PERCEPÇÃO
AMBIENTAL DOS FREQUENTADORES DA PRAÇA DE SÃO FRANCISCO
– ÓBIDOS – PARÁ.
ASNAH
VITÓRIA DE SOUSA VIANA¹; KETHELEN
VITÓRIA
CAMPOS
GOMES²;
BRUNA
NAYARA
ROCHA
GARCIA³;
RAIMUNDO ALVES DOS REIS NETO4;
LUIZ FERNANDO REINOSO5.
1
Discente.
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Pará – IFPA
2
Discente. Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Pará – IFPA
3
Mestre. Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Pará – IFPA- bruna.garcia@ifpa.edu.br.
4
Mestre. Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Pará – IFPA- raimundo.reis@ifpa.edu.br.
5
Mestre. Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Espírito Santo – IFES-
luis.reinoso@ifes.edu.br.
RESUMO
O presente trabalho analisou a percepção de
frequentadores sobre o espaço da praça de São
Francisco, na cidade de Óbidos – Pará,
localizada, na mesorregião do Baixo Amazonas. Foram
realizadas entrevistas exploratórias com aplicação
de questionário com 10 perguntas para 50 pessoas, com o
intuito de detectar a opinião dos moradores e sua percepção
ambiental a partir da compreensão das inter-relações
entre o meio ambiente e os atores sociais, ou seja, como a sociedade
percebe o seu meio e demonstra suas opiniões. Os resultados
indicam que praças com áreas verdes aumentam o conforto
térmico considerado muito importante pelos frequentadores, que
não há um planejamento adequado das estruturas,
equipamentos e na arborização urbana, que o espaço
público está vinculado ao acesso de todos os
indivíduos, moradores ou visitantes capazes de interagir, por
meio do lazer, da atividade física ou da conversa, livremente
na mesma base, independentemente de sua condição
social. Dentre as características com efeitos positivos para o
ambiente urbano destes espaços, estão o embelezamento,
a quebra da monotonia da paisagem, a valorização visual
e para a população, como a melhoria da qualidade de
vida, lugar para o exercício da cidadania e a interação
social.
Palavras-chaves:
Percepção ambiental; Áreas verdes urbanas;
Planejamento.
ABSTRACT
The present work analyzed the perception of visitors about the space
of the São Francisco square, in the city of Óbidos –
Pará, located in the Lower Amazonas mesoregion. Exploratory
interviews were carried out with the application of a questionnaire
with 10 questions to 50 people, with the aim of detecting the opinion
of residents and their environmental perception based on the
understanding of the interrelationships between the environment and
social actors, that is, how the Society perceives its environment and
demonstrates its opinions. The results indicate that squares with
green areas increase thermal comfort considered very important by
visitors, that there is no adequate planning of structures, equipment
and urban afforestation, that public space is linked to access for
all individuals, residents or visitors capable of to interact,
through leisure, physical activity or conversation, freely on the
same basis, regardless of their social status. Among the
characteristics with positive effects on the urban environment of
these spaces are beautification, breaking the monotony of the
landscape, visual enhancement and for the population, such as
improving quality of life, a place for exercising citizenship and
social interaction .
Keywords: Environmental perception; Urban green areas; Planning.
INTRODUÇÃO
O
ser humano altera de maneira significativa os espaços
naturais, esse fato é observado claramente nas cidades que são
espaços modificados para atender suas necessidades, nesse
processo ocorrem distúrbios, muitas vezes prejudiciais a
natureza e a população. Procurando amenizar efeitos
como falta de espaços destinados ao uso comum e áreas
com vegetação são criadas praças, espaços
públicos que tem múltiplas funções.
Os
espaços públicos destinados ao uso comum e à
interação entre os indivíduos e entre eles e o
meio, são de grande relevância para a construção
de sociabilidades sadias e plenas entre os atores que dela
participam. As praças são parte importante para a
qualidade de vida nas cidades, uma vez que, além do espaço
para a interação e o lazer, são espaços
propícios à arborização e paisagismo.
Para
Barros; Virgilio, (2003),no Brasil, as praças são
espaços públicos encontrados na maioria dos municípios,
desempenhando papel na melhoria da qualidade de vida ambiental e
social. Nucci
(1996), enumera que as praças realizam entre outras, as
seguintes funções: diminuem a quantidade de dióxido
de carbono, (CO2;
aumentam
a umidade relativa do ar; propiciam uma interação entre
o homem e a natureza;
quebram
a monotonia das atividades humanas, influenciam na melhoria das
relações sociais.
Tais
fatores modificam de forma enriquecedora o ambiente frequentado pelos
sujeitos, proporcionando o equilíbrio entre o meio natural e o
meio urbano, a harmonia entre os elementos e, consequentemente,
possibilitando melhorias na qualidade de vida dos habitantes, visto
que levam a um processo que colabora para a construção
de ambientes adequados ao lazer e a algum conforto térmico, o
que torna a experiência de vida não somente mais
saudável, mas, ainda, mais agradável.
A
consulta a população proporciona uma percepção
sobre este ambiente e mais especificamente sobre as áreas
verdes podendo ser, dessa maneira uma ferramenta indispensável
para a melhoria da qualidade do ambiente urbano. Pode-se verificar
através das consultas os sentimentos
que a população tem em relação ao
ambiente,
destacar o valor atribuído a esses espaços pela
população, como a população utiliza e
percebe as condições ambientais dos espaços por
elas utilizados (COSTA; COLESANTI, 2011).
METODOLOGIA
Área
de estudo
O
estudo foi realizado na praça São Francisco, localizada
na Travessa Frei Daniel, esquina com a Rua Belém, no município
de Óbidos - PA, que se encontra localizado na mesorregião
do Baixo Amazonas (Figura 1). De acordo com o censo de 2022 o
município de Óbidos possui 52.229 habitantes, unidade
territorial de 28.011,041 km², arborização
de vias públicas 37 %, ficando na 63ª posição
se comparado com os outros municípios do estado do Pará
e área urbanizada 12,42 km²,. (IBGE, 2022).
Figura
1: Localização do Município de Óbidos-
Pará.
Fonte:IBGE,
2022
Coleta de dados
O
estudo foi dividido em três etapas: A primeira etapa consistiu
na elaboração de um formulário composto por dez
questões, sendo nove objetivas e uma subjetiva, o formulário
é um instrumento de suma importância para a investigação
social, pois permitiu obter informações diretamente do
entrevistado. A técnica de coleta de dados consistiu em
entrevista semi estruturada, combinando perguntas abertas e fechadas,
que de acordo Boni e Quaresma (2005), o entrevistador executa uma
conversa informal e o informante tem a possibilidade de discorrer
sobre o assunto proposto.
A
segunda etapa baseou-se na pesquisa de campo que é aquela
utilizada com o objetivo de adquirir informações e/ou
conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma
resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou,
ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações
entre eles. (...) Consiste na observação de fatos e
fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados
a eles referentes e no registro de variáveis que se presume
relevantes, para analisá-los. (LAKATOS, 2003, p. 186). Diante
disso, após a aplicação do Termo de
Consentimento, realizou-se a aplicação do formulário
aos moradores que frequentam a praça de São Francisco,
com a finalidade de conhecer as suas percepções acerca
da arborização urbana, assim como promover uma reflexão
local sobre sua importância.
Na
terceira etapa realizou-se a tabulação dos dados, onde
as informações obtidas foram analisadas
estatisticamente, permitindo a descrição e avaliação
dos elementos adquiridos que são necessários na
formação das etapas posteriores e produção
de gráficos.
REFERENCIAL TEÓRICO
As
primeiras iniciativas de hortos botânicos com caráter
científico datam do século XVIII, dada a necessidade
de buscar conhecimentos a respeito da flora nativa ainda pouco
conhecida. Ao mesmo tempo, estes hortos botânicos possuíam
uma finalidade econômica ao buscar plantas úteis ao
comércio de especiarias na Europa e ampliar o conhecimento
sobre novas variedades nativas que pudessem competir com as culturas
tradicionais cultivadas no Oriente. (REIS FILHO, 1968).
A
mais antiga manifestação em termos de paisagismo no
Brasil ocorreu na primeira metade do século XVII em
Pernambuco, por obra do Príncipe Maurício de Nassau,
durante a invasão holandesa. (LOBODA, 2003).
Os
jardins urbanos, até o século XIX, assumiram funções
meramente estéticas, embelezadoras da paisagem, sendo
considerados uma expressão artística. Entretanto, neste
período os jardins urbanos passam a assumir uma função
utilitária, sobretudo nas zonas urbanas densamente povoadas,
sendo- lhes atribuídos fins higiênico-sanitários,
de incremento da qualidade ambiental, funcionalidades ecológicas
e aspectos psicossociais (ANGELIS et al., 2005).
De
acordo com Terra et al, (2004), a disciplina urbanística e o
salubrismo determinaram a necessidade de criar “pulmões”
para as cidades, com a implantação de praças,
jardins e parques no meio urbano, a cultura salubrista foi a
responsável pela manutenção de grandes áreas
livres no coração das cidades num momento em que a
expansão urbana demandava e valorizava as terras nas regiões
centrais dos núcleos urbanos.
A
partir da segunda metade do século XIX, começa a
popularizar-se o entendimento de que a existência de
arborização de ruas nas cidades é de vital
importância na qualidade ambiental nos espaços urbanos.
Já ao longo do século XX tem-se a implantação
de diversos parques urbanos com a fundamental contribuição
de Roberto Burle Marx para o paisagismo no Brasil (TERRA et al.,
2004).
A
partir da segunda metade do século XX, foi introduzida no
Brasil a cultura da arborização urbana, consequência
do aumento da população nessa época, o que
concebeu a necessidade de criação de áreas
verdes que propiciassem lazer e bem-estar psicológico à
população. Tendo em vista que a arborização
urbana é uma prática relativamente nova no Brasil
(tendo-se as primeiras iniciativas há pouco mais de 120 anos),
cabe ressaltar que, neste período a arborização
foi historicamente praticada de forma empírica e, raras às
vezes, dentro de um contexto técnico-científico
(SILVA, 2013).
As
praças podem ser definidas como espaços livres e
públicos, com forte função social, inseridas na
malha urbana como elementos organizadores da circulação
e de amenização pública, geralmente contendo
expressiva cobertura vegetal, mobiliário lúdico,
canteiros e bancos (MENDONÇA, 2007).
Diante
disso, observa-se o quão importante é a arborização
urbana de praças, uma vez que se desenvolve estratégias
e promove a característica ampla e integradora para os
frequentadores, criando iniciativas para reverter processos de
degradação física de um espaço,
proporcionando desta forma, a melhoria nestes tais espaços que
são importantes para o cotidiano da população
nas cidades (MOURA,
2006; TOLEDO, 2012).
Diante
do todo até aqui exposto e reafirmando que é
reconhecido a importância das praças, da arborização
e do paisagismo para a qualidade de vida nos centros urbanos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO.
Foram
entrevistados 50 pessoas, contemplando homens, mulheres, crianças
e adultos. Silva et al. (2015) realizaram uma pesquisa dessa
natureza, aplicada em pessoas com diferentes faixas etárias,
comprovando que é possível observar as percepções
ambientais nas diferentes gerações.
Quando
instigados sobre a presença da praça de acordo com a
pesquisa realizada, no gráfico 1 observa-se que 96% dos
entrevistados confirmaram que frequentam a praça, enquanto
apenas 4% relataram não frequentar a praça.
Gráfico
1: Quantidade de pessoas entrevistadas que frequentam a praça
São Francisco, Óbidos–PA.
Fonte:
Autores, 2022.
Estas
informações são ferramentas úteis para
auxiliar em ações considerarando a percepção
da população que frequenta a praça se torna
relevante no planejamento e compreensão deste ambiente urbano.
As pessoas que realizam o uso cotidiano desta praça são
as mais impactadas no que se refere a utilização de
equipamentos e serviços, sendo, portanto, relevante seu ponto
de vista.
A
partir da análise dos dados coletados, verificou-se que,
quando perguntado aos moradores sobre "você acha que
arborização urbana e paisagismo são
importantes?”, 96% dos entrevistados responderam que sim, como
apresenta- se no gráfico 2 demonstrando possuírem
informações sobre o assunto, enquanto apenas 4%
responderam que não.
Gráfico
2: Percepção dos entrevistados sobre a importância
da arborização urbana e paisagismo na praça São
Franciso, Óbidos-PA
Fonte:
Autores, 2022
É
possível observar que a população tem
conhecimento sobre a importância da arborização
nas praças da cidade e o quanto elas contribuem para o
bem-estar local, e isso é refletido na quantidade de respostas
positivas dos moradores.
Com
relação ao conhecimento dos respondentes sobre a
arborização urbana e paisagismo no que diz respeito a
estética, a resposta foi unânime, ou seja, 100% dos
entrevistados concordam que a arborização urbana e o
paisagismo tornam o local mais bonito.
Isernhagen
(2009), explica que o objetivo do paisagismo é demonstrar
a importância de ter o verde no centro urbano, pois,
ultimamente a degradação ambiental vem crescendo
aceleradamente e promovendo um desequilíbrio ao meio ambiente,
quando não há uma contribuição em adotar
medidas para preservação do ambiente à população
sofre com as alterações climáticas, desta forma
é imprescindível ter a presença do paisagismo no
ambiente urbano, capaz dentre outras coisas de promover uma
conscientização das pessoas quanto a importância
de conservação dos recursos naturais.
Foi
possível perceber que todos os entrevistados têm
consciência da importância do paisagismo, bem como a
sua influência na beleza de um ambiente, pois além de
desempenhar múltiplas funções que podem
contribuir de maneira efetiva na promoção de melhoria
na qualidade ambiental das cidades, a arborização
urbana também desempenha um papel importante no que se refere
à composição estética urbana, é
interessante ressaltar a relevância deste fato, uma vez que que
os moradores reconhecendo a importância contribuem para o
planejamento da área de maneira adequada.
Contudo,
muito além de desempenhar apenas um papel estético na
composição urbana, as árvores atuam na melhoria
da qualidade do ar, nas questões de melhoramento climático
reduzindo o calor.
Esta
vantagem se justifica pela ocorrência de altas temperaturas
durante o período com menor quantidade de chuvas na região,
as quais impulsiona a população a buscar diferentes
meios que lhe proporcionem maior conforto térmico.
Segundo
Santos; Teixeira (2001), embora a vegetação, não
possa controlar totalmente as condições de
desconforto, ela pode, eficientemente, abrandar a sua intensidade,
“percebido” por todos os entrevistados onde 100% dos
moradores entrevistados concordaram que a arborização
deixa o clima mais agradável. Vale salientar o fato de que o
conforto térmico se torna ainda mais relevante quando a cidade
apresenta clima quente, como é o caso da cidade de
Óbidos-Pará. Desse modo, vê-se ainda mais
importante uma arborização adequada.
Quando
questionados sobre acharem que a arborização da praça
São Francisco é adequada, 54% dos entrevistados
responderam que não, enquanto 46% dos entrevistados
responderam que sim. (gráfico 3).
Gráfico
3: Percepção dos moradores a respeito da arborização
da praça São Francisco, Obidos-PA
Fonte:
Autores, 2022
Entretanto,
quando indagados sobre as árvores presentes no local serem
adequadas, no que diz respeito a espécie
de
árvores, levando em consideração critérios
como: porte, fitossanidade, dispersão de folhas e frutos, 38%
dos moradores responderam que não sabem, 36% acham que não
e 26% acham que sim conforme o gráfico 4.
Desta
forma, percebe-se uma grande divergência entre os moradores
sobre o entendimento nesse aspecto. Roppa et al, (2007) justifica
dizendo que este tipo de avaliação tende a ser muito
subjetiva, dependendo em grande parte da maior ou menor vivência
do morador no local, vale ressaltar que nem todos os entrevistados
têm conhecimento dos critérios técnicos que são
utilizados na escolha da espécie que será usada na
arborização, desta forma, dificultando assim uma
resposta mais objetiva.
Gráfico
4: Percepção dos moradores com relação a
características das árvores presentes na praça
São Francisco, Óbidos-PA.
Fonte:
Autores, 2022.
No
entanto, durante a avaliação da arborização
da praça, percebeu-se que havia espécies no local que
não são recomendadas pois apresentam limitações
para o plantio em áreas urbanas, sendo de grande porte, não
apresentando ramos persistentes e nem florescimento.
Quando
perguntados sobre perceberem se alguma das árvores presentes
representava perigo na praça, 55, 1% dos entrevistados afirmam
que sim, enquanto 44,9% consolidam-se que não percebem no
gráfico 5, o que pode demonstrar um bom nível de
conscientização ou então que estas pessoas não
se deparam com os problemas de arborização ou os
negligenciam.
Não
obstante, durante o estudo, também notou-se que uma das
irregularidades encontradas na área estudada consistia na
presença de espécies que representavam perigo para
os transeuntes por possuírem espinhos e galhos muito grandes
podendo causar acidentes.
Gráfico
5: Resposta dos moradores referente a árvores que representam
perigo na praça São Franciso, Óbidos-PA.
Fonte:
Autores, 2022
Souza
(2009) em uma pesquisa desta natureza afirma que a falta de
informação e falta de conhecimento técnico
quanto à espécies adequadas a serem implantadas na
arborização de praças, influenciam nestas
respostas, visto que, em muitos casos, espécies inadequadas
presentes na arborização urbana foram introduzidas
pelos próprios moradores.
Outra
irregularidade encontrada na praça, foi o conflito entre as
árvores com a fiação elétrica e as
calçadas, visto que as espécies não seguem a
distância mínima necessária para não
representar perigo e manter o equilíbrio entre os elementos
presentes.
Gonçalves
e Paiva (2004) afirmam que essa característica é
considerada uma das mais importantes definidores do planejamento da
arborização urbana. No entanto, quando questionados
sobre o distanciamento das árvores e os outros elementos
presentes no meio, 52 % dos entrevistados responderam que sim, 28%
não souberam, e apenas 20% afirmam que não (gráfico
6).
Gráfico
6: Percepção dos moradores sobre a distância das
árvores com os elementos urbanos.
Fonte:
Autores 2022
Segundo
Zinkoski e Loboda (2005) este problema está relacionado a
constante urbanização, que permite assistir, em grandes
centros urbanos, a problema crucial do desenvolvimento nada
harmonioso entre a cidade e a natureza o que ocasiona entre a obra do
homem e a natureza crises ambientais cujos reflexos negativos
contribuem para degeneração do meio ambiente
urbano.
Para
Santos e Teixeira ( 2001) a árvore como elemento estruturador
de espaços, responsável por qualidades
estéticos-visuais e de bem estar, passa a constituir um
problema urbano, decorrente de planos ineficientes, inexistência
de políticas no setor, improvisos e falta de conscientização.
Apesar
da promoção de diversos benefícios pela presença
de árvores, passa a ser inviabilizada quando não se
encontra com harmonia com os demais elementos no espaço que
ocupa, exemplo: quando promove a dificuldade da circulação
de pessoas, conflitos com a fiação elétrica,
quebra de calçadas e entre outros. Vale ressaltar que os
atritos mencionados encontram-se presentes na área de estudo.
Todavia,
apesar da conhecida importância da arborização
das áreas urbanas, é comum o fracasso dos plantios,
manutenção e planejamento devido à falta de
participação comunitária, fazendo-se necessário,
para um eficiente planejamento e manutenção da
arborização, considerar a percepção da
população (RODRIGUES et al, 2010).
Diante
disso, conhecer a percepção da sociedade sobre o
ambiente é fundamental para a melhoria da qualidade do
ambiente urbano. Sendo assim, quando perguntado aos moradores se
achavam necessário a praça passar por um processo de
melhorias se explicou que estava sendo realizado uma proposta de
melhoria para a praça como finalização do ciclo
de estudos do ensino médio, que se pretendia apresentar essa
proposta, observou-se que 98% dos entrevistados estão de
acordo que a praça necessita passar por melhorias (Gráfico
7).
Gráfico
7: Opinião dos entrevistados a respeito de melhorias para
praça
Fonte:
Autores, 2022
Para
Silva, Cândido e Freire, (2009) a compreensão da
percepção ambiental, portanto, é um importante
fator para a conservação ou manutenção
das áreas verdes, seja para sua melhoria como um todo, seja
para sua ampliação, proteção e/ou
promoção como forma de garantir às comunidades
um espaço agradável de convívio social.
Dessa
forma, saber interpretar a percepção ambiental é
um aliado para a adequação e melhor funcionalidade
dessas áreas, pois as populações que residem
próximas a esses espaços possuem conhecimento sobre
seus recursos e problemas enfrentados, podendo apontar soluções
que possibilitem aliar as práticas de gestão e
estratégias de conservação.
CONCLUSÃO:
Diante
do exposto, observa-se que a população investigada
percebe a importância da arborização no contexto
urbano, embora tenham sido verificadas algumas respostas
contraditórias, que em sua maioria, podem ser explicadas pela
falta de informação e orientação dos
indivíduos sobre o tema investigado
Percebe-se
que não houve planejamento da arborização por
parte dos órgãos competentes e verifica-se também
uma ineficiência na manutenção cabendo aos
moradores escolheram e manejaram as espécies. Os problemas da
arborização urbana encontrados são decorrentes
de plantios realizados por eles próprios, não seguindo
os padrões técnicos recomendados. Há
necessidades de melhoria na arborização da praça
cuja tarefa deve ser desempenhada pela administração
municipal e que deverão adotar critérios técnicos
para seu planejamento e execução.
E
preciso salientar a importância de trabalhos sobre a percepção
da população que busquem verificar in loco a opinião
dos residentes que constituirão dados importantes para a
elaboração de um eficiente planejamento e manutenção
da arborização urbana.
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