação caseira, embora com desempenho inferior às máscaras cirúrgicas e N95, são capazes de reter partículas e vírus transportados pelo ar, de modo que esses não alcancem pessoas próximas. (TAN et al., 2021; HAISCHER et al., 2020).



Figura 4- Opinião dos estudantes quanto a orientação sobre o descarte de máscaras.

Fonte: Autores, 2023.



Sobre os motivos que levam ao descarte, esses podem ser evidenciados na figura 5, onde percebe-se que os estudantes descartam as máscaras quando estas apresentam algum dano (62,8%). Verifica-se através desse resultado que há um equívoco por parte dos estudantes sobre o motivo de descarte uma vez que a literatura aponta que o principal motivo para o descarte deve ser o tempo de uso (AMORIM et al., 2022).



Figura 5- Motivos para realização do descarte de máscaras de acordo com os estudantes.

Fonte: Autores, 2023.



Quanto ao critério utilizado pela maioria (46%) para troca de máscaras, este inclui a percepção pelo jovem de a máscara está úmida (Figura 6). Quanto ao local de destino quase metade dos jovens (48,7%), a colocam em dois sacos plásticos antes de descartar (Figura 7). Em relação a este resultado observa-se também que os jovens ainda necessitam de maiores orientações sobre os critérios de troca, uma vez que dados da literatura apontam que o tempo de uso é um dos pontos mais expressivos para realização das trocas, onde o adequado seria promover a troca da máscara a cada seis horas (AMORIM et al., 2022). Sobre a forma de descarte devem os resultados corroboram com a literatura no qual se evidencia que estas devem ser descartadas em lixeira fechada e a devida higienização das mãos deve ser realizada logo após (NETO, FREITAS., 2020).



Figura 6- Critérios utilizados para troca de máscaras pelos estudantes.

Fonte: Autores, 2023.



Figura 7– Local de descarte das máscaras pelos estudantes.

Fonte: Autores, 2023.



De um modo geral os dados expressos nas Figuras de 2 a 7, revelam que os universitários aparentemente apresentam boas condutas em relação a estas questões e, possivelmente podem ter sofrido influência pelo fato de a amostra tratar-se de um grupo de estudantes da área de saúde que segundo Silva, Ribeiro e Duarte (2021) constitui um fator importante para adesão ao uso e manejo adequado de máscaras.

Em contrapartida, essas práticas e comportamentos divergem de uma grande gama de estudos conduzidos com a população geral que apontam que as condutas relacionadas ao uso de máscaras ainda parecem ser contraditórias e/ou errôneas (BARILE, 2021; BARCELÓ, SHEEN, 2021).

Sobre os comportamentos e práticas dos estudantes em relação ao uso e gestão dos resíduos sólidos evidenciados a partir do consumo de produtos em embalagens descartáveis, cerca de 53,8% referiram que este hábito aumentou após a pandemia (Figura 8).



Figura 8- Consumo de embalagens descartáveis pelos estudantes.

Fonte: Autores, 2023.



Na atualidade, sabe-se que dentre os problemas ambientais que assolam o mundo, a produção de resíduos de fato, constitui uma das principais formas de degradação do meio ambiente. Para Khobragade (2019), os profissionais de saúde constituem um segmento dos mais admiráveis, haja vista sua missão de proteger os seres humanos contra doenças, restaurar a saúde e salvar vidas.

Apesar disso, estes também estão expostos a um comportamento único e responsável pela geração de muitos resíduos, sobretudo relacionados a proteção individual, que, constitui uma ameaça grave ao meio ambiente e à saúde humana quando descartados inadequadamente.

Dessa forma, esperava-se nesse estudo que os estudantes por se constituírem como futuros profissionais, já apresentassem condutas e práticas mais positivas em relação a gestão dos recursos, reduzindo por exemplo o uso e consumo de materiais em embalagens descartáveis, uma vez que a importância de uma conduta ambiental pelas instituições de saúde se torna evidente frente aos dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) por exemplo.

Dados da APRELPE (2018) afirmam que a geração de resíduos Urbanos no Brasil é de 256.941 toneladas por dia, revelando um total anual de 78,4 milhões de toneladas. O montante coletado em 2017 registra um índice de cobertura de coleta em 91,2% para o país, o que evidencia que 6,9 milhões de toneladas são resíduos que não foram objeto de coleta e, consequentemente, tiveram destino impróprio.

O órgão ainda cita que apenas cerca de 42,3 milhões de toneladas de RSU, ou 59,1% do coletado, foram dispostos em aterros sanitários. O restante, que corresponde a 40,9% dos resíduos coletados, foi despejado em locais inadequados (ABRELPE, 2018). regular a conduta dos diferentes agentes no que diz respeito à geração e ao manejo dos RSS.

É importante destacar que tais comportamentos que perduraram mesmo após a pandemia tiveram possivelmente forte influência do período pandêmico, uma vez que nessa época com o comércio e restaurantes fechados, as pessoas passaram a consumir mais produtos em casa, principalmente no que se refere a produtos alimentícios entregues em embalagens, estes que não são reaproveitados e acabam sendo descartados no lixo.

Esses hábitos trouxeram um aumento de aproximadamente 20% de lixo hospitalar e 25% residencial, isto é, até 10 vezes mais do que era produzido anterior a pandemia. E, hoje aparentemente continuaram repercutindo em impactos ainda mais significativos, mesmo após quase 24 meses da sessão do decreto de estado de Epidemia mundial.

É notório que no período da quarentena, houveram danos ainda maiores principalmente no que se refere ao aumento do lixo, grande parte dele doméstico, contendo produtos feitos de plástico, resultado do crescente consumo inconsciente que junto com a falta de coleta de lixo e reciclagens paralisada em grande parte do mundo amplificaram o número de resíduos sólidos na natureza (WEBER,CENCI, 2021).

Os estudantes também afirmaram que seu padrão de consumo de materiais de limpeza e higiene pessoal também aumentou após a pandemia (Figura 9 e 10).



Figura 9- Uso de materiais de limpeza pelos estudantes.

Fonte: Autores, 2023.



Figura 10 - Uso de produtos de higiene pelos estudantes.

Fonte: Autores, 2023.



De fato, os dados dos estudos relacionados a essa temática tem evidenciado que houve um aumento substancial no volume de resíduos gerados a partir dessa prática (SALOMON, ELIAS, 2021).

Um dos motivos para esse aumento no consumo deve-se ao fato de que a forma como a doença é transmitida, e a letalidade desse agente biológico principalmente em pessoas com doenças prévias, exige que a população mantenha algumas medidas de precaução com o intuito inicialmente de conter ou limitar propagação e transmissibilidade do vírus. (SOUSA, 2020).

Adicionalmente ao problema gerado pelo consumo intenso de produtos de limpeza trazendo impactos ambientais, é destacada também a problemática relacionada as chances de o uso inadequado de produtos de limpeza e higienização poder provocar intoxicações leves ou graves que podem até levar a morte como os casos de toxicidade por etanol resultante da ingestão de desinfetantes com álcool para as mãos que foram relatados em pessoas com histórico de abuso de álcool (RAI, ASHOK, AKONDI, 2020; YIP, BROOKS, 2020).

Na Tabela 2 são apresentadas as variáveis e as respectivas médias e desvio- -padrão da Escala de Consumo Ecológico que revela a realização de comportamentos e práticas ecológicas e sustentáveis. Na tabela pode -se perceber que as médias mais altas correspondem aos comportamentos mais frequentes e as mais baixas representam que os indivíduos não possuem o comportamento pró-ecológico.

As variáveis que mais se destacaram dentre os respondentes foram, respectivamente: “Providenciei uma lixeira específica para cada tipo de lixo em minha casa”, “ajudo a manter as ruas limpas” e “Quando estou tomando banho, fecho a torneira para me ensaboar”,” Evito comer alimentos transgênicos” e “Compro comida sem me preocupar se têm conservantes ou agrotóxicos”. Observa-se que a maior preocupação do público estudado está relacionada à limpeza urbana e à economia de energia e recursos naturais, ao uso de estratégias sustentáveis para alimentação e de forma contraditória baixa preocupação com a qualidade dos alimentos ingeridos.

Tabela 2- Comportamentos e práticas ecológicas e sustentáveis dos estudantes sobre o uso e gestão dos resíduos sólidos e máscaras


Variáveis

Média

Desvio Padrão

1) Jogo todo tipo de lixo em qualquer lixeira

1,85

1,065


2) Providenciei uma lixeira específica para cada tipo de lixo em minha casa

4,7

0,870


3) Deixo a torneira aberta durante todo o tempo do banho

3,97

1,161


4) Evito jogar papel no chão

4,15

1,151


5) Dou todo dinheiro que posso para uma ONG ambientalista

4,06

0,971


6) Quando estou em casa, deixo as luzes acesas em ambientes que não estão sendo usados

4,38

1,009


7) Falo sobre a importância do meio ambiente com as pessoas

2,88

1,195


8) Quando tenho vontade de comer alguma coisa e não sei o que é, abro a geladeira e

fico olhando o que tem dentro

1,74

1,263


9) Evito desperdício dos recursos naturais

3,14

1,306


10) Ajudo a manter as ruas limpas

4,67

0,813


11) Evito comprar produtos que são feitos de plástico

2,98

1,516


12) Enquanto escovo os dentes deixo a torneira aberta

3,93

1,426


13) Separo o lixo conforme o tipo

4,41

0,931


14) Guardo o papel que não quero mais na bolsa quando não encontro uma lixeira por perto

3,42

1,372


15) Evito comer alimentos que contenham produtos químicos (con servantes ou agrotóxicos)

4,23

0,992


16) Entrego papéis para reciclagem

1,66

1,255


17) Faço trabalho voluntário para um grupo ambiental

3,16

1,390


18) Quando estou tomando banho, fecho a torneira para me ensaboar

4,53

0,921


19) Economizo água quando possível

4,41

1,049


20) Quando vejo alguém jogando papel na rua, pego e jogo na lixeira

2,92

1,421


21) Colaboro com a preservação da cidade onde vivo

3,47

1,393


22) Quando não encontro lixeira por perto, jogo latas vazias no chão

3,33

1,411


23) Evito usar produtos fabricados por uma empresa quando sei que esta empresa está poluindo o meio ambiente

2,17

1,560


24) Participo de manifestações públicas para defender o meio am biente

2,5

1,601


25) Apago a luz quando saio de ambientes vazios

2,74

1,489


26) Evito desperdício de energia

3,47

1,593


27) Evito comer alimentos transgênicos

4,7

0,884


28) Quando abro a geladeira sei o que vou pegar, evitando ficar com a porta aberta muito tempo para não gastar energia

4,2

1,143


29) Mobilizo as pessoas nos cuidados necessários para a conservação dos espaços públicos

2,84

1,217


30) Compro comida sem me preocupar se têm conservantes ou agrotóxicos

4,70

0,884


31) Deixo a televisão ligada mesmo sem ninguém assistindo

4,14

1,124


32) Entrego as pilhas usadas nos postos de coleta

2,94

1,226


33) Participo de atividades que cuidam do meio ambiente

2,93

1,209


34) Evito ligar vários aparelhos elétricos ao mesmo tempo nos horários de maior consumo de energia

2,94

1,941


Fonte: Dados da pesquisa



A análise do comportamento ecológico dos estudantes revelou que estes apresentaram maior preocupação com à limpeza urbana, com a economia de energia e recursos naturais, ao uso de estratégias sustentáveis para alimentação já em relação as medidas de comportamento sustentável realizadas pelos jovens verificou-se que estas ainda podem ser consideradas incipientes dada a situação mundial que clama por mudanças comportamentais relacionadas a gestão e consumo consciente dos recursos naturais.

Sobre as especificidades do comportamento ecológico dos estudantes dados semelhantes foram obtidos por Beuron et al. (2012a), ao pesquisarem os comportamentos ecológicos individuais entre trabalhadores de uma empresa onde os mesmos também apresentaram maior ênfase à economia de água e energia, em que a limpeza urbana também apareceu com destaque.

Dados atuais evidenciam que no campo acadêmico-educacional, esse há um movimento pró-ambiental que vem ganhando destaque com crescentes propostas de educação ambiental (ALMEIDA et al., 2015). Apesar disso, esse modelo tem recebido algumas críticas por sua implementação de certa forma lenta a medida que a situação atual emana ações mais focadas e urgentes. Além disso o debate sobre as mudanças de atitudes da população e a criação de um comportamento pró-ecológico tem sido uma matéria desgastante nas universidades, uma vez que para que ocorram, envolvem também mudanças atitudinais e espaciais desses locais e, não apenas a mudança de postura pela comunidade acadêmica.

Nesse sentido Araújo e colaboradores (2020) ressaltam que muitos anos já se passaram desde as primeiras agendas de debate nos espaços das universidades e, dessa forma se esperava resultados progressivamente mais positivos das pesquisas que citam a avaliação dos comportamentos ecológicos em universitários, mas o que se vê de fato, são estudos que apontam algumas poucas condutas sendo praticadas por essa parcela populacional tão importante a gestão ambiental.

Adicionalmente Almeida e colaboradores (2015) afirmam que o indivíduo, mesmo possuindo crenças ambientais adequadas, pode apresentar comportamento contrário à sua tendência, o que pode ser motivado pelas dificuldades de exercer tal ação. Assim verificou-se que os resultados encontrados foram compatíveis com o fato de que apesar do compromisso aparentemente forte em relação à preservação ambiental, este não foi evidenciado a partir das respostas dos estudantes pois suas ações não eram totalmente voltadas à conservação dos recursos naturais.

Sobre esse assunto ainda pode-se considerar que muitas pessoas que expressam pontos de vistas positivos em relação à preservação ambiental não apresentam comportamentos de conservação, o que ajudaria a diminuir os danos ao meio ambiente. Nesse sentido, “apesar de a literatura apontar as crenças ambientais como antecedentes das atitudes e dos comportamentos ecológicos específicos, esse tema ainda se encontra distante das práticas cotidianas dos universitários (PATO, 2004).

Pode-se considerar que os resultados coletados, evidenciaram que os conhecimentos e práticas de estudantes de medicina sobre gestão de resíduos sólidos e os comportamentos ecológicos relacionados a sustentabilidade durante a pandemia de COVID-19 parecem ter sido influenciados não apenas pelo evento pandêmico, aparentemente estes receberam também mediação das crenças ambientais e do sentimento de obrigação moral dos jovens com o planeta, pois muitas de suas ações antecedem o momento pandêmico, sobretudo os comportamentos ecológicos apresentados.

O que vai de encontro com o que cita López (2002) que a preservação do meio ambiente se contempla como um meio de obrigação moral para evitar as possíveis consequências que os problemas ambientais acarretariam aos seres humanos, o que torna as questões morais um elemento relevante para influenciar o comportamento ecológico.

Esses resultados são relevantes e sugerem que o cuidado ambiental pode receber influência sobre diversas formas de condutas, dentre estas ações coletivas que podem ser desenvolvidas ao longo de sua formação profissional a partir de experiências educativas.

Os dados relevam ainda que mesmo com direcionamentos e motivações distintas o comportamento em prol do meio ambiente configura-se como uma preocupação ligada tanto por indivíduos que acreditam no valor intrínseco da natureza, independente dos interesses pessoais e qualidade de vida, como por pessoas que valorizam a natureza devido aos benefícios econômicos e individuais que ela pode proporcionar.



Conclusão



Os resultados desta pesquisa poderão subsidiar a reflexão em relação às práticas pró-ambientais de estudantes universitários de medicina, bem como orientar os docentes e demais integrantes da comunidade acadêmica a adoção de medidas estratégicas para um melhor entendimento e desenvolvimento de incentivo às práticas de conservação do meio ambiente.

Conclui-se ao final deste estudo que os universitários analisados apresentaram idade média de 23,4 anos, portanto jovens em sua maioria do gênero feminino e solteiros que já haviam contraído COVID-19 pelo menos uma vez nos últimos 24 meses.

Estes apresentaram comportamentos adequados quanto ao uso e de máscaras, apesar disso durante a pandemia, ampliaram o consideravelmente o consumo de embalagens descartáveis e materiais de limpeza. Sobre os comportamentos e práticas ecológicas e sustentáveis percebeu-se grande preocupação relacionada à limpeza urbana, economia de energia e recursos naturais, uso de estratégias sustentáveis para alimentação e baixa preocupação com a qualidade dos alimentos ingeridos.

Considera-se que os resultados desta pesquisa poderão subsidiar a reflexão em relação às práticas pró-ambientais de estudantes universitários de medicina, bem como orientar os docentes e demais integrantes da comunidade acadêmica a adoção de medidas estratégicas para um melhor entendimento e desenvolvimento de incentivo às práticas de conservação do meio ambiente.

Acredita-se que esses dados possam contribuir na discussão sobre a necessidade da implementação de ações de educação ambiental entre populações específicas como os adultos jovens, a partir da compreensão do impacto ambiental da pandemia.





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Ilustrações: Silvana Santos