É dentro do coração do homem que o espetáculo da natureza existe; para vê-lo, é preciso senti-lo. Jean-Jacques Rousseau
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 89 · Dezembro-Fevereiro 2024/2025
Início Cadastre-se! Procurar Área de autores Contato Apresentação(4) Normas de Publicação(1) Podcast(1) Dicas e Curiosidades(7) Reflexão(6) Para Sensibilizar(1) Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(15) Entrevistas(1) Culinária(1) Arte e Ambiente(1) Divulgação de Eventos(4) O que fazer para melhorar o meio ambiente(3) Sugestões bibliográficas(3) Educação(1) Você sabia que...(4) Reportagem(3) Educação e temas emergentes(11) Ações e projetos inspiradores(28) O Eco das Vozes(1) Do Linear ao Complexo(1) Notícias(41) Dúvidas(4)   |  Números  
Entrevistas
12/12/2024 (Nº 89) ENTREVISTA COM FABIANO LOURENÇO CRESPILHO PARA A 89ª EDIÇÃO DA REVISTA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM AÇÃO
Link permanente: http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=5016 
  

ENTREVISTA COM FABIANO LOURENÇO CRESPILHO PARA A 89ª EDIÇÃO DA REVISTA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM AÇÃO

Por Bere Adams

Fabiano L. Crespilho – Foto / Arquivo pessoal

Apresentação – Fabiano Crespilho é o entrevistado da 89ª edição da revista. Sua trajetória iniciou na eletrônica. Na faculdade, estudou Ciências Sociais, Economia e formou-se em mestre em economia financeira internacional, o que lhe proporcionou uma base holística para compreender a complexidade humana e os desafios do desenvolvimento econômico sustentável. Atualmente, dedica-se à criação de um telhado verde aquapônico e produtivo, um microcosmo autossustentável com o objetivo de aplicar tudo o que tem aprendido, desde eletrônica à economia, passando pelas ciências humanas à biologia, permacultura e ecologia. Foi quando fundou o HumaHorta, que, segundo ele, “vai além de um mero empreendimento econômico: ele materializa uma vida dedicada ao estudo da ocupação humana na Terra”. Na sequência, pretende experimentar e colaborar com pesquisa acadêmica sobre o tema da eficiência energética de residências e a reintegrar as pessoas a um ecossistema orgânico, em harmonia com funções biológicas. 

Bere – Prezado Fabiano, é um imenso prazer tê-lo como nosso entrevistado, muito obrigada por aceitar a este convite de compartilhar, a partir desta entrevista, um pouco da tua jornada e teus conhecimentos. Normalmente inicio minhas entrevistas perguntando: Quando e por que você começou a se dedicar às questões ambientais? 

Fabiano –  O prazer é todo meu, Bere. Agradeço a oportunidade de repensar minha jornada pessoal e compartilhar o projeto HumaHorta. 

Essa pergunta me faz refletir bastante. Geralmente, não me considero exatamente alguém “dedicado às questões ambientais”. No entanto, após recentemente ter lido alguns livros de Edward O. Wilson, um dos maiores biólogos, naturalistas e defensores da biodiversidade do século XX, compreendi que a busca por uma maior conexão com a natureza e a preservação da biodiversidade são causas maiores que nos norteiam a todos, queiramos ou não, devido à nossa tendência inata à biofilia.

Inicialmente, minha motivação consciente para construir uma horta vertical eficiente no telhado da minha casa tinha pouco a ver com uma luta ambiental. O objetivo principal era aproveitar a imensa quantidade de energia e recursos desperdiçados e explorar até que ponto é possível maximizar a produção de alimentos em um espaço limitado, utilizando tecnologias e valores voltados ao desafio dos limites da autossuficiência e as fronteiras da divisão tradicional do trabalho. Eu queria entender quanta produção e independência seria possível em um espaço restrito, gerando não apenas valor econômico, mas também saúde e bem-estar com o movimento do corpo.

Mas, foi durante o trabalho de construção do HumaHorta que comecei a ler e compreender que há mais uma vantagem nesse projeto.

Forma1