Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente. - Carlos Moraes Queiros
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 88 · Setembro-Novembro/2024
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BIODIVERSIDADE NA ESCOLA: UMA PERSPECTIVA DE ENSINO, ORIENTAÇÃO E DIFUSÃO AMBIENTAL
DAVI SANTANA SOUSA Graduando em Fisioterapia pela Universidade Tiradentes, Aracaju / Se Membro da Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia Representante Estudantil da Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia de Sergipe Monitor de Dança através do Projeto Federal Novo Mais Educação em Campo do Brito / Se Monitor de Recursos Terapêuticos Manuais da Universidade Tiradentes, Aracaju / Se Diretor de Atividades Práticas de Extensão e Comunicação da Liga Acadêmica de Fisioterapia em Saúde Pública Estagiário e Pesquisador do Centro de Hemoterapia de Sergipe - Hemose
JOSEFA ALMEIDA DA SILVEIRA Graduada em Letras pela Universidade Federal de Sergipe Pós-Graduada em Literatura Brasileira pela Universidade Tiradentes, Aracaju / Se Especialista em Mídias na Educação pela Universidade Federal de Sergipe Mestra em Letras pela Universidade Federal de Sergipe Integrante do Grupo de Pesquisas em Argumentação e Retórica Aplicadas Integrante Grupo de Pesquisa em Linguagem, Enunciação e Discurso para o Ensino de Língua Portuguesa Professora da Rede Básica de Ensino do Estado de Sergipe
COLÉGIO ESTADUAL “GUILHERME CAMPOS”. Rua General Siqueira de Menezes, nº 361 (79) 34432360 eegc.seed@seed.se.gov.br
RESUMO Com a inovação tecnológica, social, econômica, cultural e política em nosso país, a educação não poderia ficar inerte perante essas mudanças. Tais aspectos implicam no desenvolvimento de forma significativa na vida das pessoas, as relações estabelecidas entre elas, o mundo do trabalho e, por conseguinte, as escolas. Devido a essas mudanças e a necessidade de melhorias, diversos pesquisadores, educadores, estudantes e coordenadores pedagógicos abraçaram o estudo de novos métodos para que o ensino se mantenha atrelado a essa constante transição. Tendo em vista esses aspectos, é mister observar que a Biodiversidade há muito tempo vem sendo despercebida pela sociedade e é de suma importância para o conhecimento acerca das mais diversas áreas do conhecimento. Destarte, o nosso projeto pretende trazer grande relevância quanto ao estudo e propagação dos mesmos, com a vivência de situações e intervenções capazes de difundir práticas inovadoras em educação, comunicação e divulgação sobre biodiversidade, meio ambiente e consciência ambiental através de um WebSite, desenvolvendo um interligação entre educação, meio ambiente e internet, e por meio de uma intervenção de paisagismo no Colégio Estadual “Guilherme Campos”, com plantio de mudas da Mata Atlântica, jardins e horta vertical suspensa.
PALAVRAS-CHAVE Biodiversidade. Conscientização. Educação. Inovação. Internet.
ABSTRACT With technological, social, economic, cultural and political innovation in our country, education could not remain inert in the face of these changes. These aspects imply in the development in a significant way in the life of the people, the relations established between them, the world of work and, therefore, the schools. Due to these changes and the need for improvements, several researchers, educators, students and pedagogical coordinators have embraced the study of new methods for teaching to remain linked to this constant transition. In view of these aspects, it should be noted that Biodiversity has long been unnoticed by society and is of the utmost importance for knowledge about the most diverse areas of knowledge. Therefore, our project intends to bring great relevance to the study and propagation of these, with the experience of situations and interventions capable of disseminating innovative practices in education, communication and dissemination on biodiversity, environment and environmental awareness through a WebSite, developing a interconnection between education, the environment and the internet, and through a landscaping intervention in the State College "Guilherme Campos", with planting of Atlantic Forest seedlings, gardens and suspended vertical garden. KEY WORDS Biodiversity. Awareness. Education. Innovation. Internet.
INTRODUÇÃO Etimologicamente a palavra biodiversidade origina-se do grego “bios” que quer dizer vida. Esse termo foi criado em 1980 pelo ambientalista Tohmas Lovejoy, e somente 6 anos depois foi usado pela primeira vez pelo entomologista E. O. Wilson. Assim como a etimologia diz, biodiversidade dá nome ao grande arsenal e variação da fauna, flora e componentes da biosfera. De acordo com a WWF – Brasil, há dois níveis de Biodiversidade, o primeiro que engloba toda a forma de vida e variação do mundo natural e a segunda que aponta para a inter-relação entre elas que dão origem aos ecossistemas na qual uma espécie depende diretamente da outra. Destarte, podemos dar como exemplo de ecossistema a relação interpessoal entre os seres humanos, e como forma de dependência, a troca de conhecimentos, ditadas de ensino. Os especialistas definem o Brasil como possuinte da megadiversidade, já que 20% das espécies conhecidas em todo o mundo são encontradas aqui. Não se sabe em números quantas espécies animais e vegetais existem no mundo, entretanto, supõe-se que existe uma variância entre 10 e 50 milhões, das quais 1,5 milhões já foram classificados e nomeados. O Brasil possui uma grande quantidade de biomas, entre eles o pantanal, a caatinga, o cerrado, a mata amazônica - que possui o grande potencial terapêutico das plantas e a mata atlântica que compõe aproximadamente 15% do território brasileiro, abrangendo integralmente ou parcialmente 17 estados. A mata atlântica tem perdido muito da sua capacidade, perdendo nos últimos anos, cerca de 1.850.896 hectares, restando apenas 8,5% de remanescentes florestais acima de 100 hectares. Somados todos os fragmentos de floresta nativa acima de 3 hectares, restam 12,5% dos 1,3 milhões de km² originais (BRASIL, 2014). As florestas fornecem um microclima favorável em termos de umidade, temperatura e incidência solar para o desenvolvimento de uma grande diversidade de organismos (FERREIRA; MARQUES, 1998). Em Sergipe, os fragmentos de Mata Atlântica estão localizados na zona litorânea compreendendo uma faixa de aproximadamente 40 km de largura. Em consequência da pequena extensão territorial do estado de Sergipe não existem áreas significativas de Mata Atlântica, mas apesar da pequena área e da grande fragmentação desses remanescentes, estes são extremamente importantes (LANDIM; FONSECA, 2007). Apesar da pequena extensão territorial de Sergipe e da Mata Atlântica reduzida e fragmentada, há uma grande diversidade biológica, catalogando expressivamente 20.000 espécies vegetais, e uma grande quantidade de espécies animais endêmicos, como é o caso das 73 espécies endêmicas de mamíferos, entre elas 21 espécies e subespécies de primatas. Além disso, a Mata Atlântica abriga 849 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes (CAMPANILI; SCHAFFER, 2010), e uma infinidade de espécies de invertebrados, incluindo os insetos. Na segunda metade do século XX, o termo biodiversidade ganhou maior importância, primeiro em função dos crescentes descobertos de uso da biodiversidade a favor dos interesses antrópicos, segundo pelo acentuado aumento de ameaças a seres e ecossistemas em todo o planeta. De tal modo que a temática vem sendo discutida, mais fortemente, na mídia, nos meios científicos e na escola, chegando até os estudantes (BIZERRIL, 2002). Como dito outrora, a relação ensino-aprendizado é um ótimo exemplo de ecossistema e inter-relação. Por isso, é mister “que os alunos percebam que os desequilíbrios ambientais, intensificados pela intervenção humana, têm reduzido essa diversidade, o que está ameaçando a sobrevivência da própria vida do planeta” (BRASIL, 2000, p. 49-50). Os alunos do ensino básico possuem um contato acentuado com a sociedade, seja a nível do seu bairro local, seja a nível intermunicipal. O Colégio Estadual “Guilherme Campos” foi criado através de um decreto em 07 de novembro de 1953, no governo de Arnaldo Rolemberg Garcez, jurisdicionado a Diretoria Regional de Educação Dr’3. O colégio localiza-se na rua General Siqueira de Menezes nº 361, Campo do Brito – Se, mantido pelo governo do Estado. Tal colégio estadual ministra a Educação Básica, nos níveis de Ensino Fundamental, Médio e EJAEM. Seu quadro funcional é de cerca de 43 professores. A administração compõe-se de uma diretora, um secretário e duas coordenadoras pedagógicas, 04 merendeiras e 05 vigilantes. Atualmente a equipe diretiva é formada por Heliana Meireles dos Santos Brito, diretora, licenciada em Pedagogia, pós-graduada em gestão escolar, Jackeline Andrade Santos, coordenadora, licenciada em Pedagogia, Macelo Santana Sales, coordenador, licenciado em Matemática e Diogo Luiz Passos, secretário, licenciado em História. Nesse colégio estudei desde 2013, onde participei de todos eventos propostos pelo mesmo, até 2016, quando concluí o Ensino Médio. Devido a essa trajetória pessoal e escolar, houve um direcionamento para que esse fosse local da nossa pesquisa, além da necessidade de paisagismo na mesma, a fim de oferecer um local mais arejado e inserir elementos que levem à conscientização dos alunos a respeito da biodiversidade, já que o colégio não possui uma área verde devido a retirada das poucas árvores que existiam no interior e exterior do colégio devido ao crescimento exorbitante das raízes, danificando o piso escolar e ao ajuntamento de animais peçonhentos, como cobra, escorpiões, aranhas e insetos que incomodavam e perturbavam o bom andamento das aulas que acontecem na mesma. É sabido que existe uma grande diversidade de métodos de ensino-aprendizagem, no entanto, sabe-se também que com o desenvolvimento cultural, político e social a antiga metodologia de ensino – expositiva – traz para os dias atuais uma grande necessidade de melhorias. Com isso, as universidades promovem constantemente jornadas de mobilidade pedagógica, visando a atualização dos professores, quanto às novas metodologias que perduram no ensino. Não seria diferente na educação básica, uma vez que tais alunos posteriormente estarão ingressando nesse novo cotidiano, e também possuem essa necessidade de mudança, já que não há disparidade em sua relação com as reformas políticas, sociais, econômicas e culturais em comparação aos alunos da graduação. Entendendo essa necessidade de uma prática desde o início da sua vivência educacional, seu contato direto com a sociedade e sua interferência direta para com ela, foi pensado em novas metodologias de ensino-aprendizado. As metodologias ativas proporcionam aos alunos a oportunidade de viver relações docente-estudante-conhecimento e práticas docentes, corroborando que a busca do saber a nível ambiental deve aproximar a prática assistencial da educacional e desenvolver a conduta consciente tão pregada pelas instituições de ensino, comercial etc., já que esses, podem utilizar desse processo para promover de forma positiva intervenções ambientalistas. OBJETIVOS GERAIS Desenvolver o anseio pela busca de conhecimento sobre a biodiversidade ecológica, bem como estimular o interesse pelas práticas de condutas conscientes e de cooperação para a proliferação de atos promissores para a disseminação de novos métodos sustentáveis; ESPECÍFICOS Estimular o aprendizado sobre meio ambiente e diversidade através de novas tecnologias de informação e conhecimento; Desenvolver o senso crítico em alunos secundaristas em relação às ações corroborativas com o meio ambiente em que vive; Desencadear no aluno uma nova formatação de compartilhamento de saber e avaliação nominal do mesmo; Aplicar técnicas e métodos de reflorestamento e paisagismo natural em grandes, médios e pequenos territórios; Colaborar com a busca de novos estudos e conhecimento em pesquisa científica sobre Biodiversidade e Meio Ambiente em Sergipe; Promover o estímulo em busca do desenvolvimento de pesquisas no ensino básico e médio; Habilitar os alunos em grupo a avaliar, reavaliar e traçar programas preventivos e de intervenção escolar ambiental; Possibilitar os alunos a dominar referenciais teóricos e práticos relacionados à Mata Atlântica e à Biodiversidade em Sergipe; Ter conhecimento das teorias em Ambiente Natural e seus benefícios para ambientes escolares; Impulsionar raciocínio lógico para conhecimento e leitura de artigos científicos; Conhecer os princípios de inclusão ambiental e biodiversidade como estudo essencial para uma promoção em todas áreas de conhecimento; Obter o hábito de fazer caminhadas ecológicas aguçando o olhar para detectar problemas sociais e de responsabilidade pública; Adquirir argumentos para traçar atitudes de responsabilidade e conscientização; Capacitar os alunos a estarem aptos à divulgação sobre biodiversidade, seja na escola, seja na sociedade como todo; Estabelecer comunicação contemporânea, através de redes sociais e websites para promover a educação a distância. MATERIAL E MÉTODOS PARTICIPANTES Os participantes desse estudo foram alunos da Educação Básica do Colégio Estadual “Guilherme Campos” que estivessem cursando o Ensino Médio durante a execução das atividades e ex-alunos que estiveram como equipe de apoio, e os membros do Clube de Desbravadores “Leão de Judá”, ambos da cidade de Campo do Brito, Sergipe. INSTRUMENTOS Como instrumento para a visita ecológica e informes quanto às atividades utilizamos o e-mail e o WebSite (através da ferramenta Wix ShoutOut, que permite enviar um e-mail personalizado para vários contatos de uma só vez). Para a intervenção utilizamos materiais recicláveis (Garrafas Pet e Pneus), tesoura, barbante, tinta, pincel de pelos etc., materiais de capinagem e limpeza de ambiente, como facão, enxada, pá etc., mudas de plantas e sementes de hortaliças. Para recolher os resultados utilizamos o site com enquetes, além de uma pesquisa subjetiva nominal e aplicação de um questionário virtual, por intermédio do Formulário do Google, para recolhimento de dados e avaliação e discussão sobre o projeto. PROCEDIMENTO Desenvolvemos inúmeros materiais, cada um com metodologias diferentes para cada função. Inicialmente, criamos um WebSite (www.campodobrito.wixsite.com/biodiversidade) para difundir informações, promover debates, instruir quanto as atividades e abrir espaços para discussões sobre o tema Biodiversidade na Escola. No site, fundamentamos a ideia de Biodiversidade, abrimos um Chat para que os alunos envolvidos no projeto pudessem externar suas ideias, comentários e informações relevantes sobre o assunto; abrimos também um Fórum de Discussão, uma plataforma virtual dentro do próprio WebSite, na qual os alunos se cadastravam com Nome Completo, e-mail e criavam uma senha assim como em uma rede social, nessa plataforma eram criados questionamentos por intermédio de um administrador para que os alunos deixassem suas respectivas respostas, opiniões e interesses. Nesses Fóruns foram abertos os Bate-papos: 1. Boas Vindas! – Abrindo espaço para que cada um se apresentasse, e assim todos conhecessem seus colegas que também participariam do projeto, seus gostos, seus hobbys, seu perfil como um todo, e ainda trocar experiências. 2. Minha Visão – local de expor relatos, poema, verso, canção, dissertação, ou modalidade escolhida por cada um, sobre como ele vê sua cidade, se acha bonita, feia, falar da natureza local, da urbanização etc.; abrimos também uma aba intitulada de 3. Atividade, nela, colocamos relatórios de todas as atividades executadas pelo grupo, bem como disponibilizamos atividades, como tema de Redações para que os alunos pudessem acessar e resolver em casa; no WebSite também tinha um 4. espaço explicando o propósito e a finalidade do projeto, bem como havia disponível os Currículos Lattes da Professora Orientadora do projeto e do pesquisador do mesmo, a essa aba, nomeamos de 5. Sobre, colocamos a disposição citações sobre biodiversidade, sites que apoiam e desenvolvem projetos sobre meio ambiente e diversidade ecológica, disponibilizamos um newsletter para aqueles que quisessem 6. cadastrar seu e-mail e acompanhar as novidades e atividades prioritariamente; deixamos um espaço para que os navegadores deixassem uma 7. mensagem privada para os administradores do Site; além de uma 8. Biblioteca Virtual, na qual disponibilizamos o que encontramos de mais atualizado sobre biodiversidade, meio ambiente, território sergipano e agreste de Sergipe. O WebSite foi criado como uma forma de linkar a educação e as intervenções realizadas posteriormente, a ideia é que esse site permaneça disponível na Internet mesmo depois da intervenção, visando promover um estudo contínuo sobre os assuntos veiculados e sirva como embasamento para futuros trabalhos realizados pelos mesmos envolvidos, por outros pesquisadores, professores e intervencionistas não somente de maneira local, como também expansionista, ou seja, todo e qualquer que sinta interesse pelo ensino da Biodiversidade através das tecnologias de informação e conhecimento e outras atividade de intervenção direta. ATIVIDADE DE CAMPO No dia 30 de maio de 2018 (quarta-feira), realizamos uma caminhada ecológica para à Serra dos Montes (Serra de São José) em Campo do Brito, Sergipe. A professora orientadora, o pesquisador e mais 6 alunos voluntários do Colégio Estadual Guilherme Campos, saíram do ponto de encontro (casa da professora) às 7:30 e em meio ao percurso foram dadas orientações quanto ao que seria realizado ao chegar ao local, e solicitou que os alunos começassem a pensar desde o caminho, problemas que eles achavam passíveis de mudança no local, a partir da visão que eles já possuíam do mesmo. Às 8:34 chegamos ao topo da Serra, descansamos cerca de 15 minutos para nos recuperarmos da longa caminhada e iniciamos as discussões. Iniciamos os debates falando do conhecimento detido anteriormente acerca do local, pois o mesmo sofreu uma queimada há 15 anos e que desde lá inúmeros projetos haviam sido iniciados no local, mas que, não obstante, não vingou devido à grande dificuldade do solo e da vegetação de se recuperar por si só. Uma vez informados, em debate decidimos que os problemas que se encontravam em necessidade de intervenção era o do reflorestamento, o da ornamentação ambiental ecológica e o do lixo que predomina no local. Algumas metas foram traçadas para um futuro retornarmos ao local e reavaliar e executar uma atividade de reflorestamento e manutenção, já que, de acordo com o que concluímos dos debates, o erro dos intervencionistas que buscaram o local anteriormente foi justamente não realizar a manutenção, sabido que o ponto é muito visitado por peregrinos e algumas festas são realizadas ali, como a festa religiosa de São José. Às 9:26 descemos a Serra, dessa vez interagindo e às 10:31 chegamos ao mesmo ponto de partida. Por algum tempo analisamos as ideias, conversamos com profissionais da área, como biólogos e geógrafos, com gestores escolares, com gestores da cidade, como prefeito, secretários do município e decidimos, realizar o paisagismo do Colégio Estadual “Guilherme Campos”, uma vez que é a instituição de vínculo da professora orientadora e foi a escola na qual o pesquisador estudou e criou uma história pessoal e profissional, além da necessidade de paisagismo na mesma, a fim de oferecer um local mais arejado e inserir elementos que levem à conscientização dos alunos a respeito da biodiversidade, já que o colégio não possui uma área verde devido a retirada das poucas árvores que existiam no interior e exterior do colégio devido ao crescimento exorbitante das raízes, danificando o piso escolar e ao ajuntamento de animais peçonhentos, como cobra, escorpiões, aranhas e insetos que incomodavam e perturbavam o bom andamento das aulas que acontecem na mesma. À priori, realizamos a avaliação do local junto com alguns alunos, com a direção da escola e com os líderes do Clube de Desbravadores, que integrou a equipe ao chegar nesse estágio do projeto. Após análise, vimos que havia um espaço ao lado do estacionamento da escola que possuía três árvores e no pátio da escola, próximo a cantina e copa da escola que possuía uma árvore, mas que foram cortadas devido ao crescimento exorbitante das raízes, danificando o piso da escola e já seguindo em direção as salas de aula, além de atrair animais peçonhentos como cobras, escorpiões e aranhas. Nesses locais ainda haviam as raízes e a base do caule das árvores e um matagal que também atraiam esses animais e incomodavam devido ao prejuízo a estética do colégio. Após análise e esquematização, fizemos alguns mutirões, o primeiro, realizado entre os dias 04 de junho e 01 de julho para recolher materiais recicláveis, como garrafas pet e pneus velhos e foi realizado pelos alunos da escola, o segundo que foi executado no dia 15 de julho foi para preparar o material reciclável para fazer uma horta suspensa e um jardim nos locais propostos anteriormente e foi realizado pelos alunos da escola e os desbravadores do Clube de Desbravadores “Leão de Judá” da cidade de Campo do Brito, Sergipe, com ajuda e instrução de instrutores do clube de desbravadores, da professora orientadora e do pesquisador que compõe a equipe de instrutores do clube de desbravadores, o terceiro mutirão foi realizado no dia 22 de junho, na qual os alunos, os desbravadores e o pesquisador realizaram a limpeza e capinagem do matagal presente nos locais definidos e também foi realizado preparação do material reciclado, por fim, no dia 29 de junho foi realizado o plantio e o paisagismo da escola, além dos agradecimentos a toda equipe envolvida, análise de dados, instruções sobre biodiversidade e inovação em práticas, divulgação e comunicação sobre o assunto, destarte, finalizamos a nossa intervenção. Por conseguinte, aplicamos enquetes através do site e um questionário virtual, através do Google Formulários, para avaliar o conhecimento adquirido pelos alunos do Colégio e formulação da coleta de resultados e discussão.
Fig. 1 Caminhada ecológica para Serra dos Montes (Serra de São José).
Fig. 2 Instruções dadas ao chegar à Serra dos Montes (Serra de São José). FORMULÁRIO Compunham esse formulário as seguintes perguntas: 1. Em uma escala de 0 - 10, na qual 0 significa péssimo e 10 excelente, qual nota você daria ao WebSite de maneira geral? (https://campodobrito.wixsite.com/biodiversidade); 2. Em uma escala de 0 - 10, na qual 0 significa nenhum conhecimento e 10 muito conhecimento, qual nota você daria para a aquisição de conhecimentos sobre o tema Biodiversidade?; 3. Sobre a caminhada ecológica realizada (Serra de São José), marque todas as opções relevantes – 3.1. Foi divertido, 3.2. Não foi divertido, 3.3. Trouxe conhecimento acerca da Biodiversidade, 3.4. Não trouxe nenhum benefício quanto ao meu conhecimento, 3.5. Motivou-me a desenvolver ou participar de ações ecológicas, 3.6. Eu nunca participei de uma caminhada para a Serra de São José; 4. Quanto ao paisagismo na escola, marque o que se aplica – 4.1. A escola com certeza ficará / ficou mais bonita, 4.2. A escola precisava da natureza, 4.3. Não trouxe nenhum benefício para escola; 5. Você acha que houve uma boa divulgação sobre a biodiversidade através desse projeto?; 6. Você prefere aula normal (expositiva) ou aula diferenciada (como as instruções que tivemos) ?; 7. Por fim, dê uma nota ao nosso trabalho como um todo, ou seja, ao projeto Biodiversidade na escola; 8. Tem alguma sugestão, comentário, elogio etc.? ESPECIALIDADES DO CLUBE DE DESBRAVADORES Já o conhecimento do Clube de Desbravadores foi avaliado por intermédio da especialidade de Reciclagem e Sustentabilidade, Ecologia e Conservação Ambiental (especialidades no clube de desbravadores é um sistema de incentivo e instrução, na qual o desbravador executa atividades e realiza algumas provas e avaliações práticas nas quais, caso atinja desempenho desejado, ele se torna um especialista na área, ganhando, dessa forma, um trunfo para ser colocado em sua faixa), nelas há as seguintes atividades e perguntas a serem feitas e respondidas: Reciclagem e Sustentabilidade – 1. Definir a palavra Reciclagem; 2. Qual o significado dos 5RS da Educação Ambiental; 3. Quais as cores usadas para separar o lixo para reciclagem? E quais lixos são separados de acordo com a cor?; 4. Fazer um relatório de no mínimo de 200 palavras e no máximo 500, sobre por que é importante reciclar o lixo no contexto social e ambiental nos dias atuais?; 5. Elaborar e demonstrar em forma de cartaz ou multimídia, uma tabela contendo os resíduos naturais e artificiais com o tempo de decomposição de cada um; 6. Pesquisar e apresentar em forma de desenho, escrito ou multimídia uma estimativa de futuro, na qual apresente quais os impactos ambientais que o lixo irá causar ao homem e ao meio ambiente caso haja uma atitude imediata sobre a reciclagem do lixo; 7. Pesquisar em seu município, quais são as medidas públicas que estão sendo adotadas para o trabalho de coleta seletiva da cidade. Apresentar um relatório; 8. Definir os seguintes termos: 8.1. Sustentabilidade; 8.2. Impacto Ambiental; 8.3. Preservação; 8.4. Biodegradáveis; 9. Citar e apresentar de forma oral, algum texto bíblico que mencione a importância do cristão se conscientizar sobre a conservação, orientação, preservação e sensibilização no meio ambiente; 10. Criar e apresentar dois brinquedos feitos com material reciclado e dois utensílios de casa. Ecologia - 1. Saber o significado dos seguintes termos: 1.1. Ecologia, 1.2. Plâncton, 1.3. Populações, 1.4. Comunidade, 1.5. Ecossistemas, 1.6. Conservação, 1.7. Cadeia alimentar, 1.8. Comunidade, 1.9. Clímax, 1.10. Comensalismo, 1.11. Autotrofismo, 1.12. Sucessão Ecológica, 1.13. Bioma, 1.14. Habitat; 2. O que é uma pirâmide ecológica? Por que ela tem esse formato? Escolher um mamífero, um pássaro, um réptil e um anfíbio comuns na sua região em que você mora e construir para cada um deles um diagrama de sua pirâmide ecológica. 3. Definir o que é ecossistema. Falar sobre os fatores biológicos e físicos que o mantém equilibrado; 4. Utilizando-se de fotografias ou figuras, elaborar um cartaz ou quadro formando um diagrama ilustrando um ecossistema de um pequeno lago de água doce; 5. Fazer observações detalhadas, em campos, e um estudo, em livros e internet, sobre o habitat de alguns pequenos animais de sua região. Escreva um relatório: metade dele com os resultados de suas observações e metade a partir dos estudos em livros e internet. Cerca de 500 palavras; 6. Pesquisar sobre como se faz a coleta de lixo em seu bairro e qual o destino do lixo coletado. Acompanhar durante um mês e elaborar um relatório com as informações de quanto lixo sua família joga por dia e como poderiam lidar melhor com isto; 7. Pesquisar nos jornais ou em algum site especializado, por um mês, os níveis de poluição atmosférica de uma cidade grande (a mais perto da sua, se você não morar numa cidade grande). Fazer um gráfico demonstrando a curva deste nível durante o mês. Descobrir o que causa os pontos altos de sua curva do gráfico; 8. Relacionar 10 maneiras de trabalhar ativamente em favor do meio ambiente de sua comunidade e cidade. Colocar 4 delas em prática; 9. Pesquisar um texto do Espírito de Profecia e um texto bíblico relacionado à ecologia. Apresentar uma explicação sobre sua relevância e aplicação aos nossos dias. Conservação Ambiental – 1. Explicar a diferença entre ecologia e conservação ambiental; 2. Escrever uma redação com, no mínimo, 500 palavras com o tema: O aumento da população humana e como isso é uma ameaça à sua própria existência na Terra; 3. O que significa o termo "morte" de um lago ou rio? Há algum lago ou rio em sua região ou cidade que é classificado como "morto"?; 4. Realizar um estudo num pequeno riacho que passe dentro ou perto de sua cidade. Apresentar um relatório de, no mínimo, 300 palavras sobre sua observação nos seguintes itens: 4.1. Sinais de pureza (Abundância de pequenos peixes, água visivelmente clara e com odor agradável, margens do riacho cobertas de vegetação até perto da água, pequenas quantidades de alga verde na água (de coloração verde claro), existência de algumas plantas aquáticas como a taboa, erva do campo ou pontedéria, existência de tartarugas, existência de lagostins sob as pedras do riacho, crescimento de ervas daninha da areia das margens, indicando um nível de água relativamente estável), 4.2. Sinais de deterioração e morte (presença de grandes massas de alga azul-verde (coloração verde escuro), margens marcadas por nível de água durante as chuvas, água com odor pútrido, presença de espuma de detergentes/agentes químicos, lixo nas margens e dentro da água, perto das margens, água repleta de sedimentos, ausência de insetos aquáticos e peixes, presença de esgoto, presença de óleo na superfície da água, ausência de salamandras e rãs sob as pedras do riacho, depósito ou fábricas jogam resíduos nas águas do riacho; 5. Após a investigação do requisito anterior, realizar um dos itens abaixo: 5.1. Se o riacho demonstrar sinais de pureza: descobrir quais as medidas que são (deveriam ser) realizadas a sua preservação, fazer um projeto de conscientização da população na preservação deste espaço, 5.2. Se o riacho demonstra alguns dos sinais de deterioração acima citados, fazer, pelo menos, 2 dos itens seguintes: realizar um projeto comunitário para despoluí-lo, organizar um grupo de jovens para ajudá-lo a recolher lixo das margens do riacho, conseguir que empresários forneçam caminhões ou pick-ups para ajudar na despoluição, descobrir qual a posição e projetos que sua prefeitura/administração tem para despoluir este local e cobrar as providências; 6. Fazer uma visita ao depósito de lixo de sua cidade ou bairro e ver como o lixo é tratado. Descobrir: Quantas toneladas de lixo são jogadas diariamente, que tentativas são feitas para se reciclar parte desse lixo? Parte do lixo é queimada ou é todo enterrado? Qual é o custo, por pessoa, por ano, para lidar com o lixo em sua cidade, o que acontece com os carros que não servem mais para nada em sua região; 7. Realizar um dos itens seguintes: 7.1. Visitar uma usina ou aterro sanitário mais próximo. Nesta visita, realizar os seguintes itens: desenhar um diagrama detalhado do que acontece ao lixo líquido e sólido, do momento em que entram na usina até saírem, em que estado sai o lixo desta usina, há qualquer outra utilidade para este lixo, 7.2. visitar uma usina de purificação de água e construir um diagrama dos passos para purificação da água, do momento em que entra na usina até sair para ser distribuído em residências e estabelecimentos comerciais, através de leitura e discussão com funcionários da usina, determinar se as fontes de água do futuro serão suficientes para a demanda, descobrir como você e sua comunidade podem preservar a reduzir o consumo de água e fazer uma campanha com seu Clube/unidade para evitar o desperdício de água; 8. Ler e escrever um resumo de um livro sobre questões do meio ambiente. As informações contidas, quanto as perguntas e atividades das especialidades do Clube de Desbravadores (Reciclagem e Sustentabilidade, Ecologia e Conservação Ambiental) foram retiradas do Manual do Especialidades do Clube de Desbravadores, desenvolvidos pela Divisão Sul-Americana, através dos trabalhos da UCB – União Central Brasileira, inicialmente, que montou uma equipe para análise, correções e adaptações, nas quais em novembro de 2011, foram levadas para a D.S.A. (Divisão Sul-Americana, sede administrativa da Igreja Adventista para o Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Peru, Paraguay, Uruguay), que criou o Grupo de Estudos de Especialidades de Desbravadores, GEED, grupo responsável pela revisão do Manual de Especialidades, além de revisão e tradução/adaptação de português e espanhol.
Fig. 3 Instruções dadas quanto ao uso e preparo dos materiais recicláveis.
Fig. 4. Capinagem do local de paisagismo no colégio.
Fig. 5 Parte do material recolhido pelos alunos e participantes.
Fig. 6 Preparação do material para Intervenção. RESULTADOS DA PESQUISA E DISCUSSÃO Por fim, cada avaliação na sua respectiva entidade e resultados. A análise dos alunos através de atividades não avaliativas promovidas pela professora orientadora Josefa Almeida da Silveira. Consequentemente, como resultados do questionário virtual elaborado através do Google Formulários, observamos que 66,7% dos participantes do projeto Biodiversidade na Escola atribuíram nota 10 ao WebSite (https://campodobrito.wixsite.com/biodiversidade) criado para interligar a intervenção prática a teoria escolar, 16,7% atribuíram nota 9 e apenas 8,3% avaliaram com nota 8 ou 5. Quando perguntado quanto a aquisição de conhecimentos sobre o tema Biodiversidade em uma escala de 0 a 10, na qual 0 significava péssimo e 10 excelente, 41,7% avaliaram o aprendizado com nota 10, 33,3% atribuíram nota 9, 16,7% nota 8 e apenas 8,3% marcaram nota 7. Já o que se refere a caminhada ecológica realizada no dia 30 de maio de 2018 para a Serra dos Montes (Serra de São José) em Campo do Brito, Sergipe, foi solicitado que fossem marcadas as opções relevantes acerca da mesma, neste 75% dos participantes disseram que a caminhada foi divertida e que ela trouxe conhecimentos acerca da biodiversidade, 66,7% marcaram o item que dizia que a caminhada motivou-o a desenvolver ou participar de ações ecológicas, 16,7% não participaram da caminhada e nunca foram até a Serra dos Montes e ninguém marcou os itens que diziam que a caminhada não foi divertida e que a caminhada não trouxe nenhum benefício quanto ao conhecimento adquirido. Falando sobre o paisagismo na escola (intervenção direta no Colégio Estadual “Guilherme Campos”), 91,7% disseram que a escola necessitava da presença da natureza, 75% disseram que a escola ficou e / ou ficará mais bonita com a nossa intervenção de paisagismo e ninguém marcou o item que dizia que a escola não receberia nenhum benefício. Quando perguntado se houve uma boa divulgação sobre a biodiversidade através desse projeto, 83,3% disseram que sim e apenas 16,7 disseram não. Já quando perguntado qual a preferência dos alunos quanto a aula normal (expositiva, na qual o professor é o único a falar e expor seus conhecimento acerca do assunto ministrado e os alunos aderem ao papel apenas de ouvintes, sem participação direta ou exposição do seu conhecimento acerca do conhecimento do assunto em debate) ou aula diferenciada (como as instruções que tivemos, usando de metodologias ativas diferenciada, usando a internet como meio de promover debates e discussões acerca dos assuntos, em que os alunos buscam o seu conhecimento e transmite para seus colegas abrindo espaço para novas perspectivas), 91,7% disseram preferir a aula diferenciada e apenas 8,3 disseram preferir a aula tradicional. Ao solicitar uma nota sobre o projeto como um todo, desde a ao embasamento teórico, as instruções acerca da construção do conhecimento sobre biodiversidade, a divulgação nas redes sociais, aos mutirões de coleta de material reciclável, de limpeza, capinagem, coleta, WebSite, atividades, chats, fóruns, visita ecológica, avaliações etc., 83,3% dos participantes atribuíram a nota máxima (10), 8,3% deles deram nota 9 ou 8. Por fim, solicitamos que os colaboradores dessem sugestões, elogios, críticas, comentários, anseios etc. e as mais relevantes e bem construídas que tivemos foram: “Parabéns pelo projeto! São ações voltadas ao bem da humanidade e natureza que devem ser cada vez mais incentivadas”, “Foi excelente. Aprendemos muito sobre a biodiversidade” e “isso foi muito bom para todos nós! A escola ficou mais bela! ”. Quanto aos desbravadores, 100% dos desbravadores conseguiram nota resultante igual ou superior a 70% nas atividades da especialidade de Reciclagem e Sustentabilidade, 95% conseguiram resultado igual ou superior a 70% nas atividades da especialidade Ecologia e apenas 50% conseguiram êxito igual ou superior a 70% na especialidade de Conservação Ambiental (devido à idade mínima necessária para receber a mesma). A avaliação foi realizada por Davi Santana Sousa pesquisador, investido, condecorado, aspirante a líder e conselheiro e Luís Fernando Fontes Ferreira, condecorado, líder investido e diretor do Clube de Desbravadores “Leão de Judá”. CONCLUSÕES Como visto nos resultados, atingimos todas as perspectivas planejadas. Todos os participantes afirmaram ter crescido em termos de conhecimento sobre a Biodiversidade, uma vez que a menor nota foi 7, sendo que mais de 40% atribuíram ter assimilado todo o conhecimento transmitido pela professora orientadora e pelo pesquisador. O WebSite (https://campodobrito.wixsite.com/biodiversidade) conseguiu atingir a meta de alcance, participação e opinião popular, uma vez que mais de 60% avaliaram ele com nota máxima, e a avaliação também superou média excelente, já que não houve nota menor que 5. Na caminhada ecológica, conseguimos atingir a meta de levar mais de 50% dos participantes (apenas16,7% não participou), visitamos o local desejado desde o início, compreendendo e repassando a ideia de que o local é uma das poucas reservas da Mata Atlântica na cidade de Campo do Brito e em Sergipe, que infelizmente sofreu uma queimada muito grande há alguns anos, perdendo dessa maneira, grande parte da sua capacidade de fertilização, impossibilitando sua regeneração por conta própria, todos alunos demonstraram-se entendidos quanto a essas informações e tiveram oportunidade de ter um momento de lazer, descanso e interação entre amigos e colegas de classe ou de turmas adjacentes em meio a natureza e a tranquilidade que a paisagem natural nos traz. Para essa caminhada 75% dos participantes expressaram ter sido divertida e ter trazido conhecimentos sobre os assuntos abordados em todo o decorrer do projeto e da trajetória de ida, parada e vinda do caminho da Serra dos Montes (Serra de São José). Além disso, mais de 65% dos participantes disseram ter ficados mais motivados para participar e promover ações ambientais e de conservação após a caminhada realizada. As discussões realizadas após a caminhada deu origem ao desejo por proporcionar aos alunos do Colégio Estadual “Guilherme Campos” sensações de tranquilidade semelhantes às dos participantes da caminhada, já que o colégio não possui uma área verde devido a retirada das poucas árvores que existiam no interior e exterior do colégio devido ao crescimento exorbitante das raízes, danificando o piso escolar e ao ajuntamento de animais peçonhentos, como cobra, escorpiões, aranhas e insetos que incomodavam e perturbavam o bom andamento das aulas que acontecem na mesma. Foram esses e outros motivos que deram origem a ideia de intervenção direta no colégio. A essa intervenção chamamos de paisagismo, pois transformaríamos a paisagem que era totalmente modificada e urbanizada em uma paisagem mais leve, com aspectos naturais e arboristas. Quanto à intervenção de paisagismo, mais de 90% dos participantes disseram que a escola precisava desse ar natural, fortalecendo que a nossa ideia foi uma ideia de consenso maioritário e democrático. Deles, 75% disseram que a escola ficou ou ficará mais bonita, uma vez que alguns deles não firam o resultado final, já que a maioria das intervenções ocorreram no período de férias escolares. Nos objetivos, traçamos que um deles seria promover a divulgação do tema em questão (biodiversidade, consciência ecológica e ambiental). Conseguimos bons resultados para com esse objetivo, já que mais de 83% dos participantes acharam ter dito boa divulgação e difusão desses temas, intensificando a ideia de que o objetivo foi alcançado. Um dos pontos que trouxe mais anseio foi a quanto aos métodos de ensino, normal ou com metodologias ativas, já que como dito na introdução, a inovação da tecnologia, sociedade, economia, cultura e política, a educação necessita acompanha-las ou se tornará retrograda. Quanto ao ensino por metodologias ativas e através da internet como meio avaliativo de comunicação e troca de conhecimento entre professores, mediadores e alunos, mais de 90% dos participantes aderiram bem as novas práticas e acharam promissor o novo método de ensino e compartilhamento de conhecimento. Por fim, saímos satisfeitos quanto aos resultados como um todo. A troca de conhecimento, a ideia de educação, orientação, difusão, comunicação e divulgação da biodiversidade na escola foi atingido. No entanto, se esse trabalho tivesse continuidade (desejamos dar continuidade) a ideia é reflorestar a Serra dos Montes (Serra de São José) e diferentemente das outras campanhas que aconteceram no local, manter as mudas que seriam plantadas, bem como solicitar aos gestores públicos apoio e uma resolução para o lixão a céu aberto que o local se tornou.
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