Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente. - Carlos Moraes Queiros
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 88 · Setembro-Novembro/2024
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04/09/2014 (Nº 49) PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE MEDICINA VETERINÁRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO/ UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS (UFRPE/UAG) SOBRE A SAÚDE PÚBLICA
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PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE MEDICINA VETERINÁRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO/ UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS (UFRPE/UAG) SOBRE A SAÚDE PÚBLICA

 

 

Raíssa Cardoso Tenório1

Graduanda em Medicina Veterinária.

UFRPE, Garanhuns-PE, 55292-270. E-mail: raissa_t91@hotmail.com

 

            Luan Danilo Ferreira de Andrade Melo2

Eng. Agrônomo. Mestre em Produção Agrícola. Dpto. Agronomia-Tecnologia e Produção de Sementes, UFRPE. E-mail: luan.danilo@yahoo.com.br

 

Nara Raquel da Silva Coelho3

Graduanda em Medicina Veterinária.

UFRPE, Garanhuns-PE, 55292-270. E-mail: nanaliacoelho@hotmail.com

Maria Sheila da Silva Ferreira4

Graduanda em Medicina Veterinária.

UFRPE, Garanhuns-PE, 55292-270. E-mail: sheilasena00@hotmail.com

 

Arminda de Fátima Alves da Silva5

Professora de Sociologia Rural do Curso de Medicina Veterinária.

UFRPE, Garanhuns-PE, 55292-270. E-mail: armindadefatima@hotmail.com

 

 

 

RESUMO

 

Este trabalho teve como intenção avaliar o entendimento sobre Saúde Pública, por meio de percepções de estudantes do Curso de Medicina Veterinária da UFRPE/UAG. Foram realizadas entrevistas, tendo como fundamento a investigação pelas possibilidades em oferecer compreensão às questões pertinentes à Saúde Pública. Os questionários semi-estruturados foram submetidos a alunos do primeiro, quinto e décimo período, num total de 90 pessoas. As transcrições foram analisadas para cada uma das questões, em seguida procedeu-se à comparação entre as respostas dos períodos avaliados, quando a natureza da questão assim o permitia. Após a aplicação dos questionários, os dados foram tabulados, transformados em porcentagem e analisados na forma de gráficos. Os estudantes do Curso de Medicina Veterinária da UFRPE/UAG possuem características que estão mais voltados para a medicina curativa, pois a própria instituição procede de modo a fortalecer essa vertente. É importante exercitar nos estudantes a reflexão sobre a prática, para que eles possam ser uma referência para a transformação das formas tradicionais de pensamento, assim devendo desde o início do curso terem acesso a informações que lhes permitam dar a importância devida a Saúde Pública. Para este campo recomenda-se a elaboração de um plano de ensino que proporcione aos estudantes a aquisição de conhecimentos e experiências de aprendizado que auxiliem na resolução dos problemas de saúde das comunidades.

Palavras-chave: Abordagem, educação, questionário.

 

INTRODUÇÃO

O estudante que ingressa no curso de graduação em Medicina Veterinária tem uma ampla formação, humanista, crítica e reflexiva, capaz de assimilar e traduzir as necessidades das pessoas, grupos sociais e comunidades, com relação às atividades inerentes ao exercício profissional (BÜRGER et al., 2009).

A Medicina Veterinária surge, como uma promotora da saúde dos animais, tentando diminuir prejuízos, com as perdas em função das doenças que acometiam o rebanho (PFUETZENREITER, 2003). No entanto, com o passar do tempo e o surgimento de medicina veterinária preventiva começaram a ser utilizados também para a promoção da saúde humana.

Schwabe (1984) preconiza que no século XX a Medicina Veterinária na saúde pública caracterizou-se pelo trabalho voltado para a população com o uso da epidemiologia no desenvolvimento de programas de controle de zoonoses pelas agências de saúde pública.

Segundo Rosen (1994) este curso é muito amplo, abrangendo atividades que podem contemplar desde a gestão e o planejamento em saúde até a mais tradicionalmente conhecida vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental. Frequentemente os estudantes de Medicina Veterinária direcionam sua formação para a área clínica, e quando saem para o mercado de trabalho se deparam com a realidade de que existe a possibilidade de atuarem em funções dentro de Serviços de Saúde.

Com o advento da Saúde Pública deu-se a preocupação do ser humano em proteger sua saúde, uma vez que, os maiores problemas de saúde que as pessoas enfrentaram sempre estiveram relacionados com a natureza da vida comunitária. Desse modo, o conceito clássico de Saúde Pública define o termo como a arte e a ciência de prevenir doenças, prolongar a vida, possibilitar a saúde e a eficiência física e mental através do esforço organizado da comunidade (MENEZES, 2005).

A falta de associação efetiva entre as disciplinas com instituições de ensino superior de Medicina Veterinária é um problema real nos dias de hoje, liga-se isso ao fato de que é tardio o contato dos alunos com as disciplinas da área, voltada à saúde publica, atrapalhando com isso a procura e o interesse por tal área (SCHNEIDER, 2008).

Diante desse contexto viu-se surgir mais uma área de atuação do médico veterinário, descaracterizando a cultura de este profissional só trabalhar única e exclusivamente com animais, hoje se tem a possibilidade de se trabalhar só em saúde humana ou aliadas as duas áreas na prevenção e controle de zoonoses e entre tantas outras.

É também importante que se tenha um novo olhar da população diante das aptidões do medico veterinário e deixar claro que este profissional está apto a trabalhar nestas duas vertentes.

Com isso, sabe-se que existe uma considerada demanda por Médicos Veterinários envolvidos em Saúde Pública, idealizou-se o trabalho a fim de saber o interesse por esta área de atuação em diferentes períodos ao longo da graduação, antes e após o contato com as disciplinas relacionadas.

 

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

            A instrução da Saúde Pública Veterinária tem por finalidade atender os problemas que são enfrentados pelo país (RUSSEL, 2004), ainda que implique em uma abordagem multidisciplinar, este aspecto mais amplo é abordado com veemência em poucas escolas de veterinária (DE ROSA e BALOGH, 2005).

            Pfuetzenreiter e Zylbersztajn (2004) afirmam que na Medicina Veterinária existem dois tipos de práticas que estão ligadas a medicina populacional. A primeira é a Medicina Veterinária Preventiva que trabalha em conjunto à saúde humana por sobrepor conhecimentos da epidemiologia para precaver as doenças animais e melhorar a produção de alimentos. A segunda é voltada para a medicina populacional, que foi inicialmente desenvolvida por meio da higiene de alimentos. Essas práticas designam as atividades de Saúde Pública que empregam conhecimentos e recursos da Medicina Veterinária para proteger e melhorar a saúde humana, atrelando a agricultura, saúde animal, educação e ambiente.

            Atualmente os estudos sobre as obrigações e tendências da educação veterinária têm sido cada vez mais relevantes, devendo ser enfatizada a Saúde Pública (BÖGEL, 1992). A estrutura teórica deste texto foi baseada em Fleck (1979), que para explicar a atividade científica introduziu os conceitos e estilo de pensamento coletivo. As opiniões compartilhadas por um determinado grupo (coletivo de pensamento) formariam o estilo de pensamento.

           

MATERIAL E MÉTODOS          

            Foram realizadas entrevistas com estudantes do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Garanhuns (UFRPE/UAG), tendo como fundamento a investigação pelas possibilidades em oferecer compreensão às questões pertinentes à Saúde Pública. Lüdke e André (1986) relatam que este tipo de pesquisa permite uma visão holística, em que as situações são descritas e avaliadas de forma que o leitor possa estender os resultados e conclusões ao seu contexto particular, procurando estabelecer o que ele poderia aplicar do caso referido à sua própria experiência.

            Os questionários semi-estruturados foram submetidos a alunos do primeiro, quinto e décimo período, num total de 90 pessoas. Após serem informados sobre a natureza da pesquisa e dos procedimentos, os alunos concordaram em participar do estudo, responder o questionário e todos os dados foram mantidos sob sigilo, garantindo o anonimato do participante.

            As respostas dos questionários foram enquadradas em categorias de análise que expressavam percepções similares. Os pensamentos de Fleck (1979) foram utilizados no exame considerando como guia na interpretação dos dados, assumindo que os estilos de pensamento correspondem aos campos de atuação da profissão Médico Veterinário, e que distintos pontos de vista podem ser descobertos no decorrer do curso.

            Utilizou-se o seguinte questionário:

1)     Das atividades em que o Médico Veterinário atua qual você considera mais interessante?

(  ) Clínica Cirúrgica   (  ) Patologia Animal

(  ) Saúde Pública       (  ) Melhoramento Animal

 

2)     Já ouviu falar sobre Saúde Pública?

(  ) Sim                                   (  ) Não

 

3)     Você acha que o Médico Veterinário pode trabalhar na Saúde Pública?
(  ) Sim                                   (  ) Não

 

4)     Você sabe a importância que o Médico Veterinário possui na Saúde Pública?
(  ) Sim                                   (  ) Não

 

5)     Você considera a conscientização uma importante ferramenta para Medicina Veterinária Preventiva?

(  ) Sim                                   (  ) Não

 

6)     Dos campos de trabalho abaixo, onde o Médico Veterinário atua, qual você considera mais rentável?

(  ) Cirurgia                 (  ) Clínico

(  ) Docente                (  ) Profissional de Saúde Pública

 

7)     Quando formado, você trabalharia na Saúde Pública?
(  ) Sim                                   (  ) Não

            As transcrições foram analisadas para cada uma das questões. Em seguida procedeu-se à comparação entre as respostas dos períodos avaliados, quando a natureza da questão assim o permitia. Após a aplicação dos questionários, os dados foram tabulados, transformados em porcentagem e analisados na forma de gráficos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

Quando indagados sobre a área mais interessante de atuação do Médico Veterinário, a clínica cirúrgica obteve unanimidade, fato que deve estar atrelado à maioria dos alunos terem um maior interesse pelo campo que lhe permite uma maior proximidade com os animais. Cabendo a essa atividade uma porcentagem alta diante do primeiro, quinto e décimo período, com 51, 50 e 50% do total de entrevistados, respectivamente (Figuras 1A, B e C).

 A segunda atividade considerada mais instigante pelos alunos diferiu entre os períodos. A selecionada pelo primeiro período foi melhoramento animal, com mais de 30% do total de entrevistados (Figura 1A), a alta porcentagem pode estar associada aos alunos terem em mente a necessidade de melhoria do rebanho da região local. No quinto período houve similaridade diante opiniões entre os alunos, onde a saúde pública e melhoramento animal foram selecionados com 18% do total (Figura 1B), o que gerou bastante curiosidade diante da comparação com as respostas das questões posteriores que serão discutidas no decorrer do trabalho. O décimo período caracterizou como mais interessante a Saúde Pública, pressupondo-se que esses alunos possuem mais clareza e informações sobre a necessidade e importância da Saúde Pública.

 A Patologia Animal obteve unanimidade entre os períodos como terceira atividade mais atraente. Onde a porcentagem atribuída ao primeiro, quinto e décimo período, respectivamente foi de: 21, 14 e 11% do total (Figuras 1A, B e C).

 Para o primeiro período a Saúde Pública foi considerada a atividade menos instigante onde o Médico Veterinário atua, conferindo a ela somente 15% dos entrevistados (Figura 1A). Já para o décimo período o Melhoramento Animal foi considerado menos interessante, com apenas 9% do total de entrevistados (Figura 1C).

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Figura 1. Gráficos referentes à pergunta ao Primeiro (A), Quinto (B) e Décimo período (C): Das atividades em que o Médico Veterinário atua qual você considera mais interessante? (  ) Clínica Cirúrgica (  ) Patologia Animal (  ) Saúde Pública (  ) Melhoramento Animal (UFRPE/UAG, 2014).

 

            Quase todos os estudantes que responderam o questionário declararam que já ouviram falar sobre Saúde Pública, no exercício de sua atividade profissional. Correspondendo a um total de 94, 95 e 100% para o primeiro, quinto e décimo período respectivamente (Figuras 2A, B e C). De acordo com Vaz (1999) na prática didática do ensino de Saúde Pública, foi observada uma forte tendência a não relacionar saúde com doença. A percepção distorcida pelos alunos sobre estas noções pode se constituir em um obstáculo à compreensão e interpretação dos fenômenos ligados à saúde e à enfermidade, tanto do ponto de vista individual quanto coletivo. Com base nisso, esta preocupação motivou a investigação da percepção pelos estudantes sobre o conceito de Saúde Pública.

 

 

 

 

 

 

 


Figura 2. Gráficos referentes à pergunta ao Primeiro (A), Quinto (B) e Décimo período (C): Já ouviu falar sobre Saúde Pública? (  ) Sim (  ) Não, (UFRPE/UAG, 2014).

 

            Os alunos demonstraram saber da inserção do veterinário na Saúde Pública, pois se obteve unanimidade nas respostas, primeiro e décimo períodos (100%), exceto o quinto (95%) (Figuras 3A, B e C). Em conversas após aplicação dos questionários alguns alunos comprovaram conhecimentos variados sobre as atividades desempenhadas pelo médico veterinário dentro da saúde pública, mencionando as mais conhecidas como: educação em saúde, zoonoses, prevenção de doenças animais, entre outras.

 

 

 

 

 

 


Figura 3. Gráficos referentes à pergunta ao Primeiro (A), Quinto (B) e Décimo período (C): Você acha que o Médico Veterinário pode trabalhar na Saúde Pública? (  ) Sim (  ) Não, (UFRPE/UAG, 2014).

 

            Quando indagados sobre a importância que o Médico Veterinário possui na Saúde Pública, o décimo período mostrou saber a relevância deste tema, pois 100% das respostas foram “sim” (Figura 4C). Isso se dá devido aos alunos que estão na reta final do curso ter um maior conhecimento sobre o assunto.

            A falta de oportunidade para que os estudantes desenvolvam um pensamento de fundo preventivista e social ao longo de todo o curso conduz à manifestação de falsas noções sobre alguns tópicos importantes. Como um exemplo disso, verificou-se que 33% dos alunos do primeiro período e 37% dos estudantes do quinto não sabem a importância que tem o tema abordado (Figuras A e B).

 

 

 

 

 

 

 

Figura 4. Gráficos referentes à pergunta ao Primeiro (A), Quinto (B) e Décimo período (C): Você sabe a importância que o Médico Veterinário possui na Saúde Pública? (  ) Sim (  ) Não, (UFRPE/UAG, 2014).

 

            Quando foram indagados sobre a conscientização como uma importante ferramenta para Medicina Veterinária Preventiva, 97% dos alunos do primeiro período, 95% do quinto e 100% do décimo responderam positivamente (Figuras 5A, B e C), ou seja, consideram a conscientização uma importante ferramenta. Esta pode ser decisiva, pois quando se mostra os benefícios e malefícios de alguma atividade fica mais fácil o entendimento por parte das pessoas.

 

 

 

 

 

 

Figura 5. Gráficos referentes à pergunta ao Primeiro (A), Quinto (B) e Décimo período (C): Você considera a conscientização uma importante ferramenta para Medicina Veterinária Preventiva?  (  ) Sim (  ) Não, (UFRPE/UAG, 2014).

 

            Foi analisado durante a quantificação dos resultados que os alunos do primeiro período acreditam que a cirurgia é o campo de trabalho mais rentável onde o Médico Veterinário pode atuar, com cerca de 60% do total, bem como ocorreu com o décimo período, onde a cirurgia obteve 40% do total de entrevistados (Figuras 6A e C). Diferentemente da opinião dos outros, o quinto período atribui a ação do clínico a rentabilidade maior, com mais de 40% do total (Figura 6B).

            A segunda atividade geradora de maior porcentagem de renda diferiu entre todos os períodos. Onde as selecionadas respectivamente ao primeiro, quinto e décimo período foram: clínico, com mais de 30% do total, cirurgia com mais de 36% do total e docência com 25% do total (Figuras 6A, B e C).

            A atividade de docência foi selecionada como a terceira atividade que gera maior rentabilidade entre o primeiro e o quinto período, conferindo-lhes 24 e 18% do total, respectivamente (Figuras 6A e B). Caráter oposto em relação à opinião do décimo período, que assegurou que a terceira atividade mais rentável de atuação do médico veterinária é a de profissional de saúde pública, cabendo-lhe mais de 20% total (Figura 6C).

            A atividade que gera menor renda ao Médico Veterinário para o primeiro e quinto período é a de profissional de Saúde Pública, onde a mesma obteve a menor porcentagem de escolha, 12% (Figuras 6A e B), pode-se levantar a hipótese de que a falta de conhecimento dos mesmos para com o determinado campo de trabalho foi o determinante para tal resultado. O décimo período atribui a atividade de clínico como atividade de menor rentabilidade, com mais de 15% do total (Figura 6C).

 

 

 

 

 

 

 

Figura 6. Gráficos referentes à pergunta ao Primeiro (A), Quinto (B) e Décimo período (C): Dos campos de trabalho abaixo, onde o Médico Veterinário atua, qual você considera mais rentável? (  ) Cirurgia (  ) Clínico (  ) Docente (  ) Profissional de Saúde Pública, (UFRPE/UAG, 2014).

 

            Quando perguntados se trabalhariam na Saúde Pública 100% dos discentes do décimo período responderam positivamente (Figura 7C). A rejeição dos acadêmicos para trabalharem na área foi de 27% para o primeiro período e 10% para o quinto (Figuras 7A e B). Um dos motivos que pode ter levado alguns alunos se mostrarem contrários a trabalharem na área talvez seja a falta de maiores informações sobre a forma como o profissional desempenha as atividades inerentes a este campo. Isso pode ser explicado por meio de Almeida Filho (2000) que afirma que os alunos ao conhecerem determinada área demonstram perceptível resistência frente a algumas novidades.

            Uma causa de rejeição detectada posteriormente através de diálogos foi à perspectiva da perda da oportunidade de trabalhar diretamente com os animais na prática.

 

 

 

 

 

 

 

Figura 7. Gráficos referentes à pergunta ao Primeiro (A), Quinto (B) e Décimo período (C): Quando formado, você trabalharia na Saúde Pública?  (  ) Sim (  ) Não, (UFRPE/UAG, 2014).

 

CONCLUSÕES

 

            Os estudantes do Curso de Medicina Veterinária da UFRPE/UAG possuem características que estão mais voltados para a medicina curativa, pois a própria instituição procede de modo a fortalecer essa vertente.

            É importante exercitar nos estudantes a reflexão sobre a prática, para que eles possam ser uma referência para a transformação das formas tradicionais de pensamento, assim devendo desde o início do curso terem acesso a informações que lhes permitam dar a importância devida a Saúde Pública.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

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DE ROSA, M.; BALOGH, K. K. I. M. Experiences and Difficulties Encountered during a Course on Veterinary Public Health with Students of Different Nationalities. Journal of Veterinary Medical Education, v. 32, n. 3, p. 373-376, 2005.

 

FLECK, L. Genesis and Development of a Scientific Fact. Chicago: University of Chicago Press, 1979.

 

LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. p. 3-24.

 

MENEZES, C. C. F. A importância do Médico Veterinário na Saúde Pública. 2005. 54p. Trabalha final de curso (Graduação em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza.

PFUETZENREITER, M. R. O ensino da medicina Veterinária Preventiva e Saúde Pública nos cursos de Medicina Veterinária. 2003. 459 p. Tese (Doutorado em Educação), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

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ROSEN,G. Uma história da saúde pública. São Paulo: Hucitec, 1994. 413 p.

RUSSEL, L. H. The Needs for Public Health Education: reflections from the 27th World Veterinary Congress. Journal of Veterinary Medical Education, v. 31, n. 1, p. 17-21, 2004.

 

 SCHNEIDER, M. C. A contribuição da OPAS para a Saúde Pública Veterinária no Brasil e nas Américas. Revista CFMV, Brasília – DF, Ano XIV, n. 43, p. 80-81, 2008.

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VAZ, N. O ensino e a saúde : um olhar biológico. Cad. Saúde Pública. v. 15 (sup. 2), p. 169-176, 1999.

Ilustrações: Silvana Santos