Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente. - Carlos Moraes Queiros
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 88 · Setembro-Novembro/2024
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DICIONÁRIO AMBIENTAL
BÁSICO: UM PROJETO PARA A
EDUCAÇÃO AMBIENTAL José Fortunato Neto [1] Ivan Fortunato [2] Introdução:
a questão ambiental A Terra, seus pés são
os meus pés, A Terra, suas pernas são
as minhas pernas, A Terra, seu corpo é
o meu corpo, A Terra, seus
pensamentos são os meus pensamentos, A Terra, sua voz é a
minha voz. (Canto dos índios
Navajo, In: TOOLAN, 1993, p. 12) Compartilhar
a compreensão holística presente nos versos em epígrafe é a missão da Educação
Ambiental1, cujos objetivos, segundo Reigota (1991, p. 35), são:
consciência, conhecimento, atividades, competência e participação. Desde o
seu surgimento no Planeta, o homem vem causando impactos ao meio ambiente e, à
medida que foi desenvolvendo seu instrumental pela tecnologia e ampliando seu
domínio sobre a natureza, os “impactos ambientais foram se ampliando em
intensidade e extensão” (BRANCO, 1988, p. 18). Antes
mesmo dos seres humanos, havia uma natureza independente em cujo seio foram
recepcionados, abrigados e protegidos. Entretanto, com o passar do tempo, e
reunidos em grupos cada vez maiores, esses novos habitantes iniciaram um
processo de usurpação desmedida do meio, que ainda se encontra em fase de
modelagem, projetando uma nova natureza, pela inserção de valores artificiais,
e encapsulando a matriz original dentro de um novo conceito de espectro amplo,
denominado meio ambiente. Hoje,
reconhece-se que os impactos ambientais decorrentes das mais variadas intervenções
antrópicas no meio tendem a causar efeitos imprevisíveis para a qualidade de
vida das futuras gerações. Não é por outra razão que a mídia vem se
ocupando dos assuntos relacionados às alterações climáticas. Reconhece-se,
também, que esse legado é um traço marcantemente negativo no modo como as
pretéritas e atuais gerações pensam o ambiente. Daí que
se torna importante partilhar conhecimentos específicos, por meio de
instrumentos educacionais de caráter perene. Principalmente porque muitos
projetos voltados à Educação Ambiental, ainda que importantes, se esgotam em
seu objetivo, como a recuperação de uma área degrada ou a coleta seletiva de
resíduos, para citar exemplos. Alguns, todavia, adquirem caráter de mero
adestramento, por exemplo, quando se propõem a ensinar (sem o cuidado de buscar
a sensibilização) que devemos economizar no uso de água tratada, no banho, na
escovação de dentes, e assim por diante. Passado o impacto inicial do treino,
a mensagem que deveria permanecer se esvazia, e o projeto deixa de se propagar
no tempo; característica essencial para que os seus resultados tenham influência
para as gerações por vir. A percepção
de que há inúmeros problemas ambientais é óbvia; porém, essa percepção
ocorre de maneira fracionada; parte conscientemente, por meio dos nossos
sentidos e parte de maneira subliminar. A conscientização ambiental é,
portanto, variável. Por conta dessa flutuação no grau de percepção, quanto
mais sensíveis (ou sensibilizados) formos, maior será nossa consciência
ambiental. O objeto de estudo deste artigo – o projeto “Dicionário
Ambiental Básico: iniciação à linguagem ambiental” (doravante Dicionário
ou Projeto) – trata-se, na verdade, de uma espécie de publicidade ambiental
subliminar, conforme apresentada por Fernandes (2006), que tem como propósito
estimular o inconsciente do público alvo, pelo incentivo da leitura sistemática
de termos ambientais, procurando moldar seu comportamento futuro pela aquisição
de conhecimentos específicos. Neste
contexto, a publicidade subliminar é aquela elaborada com técnicas peculiares,
focada na inserção de mensagens na memória inconsciente das pessoas, por meio
da captação de estímulos não-consciencializados, com a finalidade de
persuadi-las a um determinado comportamento (FERNANDES, 2006). Insiste-se: não
se trata de mero adestramento ambiental – que pressupõe um
condicionamento social –, mas de uma ferramenta sócio-educacional que surge
com o propósito de buscar a máxima sensibilização ambiental. De outra parte,
a análise demonstrou que o Projeto, embora promissor, carece de um “fator de
fixação2”, para que sua mensagem se torne contagiante e se
propague de forma viável. No caso do
Projeto aqui discutido, a idéia subjacente é a de que, ao trazer a comunidade
para sua elaboração e, depois, ao disponibilizar seus exemplares de forma
gratuita para que todo o público alvo tenha acesso, e contando com o interesse
e a mediação dos professores, as mensagens (que podem ser passadas inclusive
por meio de outros projetos) produzam efeitos duradouros, já que sempre será
possível consultar seus verbetes. Ademais, por se tratar de uma ferramenta
educacional de consulta, cujo baldrame é o próprio vernáculo, alia-se, também,
aos demais instrumentais aptos a facilitar o ensino da linguagem, porque traz em
seu bojo alguns dos principais verbetes ambientais, muitos de conhecimento
apenas endêmico, descritos com uma linguagem pedagogicamente adequada ao público
alvo principal. O projeto
tem caráter perene, na medida em que o “Dicionário” se propõe a
acompanhar o estudante pelos vários anos de sua vida acadêmica e até mesmo
profissional. Ao fim, é um livro a ser entregue para estudantes e professores
para experiências pedagógicas diversas na área ambiental, com o objetivo de
ser tornar um instrumental pedagógico – utilizável em vários níveis de
ensino e por docentes de disciplinas diversas – voltado à difusão da educação
ambiental. o
projeto Dicionário Ambiental Básico Editado
pela primeira vez em 2004 na cidade de Brotas, estado de São Paulo (SP), o
Projeto é fruto de uma ideação: reunir a comunidade de forma voluntária,
selecionar os verbetes mais significativos, defini-los usando uma linguagem mais
acessível; qual seja, elaborar um glossário em papel reciclado e distribuí-lo
gratuitamente para o público alvo, inicialmente os estudantes do ensino
fundamental que já contam com os rudimentos da alfabetização. Outra
característica intrínseca do Projeto é o altruísmo, ou seja, como um
conjunto de ações humanas voltadas para o auxílio da propagação da idéia
de proteção ambiental, sem nenhum outro objetivo, inclusive de cunho econômico,
na medida em que o trabalho necessário para sua elaboração foi todo voluntário:
incentivou-se o engajamento e comprometimento comunitário, e, na esteira da
proposta original, estatuiu-se que o trabalho deveria ser voluntário e que aos
colaboradores se impunha a renúncia a possíveis direito autorais. O
resultado dessa soma de esforços é um livro que deve ser entregue (e não
vendido) para o público destinatário3. Para alcance do objetivo
proposto, cativou-se patrocinadores para a causa ambiental: organizações
interessadas em minimizar os impactos causados a partir de sua produção, que
tiveram como único investimento financeiro o custo da impressão de cada uma de
suas edições, aproximando-se da proposta de Sato: A mudança de uma sobrevivência predatória a uma vida ética
requer instrumentos e educação ainda em plena construção local. Isso não
implica, entretanto, desprezar a cidadania planetária, mas antes, institui-se o
desafio de sermos realmente justos em construir a requerida cidadania local.
(SATO, 2005, p.37) Desde seu
lançamento, as sucessivas edições do dicionário ultrapassaram a casa dos
23.000 exemplares que foram distribuídos em quinze municípios do estado de São
Paulo4, e em Uberlândia, Minas Gerais (MG). A primeira edição, com
2000 exemplares, ocorreu em 2004, tendo sido
entregue para todos os estudantes que concluíam a então quarta série do
ensino fundamental dos Municípios de Brotas e de Torrinha, ambos no centro do
Estado de São Paulo. Em 2005,
uma segunda edição com 16.000 exemplares, foi distribuída para todos os
estudantes que concluíam a então quarta série do ensino fundamental, dos
municípios de Brotas, Torrinha, Cordeirópolis, Santa Gertrudes, Rio Claro,
Corumbataí, Itirapina, Pederneiras, Jaú, Dois Córregos e Barra Bonita. Em
2006, uma edição limitada à Comarca de Brotas, com apenas 1000 exemplares
(visando evitar solução de continuidade). Com o
passar do tempo, o projeto foi analisado em suas características pedagógicas.
Para tanto, foram encaminhados questionários a vários professores de alguns
dos municípios envolvidos, bem como foram realizadas algumas entrevistas
pessoais e coletivas. Com resultado imediato, constatou-se que o período mais
indicado para a distribuição dos exemplares é o início do ano letivo, razão
pela qual a quarta edição veio a lume em fevereiro de 2008, com 6500
exemplares distribuídos aos estudantes de Brotas, Torrinha, Itirapina, São
Pedro, Dois Córregos, Dourados e Ribeirão Bonito. (FORTUNATO NETO; ALMEIDA,
2008). Em
dezembro de 2008 foi lançada a 5ª edição do dicionário, em uma concepção
diversa, procurando atingir público diverso, especialmente trabalhadores das
indústrias dos municípios de Rio Claro e Limeira, também no interior do
estado de São Paulo. Em novembro do mesmo ano, o Dicionário novamente
ultrapassa sua proposta inicial ao ser lançada a sua 6ª edição no XI Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas, em Uberlândia
(MG), e distribuída para pesquisadores, estudantes e tomadores de decisão. Seu propósito
é, portanto, aproximar seus públicos-alvo, da linguagem ambiental simplificada
pelo aporte de um instrumento que não colima veicular informações a partir de
um emissor para um receptor, mas para por em comum (objetivo da comunicação)
conceitos presentes em seu cotidiano e, cumprindo assim seu papel mediador, como
esclarece Martín-Barbero (2002, p. 55): “[...] o eixo do debate deve se
deslocar dos meios para as mediações, isto é, para as articulações entre práticas
de comunicação e movimentos sociais, para as diferentes temporalidades e para
a pluralidade de matrizes culturais”.
Figura 1: As seis edições do Dicionário;
da esquerda para direita, 1ª ed. 2004, 2ª ed. 2005, 3ª ed. 2006, 4ª ed.
2008, 5ª ed. 2008 e 6ª ed. 2009. sustentabilidade,
sensibilização e o projeto Termo
muito em voga, a denominada sustentabilidade ambiental perpassa pela conjugação
dos conhecimentos técnicos e jurídicos aplicados à gestão dos atributos
naturais, ou seja, pela efetividade dos instrumentos da Política Nacional do
Meio Ambiente, como descritos na Lei nº. 6369/81 (BRASIL, 1981); porém,
somente se tornará eficaz quando, aos conhecimentos técnicos necessários à
boa gestão ambiental, forem alicerçados os conceitos de Educação Ambiental,
por meio da qual, em síntese, o respeito a todas as formas de vida agrega um
valor para além daqueles de natureza econômico-financeira. Se à aridez dos
procedimentos técnicos se imiscuir o viés holístico que informa a Educação
Ambiental, o resultado, sem dúvida, importará em maiores e melhores benefícios
para todos. A princípio
de forma despreocupada, os seres humanos sempre se utilizaram dos bens naturais
desbravadamente; porém, a partir da chamada revolução industrial, o cabedal
tecnológico posto à sua disposição capacitou-os a destruir todo o planeta em
pouco tempo. Se, à iminência da catástrofe final ainda se opõem forças
beligerantes, ao sucateamento paulatino da qualidade ambiental pouco se tem
feito para evitar que, embora de maneira menos precipitada, mas ainda assim não
menos trágica, a destruição ambiental, que é notória, seja incontestável. Obviamente,
a tarefa proposta é gigantesca; nada obstante, o baldrame deve ser informado
pelos conhecimentos elementares, em todos os locais possíveis, e, em especial,
de forma transversa, em meio aos currículos escolares, cravejando as futuras
gerações com conceitos elementares, todavia de imperiosa importância. Tem-se
visto que a partir da utilização dos exemplares resultantes do presente
Projeto em apoio às mais diversas atividades escolares, o Dicionário
revelou-se uma ferramenta ao mesmo tempo simples e eficaz de auxílio à
transmissão de conhecimentos ambientais, avivando a natural curiosidade
juvenil. (FORTUNATO NETO; ALMEIDA, 2008) Tendo como
premissa o reconhecimento da carência de conscientização ambiental aqui
discutida, foi que surgiu a proposta do Projeto, que objetiva apoiar aquela que
os autores consideram a principal fonte para satisfação dessa necessidade,
qual seja, a Educação Ambiental quando destinada à percepção e à
conscientização ambiental. Acredita-se ser possível torná-la tangível não
somente através de discursos pedagógicos e políticos, mas pela utilização
de ferramentas que sustentem a prática docente e sensibilizem os estudantes (e
até mesmo a comunidade) para a verdadeira compreensão ambiental. Para
tanto, entende-se que aos conhecimentos formais adquiridos nos bancos escolares
e àqueles obtidos ao longo de nossas vidas devem ser acrescidos e fomentados os
relativos à Educação Ambiental em sentido amplo, para que esta possa permear
todo o arcabouço social, com o fito principal de permitir a busca por uma visão
holística do ambiente em que vivemos. Assim como explica Reigota: A educação ambiental na escola ou fora dela continuará a
ser uma concepção radical de educação, não porque prefere ser a tendência
rebelde do pensamento educacional contemporâneo, mas sim porque nossa época e
nossa herança histórica e ecológica exigem alternativas radicais, justas e
pacíficas. (REIGOTA, 1998, p. 43) Como
alternativa ao ensino formal e superando os preceitos da antiga escola de
comunicação5, segundo qual, a utilização de meios de comunicação
acontecia de forma autoritária, isto é, servia ao professor para ilustrar um
conhecimento, ampliar a quantidade da audiência ou trazer para sala de aula
algo observável somente nos livros – um vídeo sobre o pólo norte ou a vida
selvagem na África, por exemplo, surge o Dicionário nessa proposta mediadora
por apresentar verbetes indicados pela comunidade que podem ser debatidos na
sala de aula, nas reuniões de professores e/ou com a comunidade escolar (pais,
familiares, moradores da região, etc...), de conformidade com os interesses
e/ou preocupações locais. Esse sentido foi bem explicitado por Pelicioni: Educar
é prover situações ou experiências que estimulem a expressão potencial do
homem e permitam a formação de sua consciência crítica e reflexiva. Implica
adesão voluntária. Assim, para que a educação se efetive é preciso que o
sujeito social motivado incorpore os conhecimentos adquiridos, que, a partir de
então, se tornarão parte de sua vida e serão transferidos para a prática
cotidiana. (PELICIONI, 2005, p. 140) Consciente
que o projeto é uma semente plantada que poderá gerar frutos, Fortunato Neto
(2008b) afirma que divulgar termos ambientais será insuficiente para
revolucionar a consciência sócio-ambiental necessária, mas que a mediação e
a busca pela construção dessa consciência pelo caminho do conhecimento poderão
ser possíveis respostas: o desafio que enfrentaremos (nós humanidade) neste século,
durante a qual vimos, exponencialmente, utilizando de nossos recursos naturais
esgotáveis e não-renováveis para satisfazer uma lógica de consumo
(recentemente colocada em xeque por mais uma crise mundial6). Entende-se
que o Dicionário apresentado é uma excelente ferramenta que possibilita esse
engajamento; todavia, os autores reconhecem que o Projeto não carrega em si uma
solução pronta para o problema aqui discutido, na medida em que as ferramentas
de comunicação para sensibilização ambiental precisam, sem sombra de dúvida,
de ação dos dois lados – emissor e receptor. Há, portanto, a necessidade de
engajamento de todos os autores sociais, para que a idéia central do projeto
germine nesse novo ambiente, e possa, enfim, avançar por toda a sociedade e
possibilitar uma visão mais consciente do ambiente em que vivemos. Por
derradeiro, da percepção de que algumas lacunas do ensino oficial privam os
estudantes da aquisição de conhecimentos elementares, somada à preocupação
com o fato de que a compreensão mais acurada das questões ambientais exige o
domínio de termos específicos (inclusive conceitos técnicos), surge o Projeto
com o propósito de que, coligindo aqueles mais significativos e descrevendo-os
por meio de uma linguagem menos rebuscada, e, assim, mais apta a permitir a
compreensão integral, fazendo-os chegar a um número significativo de pessoas,
é possível a aquisição de conhecimentos primários acerca do meio ambiente. Dessa
forma, pela mediação para sensibilização proposta pelo Dicionário, poderão
os conjuntos discente/docente, líderes/comunidade e governo/sociedade,
trabalhando em harmonia, burilar concepções de cunho protetivo e
conservacionista em prol das questões ambientais. Referências
BRANCO,
S. M. O meio ambiente em debate. São Paulo: Moderna, 1988. BRASIL.
Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional
do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá
outras providências. Brasília: Senado Federal, 1981. BRASIL.
Lei n º. 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação
ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras
providências. Brasília: Senado Federal, 1999. FERNANDES,
D. B. Responsabilidade civil e direito do consumidor em face das mensagens
subliminares. 2ª. ed. Curitiba: Juruá, 2006. FERREIRA,
G. M. O desenvolvimento das teorias da
comunicação: para além do determinismo comunicacional. Trabalho apresentado na NP Teorias da
Comunicação no XXXI
Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Natal: 2008. FORTUNATO
NETO, J. (org.). Dicionário ambiental básico: iniciação à linguagem
ambiental. 5ª ed. Brotas: Gráfica e Editora Rimi, 2008a. FORTUNATO
NETO, J. O Ministério Público e a Educação Ambiental. Anais do VIII Simpósio
do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos: múltiplos
olhares e saberes. São Carlos: USP/EESC/CHREA, 2008b. FORTUNATO
NETO, J.; ALMEIDA, J. Dicionário
Ambiental Básico: Iniciação à linguagem ambiental. Monografia
apresentada no Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos.
São Carlos: CRHEA / EESC / USP, 2008. GLADWELL,
M. O ponto de virada. Rio de Janeiro: Sextante, 2009. MARTÍN-BARBERO,
J. América Latina e os anos recentes: o estudo da recepção em comunicação
social. In: SOUSA, M. W. (org.). Sujeito, o lado oculto do receptor. São
Paulo: Brasiliense, 2002. PELICIONI,
M. C. F. Educação ambiental como processo político. In: PHILIPP JR, A.; ALVES, A. C.
(orgs). Curso interdisciplinar de direito ambiental.
Barueri, SP: Manole, 2005. REIGOTA,
M. Desafios à educação ambiental escolar. In: CASCINO,
F.; JACOBI, P.; OLIVEIRA, J. F. (orgs.) Educação, meio ambiente e cidadania: reflexões e
experiências. São Paulo: SMA/CEAM, 1998, pp. 43-50. REIGOTA,
M. Fundamentos
teóricos para a realização da educação ambiental popular. Em
Aberto, Brasília, v. 10, n. 49, jan./mar., p. 35-40,
1991. SATO,
M. A educação ambiental tecida pelas teorias biorregionais. In: FERRARO, L.
(org.) Encontros e caminhos: formação de educadores(as) ambientais e
coletivos educadores. Brasília: Diretoria de Educação Ambiental, MMA, 2005,
p. 35-46. TOOLAN,
D. S. O homem, a natureza e a nova era. Tradução de Maria Neusa Dias
Mendes Ferreira e Bernardete de Lima Galvão. 1ª. ed. São Paulo: Saraiva,
1993. Notas [1]
Definição legal, conforme disposto no artigo 1º, da Lei Federal nº. 9.795,
de 27/4/99 (BRASIL, 1999): “Entende-se por educação ambiental os processos
por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação
do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida
e sua sustentabilidade”. [2]
Segundo Malcolm Gladwell (2009, p. 31), ‘fator de fixação’, seria o mote
específico capaz de fazer com que uma mensagem contagiante se torne inesquecível,
por exemplo, simples alterações na apresentação e na estruturação das
informações podem causar grande diferença na intensidade do seu impacto. [3]
Eis a proposta inicial do Dicionário, conforme descreve Fortunato Neto no prefácio
de sua 5ª edição: ‘’[...] disponibilizar para todos os estudantes das
primeiras séries do ensino fundamental, aos quais já houvessem sido
transmitidos os conhecimentos básicos de alfabetização, um instrumento que
pudesse servir de fonte perene de consulta, e, ainda, auxiliasse os docentes de
diversas disciplinas na difícil, porém necessária, tarefa de cuidar das questões
relativas ao meio ambiente’’. [4]
Brotas, Torrinha, São Pedro, Itirapina, Dois Córregos, Dourados, Ribeirão
Bonito, Pederneiras, Barra Bonita, Jaú, Cordeirópolis, Santa Gertrudes, Rio
Claro, Limeira e São Paulo (Bairro da Penha). [5]
Trata-se do estudo dos códigos, das mensagens e dos meios que, segundo G.
Ferreira (2008, p. 1), era “marcado
pela linearidade cuja genialidade da produção (emissor) determinava o controle
sobre o que era difundido, levando a uma assimetria na relação
emissor-receptor”. [6]
Em referência à crise financeira mundial de 2008/2009 que teve início no
mercado imobiliário norte-americano em meados de 2008, conforme a matéria
“Entenda a evolução da crise que atinge a economia dos EUA”, publicada no
caderno dinheiro da Folha Online em 05.12.2008. Acesso em setembro de 2009. Informações sobre os autores: [1] José Fortunato Neto Mestre em Ciências da Engenharia Ambiental
(EESC-USP); Especialista em Educação Ambiental (EESC-CRHEA-USP), Bacharel em
Direito (UNIMEP). Contato: jfort@linksat.com.br [2] Ivan Fortunato Mestrando em Comunicação (UNIP), pós-graduado
em Psicodrama Sócio-Educacional (FEBRAP), Pedagogo (UNESP). Contato: ivanfrt@yahoo.com.br RESUMO Esse
artigo analisa o Projeto “Dicionário Ambiental Básico: iniciação à
linguagem ambiental” enquanto instrumento sócio-educacional para a Educação
Ambiental. Ao propor diálogo sobre a questão e o conceito amplamente divulgado
de sustentabilidade ambiental, reconhece-se a potencialidade do Projeto para a
sensibilização ambiental que, com o fito de enfrentar o desafio de tentar
evitar ou minimizar a destruição dos bens naturais esgotáveis e não-renováveis
para satisfazer a lógica do consumismo, capaz de projetar um desenvolvimento
econômico, porém inconseqüente para as futuras gerações, estabelece-se como
ferramenta perene para a causa ambiental. Palavras-chave:
Educação Ambiental. Ecologia. Consciência Ambiental. Inclusão Social.
Sensibilização. ABSTRACT This
paper analyses
the Project named “Dicionário Ambiental Básico: iniciação à linguagem
ambiental” (Simple Environmental Dictionary: an introduction to the environmental
language) as a social and educational instrument for the Environmental
Education. It proposes a discussion about the overspread concept of
environmental sustainability. The Project has great potential for environmental
sensitization intending to reduce or eliminate the destruction of renewable and
non-renewable resources, in an attempt to unite it to the logic of consumerism
– capable, however to project economical development – with minimal impact
to the forthcoming generations. Key
words: Environmental
Education. Ecology. Environmental Conscience. Social Inclusion. Sensitization. |